Mídia Sem Máscara
Erick Stakelbeck | 29 Outubro 2010
Artigos - Movimento Revolucionário
Chávez, parceiro do PT no Foro de São Paulo, Hezbollah e Al Qaeda: unidos no narcotráfico e na guerra assimétrica contra os Estados Unidos.
Cartéis poderosos fizeram fortunas com o tráfico de drogas ao longo da fronteira entre os Estados Unidos e o México. Agora, ditadores párias e grupos terroristas islâmicos estão seguindo seu exemplo.
A Al Qaeda, o Hezbollah e Hugo Chávez, o homem-forte da Venezuela, são diferentes em vários sentidos, mas compartilham um inimigo comum: os Estados Unidos. E de acordo com autoridades americanas, as drogas ajudam a ligar e financiar estas redes perigosas.
Tráfico de drogas transatlântico
O oeste da África é o centro de seus interesses neste negócio multi-bilionário. A região tornou-se uma rota para a cocaína destinada à Europa.
A Al Qaeda e o Hezbollah frequentemente oferecem segurança para as drogas depois que elas chegam à Africa. Mas os carregamentos ilegais vêm do hemisfério ocidental.
Roger Noriega, ex-membro do Departamento de Estado, disse à CBN News que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, sabe perfeitamente que navios carregados de drogas estão partindo do seu território. Noriega foi o embaixador dos Estados Unidos na Organização dos Estados Americanos durante o governo do ex-presidente George W. Bush.
"Atualmente, praticamente todos os vôos que vão para a África Ocidental carregando cocaína ou outras drogas vêm da Venezuela," diz ele.
"Temos provas esmagadoras e nosso governo tem sido leniente com o governo venezuelano, que está envolvido com o tráfico de drogas," continua Noriega. "Então, sabemos que o regime é cúmplice há anos e Chávez deve ter conhecimento e dar aprovação a esta espécie de tráfico.
"Este é um sujeito que afirma saber de toda vez que um barco da guarda costeira americana se aproxima de seu país ou (um avião) voa perto de seu território," ele acrescentou. "Como ele pode afirmar que não está sabendo de (Boeings) 737 sendo carregados no oeste da Venezuela? Ele deve saber desta espécie de tráfico, porque é muito substancial."
Noriega também disse à CBN que Chávez tem ligações antigas com os traficantes de drogas colombianos.
"É fato sabido que antes mesmo de ser presidente ele tinha ligações com as guerrilhas e estes narcotraficantes," diz ele. "E ele basicamente tornou o território venezuelano prontamente disponível para eles escoarem cocaína e outras drogas."
'Porto' Venezuela
Relatórios recentes tanto das Nações Unidas quanto do Departamento de Estado americano revelam que a Venezuela tornou-se um grande traficante para a Europa e outras partes.
"E não está indo só para o oeste da África," diz Noriega. "Está subindo pelo Caribe, atravessando a América Central e chegando aos Estados Unidos. A cumplicidade de Chávez com o tráfico de drogas é um modo barato de ele praticar guerra assimétrica contra seus oponentes, incluindo os Estados Unidos."
Uma autoridade africana com conhecimento do tráfico de drogas transatlântico disse à CBN News que navios carregados com drogas fazem milhares de viagens todos anos, a partir do noroeste da Venezuela, rumo ao oeste da África. Outros carregamentos chegam através de vôos clandestinos e outros por barcos de pesca.
Quando eles chegam ao oeste da África, as drogas são transportadas para o norte, rumo ao destino final: a Europa - onde a demanda por cocaína esta explodindo.
"O oeste da África é o local óbvio para onde eles podem trazer suas drogas, dividi-las e então levá-las à Europa," diz Rudy Atallah, ex-diretor da área de contra-terrorismo do Departamento de Defesa americano e atualmente diretor-executivo do White Mountain Research.
Atallah disse à CBN News que, quando as drogas chegam à África, grupos terroristas islâmicos muitas vezes já estão esperando de prontidão.
"A Al Qaeda basicamente cobra pela passagem das drogas através de seu território," ele explica.
Aprendendo com o Hezbollah
Este território é normalmente chamado de Magreb Islâmico, indo desde o Marrocos até a Líbia, descendo até o Mali. A área também serve de base para a Al Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI).
"Há uma sinergia entre os traficantes de drogas e a AQMI," diz Atallah. "Agora, a AQMI não usa as drogas. A AQMI não acredita no uso de drogas. Mas é um meio de ganhar dinheiro."
Devido ao ataque global contra suas fontes de financiamento, a Al Qaeda tem se voltado cada vez mais para as drogas para financiar suas operações.
Três membros da Al Qaeda originários do norte da África confessaram os crimes de tráfico de drogas e terrorismo em um tribunal federal americano. Eles admitiram ter trabalhado com traficantes colombianos.
"Este acesso a dinheiro dá à Al Qaeda a capacidade de atacar alvos fáceis na África," diz Atallah. "E os alvos fáceis podem ser embaixadas americanas, embaixadas israelenses, francesas, britânicas -- quaisquer alvos "abertos" na África. E alvos na Europa, também."
A Al Qaeda está seguindo o exemplo de outro grupo terrorista islâmico próximo, o Hezbollah, que há anos usa dinheiro do tráfico de drogas para financiar operações.
"O Hezbollah se infiltrou por todo o oeste da África, começando pelo Senegal," diz Atallah. "Eles têm um amplo leque de conexões com os traficantes de drogas. E assim, há um fluxo natural quando se tem facilitadores do Hezbollah na África para transportar as drogas que vêm da América Latina para o oeste da África e depois para a Europa."
O tráfico de drogas é só uma entre as muitas fontes de renda do Hezbollah na África.
"O Hezbollah está envolvido com o tráfico de diamantes, está envolvido com ouro, está envolvido com todo tipo de contrabando que você puder imaginar," diz Atallah. "Todo o dinheiro que o Hezbollah ganha vai para o Líbano, para o sul do Líbano, para fazer a guerra contra Israel, para promover sua agenda."
Vistas grossas dos Estados Unidos?
Noriega diz que, em última análise, o elo entre drogas e terrorismo tem sua origem no Ocidente e o governo dos Estados Unidos deve ter mais iniciativa em combatê-lo.
"Sobretudo esta administração, e francamente, ali pelo fim da administração Bush, a política em relação à Venezuela foi de ignorá-la," explica Noriega. "E, para ser bem franco, esta inação e desatenção tem servido de estímulo."
A CBN News entrou em contato com a embaixada da Venezuela em Washington para ouvi-la sobre o assunto e foi instruída a consultar um breve relatório no site da embaixada, na internet.
"Os Estados Unidos estão politizando o combate às drogas (...) (e) desqualificando os notáveis esforços e resultados produzidos pela Venezuela nesta questão," afirma o documento.
Ele acrescenta que as apreensões de drogas na Venezuela "aumentaram em 40 por cento" desde que o país deixou de trabalhar com a Agência Americana de Combate às Drogas, em 2005.
A Venezuela deportou dois suspeitos de tráfico de drogas para os Estados Unidos no mês passado, mas o governo americano acredita que é necessária mais cooperação.
Sanções contra a Venezuela por sua cumplicidade com o contrabando de drogas foram cogitadas durante o presidente George W. Bush, mas a administração Obama parece relutante em ir nesta direção.
Erick Stakelbeck: CBN, 26 de outubro de 2010
Artigo original AQUI.
Tradução: DEXTRA.