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quinta-feira, 31 de março de 2011

Individualistas e coletivistas

Mídia Sem Máscara

Olavo de Carvalho | 31 Março 2011
Artigos - Cultura

Os termos "individualismo" e "coletivismo" não expressam princípios de ação lineares e unívocos, mas dois feixes de tensões dialéticas, que se exteriorizam em contradições reais cada vez que se tente levar à prática, como se isto fosse possível, uma política linearmente "individualista" ou "coletivista".

Conforme anunciei, vão aí algumas notas para a próxima rodada do debate com o professor Aleksandr Duguin, ideólogo político russo pertencente à escola contemporânea de geopolítica russa comumente designada por "neo-eurasianismo". (Este debate, em forma de texto, pode ser acompanho em http://debateolavodugin.blogspot.com) . Comecei minha mensagem inaugural apontando a assimetria entre um indivíduo isolado, que fala apenas em seu próprio nome, e o líder que expressa a vontade política de um partido, de um movimento, de um Estado ou de um grupo de Estados.

O prof. Duguin viu aí a cristalização simbólica da oposição entre individualismo e coletivismo, Ocidente e Oriente. Essa não me parece ser uma aplicação correta das regras do simbolismo, que tanto ele quanto eu aprendemos em René Guénon.

Um simbolismo genuíno deve respeitar as fronteiras entre distintos planos de realidade, em vez de confundi-los. Onde o prof. Duguin viu um símbolo, eu vejo apenas uma metáfora, e aliás bastante forçada.

O individualismo como nome de uma corrente ideológica é uma coisa; outra completamente diversa, sem nenhuma conexão com ela, é a posição de um ser humano na base, no meio ou no topo da hierarquia de comando. Desta não pode se deduzir aquela, nem ver na posição social de um indivíduo um "símbolo" da sua identidade ideológica real ou suposta. Caso contrário, todo escritor sem suporte numa organização política seria necessariamente um adepto do individualismo ideológico, incluídos nisso os fundadores do nacional-bolchevismo, Limonov e Duguin, no tempo em que começaram, solitários e ignorados do mundo, a especular suas primeiras ideias. Ser um indivíduo isolado é uma coisa; ser um individualista é outra, quer tomemos a palavra "individualista" no sentido de hábito moral ou de convicção ideológica. A dedução implícita no "simbolismo" que o prof. Duguin acredita ter encontrado é um perfeito non sequitur. O simbolismo autêntico, segundo René Guénon, deve ir para além e para cima da lógica, em vez de ficar abaixo das suas exigências mais elementares.

Mais ainda, em vez de colar à força na minha lapela o distintivo de adepto do individualismo ocidental, o prof. Duguin poderia ter perguntado o que penso a respeito. Afinal, a liberdade de expressão num debate não consiste apenas no poder que cada um dos debatedores tem de responder "x" ou "y" a uma questão dada, mas também, e eminentemente, na sua possibilidade de rejeitar a formulação da pergunta e recolocar a questão toda desde seus fundamentos, conforme bem lhe pareça.

Na minha modestíssima e individualíssima opinião, "individualismo" e "coletivismo" não são nomes de entidades históricas substantivas, distintas e independentes, separadas como entes materiais no espaço, mas rótulos móveis que alguns movimentos políticos usam para carimbar-se a si próprios e a seus adversários. Ora, a ciência política, como já afirmei, nasceu no momento em que Platão e Aristóteles começaram a entender a diferença entre o discurso dos vários agentes políticos em conflito e o discurso do observador científico que tenta entender o conflito (que mais tarde os agentes políticos aprendessem a imitar a linguagem da ciência não invalida em nada essa distinção inicial). Logo, nossa principal obrigação num debate intelectualmente sério é analisar os termos do discurso político para ver que ações reais se insinuam por baixo deles, em vez de tomá-los ingenuamente como traduções diretas e francas de realidades prontas.

Com toda a evidência, os termos "individualismo" e "coletivismo" não expressam princípios de ação lineares e unívocos, mas dois feixes de tensões dialéticas, que se exteriorizam em contradições reais cada vez que se tente levar à prática, como se isto fosse possível, uma política linearmente "individualista" ou "coletivista".

