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domingo, 13 de junho de 2010

Difamar Israel, um ato cidadão

Mídia Sem Máscara

O colunista jamais contraria o uso de crianças por parte do Hamas e Hizbollah, nem mesmo ao apedrejamento de mulheres, mas basta Israel defender seus cidadãos, que sai da frente: VM torna-se procurador dos árabes terroristas.

O jornalista Valdemar Menezes, em sua coluna Concidadania publicada no jornal O Povo do último domingo, repete a ladainha contra Israel exalando o ar indignado dos que falam em nome da comunidade internacional. Pensei em escrever uma réplica, mas o Saulo Tavares, diretor de comunicação da Sociedade Israelita do Ceará, já o fez e certamente melhor do que eu poderia. Seguem os trechos da coluna do Valdemar (grifos meus) e os comentários feitos por Saulo no Povo online:

"A semana foi tomada pela repercussão do ataque, em águas internacionais, de Israel contra uma flotilha de barcos que se dirigia à faixa de Gaza para levar
ajuda humanitária à população palestina, que passa por enormes privações devido ao bloqueio imposto à região pelos israelenses. Os barcos conduziam manifestantes humanitários de várias partes do mundo, inclusive do Brasil. A morte de quase uma dezena deles, por soldados israelenses, sob o pretexto de que os manifestantes reagiram à repressão, chocou o mundo. Israel pode até ter o direito de saber se embarcações que se dirigem para a área trazem algum tipo de artefato que ameace sua segurança, mas não de impedir a chegada de suprimentos humanitários à população afetada. No máximo, seria possível aceitar que fossem estabelecidos mecanismos de controle das cargas levadas pelos navios, mas não impedir a entrega, pois é inaceitável o embargo que provoca fome e desespero na população civil palestina.

PREVISIBILIDADE
Israel
alega que suas tropas foram recebidas com paus, chaves de fenda e outros objetos usados pelos militantes das embarcações abordadas. Ora, em primeiro lugar, a forma da abordagem foi errada (por assalto aéreo), pois acirrou os ânimos (???). Em segundo lugar, deveriam ter sido utilizados instrumentos adequados de contenção para manifestações de massa, como se faz contra passeatas ou aglomerações indesejadas. A possibilidade de existirem "cabeças-quentes" que sempre reagem nessas situações está dentro das expectativas das manifestações políticas de massa (como acontece em qualquer passeata). Mas, essa reação não pode ser enfrentada com armas mortíferas. Isso é praxe nas forças de segurança, no mundo inteiro. Israel errou, e causou indignação geral."

Agora, Saulo Tavares:

1- O curioso no comentário acima é a mostra de total falta de conhecimento do assunto por parte do responsável pela coluna ou, em caso contrário, sua absoluta e clara má vontade para com Israel. É dito que o país "impede a chegada de suprimentos humanitários à população de Gaza", porém o atual bloqueio visa inibir a produção de foguetes pelo Hamas e evitar a entrada de armas e munições que possam ser utilizadas pelo grupo contra Israel (o Egito também bloqueou a sua fronteira terrestre com Gaza). Ao contrário do que é afirmado pela coluna Concidadania, os suprimentos tem entrado em Gaza em bases regulares, por via terrestre, atendendo às necessidades que a situação de beligerância permite, tendo sido inclusive oferecido à flotilha a opção de desembarque em porto israelense e, após inspeção da carga, seu envio ao território sob jugo do Hamas (o governo de Israel, antes dos navios chegarem à costa israelense, disse que poderia enviar a ajuda humanitária sem custo nenhum para Gaza, desde que a mesma passasse por checagem antes).

2 - A flotilha foi avisada que deveria seguir para Ashdod e como a resposta foi negativa a marinha israelense agiu de acordo com o San Remo Manual on International Law Applicable to Armed Conflicts at Sea (12 June 1994):

'It is permissible under rule 67(a) to attack neutral vessels on the high seas when the vessels are believed on reasonable grounds to be carrying contraband or breaching a blockade, and after prior warning they intentionally and clearly refuse to stop, or intentionally and clearly resist visit, search or capture'.

