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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Nova Ordem Mundial: revolução cultural e política

Mídia Sem Máscara

Marcus Boeira | 14 Outubro 2010
Artigos - Globalismo

Não há dúvida de que uma parte da maçonaria e outras sociedades secretas e discretas do ocidente contribuíram decisivamente para o desmantelamento da Igreja Católica nos últimos três séculos. Formas alternativas de institucionalização do gnosticismo foram promovidas ao longo da modernidade ocidental de um modo avassalador. O Ocidente, à beira de uma nova ordem mundial orquestrada por grupos como o Clube de Bilderberg, caminha para a destruição completa não só da Igreja de Roma, como também de toda a cristandade de um modo geral.

É claro que a consumação disso dependerá da permissão de Deus. Porém, considerando os aspectos dessa questão relativos à natureza revolucionária de seus agentes, vemos que intentos destes são de uma diabolicidade atroz. Começaram pela filosofia e pela cultura, quando as teses ditas iluministas prepararam a Revolução Francesa. A continuidade veio, de forma mais marcante, com o fomento das internacionais socialistas e do marxismo cultural, desenhado patologicamente por aqueles interessados em estabelecer uma "novus ordo seclorum".

Também avançaram com o chamado empirismo mitigado, com algumas facetas do liberalismo inglês e com as formas liberais peninsulares que chegaram no novo mundo (nas Américas) após a Constituição de Cádiz de 1812 e as revoltas das Cortes no Porto em 1820. Por fim, avançou sob variadas formas no século XX: o romantismo, o idealismo, o existencialismo, o estruturalismo, dentre outras.

Todo esse esquema, acusado por muitos de "mera conspiração", está se desenrolando diante de nossos olhos, por meio dos media e das universidades, que se transformaram em templos de propagação da mentira e da estupidez.

Ricardo de la Cierva, grande historiador espanhol, em seus renomados livros Los Signos del Anticristo e Las Puertas del Infierno, demonstra com detalhes esse plano diabólico costurado para o aniquilamento da cristandade, transformando o antigo orbe cristão em um mundo secularizado. Com esse objetivo em mente, os planejadores globais utilizam-se dos meios de comunicação e do cenário político continental, bem como das infiltrações de grupos anticristãos em instituições cristãs para acelerar o desmoronamento da fé cristã, como foi o caso, por exemplo, da invasão do marxismo cultural dentro da Sociedade de Jesus para desestruturá-la propositadamente.

A Companhia, antigo braço apologético da Igreja contra a Maçonaria especulativa, abriu as portas para o recebimento de um dos maiores inimigos da Cristandade. La Cierva denuncia a criação do instituto denominado "Fe y Secularidad", dentro da Companhia de Jesus, com o intuito de estabelecer um diálogo entre o cristianismo e o marxismo, mas que, ao longo das décadas de 70 e 80 do século passado, foi se tornando cada vez mais assinalada pelo marxismo cultural. E isso se evidenciava pela práxis do instituto, que segundo o autor assinalara-se pelo "princípio de um sinal marxista-cristão de caráter revolucionário". Esse processo rompeu as paredes do instituto interno e logo a ordem inaciana viu-se destruída em suas raízes tradicionais.

Em outra obra, Goodbye Goodmen, Michael S. Rose demonstra de que forma os "liberals" (esquerdistas norte-americanos) tomaram a Igreja Católica nos país, levando a ruína para dentro dos seminários. Diante disso, cabe a pergunta: será que a "nova era" (movimento revolucionário contra a Verdade) foi um evento que surgiu do nada, ou foi um ataque coordenado e previamente pensado pelos financiadores da destruição da cultura cristã? La Cierva afirma que

nem a ciência, nem pois a filosofia moderna nasceram e se desenvolveram contra a religião, nem por sua vez contra a Igreja. Temos visto com toda clareza ao traçar as linhas mestras de sua evolução, paralelas algumas vezes, entrecruzada em outras. E muito embora no século XVIII, tomando como bandeira o predomínio da Razão e a supremacia da Ciência, se desencadeou contra a religião e contra a Igreja católica uma ofensiva sem precedentes que logrou o desmantelamento cultural, político e social da Igreja e desembocou na terrível persecução declarada e consumada pela Revolução Francesa, a mais cruel e exterminadora desde os tempos de Diocleciano e a extinção do florescente cristianismo norteafricano pelo Islã na Alta Idade Média".

Sabemos que ao largo de dois milênios a cristandade encontrou muitos anticristos, e esta é uma razão para alguns de seus altos e baixos. Assim como no passado os gnósticos tentaram levar heresias para dentro da Igreja, na era atual o objetivo ocultista e maquiavélico de transfigurar a história humana de uma era pisciana para uma aquariana, como eles mesmos dizem, demonstra que o agir oculto do reino das trevas está a levar o desmantelamento da Igreja não apenas para aquilo que os elitistas do Bilderberg Club e outros conspiradores globalitas acreditam ser um paraíso perfeito de acordo com suas mentes doentias, senão também para a criação de uma nova ordem política internacional, constituída em contraposição ao legado ocidental de mais de dois mil anos.