Desde logo, e para ficar só nos aspectos mais simples e banais do assunto, cada um desses termos evoca de imediato um sentido moralmente positivo junto com um negativo, não sendo possível, nem mesmo na esfera da pura semântica, separar um do outro para dar a cada um dos termos uma conotação invariavelmente boa ou má.

O "individualismo" sugere, de um lado, o egoísmo, a indiferença ao próximo, a concentração de cada um na busca de seus interesses exclusivos; de outro lado, sugere o dever de respeitar a integridade e a liberdade de cada indivíduo, o que automaticamente proíbe que o usemos como mero instrumento e coloca portanto limites à consecução de nossos propósitos egoístas.

O "coletivismo" evoca, de um lado, a solidariedade, o sacrifício que cada um faz de si pelo bem de todos; de outro lado, evoca também o esmagamento dos indivíduos reais e concretos em nome de benefícios coletivos abstratos e hipotéticos que em geral permanecem hipotéticos e abstratos para sempre.

Quando vamos além da mera semântica e observamos as políticas autonomeadas "individualistas" e "coletivistas" em ação no mundo, notamos que a duplicidade de sentido embutida nos termos se materializa em efeitos políticos paradoxais, inversos aos bens ou males subentendidos no uso desses termos como adornos ou estigmas.

O velho Hegel já ensinava que um conceito só se transmuta em realidade concreta mediante a inversão do seu significado abstrato.

Essa transmutação é uma das mais notáveis constantes da história humana.

O coletivismo, como política da solidariedade geral, só se realiza mediante a dissolução das vontades individuais numa hierarquia de comando que culmina na pessoa do guia iluminado, do Líder, do Imperador, do Führer, do Pai dos Povos. Nominalmente incorporando na sua pessoa as forças transcendentes que unificam a massa dos joões-ninguém e legitimam quantos sacrifícios a ela se imponham, essa criatura, na verdade, não só conserva em si todas as fraquezas, limitações e defeitos da sua individualidade inicial, mas, quase que invariavelmente, se deixa corromper e degradar ao ponto de ficar abaixo do nível de integridade moral do indivíduo comum, transformando-se num doente mental desprezível. Hitler explodindo de fúria ou rolando no chão em transes de delírio persecutório, Stalin deleitando-se de prazer sádico em condenar à morte seus amigos mais íntimos sob a alegação de crimes que não haviam cometido, Mao Dzedong abusando sexualmente de centenas de meninas camponesas que prometera defender contra a lubricidade dos proprietários de terras, mostram que o poder político acumulado nas mãos desses indivíduos não aumentou de um só miligrama o seu poder de controle sobre si mesmos, apenas colocou à sua disposição meios de impor seus caprichos individuais à massa dos súditos desindividualizados. A solidariedade coletiva culmina no império do "Indivíduo Absoluto" enaltecido por Julius Evola. E esse indivíduo, que a propaganda recobre de todas as pompas de um enviado dos céus, não é jamais um exemplo de santidade, virtude e heroísmo, mas sim de maldade, abjeção e covardia. O absoluto coletivismo é o triunfo do Egoísmo Absoluto.

O caso Jeremias Rocha

Mídia Sem Máscara

Matthew Cullinan Hoffman | 31 Março 2011
Notícias Faltantes - Denúncias

Leviandade e negligência. Acusado sem provas por algo que, objetivamente, nem crime é, jovem pastor amazonense foi detido e deixado em situação constrangedora e degradante. Agora, Jeremias Albuquerque Rocha está com problemas mentais sérios. Quem se responsabilizará?

Nota do tradutor: Em reação a esse caso bárbaro, LifeSiteNews, responsável pelo site Notícias Pró-Família, está em sua edição internacional em inglês convocando seus leitores a fazerem contato com as embaixadas do Brasil no mundo inteiro. Se você vive em outra parte do mundo e quer se manifestar, faça contato com as embaixadas brasileiras aqui.

