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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Diplomacia de sonâmbulos

Mídia Sem Máscara

O elemento durável e decisivo na História são as religiões: o Estado, a nação e, no fim das contas, tudo o que hoje se denomina "política" são apenas a espuma na superfície de uma corrente que se constitui, em essência, da história das religiões.

Pergunto-me se alguém, no nosso governo, tem alguma compreensão do pano-de-fundo religioso, místico e esotérico das manobras do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad. A resposta é evidentemente "Não". A simples idéia de que em política a religião possa ser algo mais que um adorno -- ou disfarce -- publicitário é absolutamente inalcançável para os brucutus do Palácio do Planalto e para os galináceos engomados do Itamaraty. Toda vez que essa gente toma decisões em assuntos que pairam infinitamente acima de seus neurônios e arrastam o povo na direção de um destino que este compreende menos ainda, a liderança intelectual, política, empresarial e militar deste país deveria bater no peito e, genuflexa, recitar: Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa. O Brasil está se transformando no instrumento mais passivo, bocó e inconseqüente de políticas internacionais desastrosas que, nas presentes condições, não podem sequer ser objeto de um debate público sério por absoluta falta de debatedores informados.

A ideologia dominante no mundo moderno apregoa que a sociedade política é uma realidade auto-subsistente, dentro da qual, e como parte subordinada da qual, existe um fenômeno chamado "crenças", cujo exercício o Estado, conforme lhe dê na telha, protege ou reprime.

Essa visão das coisas, hoje tida como dogma do senso comum, é diretamente contraditada pela realidade histórica. Não existe no universo um só Estado ou nação que não tenha surgido desde dentro das religiões, como capítulo fugaz da história dos seus antagonismos internos e externos. O elemento durável e decisivo na História são as religiões: o Estado, a nação e, no fim das contas, tudo o que hoje se denomina "política" são apenas a espuma na superfície de uma corrente que se constitui, em essência, da história das religiões, tomado o termo num sentido amplo que abrange os movimentos ocultistas e esotéricos, incluindo os que se travestem de materialistas e agnósticos (o marxismo é o exemplo mais nítido: leiam Marx and Satan, do pastor Richard Wurmbrand, e To Eliminate the Opiate, do rabino Marvin Antelman, e entenderão do que estou falando).

Obscurecido pela ilusão da "política", o predomínio absoluto do fator religioso na História mostrou uma vez mais sua força no instante em que o projeto de governo global, muito antes de se traduzir em medidas políticas concretas, teve de se constituir, já desde os anos 50, numa engenhoca espiritual que acabaria por tomar o nome de United Religions Initiative (cito uma vez mais Lee Penn, False Dawn: The United Religions Initiative, Globalism and the Quest for a One-World Religion, leitura obrigatória para quem quer que deseje entender o mundo de hoje).

Mas, se as lideranças globalistas estão bem cientes desse fator, ele continua ignorado pela massa dos analistas políticos, comentaristas de mídia e "formadores de opinião" em geral, apegados, por força da sua formação universitária, ao mito do "Estado leigo", como se a razão de ser deste último não fosse, precisamente, o advento final de algo como a United Religions Initiative.

O único lugar do planeta onde a consciência do poder da religião como força modeladora da História está viva não só entre os intelectuais como até entre a população em geral, é o Islam. Por isso é que milhões e milhões de muçulmanos têm um senso de participação consciente em planos estratégicos de longuíssima escala -- em escala de séculos -- para a instauração do império islâmico mundial. Esse senso, aliado à completa invisibilidade dessa escala no horizonte histórico estreito dos políticos ocidentais, basta para explicar que o Islam tenha hoje a maior militância organizada que já se viu no mundo - um poder avassalador a cuja marcha triunfante os países mais ricos e supostamente mais fortes não sabem nem podem oferecer senão uma resistência verbal perfeitamente inútil.

Habituados a raciocinar em termos de poderes estatais, militares, econômicos e burocráticos, os estrategistas do Ocidente perdem freqüentemente de vista a unidade profunda do projeto islâmico ao longo do tempo, nublada, a seus olhos, por divergências momentâneas de interesses nacionais que, para eles, constituem a única realidade efetiva. E nisso refiro-me aos estrategistas das grandes potências, não a seus macaqueadores de segunda mão que hoje constituem a "zé-lite" da diplomacia luliana. Estes não têm sequer a noção de que exista, para além dos lances do momento, um projeto islâmico de longo prazo, ao qual servem sem atinar com o sentido daquilo que fazem ou dizem. Movem-se na cena do mundo como sonâmbulos errando entre sombras, imitando o soneto célebre de Fernando Pessoa:

"Emissário de um rei desconhecido,
Eu cumpro informes instruções de além,
E as bruscas frases que aos meus lábios vêm
Soam-me a um outro e anômalo sentido."

