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terça-feira, 31 de maio de 2011

Roubando as liberdades civis: vacinações forçadas?

Mídia Sem Máscara

Klauber Cristofen Pires | 31 Maio 2011
Artigos - Direito

Uma simples mãe americana tem mais a dizer sobre liberdade do que a maior parte da intelectualidade brasileira.

Prezados,

Peço que leiam a notícia que segue, traduzida do site Fox News, assinada por Douglas Kennedy. Abaixo, apresento meu comentário.

Roubando as liberdades civis: vacinações forçadas?

Para Jennifer Workman, somente o próprio Deus comanda-a a proteger sua filha Madison, de oito anos.

"Eu sou uma procuradora do Senhor para esta criança", ela disse enquanto saía de sua casa de um andar em Lenore, Virgínia do Oeste, nesta segunda-feira. "E eu não vou permitir que ninguém me diga o que é melhor para a minha criança". Em 1999, a irmã mais velha de Madison desenvolveu autismo apenas uns poucos meses após receber imunizações obrigatórias pelo estado contra sarampo, caxumba e rubéola. "Logo após ela ter recebido suas vacinas infantis...seu desenvolvimento verbal...seu treinamento para usar o assento sanitário...tudo parou", ela disse.

E então dois anos atrás quando chegou a vez de Madison receber as suas imunizações, Workman disse não. Sua escola elementar em Lenore respondeu-a barrando Madison de assistir às aulas. E então começou uma batalha judicial de dois anos no estado da Virgínia do Oeste que pode muito bem determinar os limites dos direitos dos pais na América com relação a vacinas.

Workman diz que se sentiu chocada quando o diretor da escola disse que sua medison tinha de receber as aplicações. "Impotente", ela disse. "Eu quero dizer que não há nenhuma outra palavra para isto. Estou impotente. Sinto-me forçada". "Minha filha não é objeto de tutela do estado", ela explicou. "E eu deveria ser capaz de fzer estas escolhas por mim mesma", ela explicou. "A Advogada de Workman, Patricia Finn, é uma perita em casos de vacinação forçada e ela está ultrajada. "Este é um direito humano básico", ela disse. Ser capaz de decidir o que está sendo injetado em nossos corpos, nos corpos de nossos filhos", é tudo"

Infelizmente, no último dezembro, a 4ª Corte de Apelações (4th Circuit Court of Appeals) discordou, e Finn agora está prometendo levar o caso à Suprema Corte, se necessário. É um caso para a Primeira Emenda. É um caso para a Nona Emenda. isto é sobre liberdade básica, ela disse. A maioria dos estados, explicou Finn, têm uma "isenção religiosa" para imunizações, dando aos pais que não querem ver seus filhos vacinados uma dispensa. Virginia do Oeste e Mississipi, ela diz, são os únicos estados que não têm esta isenção. E o estado de Virgínia do Oeste está levando na linha dura com Workman.

Os promotores estaduais mantêm que as vacinas são seguras e que não há evidência que as liguem ao autismo. E alguns especialistas, incluindo a Dra Anita Chandra, diz que recusar as vacinas não apenas põe em perigo a sua criança, mas também outras crianças. "Também há o risco de espalhar a infecção às crianças que não estão imunizadas por causa da idade, ou que estão apenas parcialmente imunizadas porque elas ainda não receberam suas doses de reforço".

Chandra é uma porta-voz da Academia Americana de Pediatria, um grupo que defende a importância da vacinação infantil. Chandra diz que nós como uma sociedade temos a obrigação de garantir que todas as crianças sejam imunizadas. "É importante vacinar todas as crianças de modo a prevenir que a doença se espalhe entre a população", ela disse. "Se minha criança não é vacinada, e todas as outras crianças são vacinadas, como pode minha filha apresentar qualquer ameaça?", respondeu Workman. "Ela é a minha filha e este é um direito que eu deveria ter"

Leia mais neste link: http://www.foxnews.com/us/2011/05/26/taking-liberties-forced-vaccinations/#ixzz1NrGdMqsv

Comentário:

Frívolos como são os brasileiros, nada lhes custa zombar da crença religiosa da mulher protagonista deste caso para chamá-la de "fanática fundamentalista religiosa" e o escambau, mas o fato é que a discussão sobre as montanhas de dinheiro que os governos andam gastando com privilegiados laboratórios para submeter as populações a campanhas compulsórias de vacinação já está sendo levada seriamente em consideração por uma fatia considerável da sociedade norte-americana, ao mesmo tempo em que se questionam a eficácia e até mesmo a má-intenção contida nesta doses, sobre as quais pairam suspeitas de serem utilizadas com desvio de finalidade, isto é, para atingir outros objetivos de políticas públicas inconfessáveis.

