Colômbia: generais presos, terroristas governando
Mídia Sem Máscara
| 01 Maio 2011
Internacional - América Latina
Como pode ser possível que o general Jesús Armando Arias Cabrales seja condenado hoje a 35 anos, enquanto o terrorista Antonio Navarro Wolf seja Governador de Nariño e eventual aspirante à presidência em 2014?
A condenação a 35 anos de prisão contra o general Jesús Armando Arias Cabrales, comandante das tropas que salvaram a república e a institucionalidade durante as funestas horas do dias 6 e 7 de novembro de 1985, quando uma frente do grupo terrorista M-19 penetrou a sangue e fogo no Palácio da Justiça e assassinou vários reféns a sangue frio, tem fundo político, propagandístico dos comunistas e cínica atitude cúmplice com os terroristas que agora são governadores, ex-ministros, ex-candidatos presidenciais, ex-diplomatas e até ex-assessores de altos funcionários do Estado.
É incrível que hoje sejam julgados e condenados os que expuseram até suas vidas e as de seus soldados para expulsar os terroristas do Palácio da Justiça, que por ordem de Pablo Escobar pretendiam fazer desaparecer os processos com investigações contra os capos do cartel de Medellín e, por extensão, dos dirigentes políticos corruptos que obedeciam ordens deste criminoso.
Enquanto isso, os verdadeiros criminosos, os terroristas que mancharam as mãos com o sangue de camponeses, de operários, de soldados, de policiais e de magistrados no Palácio, andam soltos e se auto-denominam moralistas. E a "justiça injusta" acredita em suas fantasiosas versões, enquanto avaliza testemunhas falsas e condena os militares com provas turvas, como o ressarciu mil vezes o coronel Plazas Vega.
Como pode ser possível que o general Jesús Armando Arias Cabrales seja condenado hoje a 35 anos, enquanto o terrorista Antonio Navarro Wolf seja Governador de Nariño e eventual aspirante à presidência em 2014?
A resposta é simples: porque os funcionários de instrução que aprovisionaram o processo acreditaram totalmente nos duvidosos testemunhos de um policial e um cabo que nunca entraram em diligências judiciais na Escola de Cavalaria dentro da investigação, porém, segundo demonstra Plazas Vega, aparecem assinando essas peças processuais. Em contraste, os mencionados funcionários de instrução nunca aceitaram os documentos e provas da defesa.
Finalmente, o terrorista Navarro Wolf acomodou sua versão dos fatos pois, segundo ele, estava no México em recuperação de um atentado que lhe fizeram em Cali quando era bandido, e que portanto não se inteirou do plano que tinham os máximo cabeças do M-19 para assaltar o Palácio da Justiça. Curiosamente, porque é a versão de um terrorista, essa certamente é crível para a Justiça colombiana, porém a dos militares que o combateram, não.
Se a Promotora Buitrago e os que anos antes dela cometeram a traição à Colômbia de anistiar os terroristas do M-19, inclusive Petro, Parra Arias, Chalita, Vera Grave e os demais assassinos disfarçados de idealistas revolucionários, tivessem investigado como funcionam os grupos terroristas, teriam esclarecido que Navarro Wolf teve que participar da decisão de assaltar o Palácio da Justiça porque, para qualquer ação terrorista, os grupos armados marxistas-leninistas pedem a opinião de todos os cabeças. Não importa que estejam doentes ou feridos, assim preexista maioria prévia na decisão da ação criminal.
Isso infere que Navarro sabia sim, e pelo menos é cúmplice do planejamento do holocausto, principalmente porque havia pelo meio vários objetivos estratégicos nos quais se requeria sua opinião: 1. O M-19 havia acordado com Pablo Escobar o pagamento de vários milhões de dólares pelo favor de fazer desaparecer os processos. 2. O plano era seqüestrar a Corte Suprema e obrigar o fraco, indeciso e frouxo presidente Belisario Betancur a que se apresentasse no Palácio de Justiça, para depor-lhe e dar um golpe de Estado revolucionário contra a institucionalidade. 3. Os terroristas contavam com que o desde sempre erodido Congresso se acovardaria e abandonaria suas funções. 4. Com o Presidente da República e toda a Corte Suprema de Justiça seqüestrados, os terroristas convocariam uma assembléia popular ou uma confraria aberta e desatariam uma guerra civil na qual buscavam que cada colombiano tomasse partido.
Uma decisão tão ousada e transcendental não se podia tomar da noite para o dia, nem apressadamente, nem sem o aval de todos os cabeças. Isso requer dizer que Navarro sabia sim deste projeto terrorista, pois o plano deve ter amadurecido pelo menos durante dois anos, até procurar o momento político oportuno que era o declive da marcada ingovernabilidade de Belisario.
E as feridas de Navarro correram só alguns meses antes do assalto ao Palácio da Justiça, quando do mesmo modo que as FARC os terroristas do M-19 urdiram uma trégua para enganar a Colômbia, enquanto suas frentes rurais e urbanas continuavam imersas em terrorismo, narcotráfico, seqüestros, extorsões, homicídios e tráfico de armas.