AMAZONAS, Brasil, 28 de março de 2011 (Notícias Pró-Família) - Um pastor brasileiro da região do Amazonas ficou mentalmente doente depois de ser preso por bater em suas duas filhas, de acordo com reportagens dos meios de comunicação locais. Até recentemente, conforme noticiaram as reportagens, o pastor estava algemado a uma cama de hospital presidiário, onde ele era forçado até mesmo a fazer suas necessidades fisiológicas em frente dos funcionários.

Jeremias Albuquerque Rocha, que acabou de completar 26 anos, era um atuante pastor evangélico na cidade de Carauari até maio do ano passado, quando uma agente do conselho tutelar o denunciou por bater em suas filhas, pelo que ele foi acusado de "tortura".

Apesar de que nenhuma evidência física tivesse sido apresentada ao juiz, Rocha foi colocado em detenção preventiva, numa cela de prisão tão cheia de presos que ele era forçado a ficar de pé o dia inteiro, e tinha de dormir agachado no chão, que estava coberto de papelão.

Passaram-se meses sem nenhuma solução. Em nenhum momento se apresentou algum relatório médico documentando qualquer marca física [no caso de suas filhas] nem houve nenhum exame físico confirmando ferimentos - provas que a lei exige. Em agosto, Rocha havia, conforme as reportagens, começado a chorar e desmaiar dentro de sua cela. Quando foi levado a um hospital próximo e diagnosticado com doença mental, o juiz Jânio Tutomu Takeda se recusou a acreditar no diagnóstico, afirmando que Rocha estava "fingindo", e ordenou que ele fosse algemado à cama do hospital.

As reportagens mostraram que o juiz Takeda rejeitou os relatórios dos médicos enquanto a situação de Rocha estava se deteriorando. Em 9 de dezembro, os médicos deram dois relatórios sobre Rocha, diagnosticando-o com "graves ataques de pânico e profunda depressão, tentativas suicidas" e recomendando que lhe retirassem as algemas e que ele fosse transferido para uma instituição psiquiátrica especializada. Outro relatório foi dado em 21 de janeiro deste ano, notando a grave situação de Rocha e recomendando prisão domiciliar ou remoção para uma unidade especializada.

Apesar dos pedidos de seus médicos, Rocha continuou algemado à cama até 2 de fevereiro, quando seu pai entrou com pedido de habeas corpus e uma queixa formal diante da comissão de direitos humanos do Amazonas. Embora as algemas tivessem sido removidas, as reportagens mostraram que ele ainda tem marcas nos pulsos e pés e permanece em situação grave.

"Na semana passada, mais precisamente no dia 3 de março, Jeremias Albuquerque Rocha, que há dois anos era ministro evangélico em Carauari, um município 786 km distante de Manaus, completou 26 anos de idade, mas ele esteve alheio a data", conforme reportagem feita no começo deste mês pelo jornal Portal do Holanda. "Jeremias não lembrou do próprio aniversário, mal lembra do seu nome. Seu estado é catatônico, olhar preso ao teto ou ao chão, fica permanentemente calado, a não ser nos momentos em que entra em pânico, aos berros pede para não lhe colocarem algemas ou passa horas tendo repetidas crises de choro convulsivo".

Quando Epitácio da Silva Almeida, o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Amazonas, chegou em 3 de março para examinar Rocha e investigar o caso, o juiz Takeda de repente anunciou que ele já tinha dado a sentença em fevereiro, embora as reportagens tivessem mostrado que os autos processuais não foram achados em parte alguma e o veredicto jamais tivesse sido anunciado. Takeda disse que condenou Rocha e o sentenciou a seis anos e meio de prisão.

Almeida diz que planeja iniciar representação legal contra Takeda, e o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, João Simões, também prometeu tomar medidas legais no caso, depois de sua própria investigação.

Tradução: Julio Severo

Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com

Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/news/brazilian-pastor-condemned-to-prison-for-spanking-children-loses-mind

Democracia versus Liberdade

Mídia Sem Máscara

Walter Williams | 31 Março 2011
Artigos - Conservadorismo

Para destacar o quanto a democracia e o governo da maioria são ofensivos à liberdade, basta você se perguntar quantas decisões em sua vida você gostaria que fossem tomadas democraticamente.