Eleição na Colômbia: análise dos resultados e discursos

Mídia Sem Máscara

As redes transversais da esquerda mundial já acionaram seus robôs da mídia e as matérias que levantam suspeitas sobre a lisura dos resultados começaram a pipocar. Isto era previsível, como é previsível a reação comunista.

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Coronel Nicaragüense revela nexos dos Castro com n..."
hahahaha

partido alfa é muito engraçado. enaltecer os militares é o fim. Vocês ainda vão chorar muito pois a Dilma VAI GANHAR e DEPOIS o LULA VAI VOLTAR E FICAREMOS 30 ANOS no PODER

seus nazistas otários

MORTE AS PESSOAS DESTE BLOG IMBECIL

PUBLICA ISSO SUA PUTA

Abro esta edição de hoje com um comentário muito eloqüente de um "valente" anônimo (para variar...) que não posso deixar de dar destaque, não porque me sinta intimidada ou amedrontada - eles são sempre ridículos, primários e repetitivos -, mas porque em poucas palavras este fantasma deixa claro como pensam (se é que pensam!) todos os psicopatas comunistas. Na sua hipotética ameaça, ele (ou ela) deixa claro seu desejo totalitário, seu apego ao atraso, sua ira e sede de sangue diante da impotência em contra-argumentar fatos que são denunciados por mim neste blog. Deixo apenas um recadinho para o tarado demente: não julgue os outros pela sua genitora!

Bem, mas vamos ao que de fato interessa. Ainda estou curtindo a felicidade do resultado das eleições de ontem na Colômbia, mas hoje é a vez de analisar o que se passou ontem. As empresas de pesquisa estão arrasadas, mas os grandes responsáveis por este suposto falso resultado são mesmo os meios de comunicação que fabricaram um mito que não tinha como se sustentar diante da realidade. A maioria da militância de Mockus não passa de um bando de fanáticos, perfeitos idiotas úteis manipuláveis - sobretudo os jovens e estudantes - e toda a sua campanha desenvolveu-se em torno da grande rede, através do Twitter e Facebook, enquanto que Santos saiu percorrendo o país e fez seu trabalho de boca a boca.

Ademais, quando se planta um boa semente em solo fértil, ela nasce e cresce. Os colombianos podem ter memória curta para certos fatos, mas não podem apagar, de um momento para o outro, o legado do presidente Uribe, sobretudo no quesito segurança. Há quantos anos não se tem eleições ordeiras e pacíficas, sem que as FARC detonem alguma bomba ou derrubem redes elétricas, ou alguém saia despedaçado por uma mina terrestre? O terrorismo ainda está vigente, pois a cabeça da serpente não foi eliminada; entretanto, seus braços estão manietados e seus esconderijos bem vigiados. E Santos soube valer-se disto para mostrar, como se usa no jargão futebolístico, que não se mexe em time que está vencendo.

Outro fato curioso ocorreu no estado de Putumayo, único lugar onde Mockus foi o vencedor. Ocorre que Putumayo faz fronteira com o Equador e provavelmente os habitantes dos dois países mantêm boas relações entre si. Mockus havia dito que entregaria ao Equador todos os responsáveis pelo ataque a Sucumbíos, onde foi abatido Raúl Reyes na "Operação Fênix", enquanto Santos foi quem autorizou o ataque, junto com o presidente Uribe, fato que deve contar com a desaprovação dos moradores daquele lugar.

E por que Santos não conseguiu os 50% mais 1 voto requeridos para ser eleito já no primeiro turno? Porque esses votos ficaram dispersos entre outros candidatos de centro e direita, como foram os casos de Germán Vargas Lleras, do Partido Radical, que obteve 10,3%, e Noemí Sanín, do Partido Conservador, que obteve 6,1%.

E enquanto todo o mundo livre e democrático comemora esta acachapante vitória inicial, as esquerdas começaram a lançar seu veneno preferido sobre "fraudes". Leio no site ANNCOL, porta-voz das FARC na Suécia, que houve "fraude, compra de votos, proselitismo paramilitar e militar com aquartelamento de primeiro grau, adornada com todo tipo de delitos imagináveis contra o legítimo direito ao voto cidadão, e que desde há 50 anos se vem realizando na Colômbia com o nome de Contenda Democrática".

