Isabelle Durant na Colômbia
Mídia Sem Máscara
Eduardo Mackenzie | 15 Julho 2011
Internacional - América Latina
A euro-parlamentar também vem "indagar" a quantas anda o processo que alguns pretendem montar contra o ex-presidente Álvaro Uribe. Pois a senhora Durant, que invoca sua condição de Vice-Presidente do Parlamento Europeu (embora não se saiba se ela foi fazer essa viagem através do mandato), é uma furiosa inimiga do ex-presidente colombiano.
Lembram-se de Isabelle Durant, a euro-deputada verde que há um ano cobriu-se de ridículo em Bruxelas ao lançar uma lunática "denúncia" contra o governo colombiano, no sentido de que este fazia "seguimentos ilegais" e "interceptava" as comunicações telefônicas dos euro-deputados? Pois bem, como ninguém na Europa pôde obter a menor prova a respeito, e como Bogotá rechaçou o infundido, essa operação de desestabilização contra a Colômbia foi derrubada.
Por um certo tempo, pois tudo parece indicar que Isabelle Durant voltou à carga. A grave acusação foi reiterada: a Colômbia, segundo ela, adianta "atuações ilegais" no Velho Continente, "sobretudo na Bélgica e na Espanha".
E o que diz o governo colombiano desta vez? Nada. Parece que a ousada calúnia não preocupa a ninguém na Casa de Nariño. Em todo caso, a euro-deputada, enfermeira de profissão, chegou a Bogotá neste 11 de julho com o ânimo de se fazer receber pelas principais autoridades do Estado.
Isabelle Durant afirma que "solicitará a colaboração das autoridades nos processos abertos na Bélgica e na Espanha, sobre as atuações ilegais do DAS em território europeu", e que permanecerá em Bogotá até 15 de julho.
Porém, a líder ecologista não parece ter sido convidada pelo governo colombiano. Ela aterrissou em Bogotá, pois - surpreenda-se, querido leitor - uma entidade francesa, a famosa FIDH (Federação Internacional da liga de Direitos Humanos), tristemente célebre ONG que com muita freqüência recusa-se a condenar as atrocidades que as FARC e o ELN cometem, a havia convidado.
Resumindo: a ativista verde se auto-convidou à Colômbia, para ir exercer seu pretendido "direito de ingerência" em assuntos internos colombianos.
A Colômbia poderia fazer o mesmo: enviar Armando Benedetti, presidente do Senado, ou Carlos Alberto Zuluaga, presidente da Câmara de representantes, a Bruxelas, para "investigar" qualquer coisa, como por quê o reino da Bélgica está sem governo desde há mais de um ano.
Estão fazendo uma perigosa montagem à Colômbia na Europa, nada menos que sobre "espionagem de euro-deputados", e Bogotá não sai de sua abulia. Diante disso, os integrantes vêem que podem fazer o que lhes dê na telha. Se auto-convidam à Colômbia para dar golpes no país, em seu governo e em sua sociedade. E esperam, como já é habitual, ser recebidos com paparicos e comodidades pelos representantes do Estado, como gente digna e amiga da Colômbia.
É a Pátria boba em sua mais alta expressão.
A euro-parlamentar também vem "indagar" a quantas anda o processo que alguns pretendem montar contra o ex-presidente Álvaro Uribe. Pois a senhora Durant, que invoca sua condição de Vice-Presidente do Parlamento Europeu (embora não se saiba se ela foi fazer essa viagem através do mandato), é uma furiosa inimiga do ex-presidente colombiano. Segunda ela, o governo anterior foi uma espécie de ditadura e os fantasmagóricos "grampos" do DAS são, como se lê em sua página web, outro dos nefastos resultados "dos anos negros de Uribe".
A FIDH não esconde suas metas. Diz que a visita de Durant servirá para "intercambiar pontos de vista com várias instituições colombianas e atores da sociedade civil sobre o caso do DAS". Acrescenta que ela "encontrará, entre outros, o Vice-Presidente Angelino Garzón, o presidente da Corte Suprema de Justiça, Camilo Humberto Tarquino, o diretor do DAS, Felipe Muñoz, e os membros do Coletivo de Advogados José Alvear Restrepo".
O contato com este duvidoso cenáculo, vindo ao menos desde que se descobriram suas confusões, negociatas, falsos testemunhos e usurpações vergonhosas nos processos sobre o Palácio da Justiça, deve chamar a atenção dos cidadãos. O comunicado da FIDH diz que a euro-deputada "chamaria a atenção sobre a segurança e o respeito das vítimas e de seus representantes no marco dos processos em curso". Quer dizer, a líder verde está em Bogotá para aumentar a pressão sobre as sentenças em segunda instância que estão pendentes, nos casos do coronel Plazas Vega e do general Arias Cabrales.
A euro-deputada não está interessada em estudar o caso do Palácio da Justiça. Muito menos quer abordar o tema da impunidade de que continuam gozando os chefes do M-19, autores desse crime terrível. Em sua página web, Isabelle Durant limita-se a fazer uma frase curta, cheia de erros, sobre esse episódio, o que mostra sua crassa ignorância do tema: "(...) o palácio da justiça, que foi o objeto de um terrível atentado há uma dezena de anos onde morreram magistrados e acusados presentes".
Essa é a arrogante euro-deputada que foi a Bogotá repartir ordens sobre como se devem fazer as coisas na Colômbia. Por isso a justiça na Colômbia é um terreno em ruínas.
Tradução: Graça Salgueiro
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