Para mim é realmente nojento ouvir políticos, membros das classes conversadeiras nacionais ou internacionais e pseudo-acadêmicos elogiando os distúrbios no Oriente Médio como movimentos democráticos. Também ouvimos falar da democracia como a descrição de nosso próprio sistema político. Como os fundadores de nossa nação, eu acho a democracia e o governo da maioria uma forma desprezível de governo.

Você vai dizer, "Puxa, Williams, agora você precisa se explicar!"

Começarei por citar nossos fundadores acerca da Democracia. James Madison diz, no Federalista n. 10, que em uma democracia pura "não há nada que coíba a incitação ao sacrifício do partido mais fraco ou do indivíduo odioso." Na Convenção Constitucional de 1787, o governador da Virgínia, Edmund Randolph, disse "... que ao traçar estes males a suas origens, todo homem as tinha encontrado na turbulência e tolices da democracia." John Adams disse: "Lembre-se, a democracia nunca dura muito tempo. Ela logo se destrói, se esgota e se mata. Ainda não houve jamais uma democracia que não cometesse suicídio." Alexander Hamilton disse: "Estamos agora formando uma forma republicana de governo. A verdadeira Liberdade não se encontra nos extremos da democracia, mas em governos moderados. Se nos inclinarmos demais à democracia, logo vamos cair numa monarquia ou em alguma outra forma de ditadura."

A palavra "democracia" não aparece em nenhum lugar dos dois documentos mais fundamentais de nossa nação -- a Declaração de Independência e a Constituição dos Estados Unidos. O Artigo IV, Seção 4 de nossa Constituição assegura "a todo Estado nesta União uma Forma Republicana de Governo." Se você não quiser se dar ao trabalho de ler nossos documentos fundadores, basta se perguntar a si mesmo: Nosso juramento de lealdade à bandeira diz "a democracia que ela representa" ou "a República que ela representa?" Ou será que Julia Ward Howe cometeu um erro ao intitular sua Canção da Guerra Civil de "O Hino de Batalha da República?" Deveria ela tê-lo intitulado de "O Hino de Batalha da Democracia?"

Qual a diferença entre as formas republicana e democrática de governo? John Adams captou a essência quando disse: "Há direitos que antecedem todas as formas de governo mundano; direitos que não podem ser revogados ou limitados por leis humanas; direitos provenientes do Grande Legislador do Universo." Isto significa que o Congresso não nos concede direitos; seu trabalho é proteger nossos direitos naturais ou dados por Deus.

Por exemplo, a Primeira Emenda da Constituição não diz que o Congresso nos concederá a liberdade de expressão, de imprensa ou religião. Ela diz: "O Congresso não fará nenhuma lei concernente a um estabelecimento da religião ou a proibição do livre exercício da mesma; ou limitando a liberdade de expressão ou de imprensa..."

Compare a idéia de uma república com a de uma democracia. O (dicionário) Webster define uma democracia como "um governo pelo povo; particularmente: governo da maioria." Em uma democracia, a maioria governa seja diretamente ou através de seus representantes eleitos. Como em uma monarquia, a lei é o que quer que o governo determine que seja. As leis não representam a razão. Elas representam a força. Os limites se aplicam ao indivíduo ao invés do governo. Ao contrário do que se planejou em uma forma republicana de governo, os direitos são vistos como privilégios e permissões concedidos pelo governo e eles podem ser rescindidos pelo governo.

Para destacar o quanto a democracia e o governo da maioria são ofensivos à liberdade, basta você se perguntar quantas decisões em sua vida você gostaria que fossem tomadas democraticamente. Que tal: o carro que você dirige, onde você mora, com quem você se casa, se você vai ter peru ou presunto para a ceia de Ação de Graças? Se estas decisões fossem tomadas através de um processo democrático, o indivíduo médio veria isto como tirania e não liberdade pessoal. Será menos tirania o processo democrático determinar se você adquire um seguro de saúde ou coloca dinheiro de lado para a aposentadoria? Tanto para nós mesmos quanto para nossos semelhantes em todo o planeta, devemos advogar a liberdade, não a democracia que nos tornamos, onde um Congresso crapuloso faz qualquer coisa por meio da qual ele possa reunir uma votação majoritária.