Explico logo: aqui no Brasil, na última campanha de vacinação contra a rubéola, o governo federal gastou milhões e milhões para atender a uma doença que está praticamente extinta, e sobre a qual restam suspeitas consideráveis de conter agentes esterilizantes.

Ademais, toda a discussão coletivista esconde a questão vital para o debate: ora, quem sou eu se não posso evitar que o estado não inocule em mim qualquer coisa que queira, até mesmo se for para me matar? Isto não deve estar sob questão: políticas eugenistas foram levadas em efeito durante o século XX em vários países do mundo. Então o que há de impedir que o governante da hora esterilize as mulheres que considerar pobres ou ricas, negras ou brancas, religiosas ou de direita, etc? E a quem a natureza ou Deus delegou a missão de cuidar os nossos filhos se não a nós mesmos em primeiríssimo lugar? Quem sente no seu imo mais profundo o instinto maternal, a mãe ou o estado? Ora, se eu posso muito bem recusar, por exemplo, doar sangue ou meus órgãos, com muito mais razão posso rechaçar a inoculação de substâncias em meu corpo, bem como assim também á minha prole, que é a continuação da minha vida na terra.

Em nosso país, um assunto como este não irá ser tratado nos jornais tão cedo, e o povo, mugindo, vai querendo ou não para o abatedouro, digo, para o posto de vacinação. Que tristeza toma conta de mim ao dar-me conta que uma simples mãe americana tem mais a dizer sobre liberdade do que a maior parte da intelectualidade brasileira. Ah, e por ironia do destino, o sobrenome da Sra Workman traduz-se por "trabalhador"...

O cerco a Israel

Mídia Sem Máscara

Heitor De Paola | 31 Maio 2011
Internacional - Oriente Médio

É bem possível que outra parte das mudanças ocorridas no mundo árabe, como a reconciliação e aliança entre o Fatah e o Hamas, que não renunciou ao objetivo de destruir Israel, façam parte da mesma estratégia de cerco.

O terremoto revolucionário que vem arrasando o mundo árabe nos últimos meses e já se transformou num tsunami que varre Tunísia, Líbia, Egito, Yemen, Síria e ameaça a Arábia Saudita, tem sido interpretado pela mídia como um movimento pela derrubada de tiranos em nome de democracia e liberdade, mas desde o início o espectador atento e conhecedor da história da região e do Islam podia perceber que não era bem isto, como demonstrei numa série de três artigos. Apesar dos vários protestos de islamofobia que sofri, junto com outros autores, o desenrolar dos acontecimentos vem provando que tínhamos razão.

Sabe-se hoje que os revoltosos do leste da Líbia são tribos radicais islâmicas ligadas à rede Al Qaeda e recebem financiamento iraniano, que por trás da revolta egípcia encontra-se a Fraternidade Muçulmana, uma organização com ramificações em 80 países (Human Events, vol 67, 11), que as revoltas no Yemen e no Qatar tem fortes raízes iranianas para controlar o Estreito de Hormuz e o tráfego de petroleiros no Golfo Pérsico.

Armas provenientes da Líbia, apreendidas em Bin Amir, no sul Tunísia, são transportadas pela África do Norte para a secção da Al Qaeda na região, AQUIM - al Qaeda in the Islamic Maghreb (Tanzim al-Qa'ida fi bilad al-Maghreb al-Islami), sediada na Argélia e onde o grupo tenta tirar vantagem da crescente pressão contra o governo, e na própria Tunísia, onde os jihadistas tentam tirar vantagem da derrubada do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali.