Dói a esta gente constatar que de fato se vive e respira democracia na Colômbia, se tomarmos em conta que, quando a Magistratura impediu o referendo para a reeleição do presidente Uribe ele aceitou sem questionar; que havia candidatos de todos os partidos e posições políticas, mesmo aqueles defensores das FARC; que as pessoas escolhem se querem votar ou abster-se de ir as urnas; que, principalmente, no dia de ontem não se observou qualquer tumulto ou desordem e, finalmente, que esta eleição ainda não está ganha, como ocorre nos países ditatoriais como Cuba, Venezuela, Irã, etc., onde os ditadores vitalícios ganham no primeiro turno, seguidas vezes, com 99,99% dos votos. Mas as redes transversais da esquerda mundial já acionaram seus robôs da mídia e as matérias que levantam suspeitas sobre a lisura dos resultados começaram a pipocar. Isto era previsível, como é previsível a reação comunista. Se tivesse havido "empate técnico", como foi fabricado, provavelmente a fraude jamais seria lembrada.

E agora os discursos. Durante toda a campanha pude assistir a incontáveis vídeos que mostravam a fragilidade e insegurança de Mockus, bem como o vexame que certos comportamentos dele causavam, tais como não saber concatenar idéia e discurso pronunciado, vestir-se de Super Man para combater e corrupção e, - o mais vergonhoso - abaixar as calças para um auditório repleto de estudantes como resposta às vaias que recebia no palco.

Ontem, porém, a coisa ficou muito surrealista e, honestamente, só lembro de ter sentido vergonha semelhante, ao ouvir os discursos "do cara" mundo afora, onde asneiras e impropriedades saltam aos borbotões. Na sede do Partido Verde, Mockus repetia os chavões que foram o mote de sua campanha como "eu não sou politiqueiro, não vim aqui por dinheiro" e outros mais idiotas que minha memória não registrou, além de ficar pulando no palco como um mico de circo, não percebendo o tamanho do ridículo e infantilismo de seu comportamento. Sua militância passeia entre a debilidade mental e o fanatismo cego.

Mockus também não perdeu a oportunidade de alfinetar Juan Manuel Santos de forma deselegante e mentirosa, dizendo: "O doutor Santos demonstrou de múltiplas maneiras que o fim justifica os meios. Além disso, é apoiado por uma classe política cujo comportamento debilitou a confiança nas instituições", enquanto seus robôs gritavam palavras de ordem, apitavam e brandiam os "ameaçadores" girassóis, com os quais ele pretende combater as FARC.

Juan Manuel Santos começou seu discurso agradecendo a Deus, à sua família, aos seus colaboradores, aos militares e forças policiais mas, principalmente - e enfatizado em várias ocasiões - ao Presidente Uribe, a quem ele refere-se como "o grande vencedor". Convocou os candidatos dos outros partidos a unir-se à sua campanha para o segundo turno, dizendo: "Será um acordo para que haja trabalho, trabalho e mais trabalho; um acordo para garantir que nossa economia cresça com equidade, para derrotar a pobreza e a gerar oportunidades para todos; para derrotar a impunidade e a corrupção; para garantir o bom governo; um acordo, enfim, para consolidar a Segurança Democrática e consolidar o salto à 'prosperidade democrática', prosperidade para todos".

Foi um discurso absolutamente impecável do ponto de vista tático e estratégico, pois ele foi cordial, não atacou ninguém, nem mesmo seus reconhecidos desafetos Chávez e Correa e, ao contrario, disse: "Não reconheço inimigos na política nem em nenhum governo estrangeiro". A elegância e a humildade - que não é bem seu forte - primaram o tempo todo no discurso de Santos, parecendo-nos já que será um grande estadista e que Uribe soube escolher bem seu sucessor. É verdade que Santos não tem as qualidades diplomáticas de Uribe mas nenhuma pessoa de bem pode acalentar dúvidas a respeito da continuidade do legado do presidente Uribe nas mãos de Juan Manuel Santos.

E para finalizar, escrevo as palavras de Santos em várias oportunidades do seu discurso o qual era aplaudidíssimo, como vocês poderão atestar no vídeo que o Notalatina apresenta com exclusividade a seus leitores, o qual agradeço penhorada a inestimável colaboração do Alex, o "Cavaleiro do Templo" e meu assessor para assuntos de informática.

