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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O poder ditatorial do Foro de São Paulo

Mídia Sem Máscara

O perigo a ser enfrentado são os arreganhos belicosos de Chávez e a posição do governo brasileiro que reclama da permissão colombiana para a utilização de suas bases enquanto, muito convenientemente, se omite quanto ao apoio da Venezuela e do Equador às FARC que, todos sabem, são parte integrante do Foro de São Paulo.

O estilhaçamento do Império Soviético foi marcado pela queda do Muro de Berlim em 1989. No ano seguinte, por influência de Fidel Castro, o PT convidou partidos e organizações de esquerda (inclusive guerrilheiras) das Américas Central e do Sul para discutirem num Foro, realizado em São Paulo/SP (daí o seu nome), a nova situação mundial, buscando o ressurgimento do domínio comunista sobre uma vasta área, de forma a compensar o que fora perdido na Europa Oriental.

Os principais líderes, Lula e Fidel, este ainda influente em que pese sua saúde precária, sempre deixaram claro que o objetivo principal do Foro, muito embora as profundas diferenças entre os países, é promover a integração econômica, política e cultural da região, culminando com a implantação do comunismo. Num primeiro passo, substituindo a democracia representativa pela plebiscitária e, após a instalação de regimes autoritários e/ou populistas, chegar à instalação de um ente político supranacional. É nesse sentido que deve ser vista a criação da UNASUL, do PARLASUL, do Conselho de Defesa da UNASUL , de um futuro Banco do Sul e, sem dúvida alguma, a pressão brasileira para incluir a Venezuela no MERCOSUL que, em verdade, não vai lá muito bem das pernas.

A grande e insofismável verdade é que parte dos integrantes do Foro de São Paulo, especificamente aqueles que se aninham sob as asas chavistas estão buscando, por todos os meios e modos, criar um clima de confrontação com a Colômbia, menos pelo apoio que ela recebe dos EUA e mais pelo sucesso que vem obtendo no combate às FARC, estas contando com o apoio tanto da Venezuela quanto do Equador. Na visão de tais energúmenos, atacada a Colômbia em duas frentes e sem contar com o apoio estadunidense, estariam criadas as condições para a concretização do sonho megalomaníaco de Chávez, qual seja a reconstituição da Grã-Colômbia dos áureos tempos de Bolívar. E as constantes viagens de Marco Aurélio Garcia, o "assessor para assuntos internacionais" do presidente brasileiro à Caracas, revelam que este não está tão ignorante com referência ao assunto quanto pretende fazer crer.

Vamos e venhamos: os EUA não estão instalando bases na Colômbia e sim utilizando instalações já existentes e que permanecerão sob o comando e o controle da Colômbia. De mais a mais, não serão 1400 homens, entre militares e civis norte-americanos, que desequilibrarão a balança do poder na América do Sul. O perigo a ser enfrentado são os arreganhos belicosos de Chávez e a posição do governo brasileiro que reclama da permissão colombiana para a utilização de suas bases enquanto, muito convenientemente, se omite quanto ao apoio da Venezuela e do Equador às FARC que, todos sabem, são parte integrante do Foro de São Paulo.

Depois do calote equatoriano, da expropriação das instalações petrolíferas na Bolívia, da humilhante rendição de Itaipu, assistimos ao cocalero Morales preparar-se para expulsar os agricultores brasileiros que vivem a até 50 km da fronteira e o "bispo" Lugo nada fazer contra as seguidas agressões aos "brasiguaios". E qual a reação brasileira? "Bravamente" protesta contra a interferência dos EUA na América do Sul, depois de acatar imposições de ONGs internacionais e de governos estrangeiros quanto à forma de dirigirmos a nossa casa. Agora, para mal dos pecados, aceitamos que nossa postura internacional seja ditada pelo Foro de São Paulo.

A grande e insofismável verdade é que, para não sermos taxados (na opinião do presidente brasileiro) de "imperialistas", aceitamos que nos tratem como marionetes, em nome de interesses que nunca foram ou são os nossos.

Olavo de Carvalho, profundo conhecedor do assunto, em um dos muitos artigos que escreveu sobre o FSP, formula uma pergunta que hoje é mais válida que nunca:Você acha mesmo que a organização que planejou e dirigiu a mais espetacular e avassaladora expansão esquerdista já observada no continente é um nada, um nadinha, no qual só radicais de direita ou teóricos da conspiração poderiam enxergar alguma coisa? Ou seja: a entidade que já domina os governos de nove países não admite, não suporta, não tolera que parcela alguma de poder, por mais mínima que seja, esteja fora de suas mãos. ... Com a maior naturalidade, como se fosse uma herança divina inerente à sua essência, o Foro de São Paulo, com a aprovação risonha do nosso partido governante, reivindica o poder ditatorial sobre todo o continente

A democracia corre risco no Brasil. Nas eleições vindouras, a continuarem os atuais candidatos, o Foro de São Paulo estará a um passo de concretizar seu domínio sobre o maior e mais importante país da América do Sul. Se tal acontecer, muito tempo passará antes que possamos demonstrar que não somos melhores nem piores que nossos vizinhos... Apenas diferentes.

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