Walter Williams,
NewsBusters, 23 de fevereiro de 2011

Original: Democracy Versus Liberty

Tradução: Dextra

quarta-feira, 30 de março de 2011

Planned Parenthood: aborto, racismo e eugenia

Mídia Sem Máscara

Steve Mosher | 30 Março 2011
Artigos - Aborto

Front Royal, Virginia (pop.org/Notícias Pró-Família): Todos nós vimos as gravações. Funcionários da Federação de Planejamento Familiar (Planned Parenthood) foram recentemente pegos em vídeo se engajando em atividades ilegais: colaborando com o tráfico sexual de menores de idade, acobertando estupro estatutário e até mesmo treinando meninas menores de idade a evitar revelar a idade dos homens adultos que as engravidaram.

Sabemos também que a Planned Parenthood é - sempre foi e sempre será - uma organização de aborto. Seus médicos aborteiros cometeram 337 mil abortos em 2009, ou mais de um para cada quatro abortos feitos nos EUA durante o curso daquele mesmo ano. De cada 100 mulheres grávidas que entram numa clínica da Planned Parenthood, 98 saem com o útero vazio. Em conclusão, sabemos que o negócio de aborto da Planned Parenthood é muito, muito lucrativo. Essa organização faz um "negócio" de um bilhão de dólares por ano. Só o aborto representa mais de um terço desse rendimento, muito embora apenas uma de cada 10 pacientes chegue até eles atrás de aborto. Outro terço do rendimento vem de você e de mim na forma de verbas e contratos governamentais. Como consequência dessa exploração, essa organização construiu aproximadamente um bilhão em ativos, tornando-a uma das mais ricas companhias "sem fins lucrativos" da história dos EUA, ao mesmo tempo em que ela empobreceu mais o resto de nós ao eliminar milhões de pessoas da nossa população. Mas o que talvez você não saiba é que a Planned Parenthood dos Estados Unidos é um grande protagonista no movimento internacional de controle populacional em sua própria força. A cada ano essa organização manda dezenas de milhares de dólares ao exterior para financiar campanhas de aborto, sem mencionar iniciativas legais e sociais para pressionar em favor da legalização do aborto em países com leis pró-vida, tais como as Filipinas.

Nisso a organização continua a seguir nos passos de sua fundadora, Margaret Sanger, que tinha total desprezo pelas "raças asiáticas", conforme ela e seus amigos do movimento eugênico as chamavam. Durante sua vida inteira, ela propôs que o número de asiáticos fosse drasticamente reduzido. Mas as preferências de Sanger iam além de raça. Em seu livro de 1922 "Pivot of Civilization" (Eixo da Civilização) ela descaradamente recomendou o extermínio de "ervas daninhas... que invadem o jardim humano"; a segregação dos "retardados e dos desajustados"; e a esterilização das "raças geneticamente inferiores". Foi mais tarde que ela selecionou os chineses como alvo de sua atenção, escrevendo em sua autobiografia sobre "a incessante fertilidade dos milhões de [chineses que] se espalham como praga".

Não dá para se duvidar que Sanger teria ficado descontroladamente entusiasmada com a política de um só filho da China, pois seu livro "Code to Stop Overproduction of Children" (Código para Deter a Produção Excessiva de Bebês), publicado em 1934, decretou que "nenhuma mulher poderá ter o direito legal de ter um bebê sem autorização oficial... nenhuma autorização oficial será válida para se ter mais que um bebê". Quanto à eliminação seletiva que o governo da China faz de bebês deficientes e abandonados, ela teria ficado encantada que Pequim tivesse dado ouvidos às recomendações que ela vinha fazendo por décadas exatamente em favor de tais políticas eugênicas.