Disse Santos: "Presidente, este triunfo é seu e de todos os que queremos preservar seu imenso legado (...) Obrigado ao melhor Presidente que a Colômbia já teve!".

Que Deus abençoe a Colômbia e ilumine seu povo na hora de definir quem será o legítimo substituto deste que é o maior estadista do Século XXI em nossa América! Fiquem com Deus e até a próxima!


Tradução e comentários: G. Salgueiro

Tributar importações protege a indústria nacional?

Mídia Sem Máscara

Klauber Cristofen Pires | 31 Maio 2010
Artigos - Economia

Com uma ampla tabela de alíquotas de imposto de importação, bem como cotas e/ou outras formas de gravames, o que se tem é a depressão generalizada da produção e da tecnologia domésticas. Este cenário já foi vivido pelo Brasil dos anos 80 e até dos anos 90, e hoje não se encontra resolvido, mas apenas um pouco melhorado.

Ensina-se como cláusula pétrea em matéria de Direito Tributário que a instituição de impostos sobre o comércio exterior guarda um objetivo parafiscal, isto é, não voltado prioritariamente para a arrecadação, mas para a consecução de políticas do estado, mormente a "corrigir desvios praticados pelo mercado" e "proteger a indústria nacional". Serão, porém, estes preceitos verdadeiros? (...)

Como corolário de uma ciência que mereça o nome de Economia, analisar as consequências de um ato ou fato requer investigar não somente aos resultados imediatos, mas também os de médio e longo prazo, bem como também não desprezar os resultados apenas sobre os diretamente atingidos, mas as repercussões que recairão sobre todos os outros componentes da sociedade.

Para uma melhor compreensão do assunto, valho-me da lição de Henry Hazlitt, transcrevendo abaixo um trecho de sua Obra "Enonomia numa única lição", de brilhante lucidez e fácil entendimento, sobre uma hipotética situação em que o governo decretasse uma tarifa de importação de US$ 5 sobre suéteres estrangeiros:

Americanos seriam empregados nessa indústria, o que não ocorria anteriormente. Tudo isso é verdade. Mas não haveria aumento líquido de indústrias e de emprego no país, porque o consumidor americano teria que pagar US$5 a mais pela mesma qualidade de suéter, importância que lhe teria sobrado para comprar outra coisa. Teria que cortar, em seus gastos, a importância de US$5. A fim de que uma indústria pudesse desenvolver-se ou existir, centenas de outras teriam que retrair-se. A fim de que 50 mil pessoas pudessem ser empregadas numa indústria de suéteres, 50 mil pessoas a menos seriam empregadas em outra indústria qualquer.

Como muito bem explicado pelo autor, não haveria um crescimento da indústria nacional, mas apenas a transferência da linhas de produção de muitos empreendimentos mais eficientes para a realização de um empreendimento menos eficiente. Porém espere o leitor que nem sequer aqui se trata de um jogo de soma zero: ao inibir a produção e a produtividade das empresas mais eficientes, estamos necessariamente destruindo empregos e gerando o empobrecimento da população.

Com uma ampla tabela de alíquotas de imposto de importação, bem como cotas e/ou outras formas de gravames, o que se tem é a depressão generalizada da produção e da tecnologia domésticas. Com muito menos empresas a funcionar, os empresários passam a produzir cada vez com pior qualidade e maior preço, e dependendo da política monetarista do governo, um esquema inflacionário pode acontecer como um fogo que se alastra por uma simples fagulha em uma floresta ressecada pelo sol do verão.

Este cenário já foi vivido pelo Brasil dos anos 80 e até dos anos 90, e hoje não se encontra resolvido, mas apenas um pouco melhorado. Em um tempo em que prevalecia a política conhecida como "substituição de importações", os carros aqui fabricados eram terríveis geringonças, a ponto de lembrar-me ainda de uma desesperada capa da revista "4 Rodas" com o enfático título "Arrego!", em que denunciava a passagem de 10 anos sem absolutamente nenhum lançamento pela indústria automotiva. Porém, não eram só os carros os vilões: naquele tempo, para se comprar um mero reprodutor de video-cassete era necessário fazer um consórcio, e uma porcaria de um telefone, daqueles do tipo "trim-trim", constituía um investimento a ser declarado no Imposto de Renda.

