A revolução pela farsa e o Estado de golpe
Mídia Sem Máscara
| 14 Agosto 2009
Artigos - Governo do PT
Com Sarney, o interesse privado promove assaltos pontuais aos cofres públicos, a bem do mandonismo local. Com Lula e o PT, os recursos públicos são drenados sistematicamente para a implantação de um Estado totalitário. Facilitando e promovendo a desmoralização das instituições republicanas, deixando que os escândalos se diluam uns nos outros e estabelecendo o circo, o PT camufla a finalidade do seu saque, por meio do qual, entre outras coisas, o MST vai se transformando num poderoso exército.
É impossível negar que a doutrina marxista e seus derivados são uma enorme farsa - talvez a maior de todos os tempos -, a despeito das imensas tragédias que ela provocou, desde que se tentou implantar a ditadura do proletariado, a moda de Lênin, no império russo. O marxismo é uma paródia espetacular de religião e ciência. Até aí nenhuma novidade. O que me parece novo é o fato de os órfãos de Lênin na América Latina estarem transformando a farsa num elemento central de sua estratégia revolucionária.
Promover a revolução por meio da farsa. Não é isso que líderes histriônicos como Hugo Chavez, Evo Moralez, Rafael Correa e Fernando Lugo estão fazendo? Seria cômico, se não fosse terrível... Atenhamo-nos a Chavez que é o exemplo mais evidente do que digo. O homem transformou a Venezuela num simulacro de democracia, por meio de referendos e plebiscitos cujos resultados, uma vez obtidos, são logo desautorizados por ele mesmo. Consulta-se ritualisticamente a vontade do povo para legitimar a imposição da vontade do dono do poder. Pura fancaria.
Ao mesmo tempo, Chavez alçou a Venezuela, junto às esquerdas internacionais, à condição que Cuba ocupou na década de 1960, de pólo exportador da revolução na América Latina. Para isso, utilizou-se fundamentalmente das mesmas armas que o velho Fidel Castro: guerrilha e conversa fiada. Por um lado, Chavez garante a sobrevivência das Farcs e, provavelmente, do Sendero Luminoso. Por outro, banca o parlapatão bravateiro, chamando George W. Bush de demônio e inventando doutrinas absurdas como o bolivarianismo ou o socialismo do século 21.
É esse mix farsesco de democracia e ditadura, de ação fascista e retórica socialista que tem conferido boa parte da legitimidade ao regime do Mussolini de Caracas, impedindo que ele seja caracterizado pela opinião pública internacional como o que ele realmente é. É a bufoneria que, em certa medida, o torna mais palatável àqueles que deveriam ser seus opositores no plano internacional. É difícil reconhecer que uma ameaça séria seja proveniente de um clown. Talvez seja até mais fácil tolerá-la.
No Brasil lulopetista, a estratégia da farsa segue caminho semelhante, mas me parece que o PT, na impossibilidade de dar um golpe de Estado, resolveu gerir um Estado de golpe, fazendo uma revolução lenta, gradual e segura. No âmbito das relações internacionais, transformaram o Itamaraty numa representação que defende os interesses estrangeiros, sem necessidade de qualquer contrapartida para o Brasil. Foi assim com a China e será com o Irã, do mesmo modo que é - de maneira ultrajante para o país - no caso do Paraguai e da Bolívia.
Mas alinhar o país aos bolivarianos, aos islâmicos e ao comunistas da China e da Coréia do Norte é só a ponta do iceberg, é só a parte mais evidente do que estou chamando de Estado de golpe. Internamente, o grande golpe é o assalto aos cofres públicos e o aparelhamento do Estado, o que tem sido feita de maneira sistemática, aproveitando-se farsescamente da idéia de que a corrupção é uma herança ibérica que não conseguimos deixar para trás.
Ora, a corrupção de Sarney e a corrupção de Lula podem ocorrer concomitantemente e conviver pacificamente, mas há uma grande diferença entre elas. Com Sarney, o interesse privado promove assaltos pontuais aos cofres públicos, a bem do mandonismo local. Com Lula e o PT, os recursos públicos são drenados sistematicamente para a implantação de um Estado totalitário. Facilitando e promovendo a desmoralização das instituições republicanas, deixando que os escândalos se diluam uns nos outros e estabelecendo o circo, o PT camufla a finalidade do seu saque, por meio do qual, entre outras coisas, o MST vai se transformando num poderoso exército.
Finalmente, o que me parece mais assustador, o assalto aos recursos públicos e a barganha com os oportunistas da política em nível federal, estadual e municipal, visa principalmente à eleição de Dilma Rousseff, que nada mais é que um clone de Lula com saias. Ou seja, a finalidade é manter as rédeas do poder nas mãos da máfia petista utilizando-se de eleições que fatalmente serão manipuladas, num arremedo de democracia de fazer inveja ao aiatolá Khamenei.
Não tenho dúvidas. Se vencer a corrida presidencial de 2010, as metas para os próximos quatro anos dessa corriola é continuar gerindo esse Estado de golpe e aumentar a interferência do Estado em empresas como a Vale e a Embraer, é aumentar as pressões contra a liberdade de imprensa, é - no váculo gerado pela desmoralização do Congresso - criar dispositivos análogos ao da lei habilitante bolivariana?
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