Diferentemente do que muitos propagandeiam a Fraternidade não é absolutamente um partido egípcio moderado, mas um grupo jihadista cujo objetivo é criar um Império Islâmico, o Grande Califado. Seu moto: "É da natureza do Islam impor sua lei a todas as nações e estender seu poder a todo o planeta". Num sermão em setembro de 2010 seu Supremo Guia religioso Muhammed Badi declarou que "a mudança que a nação (muçulmana) busca só pode ser conseguida através da Jihad, criando uma geração jihadista que busca a morte assim como seus inimigos buscam a vida" (id). O Supremo Comandante da Fraternidade, Muhammad Mahdi Akef, afirmou em 2006 que estava preparado para enviar 10 mil guerreiros jihadistas para auxiliar o Hezbollah. Apesar de ter sido posta fora da lei e da intensa perseguição pelo regime de Mubarak, os candidatos do grupo, conhecidos como "independentes", conseguiram ganhar 20% do Parlamento nas eleições de 2005 e controlam todas associações médicas e de advogados do Egito.

Some-se ainda o espetacular e cinematográfico assassinato de Osama Bin Laden, que tem sido posto em dúvidas por várias fontes devido ao clima de mistério com o cadáver jogado ao mar e sem fotos comprobatórias e que seu sucessor na liderança da Al Qaeda, Ayman al Zawahiri é egípcio e tem laços estreitos com a Fraternidade.

Mubarak não era propriamente um amigo de Israel, mas seguia a tradição iniciada por Anwar el Sadat - assassinado por uma facção dissidente da Fraternidade - do Tratado de Paz com Israel, jamais aceito pelas facões radicais.

Amr Moussa, provável próximo presidente e ex-líder da Liga Árabe, é ironicamente um dos membros do antigo regime aparentemente rejeitado nas ruas, não é um centrista moderado como Sadat e Mubarak, mas um radical da linha ultranacionalista de Gamal Abdel Nasser, na verdade é o último nasserista de importância nacional e declarou em entrevista ao Wall Street Journal no dia 6 de maio que o Egito ganhou muito pouco da paz com Israel e que, se eleito modificará as relações amenas de Mubarak com Israel, pois as tentativas deste de resolver o conflito israelo-palestino levaram a lugar nenhum e o país precisa de políticas que "reflitam o consenso popular". Moussa reverterá a política em relação ao Hamas considerando-o um aliado e não mais um inimigo da paz.

É bem possível que outra parte das mudanças ocorridas no mundo árabe, como a reconciliação e aliança entre o Fatah e o Hamas, que não renunciou ao objetivo de destruir Israel, façam parte da mesma estratégia de cerco. Pesquisas de opinião entre os palestinos mostram um arrasador apoio ao Islam: perguntados a definir sua identidade pessoal primária, 57% responderam muçulmanos, 21% palestinos, 19% seres humanos e somente 5% árabes.

Os sangrentos conflitos entre muçulmanos e cristãos no Egito também demonstram o risco da preponderância dos ultraconservadores que querem impor a Shari'a e já circulam mensagens divulgando as normas obrigatórias de vestimentas para as mulheres, tanto muçulmanas quanto cristãs de acordo com os códigos islâmicos.

Embora a dinastia Assad na Síria, os sauditas e Muammar Kadhafi tenham sempre usado uma retórica anti-israelense agressiva, se eles também caírem a ameaça de um cerco fatal a Israel ficará mais próxima.


NOTA
: Este artigo já tinha sido entregue para publicação quando Obama anunciou a "sugestão" de que Israel deveria retornar às fronteiras de antes da Guerra dos Seis Dias, para, então, retomar as negociações de paz. O cerco está completo agora. O que já previsível com a eleição do provável muçulmano para a Casa Branca.

Artigo publicado no Jornal Visão Judaica, de Curitiba, Paraná.

47 anos de dor

Mídia Sem Máscara

Javier Andrés Flores | 31 Maio 2011
Notícias Faltantes - Comunismo

Nossa história moderna tem um fantasma terrível e obscuro que se denomina FARC-EP.

Sem saber, Tatiana, uma desmobilizada da Coluna Móvel Teófilo Forero, ingressou no pior dos mundos quando tinha apenas 13 anos. Sua vida mudou de maneira drástica e a liberdade que era o único direito que realmente sentia como seu, lhe foi arrebatada pelas FARC. Vários abortos, trabalho forçado, árduas jornadas abrindo buracos, combates intermináveis, fome, amigos mortos, início de sua vida sexual obrigada, dentre outras tantas vivências a marcaram para sempre. Hoje Tatiana ainda se acorda nas noites, em sua cômoda cama nas instalações do Bem-estar Familiar, lembrando o momento em que o comandante da Teófilo Forero quis lhe tirar o único filho que não ficou em meio das tesouras do aborto, mas seu valor e determinação, do mesmo modo que seu engenho, permitiu que se desmobilizasse e pudesse compartilhar com seu pequeno.

