Arizona
Mídia Sem Máscara
| 28 Abril 2010
Internacional - Estados Unidos
Se alguém chega ilegalmente, que já desde a entrada burla as leis do país, que tipo de cidadão será no futuro? Acrescente ainda que muitos ilegais estão envolvidos em (outros) crimes, e tem-se uma receita para o caos social.
Escrevo hoje sobre uma questão complexa, a imigração ilegal aos EUA. Como todos devem saber, o estado do Arizona criou uma nova lei contra os imigrantes ilegais. Ou melhor: a única coisa que fez foi tomar para si o cumprimento de uma lei que deveria ser responsabilidade federal: considerar os ilegais como... ilegais. É claro que, nestes dias que correm, quase todos os preferem chamar de "indocumentados" e os consideram vítimas de "preconceito", como se fosse apenas a maldade dos Republicanos que os impedisse de ter os mesmos direitos que qualquer outro cidadão. Em recente protesto nas ruas contra a medida, um estudante de Ciências Políticas afirmou: "essa lei criará um estigma contra os indocumentados!". Lamento informar ao rapaz, mas há tempos que existe um estigma contra eles. Todos os que pagam imposto, bem como os imigrantes legais, não estão nem um pouco contentes com quem fura a fila, não paga nada e ainda assim recebe os mesmos direitos do que os outros.
Sim, é verdade que a maioria desses imigrantes são apenas pessoas que desejam melhorar de vida, que saem de um país pobre e terceiromundista em busca de maiores oportunidades, e não há como não ter simpatia em alguns casos. Por outro lado, se todos têm o direito de chegar e se estabelecer no país, quando é que a coisa pára? Afinal, há seis bilhões de pessoas no planeta...
Em recente pesquisa feita no México, 50% da população afirmou que desejava emigrar para o país do norte. Nesse caso não seria mais fácil anexar o México? Ao menos os EUA aumentariam seu território e teriam acesso a praias de água mais cálida.
Tem mais. Se alguém chega ilegalmente, que já desde a entrada burla as leis do país, que tipo de cidadão será no futuro? Acrescente ainda que muitos ilegais estão envolvidos em (outros) crimes, e tem-se uma receita para o caos social.
Obama, curiosamente, não gostou da lei. (Obama é presidente dos EUA ou do México?) Muitos outros políticos Democratas tampouco gostaram. Os muçulmanos não gostaram. Nem a The Economist gostou, para não falar do New York Times.
A lei ilustra ainda uma outra tendência: os Estados querendo cada vez mais legislar em causa própria, contra o que vêem como tirania federal. Vem mais por aí. O Estado da Flórida quer repelir nas suas fronteiras a obrigação do Plano de Saúde de Obama. E o mesmo estado do Arizona instituiu uma outra lei, esta exigindo que os candidatos à presidência apresentem seu certificado original de nascimento. O que complicaria as coisas para Obama em 2012. (Arizona parece estar na vanguarda da luta anti-Obama.)
Simpatizo mais com os mexicanos do que com os muçulmanos, e, como estrangeiro, não posso ser um nacionalista xenófobo. Além disso, acho a cultura popular americana um pouco vazia (prefiro a cultura européia). Mas, por mais que se queira distorcer as palavras, imigrantes ilegais... são ilegais. E em épocas em que não há dinheiro ou empregos, não há como convencer a população local a recebê-los de braços abertos.
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