Entrevista de Geert Wilders ao jornal israelense Yedioth
Mídia Sem Máscara
| 25 Novembro 2010
Internacional - Europa
"Para dizer a verdade, sim, eu temo por minha vida".
"Eu sou apenas um homem. O perigo não vem apenas da Holanda. Ele vem de fora também. Há ameaças muito graves a partir de vários grupos terroristas, e quando alguém está ciente do grau de perigo, é apenas humano a pensar que algo ruim vai acontecer. Mas eu não posso permitir que esses pensamentos afetem meu trabalho. Se eu moderar a minha voz por causa das ameaças, parar de dizer o que está na minha mente, ou deixar de ser um político, aquelas pessoas terão utilizado meios anti-democráticos, ameaças e assassinatos para silenciar outros. Eles vão ganhar. Não os deixarei ganhar".
"É triste que, enquanto luto pela liberdade do meu país, eu perdi a minha própria", disse Wilders em entrevista especial para o jornal Yedioth.
"Eu só tenho a liberdade de expressão e pensamento. Ameaças à minha vida provam que meus argumentos são justos. Eu tenho certeza que se eu falasse com críticas sobre o Cristianismo ou o Judaísmo, não haveria resposta tão radical. Não haveria manifestações no Vaticano. A bandeira holandesa não seria queimada. Um milhão e meio de pessoas que votaram em nós, nas últimas eleições, não me veriam como um fascista ou um racista".
"Israel é o farol e a única democracia nesta parte retrógrada e ditatorial do mundo", ele proclama. "Israel é muito próximo de nós, à nossa identidade europeia. Israel luta a nossa guerra".
Poucos dias atrás, um tribunal holandês decidiu não punir um rapper muçulmano que escreveu em uma de suas músicas que iria atacar Geert Wilders. Em uma de suas músicas, ele dizia: "Geert, isto não é uma brincadeira. Na última noite, eu tive um sonho de arrancar a sua cabeça". Em outra parte, a música diz que "qualquer um que falar de muçulmanos será morto".
Há seis anos atrás, quando o governo holandês já não tinha casas seguras, Geert e sua esposa ficaram na prisão.
"As celas em que nós vivíamos tinha sido anteriormente ocupada por dois agentes líbios, responsáveis por abater o avião "Pan Am". Nós não estávamos lá como prisioneiros, mas como pessoas protegidas. Nós também dormimos em bases militares ao redor da Holanda e aviões militares nos levaram, se necessário fosse, para as nossas reuniões. Foi uma loucura. Houve momentos em que eu tive que colocar uma peruca, um bigode falso, e um par de óculos escuros para evitar que outros me reconhecessem".
Extrema-direita? Fascista? Racista?
"Eu sou o oposto direto de tudo isso", protesta Wilders. "Nós usamos somente os meios democráticos. Nós definitivamente não somos racistas; nós não nos importamos com a cor da pele das pessoas. É ridículo afirmar que todos os nossos eleitores são fascistas. É um insulto - não apenas para mim, mas para eles também. Não pode haver tantas pessoas insanas na Holanda. Mas a elite política, que não conseguiu resolver os problemas que falamos abertamente - a imigração em massa, os índices de criminalidade, o islamismo - ainda pensa que não é politicamente correto falar sobre isso. Eles nos vêem recebendo amplo apoio e nos demonizam como resposta".
Wilders diz que os partidos estabelecidos em toda a Europa não têm nenhuma ideia de como tratar partidos como o dele.
"Eles tentam colocar todos os tipos de rótulos em nós e, em seguida, copiam o que fazemos. Algumas semanas atrás eu fiz um discurso em Berlim. Eu disse aos alemães "Por favor, esqueçam seu passado. As novas gerações não são responsáveis pelo que aconteceu. Livrem-se do seu passado, porque ele impede que você fale livremente sobre os problemas criados pela imigração em massa e Islão.
Em sua entrevista, Wilders reitera que o Islão não é uma religião
"É uma ideologia totalitária. Nela, não há lugar para nada, a não ser o próprio Islão. Ela quer controlar não apenas a vida privada das pessoas, mas a vida da sociedade também. Se você é um ateu, um cristão ou um judeu vivendo em uma sociedade onde o islamismo é dominante, sua vida é muito difícil. É por isso que comparações devem ser feitas entre o Islã e outras ideologias totalitárias como o comunismo eo fascismo.
"Eu não tenho nada contra os muçulmanos como seres humanos. A maioria deles são pessoas que respeitam a lei como eu e você. Mas sou contra a imigração em massa de países muçulmanos, porque os imigrantes trazem sua cultura para cá, que, se permitida ser dominante, vai mudar a nossa sociedade. Já em países com uma considerável minoria muçulmana, essas mudanças para o pior pode ser vistas".
Wilders também admite a sua grande admiração a Israel e a Ariel Sharon: "Sharon foi demonizado no Ocidente, também, mas ele foi um grande político, e eu o tenho como um exemplo".
"Acredito que o conflito entre Israel e os palestinos não é territorial. Quem afirmar o contrário não tem idéia do que está falando. Se você der a Cisjordânia e Jerusalém Oriental e deixar os palestinos tê-los, isso não acabaria com o conflito. Vai levar algum tempo - um mês, um ano, dez anos - mas eles exigirão o resto do seu país, porque é um conflito ideológico. A solução, portanto, não poderia ser territorial, mas tem que ser ideológica.
"Palestinos acreditam - e esta é a natureza do Islão - que Israel é deles, e através da luta contra Israel eles combatem o ocidente não-muçulmano. A luta contra Israel é a luta contra nós. Nós somos Israel. A razão para o bom sono dos pais holandeses com nenhuma preocupação com os seus filhos é que os pais em Israel passam noites sem dormir porque seus filhos estão no Exército. Isso não significa que Israel não possa ser criticado, mas eu não tenho vergonha de lutar por Israel".
Na conferência, Wilders tentará convencer o público que os palestinos já têm o seu próprio país. "A Jordânia é a Palestina", afirma. "Isso foi verdade no passado, após o acordo Sykes-Picot, e, portanto, é uma solução para o conflito. Mesmo os reis da Jordânia, Abdullah e Hussein, disseram isso no passado. Só depois, quando eles perceberam que essas declarações poderiam pôr em perigo o seu reinado, porque os palestinos são maioria na Jordânia, eles mudaram suas mentes. Eu sou contra a idéia de transferência ou de limpeza étnica, mas se a Jordânia se tornasse a Palestina, seria possível encorajar os palestinos a se mudarem para lá. É claro que não será uma pessoa que decidirá como acabar com este conflito. Israel é uma democracia e decidirá por si próprio qual é a melhor solução para ele. A decisão é sua".
Entrevista completa no blog de Geert Wilders.
Tradução e edição: Júlio Lins, do blog Mente Conservadora.
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