Novas pesquisas do Datafolha
Mídia Sem Máscara
| 25 Julho 2010
Media Watch - Folha de S. Paulo
Nivaldo Cordeiro comenta em vídeo o trabalho de desinformação executado por Clovis Rossi sobre a relação entre o PT e as Farc em sua coluna no jornal Folha de São Paulo do dia 24, e desafia o jornalista, notoriamente comprometido com o PT: "cada mentira que você disser, eu vou desmascarar". O articulista do MSM também dá seu parecer acerca da mais recente pesquisa do Datafolha para a sucessão presidencial.
Na edição de hoje (sábado, 24) da Folha de São Paulo o instituto de pesquisa que tem para mim a maior credibilidade (Datafolha) trouxe mais uma rodada de pesquisas. Vou analisá-las, pois há fatos novos relevantes para compreender as tendências do eleitorado. Deve-se ter em conta que as intensas manifestações ao longo da última semana, a partir das denúncias do candidato a vice, Índio da Costa, sobre as ligações de Lula e do PT com as FARC e o crime organizado, ainda não foram captadas. É certo que ao menos no segmento mais informado da opinião pública essas denúncias causaram grande impacto, que não foi medido pela pesquisas.
O primeiro ponto saliente é que os dois principais candidatos, José Serra e Dilma Rousseff, aparecem empatados (37% contra 36%), contrariando pesquisas divulgadas pelo Instituto Vox Populi, que apresentou resultado inverossímil, dando larga vantagem à candidata da situação, da ordem de 8%. A pesquisa do Datafolha demonstra que o processo de transferência de votos de Lula para sua afilhada parece ter se esgotado, bateu no teto. O segundo fato relevante é que José Serra continua bem votado nos colégios eleitorais do Sul e em São Paulo, justamente onde as denúncias do conluio entre o PT e as FARC repercutiram intensamente. Não creio que nas próximas semanas Dilma Rousseff consiga qualquer recuperação de intenção de votos na região, havendo grande chance de José Serra ampliar sua vantagem.
Dilma continua muito bem aceita na região Nordeste, fato já esperado e de difícil reversão. Mas a região é proporcionalmente menos relevante no tamanho dos colégios eleitorais e ali não se definem as eleições majoritárias.
O nó está no Rio de Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral, onde Dilma está na frente de José Serra (37% contra 31%). Mas o Rio tem uma larga classe média, altamente sujeita à repercussão da denúncia das ligações do PT com as FARC. A crise de Hugo Chávez com a Colômbia e a cumplicidade de Lula com o ditador venezuelano podem também influir contra a candidata da situação. Penso ser essa maioria petista por lá provisória. A liderança de Dilma no Rio pode não se manter.
Finalmente, o Estado de Minas Gerais, onde os candidatos estão empatados. Será nas Gerais que as eleições serão decidas. O papel de Aécio Neves é altamente relevante, a partir de agora, para alavancar votos para o candidato do seu partido. Os próximos sessenta dias serão de grande importância para que isso aconteça.
Serra tem a seu favor a sua enorme capacidade de comunicação, em comparação com a inexperiência e a fraqueza congênita de Dilma Rousseff, que não consegue fazer uma fala de improviso. Ela parece um boneco de ventríloquo, leitora de textos prontos. Quanto mais se aproximarem as eleições e o os debates na TV, mais veremos esse seu despreparo, que poderá lhe custar muitos votos.
Em São Paulo, além do violento impacto da denúncia da relação do PT com as FARC, temos o registro de que Geraldo Alckmin tem 49% das intenções de votos, que tendem a aumentar. O desprestígio do PT entre os paulistas é total. Alckmin será o grande eleitor do Serra. Tudo leva a crer que São Paulo conhecerá seu novo governador em ainda no primeiro turno. Ganhar forte em São Paulo é tudo que José Serra precisa para consolidar a sua candidatura e vencer as eleições.
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