Embora Tatiana possa compartilhar hoje com seu filho, a mãe de Johana Zarate, a menina de 5 anos assassinada por uma bicicleta-bomba das FARC no tradicional bairro Fátima de Bogotá, chora todos os dias por sua pequena. Nesse trágico 25 de janeiro de 2002, as FARC, em mais um de seus insensíveis atos terroristas por conta da ruptura dos diálogos de paz do Caguán, quis se vingar da sociedade colombiana através deste fato, cujo saldo foi uma vida a menos que apenas começava.

Do mesmo modo que estas duas histórias, há centenas ou milhares mais que confirmam a crueldade das FARC durante seus curtos 47 anos de existência. Recordemos, por exemplo, o atentado ao Hotel Pescador em Apartadó, em 27 de fevereiro de 1997, quando a Frente 53 das FARC assassinou dez humildes pessoas e deixou 53 feridos mais que ainda hoje se lembram, dia a dia, de sua trágica experiência. Ou o insólito e doloroso massacre de Bojayá-Chocó, ou o assassinato na via Apartadó-Turbo, onde morreram 25 pessoas queimadas pela Frente 5 das FARC em setembro de 1995, ou o massacre de Tacueyó, em Toribío-Cauca, onde uma frente "dissidente"das FARC assassinou mais de 160 pessoas entre dezembro de 1985 e janeiro de 1986. Ou o atentado ao Clube El Nogal em Bogotá, com um saldo de 36 mortos e mais de 200 feridos, ou o ecocídio que cometem sistematicamente ao explodir os oleodutos petroleiros, ou o seqüestro de milhares de pessoas por pretensões econômicas ou políticas, ou o massacre de Carepa-Antioquia onde morreram 16 camponeses indefesos em agosto de 1995, ou o seqüestro e posterior assassinato dos 11 deputados do Valle, ou as milhares de vítimas por conta da colocação indiscriminada de minas em boa parte do território nacional, ou tantas outras que o espaço não me deixa comentar. Em resumo, esta é a história das FARC, 47 anos de dor, tristeza e sofrimento para o povo colombiano.

As FARC são isso: criminosos, terroristas, seqüestradores, narcotraficantes, mentirosos, assassinos, corruptos, indolentes, subversivos, contrabandistas, desditosos e matadores. Sua história está repleta de momentos dolorosos para o povo colombiano. Não creio que haja um só colombiano que não tenha uma lembrança tormentosa relacionada com as FARC. Nossa história moderna tem um fantasma terrível e obscuro que se denomina FARC-EP.

Seu mito fundacional é uma vasta mentira, revestida de sofismas justificatórios que qualquer estudo comparado sério descartaria por completo. Marquetalia, Río Chiquito, El Pato e Guayabero estiveram esquecidos por culpa das próprias FARC, mas também por uma grande irresponsabilidade do Estado, e hoje sua relação com a população é muito mais tímida do que antes. Não esquecemos que as FARC desde seu começo oficial em 1964, começaram com os atos que hoje chamaríamos de terroristas, sem piedade contra a população civil: o ataque a várias casas camponesas em El Pato Medio deixando 10 camponeses mortos em 1966, o seqüestro maciço de 13 camponeses no Huila em 1970, desaparecidos até esta data, o seqüestro em 1965 de Harold Eder no Cauca, posteriormente assassinado em cativeiro e outros tantos fatos doloroso das FARC.

Isso demonstra com absoluta clareza que a história nos foi mal contada: que as FARC nasceram boas e se corromperam? Mentira! Seus atos criminosos começaram desde a própria origem do agrupamento. Que as FARC são produto das condições sócio-econômicas precárias do país? Mentira! Há sociedades mais pobres sem este tipo de violências. O que certamente podemos asseverar, é que as FARC vieram mudando sistematicamente para lógicas mais criminosas e delinqüenciais, melhorando suas capacidades de dano à população colombiana e se acomodando segundo as conjunturas do país, porém não se pode negar que desde seu início já se via com clareza o aparato repressor e tirano que criaram.