Em um país onde a carga tributária alcança 40%, temos um cenário especial, de tal forma que poucas indústrias podem competir salvo se protegidas por direitos cobrados na Alfândega. Contudo, o problema que deslindamos neste caso é duplo, tal como a culpa dupla de um bêbado que atropela alguém. Um caso não justifica o outro e ambos, juntos, consomem as forças produtivas.

Se impor restrições ao comércio fosse algo bom, a China de Mao tse-Tung teria sido um exemplo para o mundo todo, mas só o que ela produziu foi uma horda de mais de um bilhão de seres humanos extremamente miseráveis. Qualquer grau neste caminho, portanto, levará a um correspondente de empobrecimento geral.

Como os islamistas europeus vieram a dominar o Islã europeu

Mídia Sem Máscara

O domínio islamista sobre os muçulmanos europeus contou com duas assistências ocultas, nazistas e americanas. Suas origens na Operação Barbarossa revelam a vergonhosa história do poder islamista atual. Hitler e seus criminosos não poderiam ter previsto, mas ajudaram a preparar o terreno para a Eurábia.

Os ataques a bomba de 7 de julho em Londres, nos quais os islamistas mataram 52 pessoas e feriram 700, prontificaram as autoridades inglesas a trabalharem com os muçulmanos a fim de evitarem mais violência.

Contudo, em vez de entrarem em contato com os muçulmanos anti-islamistas que rejeitam a meta triunfalista de aplicar a lei islâmica na Europa, favoreceram os islamistas não violentos, na esperança destes persuadirem seus correligionários a expressarem seu ódio ao Ocidente por meios legais. Essa diligência realçou a figura de Tariq Ramadan (n. 1962), proeminente intelectual islamista. Por exemplo, a Polícia Metropolitana de Londres custeou parcialmente uma conferência que iria ser apresentada por Ramadan, e o Primeiro Ministro Tony Blair designou-o para um "grupo de trabalho para lidar com o extremismo de caráter oficial".

Mobilizar um islamista pode ter dado a impressão de ser uma ideia original e brilhante, mas não foi nenhuma das duas. Governos ocidentais têm se aliado aos islamistas por séculos, sem sucesso. Realmente, se aliaram a própria família de Ramadan.

Em 1953, Dwight D. Eisenhower recebeu um grupo de muçulmanos estrangeiros, entre eles Said Ramadan (1926-1995), líder da organização islâmica mais influente do século XX, a fanática e antiocidente Irmandade Muçulmana - e também pai de Tariq. A reunião Eisenhower-Ramadan ocorreu no contexto do contínuo esforço do governo dos Estados Unidos no intuito de arregimentar os muçulmanos contra o comunismo soviético, em parte colocando Said Ramadan na folha de pagamento da CIA. Talcott Seelye, um diplomata americano que se reuniu com ele naquela época explica: "Nós imaginamos o Islã como uma contrabalança ao comunismo".

Depois veio Hasan al-Banna (1906-1949), avô de Tariq, fundador da Irmandade Muçulmana e recipiente de recursos financeiros dos nazistas, diplomatas americanos que mantinham "reuniões regularmente" com al-Banna no final dos anos de 1940 no Cairo, acharam-no "perfeitamente empático" e estimaram ser a sua organização "moderada" e até mesmo uma força "positiva". Os britânicos aparentemente ofereceram dinheiro a al-Banna.

Em outras palavras, os governos ocidentais têm um histórico no que tange a ignorar a ideologia repulsiva islamista e a trabalhar com eles, inclusive fortalecendo-os.

Em um impressionante trabalho de investigativa pesquisa histórica, Ian Johnson, jornalista, anteriormente do Wall Street Journal, vencedor do Premio Pulitzer, revela novas reviravoltas desse drama em seu livro , A Mosque in Munich: Nazis, the CIA, and the Rise of the Muslim Brotherhood in the West que acaba de ser publicado (Houghton Mifflin Harcourt, US$27,00).

Johnson começa com uma revisão das sistemáticas iniciativas nazistas em recrutar muçulmanos soviéticos entre os prisioneiros de guerra. Muitos muçulmanos odiavam Stalin; e entre 150.000 e 300.000 deles combateram ao lado do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial. Em outras palavras, além do malogrado esforço de propaganda dirigido aos árabes, os nazistas na realidade colocaram em ação uma força substancial, principalmente de muçulmanos turcos, sob a liderança do intelectual entusiasta do nazismo chamado Gerhard von Mende.