E também com os Acordos de Oslo. Outra tolice na coluna é a tentativa de contestação da agressão sofrida pelos soldados israelenses que abordaram o barco do Hamas (O comboio "humanitário" consistia de seis navios. O único no qual houve o incidente com mortes foi aquele organizado pelo grupo IHH -Insani Yardim Vakfi, 'fundo de ajuda humanitária', organização turca que têm ligações com Al qaeda, Hizbollah, Irã e Hamas, portanto tendo entre seus integrantes terroristas daquele grupo. Todos os outros navios aceitaram pacificamente se dirigir ao porto de Ashdod, para que as mercadorias fossem checadas, e depois enviadas para Gaza. Aquele não aceitou).

3 - Em vídeo amplamente divulgado pode-se ver claramente que os "manifestantes humanitários" atacaram os soldados de Israel, depois de esgotadas as negociações. Foram mostradas imagens pela televisão dos "manifestantes humanitários" a bordo do navio, em que estes recebem os soldados com socos e tiros, além de facadas e golpes de porretes e barras de ferro. Mal os soldados desembarcam pacificamente são atacados, ao contrário do que concidadania, a liga árabe e seus aliados estão argumentando (que o exército israelense entrou atirando e etc...). Fala-se do filme, mostra-se o filme, fica confirmada a agressão. Mas o texto de condenação a Israel, sem matizes, segue adiante. O autor fala da "possibilidade de existirem cabeças-quentes" que "sempre reagem" no grupo. Ora, o que é mostrado no vídeo é quase o linchamento dos militares antes de sua reação. Uma ação planejada com frieza e que buscava exatamente criar a situação apresentada. Plano de um grupo com objetivo bem definido e não a ação impulsiva de "cabeças-quentes"... O mais engraçado, no entanto é a indicação de que a forma de abordagem, "assalto aéreo", foi errada e foi o que "acirrou os ânimos". Ora meu caro, os ânimos já vinham acirrados e já havia a disposição à reação violenta e jamais à negociação, não importando o modo como Israel agisse, o objetivo não era prestar ajuda humanitária a Gaza e sim criar uma questão internacional. A prova cabal da armação veio no final da tarde desse domingo (06/06/2010) quando o Irã, financiador do hamas, país que ameaça constantemente Israel de aniquilação ofereceu escolta às próximas flotilhas que se dirigirão a Gaza. Concidadania errou feio dessa vez.

Iiiiiihhh. Agora complicou, Valdemar... "Cineasta brasileira que estava na 'Flotilha humanitária' admite: 'Não tenho imagens incriminatórias contra Israel'. De volta aos EUA, onde mora, a cineasta brasileira Iara Lee admitiu que as imagens colhidas por sua equipe durante a reação israelense à flotilha Mavi Marmara, que tentou furar o bloqueio em Gaza, não condenam o Exército de Israel."

O leitor Diego Almeida continua:

Saulo, o VM é um desses gauches de boutique, seus comentários se baseiam em oba-oba e preconceitos esquerdistas, um deles é o anti-semitismo. O colunista jamais contraria o uso de crianças por parte do Hamas e Hizbollah, nem mesmo ao apedrejamento de mulheres, mas basta Israel defender seus cidadãos, que sai da frente: VM torna-se procurador dos árabes terroristas.

O que me admira é que se coletarmos as opiniões de VM nos últimos cinco anos leremos uma sequencia de engolimento de moscas, que vão do irrestrito apoio ao fascismo chavista ao apoio oblíquo à destruição de Israel (não implica nisso apoiar Ahmadinejad)? E ele ainda é editor sênior do jornal.

Saulo finaliza:

Na verdade há bem mais tempo. Desde 2002, no episódio dos atentados com homens bomba. Ele se manteve calado durante 14 meses enquanto a população de Israel era alvo de atentados praticamente diários. Bastou Israel reagir para que O Povo começasse uma violenta campanha antiisraelense com editoriais, artigos, comentários e charges condenatórias, o que me obrigava a um contato diário com a ombudsman da época. A largada foi dada justamente por Concidadania... De lá para cá o que mudaria?

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