As FARC são uma praga de 47 anos de vida que não têm justificativa nem legitimidade alguma. Nossa realidade está cada vez mais ajustada à presença deste grupo armado ilegal, porém é necessária uma aposta nacional contra o terrorismo de qualquer espécie ou lado porque, se continuam subsistindo grupos sociais que justificam e valorizam sua existência como positivo, será muito difícil chegar a instâncias de verdadeira reconciliação nacional.

Como estas histórias há muitas outras que mostram a realidade permanente das FARC, uma história repleta de mortes, seqüestros, mutilações, massacres, bombas, abortos, narcotráfico e crimes em geral. Suas vítimas são os civis colombianos e estrangeiros, seus próprios membros, recrutados em sua maioria através de mentiras ou com o uso da coação armada, e os soldados da pátria que perderam suas vidas ou algum de seus membros em cumprimento de seu dever castrense.

Concluo com uma frase de Jorge, um avô e camponês do corregimento de Santiago Pérez, município de Planadas-Tolima, muito próximo de Marquetalia, que resume o que as FARC fizeram a toda a nação colombiana. Sem perguntar-lhe nada, Jorge se aproximou de mim e me disse ao ouvido, como sábio camponês, desses que existem sim e vale a pena: "meu povo tem um atraso de 47 anos". Isso são as FARC. Até quando?

Nota explicativa:
Será que o Governo de Juan Manuel Santos está negociando com as FARC de maneira silenciosa? Se é assim, seria bom fazer-lhe três considerações: 1. Os colombianos não estamos dispostos a ceder muito ante um grupo que nos tem causado tanta dor e tristeza. 2. A normatividade internacional impede os indultos e anistias. Será que Alfonso Cano e companhia estão dispostos a pagar alguns anos de prisão no marco da Justiça Transicional? E 3., com que parte das FARC ele está negociando? Olho vivo que pode ser outro vil engano.


Fonte: Blog Kyenyke, Bogotá

Tradução: Graça Salgueiro

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Má conselheira

Mídia Sem Máscara

Olavo de Carvalho | 30 Maio 2011
Artigos - Conservadorismo

Discursar genericamente sobre o pecado, sem nada fazer contra o agente que o pratica, é transformar a moral numa questão de teoria, sem alcance prático.


Quando reagem aos ataques cada vez mais virulentos que a religião sofre da parte de gayzistas, abortistas, feministas enragées, neocomunistas, iluministas deslumbrados etc., certos católicos e protestantes invertem a ordem das prioridades: colocam menos empenho em vencer o adversário do que em evitar, por todos os meios, "combatê-lo à maneira do Olavo de Carvalho".
O que querem dizer com isso é que o Olavo de Carvalho é violento, cruel e impiedoso, humilhando o inimigo até fazê-lo fugir com o rabo entre as pernas, ao passo que eles, as almas cristianíssimas, piedosíssimas, boníssimas, preferem "odiar o pecado, jamais o pecador". Daí que, em vez de ferir os maliciosos com o ferro em brasa da verdade feia, prefiram admoestá-los em tom de correção fraterna ou, no máximo, argumentar genericamente em termos de direitos e valores.

São, em primeiro lugar, péssimos leitores da Bíblia. Cristo, é verdade, mandou odiar o pecado e não o pecador. Mas isso se refere ao sentimento, à motivação íntima, não à brandura ou dureza dos atos e das palavras expressas. Ele nunca disse que é possível reprimir o pecado sem magoar e, nos casos mais obstinados, humilhar o pecador.

Quando expulsou os comerciantes do templo, Ele chicoteou "pecados" ou o corpo dos pecadores? Quando chamava os incrédulos de "raça de víboras", Ele se dirigia a noções abstratas, no ar, ou a ouvidos humanos que sentiam a dor da humilhação?

Quando disse que o molestador de crianças deveria ser jogado ao mar com uma pedra no pescoço, Ele se referia ao pescoço do pecado ou ao do pecador? O pecado, em todos os casos possíveis e imagináveis, só pode ser reprimido, punido ou combatido na pessoa do pecador, não em si mesmo e abstratamente. Discursar genericamente sobre o pecado, sem nada fazer contra o agente que o pratica, é transformar a moral numa questão de teoria, sem alcance prático.

