Rompamos as cadeias do medo!
Mídia Sem Máscara
| 15 Setembro 2010
Internacional - América Latina
Queridos compatriotas venezuelanos:
Ao completar-se dois meses do meu injusto encarceramento, queria reiterar-lhes que um de meus objetivos ao vir aqui foi romper com as cadeias do medo.
Depois de doze anos de um desastroso governo, Chávez perdeu todo o respaldo popular que teve alguma vez. Mantém-se no poder pela propaganda, pela mentira, pela compra de consciências e - sobretudo - por uma estratégia baseada no medo.
Os políticos não denunciam as irregularidades do sistema eleitoral, por medo de que haja abstenção. Os militares não cumprem com seu dever de fazer valer a Constituição, por medo de receber baixa. Os juízes não se solidarizam com María Afiuni, por medo de ser destituídos. Os empresários não defendem seus colegas expropriados, por medo de perder o que têm. Há os que não protestam, por medo de ser reprimidos. E, em última instância, as pessoas não reclamam seus direitos por medo de ser encarceradas.
Porém aqui estou eu, nos calabouços do SEBIN, com a fronte erguida, com o coração satisfeito e até com um sorriso na boca, para demonstrar-lhes que se pode sim derrotar a estratégia do medo.
Vim aqui consciente e voluntariamente, porque amo meu país profundamente e porque quis enfatizar - com minha atitude - que existem coisas piores do que o cárcere:
Pior é perder a Pátria, pior é que nossos filhos sejam entregues ao comunismo, pior é se sentir humilhados pela ação da delinqüência, pior é se ver obrigado a receber migalhas do regime para sobreviver e, enfim, pior é viver angustiados dia e noite por causa do medo.
Como seres criados à imagem e semelhança de Deus, ninguém tem o poder de nos pisotear e de infundir-nos medo.
Lá em cima, no mais alto do céu, estão escritos com tinta indelével nossos direitos eternos e inalienáveis temos a sagrada obrigação de defendê-los.
Desde meu "irmão cárcere" quis dar-lhes um testemunho de amor pela Pátria, para que nunca esqueçamos nossa estirpe de libertadores. Não deixemos que um pequeno grupo de desadaptados seqüestre nossa alma, nossa gloriosa história e nosso brilhante futuro!
Não nos deixemos intimidar! Rompamos as cadeias do medo! Tenhamos confiança em Deus e no futuro! Prometo-lhe que, se assim o fizermos, não haverá força humana capaz de nos vencer!
Alejandro Penã Esclusa, prisioneiro político, presidente de Fuerza Solidaria e UnoAmérica.
Tradução: Graça Salgueiro
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