Os macarthistas frente a máfia do dendê
Mídia Sem Máscara
| 22 Março 2011
Media Watch - Folha de S. Paulo
É essa medíocre oligarquia artística e intelectual, subsidiada com o dinheiro do contribuinte, uma das razões para o atraso cultural e do país.
Jornalismo brasileiro, atualmente, é sinônimo de fraude, de informativo Pravda, aquele periódico divulgado pelos bolcheviques, na época da Revolução Russa. Uma boa parte dos jornais e jornalistas brasileiros, atualmente, não faria inveja aos soviéticos, em matéria de desinformação e mentiras. Todavia, nada se pode esperar da formação jornalística brasileira, senão esse tipo de psicologia totalitária que distorce a realidade para fins partidários e políticos. As faculdades de jornalismo estão povoadas de legiões marxistas. Os sindicatos de jornalistas são braços ideológicos de grupelhos comunistas. E mesmo as tentativas de restrição das atividades jornalísticas, através da obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, são dignas da ditadura cubana ou chinesa. Porém qual jornalismo sério aceitaria algo como o CFJ (Conselho Federal de Jornalismo) ou a Confecom, para inventar mecanismos de "controle social" (leia-se, estatal) da imprensa? Os jornalistas brasileiros, muitos deles formados pelos cânones do Partido Comunista ou do PT.
Um periódico que adere ao estilo "Pravda" de se fazer jornalismo é a Folha de São Paulo. Em particular, li, surpreso, o artigo de um comentarista, o Sr. Fernando de Barros, publicado no dia 19 de março de 2011, defendendo a liberação de subsídios públicos, na ordem de um milhão de reais, ao projeto cultural do blog da cantora Maria Bethânia. O articulista da Folha não se escandaliza. Como nas suas palavras, subsidiar o projeto tem sentido de lei, não passa pela cabeça dele algo como princípio moral e ético no uso do dinheiro público. E ainda ele acha que não se "desviou" dinheiro público. Não? Ora, se o Estado recolhe e deixa de receber seus ganhos através de impostos para financiar o que pode ser considerado o blog mais caro do Brasil (e quem sabe do mundo), como o dinheiro público não está sendo desviado do bolso do contribuinte? A diferença, apenas, é que o Estado ainda não recolheu previamente o tributo, isentou-se dele para repassar aos bolsos da cantora baiana. Nem por isso o fato em si de financiar um blog caríssimo destoa do princípio básico da moralidade pública em nossa Constituição. O patrocínio é visivelmente indecente e criminoso, por ser desproporcional e de má fé.
Fernando de Barros, chorando o leite derramado de Chico Buarque, como um típico chapa vermelha do PT, ainda faz coro à fraude do Prêmio Jabuti, em particular quando a companheirada esquerdista premiou a pífia obra literária do cantor, tudo em nome do corporativismo ideológico. Mas qual a acusação que o articulista faz àqueles que denunciam toda essa oligarquia cultural (nas palavras do jornalista Janer Cristaldo, a "máfia do dendê" [*]) ávida por dinheiro público para financiar seus projetos insignificantes? A de que os blogueiros são uns macarthistas! Sim! Nas palavras de Fernando de Barros, nós, os blogueiros descompromissados com os conchavos do poder em Brasília, somos macarthistas. E chulés. Decerto o articulista da Folha não poupou descrições: cheirou o odor de nossos pés. Os blogueiros esculacharam a Maria Bethânia e o Chico Buarque porque tudo não passa de mera "perseguição anticomunista", "caça às bruxas".
Curioso, porque Fernando de Barros poderia usar o imenso repertório de rótulos comuns dos partidos comunistas contra seus opositores, lá pela época do Grande Terror stalinista: fascistas, inimigos do povo, quintas-colunas, reacionários, diversionistas, sabotadores, etc. Ou quem sabe de "agentes pagos pela CIA", apesar de nunca termos visto nem o fantasma de um contracheque? No entanto, reconheçamos que dentro das rotulações, o Sr. Barros é bem mais "moderninho". Captou um novo tipo de estigma criado pela propaganda comunista dos anos 50 do século passado: o macarthismo. E claro, ainda somos inquisidores, já que caçamos bruxas e tocamos fogo nelas, nas palavras do jornalista pigmeu. Provavelmente, no juízo do articulista, queimamos qualquer mulher feia que vemos pela frente (embora Maria Bethânia seja um sinônimo de beleza que dispensa rótulos bruxelescos). Devemos dar o braço a torcer: o Sr. Fernando Barros representa a qualidade "Pravda" de jornalismo brasileiro. Só faltam criar o "Prêmio Stálin de Jornalismo" para ele!
Neste ponto, mais uma vez, faço minhas palavras as de Janer Cristaldo: proteger o meu, o seu, o nosso dinheiro contra os desmandos da "máfia do dendê" agora torna alguém anticomunista? Até certo ponto, não podemos negar-lhe razão: a maior roubalheira governamental do Brasil é feita pelos comunistas. E não é que Fernando de Barros, bem estruturado na mídia e num jornal paulista, pago só pra puxar o saco do governo e falar besteiras a granel, ainda diz que os blogueiros anônimos ou quase anônimos como eu pertencem a uma "direita cultural hoje bem estrutura na mídia"? Mas que mídia? Se não fossem os ventos libertários da internet e os custos baixíssimos de um blog, pessoas como eu ou mesmo Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo e Janer Cristaldo seriam indivíduos virtualmente desconhecidos do público. O pior de tudo é que o Sr. Barros é pago pra mentir e desinformar, ao beneplácito do jornal do Sr. Otávio Frias Filho. E nós, pobres figuras quase sem um tostão no bolso para financiar a tal "mídia estruturada", ainda somos acusados de "caçar bruxas" e ter poderes inquisitórios sobrenaturais? Claro, mídia "mal estruturada" mesmo é o blog caríssimo da cantora Maria Bethânia, com os seus milhões às custas do contribuinte.
O que se revela é que cada vez mais a internet incomoda os jornalistas e editorialistas incompetentes e seus jornais de grande circulação. Os homens talentosos deste país, boicotados, expulsos, preteridos pelos meios culturais, agora conquistam um público cansado das mentiras dos periódicos de grande divulgação, por intermédio de um meio barato e rápido de difusão de informações. Fernando de Barros faz parte desse jornalismo de mentirinhas "pravdavianas" para defender apaniguados da visível oligarquia cultural que ocupou centros de excelência na formação da opinião pública, em universidades, repartições públicas, entidades culturais e jornais do país. É essa medíocre oligarquia artística e intelectual, subsidiada com o dinheiro do contribuinte, uma das razões para o atraso cultural e do país. Com sua trupe de professores universitários e jornalistas vigaristas e bajuladores, essa turminha da "máfia do dendê" e de outras máfias culturais é a representação mais emblemática de nossa inépcia cultural.
[*] Nota do editor:
Quem de fato cunhou o termo "máfia do dendê" foi o jornalista Paulo Francis, falecido em 1997.
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