Em segundo lugar, não têm discernimento moral. Não, pelo menos, na medida suficiente para avaliar a gravidade relativa dos atos privados e públicos, nem para distinguir entre a paixão da carne e o ódio aberto ao Espírito Santo. Mais imbuídos de moralismo sexual burguês que de autêntica inspiração evangélica, abominam, na mesma medida, a prática homossexual em si e seu uso como instrumento público de ofensa deliberada a Jesus, à Igreja, a tudo quanto é sagrado.

Não sabem a diferença entre a tentação carnal, que é humana, e o impulso de humilhar a cristandade, que é satânico. Falam de uma coisa e da outra no mesmo tom, como se o pecado contra o Espírito Santo fosse tão perdoável quanto uma fraqueza da carne, um deslize, um vício qualquer.

Assim procedendo, colocam-se numa posição logicamente insustentável. Sentindo então a própria vulnerabilidade sem perceber com clareza onde está o ponto fraco, vacilam e passam a atenuar seu discurso como quem pede licença ao adversário para ser o que é, para crer no que crê. Daí é que lhes vem o temor servil de "combater à maneira do Olavo de Carvalho", a compulsão de marcar distância daquele que não se deixa inibir por idêntica fragilidade de coração.

É verdade que o Olavo de Carvalho usa às vezes palavras duras, humilhantes. Mas ele jamais elevou sua voz em público para condenar qualquer conduta privada, por abominável que lhe parecesse. De pecados privados fala-se em privado, com discrição, prudência, compaixão. Pode-se também falar deles em público, mas genericamente, sem apontar o dedo para ninguém. E o tom, em tal circunstância, deve ser de exortação pedagógica, não de acusação.

Examinem a conduta do Olavo de Carvalho e digam se alguma vez ele se afastou dessas normas. Quando ele humilha o pecador em público, é por conta de pecados públicos, que não vêm de uma fraqueza pessoal e sim de uma ação cultural ou política racional, premeditada, maliciosa até a medula.

Homossexualismo é uma coisa, movimento gay é outra. O primeiro é um pecado da carne, o segundo é o acinte organizado, politicamente armado, feroz e sistemático, à dignidade da Igreja e do próprio Deus - algo que vai muito além até da propaganda ateística, já que esta se constitui de meras palavras e aquele de atos de poder. Atos de prepotência, calculados para humilhar, atemorizar e aviltar, preparando o caminho para a agressão física, a repressão policial e o morticínio.

O cinismo máximo dessa gente é alardear choramingando a violência pública contra os gays, estatisticamente irrisória, e alegá-la justamente contra a comunidade mais perseguida do universo, que já forneceu algumas centenas de milhões de vítimas aos rituais sangrentos dos construtores de "mundos melhores".

O indivíduo que se deixou corromper ao ponto de entregar-se a esse exercício de mendacidade psicótica com a consciência de estar servindo a uma causa humanitária está longe de poder ser atingido, na sua alma, por exortações morais, apelos à "liberdade de religião", queixas formuladas em linguagem de debate acadêmico pó- de-arroz ou mesmo argumentações racionais lindamente fundamentadas. Só uma coisa pode inibi-lo: o temor da humilhação pública, que, nas almas dos farsantes e hipócritas, é sempre exacerbado e, às vezes, seu único ponto sensível.

Sim, o Olavo de Carvalho usa às vezes palavras brutais. Mas ele o faz por premeditação pedagógica, que exclui qualquer motivação passional, especialmente o ódio, ao passo que outros só se esquivam de usar essas palavras porque têm medo de parecer malvados, porque têm horror de dar má impressão e buscam abrigo sob a capa de bom-mocismo, de desculpas evangélicas perfeitamente deslocadas, concorrendo em falsidade e hipocrisia com os próceres do gayzismo.

Cometem, aliás, o mesmo erro suicida em que os liberais brasileiros caíram desde duas décadas atrás, quando, fugindo ao exemplo do Olavo de Carvalho, preferiram debater economia de mercado com os petistas em vez de denunciar o Foro de São Paulo e sua lista de crimes. Hoje estão liquidados. A covardia é sempre má conselheira.

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