Sanger não era alguém de sutilezas em tais questões. Sem rodeios, ela definiu o "controle da natalidade", um termo que ela havia inventado, como "o processo para extirpar indivíduos fisicamente desqualificados" com o objetivo de "criar um super-homem". Ela muitas vezes opinava que "a coisa mais misericordiosa que uma família grande pode fazer para seus bebês é matá-los" e que "todos os nossos problemas são a consequência do excesso de procriação na classe operária". Gente, ela estava se referindo a você e a mim.

Sanger frequentemente dava destaque para racistas e eugenicistas em sua revista, Birth Control Review (Examinando o Controle da Natalidade). Lothrop Stoddard, que era um dos colaboradores e também atuava na diretoria da entidade de Sanger, escreveu em seu livro "The Rising Tide of Color Against White World-Supremacy" (A Crescente Maré de Negros Contra a Supremacia do Mundo dos Brancos) que "temos de nos opor, de forma decidida, à infiltração asiática de áreas da raça branca e à inundação asiática das áreas não brancas, mas igualmente regiões não asiáticas habitadas pelas raças realmente inferiores". Cada edição de Birth Control Review vinha repleta de tais ideias.

Mas Sanger não estava contente em meramente publicar propaganda racista; a revista também fazia propostas de políticas concretas, tais como a criação de "comunidades de retardados", a produção forçada de filhos por parte dos indivíduos "qualificados" e a esterilização compulsória e até mesmo a eliminação dos "desqualificados".

As próprias opiniões racistas de Sanger eram males diferentes em seu ultraje. Em 1939 ela e Clarence Gamble fizeram uma proposta infame chamada "Birth Control and the Negro" (O Controle da Natalidade e os Negros), que afirmava que "as áreas mais pobres, principalmente no Sul... estão produzindo de forma alarmante mais do que sua parte [merecida] de futuras gerações". A "religião de controle da natalidade" dela, conforme ela escreveu, "aliviaria o peso financeiro de se cuidar, com verbas públicas... de bebês destinados a se tornarem uma carga para si mesmos, para suas famílias e no final das contas para a nação".

A guerra dos EUA contra a Alemanha, junto com as narrativas sombrias de como os nazistas estavam colocando em prática as teorias dela sobre "ervas daninhas humanas" e "raças geneticamente inferiores", apavoraram Sanger, que mudou o nome e a retórica de sua organização. O "controle da natalidade", com seu tom de coerção, virou "planejamento familiar". Os "desqualificados" e os "deficientes" se tornaram meramente "os pobres". A Liga Americana de Controle da Natalidade virou a Planned Parenthood dos Estados Unidos.

Depois da morte de Sanger em 1966, a Planned Parenthood se sentiu tão confiante em que tinha de forma segura enterrado seu passado que começou a se gabar do "legado de Margaret Sanger". E começou a entregar de modo esperto prêmios batizados com o nome de Maggie [o diminutivo do nome dela] para inocentes que muitas vezes não tinham a menor suspeita das reais opiniões dela. A primeira pessoa a receber tal prêmio foi Martin Luther King - que claramente não tinha ideia alguma de que Sanger havia inaugurado um projeto para "libertar" o povo dele - "libertá-los" de sua própria descendência. "Nós não queremos que vaze a informação de que queremos exterminar a população negra e o pastor evangélico é o homem ideal para dissipar confusões se algum membro mais rebelde da população negra chegar a suspeitar [de nossas intenções]", Sanger havia antes escrito para Gamble.

A boa notícia é que a aura de respeitabilidade de Sanger - e a da Planned Parenthood - finalmente se desgastaram.

É hora de cortar para sempre do orçamente federal essa organização racista, sugadora de dinheiro e que só pensa em aborto.




Nota:

1. Para mais detalhes, veja o documento em inglês "Defunding Planned Parenthood Fact Sheet" desenvolvido pela Fundação Chiaroscuro.

Tradução: Julio Severo

Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com

Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/news/want-to-stop-abortion-not-to-mention-racism-and-bigotry-defund-planned-pare

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