UnoAmérica cria comissão para investigar assassinato de ativistas
Mídia Sem Máscara
| 21 Dezembro 2009
Notícias Faltantes - Foro de São Paulo
Ironicamente, em 17 de dezembro de 2009, justo no mesmo dia em que Moya Lara e Graciano foram torturados e assassinados, a Corte Interamericana de Direitos Humanos emitiu uma resolução negando as medidas provisórias solicitadas 22 meses antes pelos defensores de direitos humanos.
Bogotá, 19 de dezembro - A União de Organizações Democráticas da América, UnoAmérica, anunciou hoje a criação de uma Comissão Internacional para investigar o vil assassinato dos defensores de direitos humanos, Manuel Moya Lara e Graciano Blandón, pelas mãos da Frente 34 das FARC, fato acontecido no passado 17 de dezembro.
Moya Lara e Blandón fizeram parte do grupo de afro-descendentes que denunciou na Procuradoria 14 de DDHH (Processo nº 2022) os vínculos existentes entre as FARC e a ONG Comissão Inter-eclesial de Justiça e Paz, liderada pelo sacerdote marxista Javier Giraldo. Além disso, denunciaram o deslocamento forçado e sangrento do qual foi vítima a população afro-descendente da bacia do rio Atrato em 1997 pelas mãos das FARC.
Em 4 de fevereiro de 2008, Moya Lara e Graciano viajaram à Costa Rica, para denunciar ante a Corte Interamericana de Direitos Humanos a ação das FARC e da mencionada ONG Comissão Inter-eclesial de Justiça e Paz, por suas ações criminosas contra as comunidades afro-descendentes de Curbaradó e Jiguamiandó.
Na mesma audiência, Moya Lara e Graciano solicitaram medidas provisórias para conseguir a proteção do Estado da Colômbia frente às múltiplas ameaças que desde muito tempo atrás se crivavam sobre suas vidas, as de suas famílias e as de seus representantes em Puerto Lleras e Pueblo Nuevo.
Ironicamente, em 17 de dezembro de 2009, justo no mesmo dia em que Moya Lara e Graciano foram torturados e assassinados, a Corte Interamericana de Direitos Humanos emitiu uma resolução negando as medidas provisórias solicitadas 22 meses antes pelos defensores de direitos humanos.
Frente a estes fatos tão deploráveis, UnoAmérica declara o seguinte:
Primeiro, manifestamos nossa condenação mais enérgica pelo cruel assassinato antecedido de tortura dos defensores de direitos humanos, Manuel Moya Lara e Graciano Blandón, pelas mãos da Frente 34 das FARC.
Segundo, instamos a Procuradoria Geral da Nação da Colômbia a investigar os fatos, assim como os possíveis vínculos do sacerdote Javier Giraldo com este massacre.
Terceiro, denunciamos a omissão cúmplice da Corte Interamericana de Direitos Humanos e a negligência do Estado Colombiano ao não outorgar as medidas provisórias solicitadas oportunamente pelos hoje mártires afro-descendentes, Manuel Moya Lara e Graciano Blandón.
Quarto, solicitamos outorgar o status de Alerta Prematuro, com medidas provisórias e de proteção efetiva a favor dos representados por Moya Lara e Blandón, entre eles as 231 famílias pertencentes aos Conselhos Menores de Puerto Lleras e de Pueblo Nuevo, a ao Conselho Menor de Bocas de Curbaradó, assim como as 450 famílias deslocadas representadas pelo "Comitê de Gestão para o Retorno".
Quinto, anunciamos a criação de uma Comissão Internacional para investigar os fatos acima mencionados, a fim de determinar as responsabilidades a que tenham lugar e executar as ações internacionais correspondentes.
Sexto, instituímos o dia 17 de Dezembro de cada ano, dia de luto humanitário em memória dos mártires afro-descendentes defensores dos direitos humanos, Manuel Moya Lara e Graciano Blandón.
Tradução: Graça Salgueiro
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