Após a derrota dos alemães em 1945, Johnson segue os passos de von Mende na medida em que ele continua seu trabalho anticomunista com ex-muçulmanos soviéticos, agora no contexto da Guerra Fria. Porém, sua rede de contato com ex soldados demonstrou não ser muito competente na tarefa de provocar a hostilidade muçulmana contra a União Soviética. Seu líder intelectual, por exemplo, serviu como o imã de uma divisão da SS que ajudou a reprimir o levante de Varsóvia de 1944. Os islamistas rapidamente demonstraram ser muito mais competentes nesse desafio político e religioso. Johnson explica que eles "usam ternos, têm títulos universitários e são capazes de formular suas exigências de maneira que os políticos possam entender".

O âmago desse estudo fascinante está no rastreamento da evolução, boa parte dela em Munique, de velhos soldados para novos islamistas. É um conto clássico de intriga dos anos de 1950, repleto de nazistas reabilitados, organizações de fachada do tipo CIA e ambições duelísticas soviético-americanas.

Johnson mostra como, sem planejamento propriamente dito, os americanos usurparam a rede de von Mende e a entregaram a Said Ramadan. Esse impulso antecipado dos Estados Unidos à Irmandade Muçulmana, sustenta Johnson, deu a ela os meios para estabelecer uma estrutura islamista bem na hora de dar boas vindas ao aumento repentino da imigração muçulmana para a Europa nos anos de 1970.

Assim sendo o domínio islamista sobre os muçulmanos europeus contou com duas assistências ocultas, nazistas e americanas. Suas origens na Operação Barbarossa revelam a vergonhosa história do poder islamista atual. Hitler e seus criminosos não poderiam ter previsto, mas ajudaram a preparar o terreno para a Eurábia.

O apoio americano aos islamistas estimula Johnson a chamar a atenção para o perigo encontrado na futilidade de aliar-se à Irmandade Muçulmana e a sua laia - conforme Tony Blair se aventurou uma vez mais, recentemente. Por mais atraente que possa parecer, invariavelmente prejudica o Ocidente. A lição é simples: tenha percepção da história e não dê assistência aos islamistas.

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Atualizações de 25 de maio de 2010: (1) O livro publicado carece de fotografias no sentido de ajudar a despertar o interesse para os personagens mais importantes. Felizmente elas estão disponíveis no Web site de Ian Johnson. Eu inseri algumas delas acima

(2) Coincidentemente, eu passei o verão de 1953, na época com três anos de idade, em Munique, exatamente quando a cidade começava a surgir como um centro de ativismo islamista, justamente pelo fato da presença considerável de ex-soviéticos muçulmanos morando lá. Um trecho da autobiografia do meu pai, Richard Pipes, Vixi: Memoirs of a Non-Belonger (Yale University Press, 2003), p. 74 explica a razão dele ter levado a família para Munique:

No final de maio de 1951, com a ajuda financeira do Center of International Affairs do MIT, Irene e eu deixamos Daniel com os nossos pais e fomos viajar por quatro meses para a Europa e o Oriente Médio. Meu propósito era o de entrevistar os membros sobreviventes de governos nacionais do que foi o Império Russo durante o período 1917-1921. Eu localizei somente alguns deles em Londres, Paris, Munique e Istambul e eles me ajudaram consideravelmente a compreender a complexa situação daquela época. Em Paris mantive contato com a comunidade da Geórgia no exílio. Dois anos mais tarde, passei outro verão na Europa, dessa vez em Munique, entrevistando refugiados da Ásia Central Soviética, quase todos ex prisioneiros de guerra dos alemães. As informações fornecidas por eles sobre a vida em suas regiões nos anos de 1930 reforçou a minha convicção de que o nacionalismo estava em ordem e vivo nas áreas fronteiriças da URSS e que não estava ocorrendo nenhuma assimilação em massa.

Sua pesquisa daquele verão serviu como base para o seu artigo, "Muçulmanos da Ásia Central Soviética: Tendências e Perspectivas," The Middle East Journal, Primavera, 1955, pp. 147-162 e Verão, 1955, pp. 295-308.

Publicado em National Review Online.

http://pt.danielpipes.org/8421/islamistas-europeus-dominar-isla-europeu

Original em inglês: How Islamists Came to Dominate European Islam

Legendas: http://pt.danielpipes.org

Tradução: Joseph Skilnik

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