Porém, além de um plano tão audacioso se requeria previsões logísticas internacionais em Cuba e México para evacuar os terroristas e seqüestrados em caso de que algo falhasse. Por esta razão, é óbvio que Navarro também sabia e provavelmente estaria coordenando no exterior esse tipo de apoios para os terroristas, o qual incluía manejo de ingentes somas de dinheiro para preparar planos alternativos.
A ação das Forças Militares não podia ser outra que repelir o ataque terrorista dos que iniciaram a cruenta incursão, assassinando um humilde vigilante e um agente de polícia. Tampouco podiam atuar com cortesia frente a um grupo terrorista entrincheirado com metralhadoras, fuzis e granadas no quarto andar da edificação, empenhado em atacar com fogo nutrido de armas de infantaria ligeira, e atentar contra as vidas dos que tentaram resgatar os seqüestrado ou tirar as vítimas do Palácio.
A conduta do M-19 foi de barbárie e de guerra. A celeridade dos enlutados fatos obrigou o general Arias Cabrales a cumprir seu juramento de lealdade à bandeira, à Colômbia e à institucionalidade. Não lhe restou outra opção que utilizar as armas para submeter os terroristas.
A sentença o acusa de desaparecimento forçado de 11 pessoas, em um momento que esse delito não estava tipificado na legislação colombiana e que as provas com que o condenaram estão questionadas com o aparecimento de alguns desses cadáveres na Faculdade de Antropologia da Universidade Nacional.
Usa-se como prova para condená-lo a gravação de supostas conversações entre o general Arias e seus subalternos, porém esta não é uma prova obtida judicialmente, mas com base nos cassetes que um presumível rádio-aficcionado entregou. Curioso e estranho que um rádio-aficcionado estivesse durante todo o tempo gravando precisamente essas comunicações.
Porém, assim como se julga de maneira enviesada os militares, tendo como cabeça o general Arias, o qual é atípico e injusto, por que não se julga Belisario Betancur que era o presidente responsável pelo que sucedesse ou deixasse de suceder lá? Por acaso o M-19 e os demais grupos terroristas como o ELN e as FARC, que um quarto de século depois continuam destruindo a Colômbia, não se fortaleceram durante o período 1982-1986 devido à falta de caráter e miopia estratégica de Belisario, empenhado em ser Prêmio Nobel da Paz a custa de sacrificar a Colômbia?
Por que não foram investigados os que eram os dirigentes políticos que coonestaram com Pablo Escobar, e do mesmo modo que no caso da morte de Galán até lhe aconselharam que a solução era furtar os processos da Corte Suprema de justiça e fazê-los desaparecer?
Se os fatos do Palácio da Justiça são delitos de lesa-humanidade, por que Navarro Wolf e os demais bandidos que nessa época integravam o agrupamento narco-terrorista M-19 continuam soltos e sem nenhuma responsabilidade penal? E, se provou-se que Pablo Escobar os financiou, por que não os julgam por narcotráfico?
Resposta simples a todas as perguntas: porque os militares são fáceis de localizar, porque encarcerar altos oficiais fortalece imagens políticas de oportunistas de turno, porque os comunistas sempre serão "vítimas" mesmo que cometam os atos mais atrozes, porque a sociedade colombiana em seu conjunto é indolente ante a realidade e os destinos da pátria, porque para a maioria dos dirigentes políticos nacionais e regionais, desde a época da independência até nossos dias, o Exército foi visto como um mal necessário, etc.
Mas, além disso, resta perguntar: onde estão a opinião ou as reações dos grêmios da produção, principais beneficiados com o sacrifício das tropas? Onde estão as organizações da reserva ativa da Força Pública que não se manifestam com veemente rechaço a esta afronta contra o general Arias Cabrales, e por extensão contra a instituição armada?
Onde está o presidente Santos que diz ter sido militar porque esteve um ano na Escola Naval? Onde está o advogado e militar da reserva profissional, Germán Vargas Lleras? Onde está o ministro da Defesa que destitui generais para "melhorar a eficiência da Força Pública" e pronuncia baboseiras no Congresso, como que os militares ganham pouco soldo mas são compensados com medalhas, ou o que é pior, que se prestou ao conchavo de evitar o pagamento do IPC atrasado desde 1992 aos militares, desde tenente-coronel até cabo segundo?
E por último: onde está a "monolítica" cúpula militar encabeçada pelo estrategista Almirante Cely e seus leais subalternos imediatos que, segundo disseram ante os meios de comunicação, estão mais unidos do que nunca? Onde está essa unidade monolítica?
Deixar o general Arias Cabrales sozinho neste momento nefasto para a sua já atribulada existência, é abonar a primeira quota para que pessoas sem critério ou politizadas, ou o que é pior, em presumível conchavo com os terroristas, sentenciem contra os militares em todos os processos que se pretenda buscar "bodes expiatórios" para salvar de sua responsabilidade política, jurídica e histórica nos atos de barbárie contra a espécie humana, os bandos comunistas armados.
Tradução: Graça Salgueiro
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