O mito da divisão islâmica
Mídia Sem Máscara
Heitor De Paola | 29 Julho 2010
Artigos - Religião
Israel, por ser um país livre e democrático, está internamente dividida entre ortodoxos, ultra-ortodoxos, liberais, laicos, ateus, e até árabes muçulmanos. Já o Islam é uma grande unidade totalmente baseada no Corão e demais escrituras sagradas.
Venho estudando detidamente os fundamentos do Islam e as estratégias diplomáticas utilizadas no trato com o Ocidente e Israel. É fato que existem sérias divergências entre os países islâmicos, entre as quais:
- Persas x Árabes- Xi'itas x sunitas- Islamismo x nacionalismos- Estados x Estados
Se tomarmos em consideração a faixa de Gaza, por exemplo, no caso de um conflito no qual Israel perca o controle que ainda mantém sobre o território e tendo em vista o apoio total recebido do Irã pelo Hamas, colocaria problemas imediatos para o Egito. Um enclave iraniano ali o ameaçaria diretamente. Deve-se contar com a hipótese de que, mesmo sem a ocupação por tropas iranianas, Gaza pode se tornar um santuário para terroristas xi'itas que teriam uma base segura para atacar a liderança árabe nacionalista e laica (até certo ponto) do Egito Sunita. A Turquia é outro país ameaçado pela política agressiva do Irã, assim como a Arábia Saudita.
Não obstante, que ninguém se fie de que estas divergências se sobrepõem à estrita unidade islâmica quando tratam com os infiéis. Tentar explorar estas desavenças é cair numa armadilha sem saída. A visão islâmica do mundo obedece a linhas que não levam absolutamente em consideração a geopolítica, como fazem os Ocidentais, mas sim princípios religiosos: é o mundo islâmico, ummah, Dar al-Islam, e a vasta região de territórios dos dhimmi, a conquistar para a fé islâmica: o Dar al-Harb. E entre os primeiros estão os Judeus, nunca perdoados desde que recusaram a conversão exigida pelo próprio Profeta Maomé. É preciso deixar claro que, por irracional que pareça, a política é um assunto secundário para os muçulmanos, bem assim como a sobrevivência pessoal.
Arábia Saudita, Egito, Turquia e todos os demais se rejubilariam com um ataque nuclear iraniano que destruísse Israel, mesmo que parte da população 'palestina' fosse também evaporada. O único que temem é que o Irã se aproveite disto para estabelecer a hegemonia persa xi'ita em todo o Oriente Médio.
Israel, por ser um país livre e democrático, está internamente dividida entre ortodoxos, ultra-ortodoxos, liberais, laicos, ateus, e até árabes muçulmanos. Já o Islam é uma grande unidade totalmente baseada no Corão e demais escrituras sagradas. O grande risco é basear qualquer política de enfrentamento confiando que no Islam também existem liberais e moderados. É totalmente falso e o mito da tolerância islâmica é uma lenda inventada por Edward Saïd, um dos mais desonestos escritores de um século mentiroso por excelência. Sua publicação de Orientalism em 1978 tornou-se rapidamente um best seller e influenciou todos os estudos acadêmicos sobre o Oriente desde então. Numa década de auto-ódio dos acadêmicos americanos, interessados em tudo que fosse hate America first - que infelizmente retoma toda força com a administração Obama - caiu como uma mosca do mel. Não nos esqueçamos de que aquele ano foi o auge da dominação marxista na administração Carter que culminou no ano seguinte com a traição ao Xá e a tomada do poder pelos Aiatolás que hoje ameaçam desencadear o novo Holocausto. Saïd, para deleite de seus leitores, usava orientalismo para significar uma tradição ocidental de interpretações preconceituosas do Oriente baseadas no imperialismo europeu dos séculos XVIII e XIX. Doces palavras para ouvidos pervertidos pela obsessão anti Ocidental e anti-semita!
Que digam os israelenses que confiaram durante anos na 'tolerância' turca e agora enfrentam um novo tipo de marinha: além da de guerra e da mercante, os turcos inventaram a 'marinha humanitária da paz'!
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