Esse legado está nos modelos políticos das antigas cidades gregas (pólis), nas unidades políticas modernas (Estados-Nação), bem como nas demais formas de organização do poder, como Reinos e Impérios, constituídos de acordo com uma filosofia política que se identificava com uma teologia da história, mas que agora são entendidas pelos globalistas como formas políticas inadequadas para o tempo presente.

Portanto, mesmo dentro de um padrão revolucionário de ódio contra a tradição e, assim, contra a verdade constitutiva da história, os inúmeros movimentos revolucionários existentes possuem um ponto comum de conexão: todos eles objetivam a inversão da estrutura da realidade tal como a conhecemos. E, nesse intento, suas articulações internas e ações estratégicas unem-se para essa finalidade política.

Vejamos, por exemplo, o caso da constituição da autoridade civil, bem como das instituições organizadoras do poder. Segundo a herança ocidental, o centro gravitacional do poder político deve estar imantado o mais próximo da comunidade política local (lição perene do princípio da subsidiariedade). Já no mundo construído pelo imaginário ocultista e bizarro dos Bilderberg´s e dos movimentos revolucionários, o centro de poder deve estar o mais distante da sociedade concreta, a fim de permitir uma maior concentração de poder nas instituições internacionais. É claro que o objetivo não poderia ser outro: a instalação de um poder político de abrangência mundial, voltado para coordenar a humanidade e manipulá-la em concordância com os interesses egoístas de uma elite poderosa.

O desmantelamento da Igreja é proposital por que, para chegar à esse objetivo, precisam "mudar a civilização", transformando-a conforme suas idéias fechadas e modelos esquematizados em planilhas, de maneira a destruir a família, a propriedade, a vida natural (e não artificial, como querem os media), o matrimônio e a tradição. Querem acabar com esse legado, criando um "admirável mundo novo", como já dizia Huxley. Muitas são as iniciativas desses grupos para desmantelar a Igreja. Na América latina, por exemplo, a Teologia da Libertação encarregou-se de politizar e imanentizar o corpo místico de Cristo, querendo, com isso, determinar histórica e materialmente o plano de salvação segundo conceitos e práticas revolucionárias, como se a fé - o firme fundamento das coisas que não se vêem (Hb 11,1) -, fosse deslocada para uma convicção naquilo que se está vendo e realizando politicamente, para transformar a sociedade e, dessa forma, alocar uma salvação político-ideológica na própria história.

Na Europa, o sucesso da teologia revolucionária de Renold Blank e J. Moltmann, bem como das doutrinas heréticas de Hans Küng, ajudaram a canalizar setores da Igreja para a chamada Nova Era, com maior apreço para o ambientalismo e o ecumenismo.

Em todas as partes, uma onda de revolução contra a tradição se intensificou nos últimos trinta anos. O movimento feminista, a revolução cultural cujo momento-síntese foi o festival de Woodstock (com sua descarada apologia do uso liberado de drogas e instrumentos bioquímicos utilizados para gerar uma alienação da realidade), o apoio ao aborto, ao que chamam de formas não convencionais de casamento, ao direito dos animais (com o charlatanismo intelectual de Peter Singer), não apenas mostra um ódio contra a Igreja e contra a constituição mesma da ordem da realidade, senão também o estado patológico a que os artífices e participantes desses movimentos estão imersos.

Até mesmo nas universidades, uma onda de tecnicismo e de mercantilismo transformou o ensino em palco de pregações ora revolucionárias, ora laborais (não poderia ser diferente!). O surto de revolta contra a ordenação equilibrada dos fenômenos sociais, bem como dos modos de legitimação dos tipos sociais existentes, é visto pelos newagers como uma etapa a ser superada.

Não há mais liberdade para discordar; só há liberdade para se liberar!

Mutatis mutandis, há uma imposição velada da opinião sobre a verdade efetiva. Uma obrigação de consciência determinada pela "Nova Era" acerca de dados da existência humana que, antes, eram bem compreendidos pela tradição, mas que agora possuem um componente ideológico que os preenche segundo os padrões invertidos dos gnóstico-revolucionários.

Esse plano diabólico, engendrado pelas elites que controlam o CFR (Council of Foreign Relations), a Comissão Trilateral, dentre outros órgãos voltados para a promoção intelectual, cultural, política, econômica e comercial de uma concentração de poder na seara internacional, está a realizar uma massiva e paulatina destruição das soberanias nacionais por meio da transferência de funções político-jurídicas para as instituições internacionais, rumo a uma crescente centralização do mando em âmbito mundial. Também subsidiam instituições culturais cuja única meta é a de reescrever a história, tentando tratá-la como se a tradição fosse o bode expiatório da civilização.

O ataque de dois lados, na cultura e na política, mutuamente agredidas no centro mesmo de suas respectivas naturezas, explica-se na medida em que percebemos que, para destruir a civilização cristã, corroem seus lados imanentes mais duradouros e permanentes na história: as instituições políticas locais e os símbolos culturais representativos da existência das sociedades.

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