A Era Global das Compulsões ou Obsessões
Domingo, Dezembro 14, 2008
Por Jorge Serrão
Você sofre de Transtorno Obsessivo-Compulsivo? Pergunte-se e responda com sinceridade. Um toque sobre o tal TOC é fundamental para a sobrevivência no mundo globalitário. Consumismos, corrupções, intolerâncias, fanatismos, despotismos, preconceitos, erros, inverdades, injustiças, medos, dúvidas, especulações, traições e vícios formam o caldo de cultura da Era Global das Compulsões ou Obsessões.
Obsessões podem ser definidas como idéias, imagens ou pensamentos que invadem a mente do indivíduo, independentemente da sua vontade. Causam incômodo, desconforto ou sofrimento para a pessoa, que embora perceba o seu caráter irracional, dificilmente tem sucesso em conseguir afastá-las.
Compulsões podem ser definidas como comportamentos e/ou atos mentais repetitivos e estereotipados que o indivíduo é levado a executar voluntariamente para reduzir a ansiedade ou mal-estar causado por uma obsessão ou para prevenir algum evento temido. O indivíduo também reconhece o caráter irracional do comportamento, apesar de dificilmente conseguir evitar sua ocorrência.
A Organização Mundial de Saúde adverte que, até o ano de 2020, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) estará entre as dez causas mais importantes de comprometimento por doença. As obsessões ou compulsões provocam grande estresse, consomem tempo ou interferem bastante na rotina normal, no trabalho ou nas atividades sociais e relacionamentos entre as pessoas. O problema, seríssimo, afetaria uns
O assunto é sério demais para ficar restrito a psiquiatras e psicólogos. A estes profissionais cabe a importante missão de salvar vidas. Mas a discussão sobre o TOC merece uma dimensão política, econômica e, sobretudo, psicossocial. Repita para si mesmo a pergunta da primeira linha deste texto e deixe sua consciência responder, livremente, com a máxima sinceridade possível. Se não puder responder, não se preocupe muito. Procure uma ajuda médica.
Antes da terapia, analisemos o momento presente. A atual crise econômica não parece resultante do trabalho (mal feito) de vários sujeitos com TOC? Quantos políticos não nos passam a impressão de sofrer desta doença? Por que tanta gente hoje prefere fugir da (própria) realidade? O que leva tantas pessoas a mergulharem no mundo (quase sempre sem volta) das compulsões e obsessões por dinheiro, sexo, e poder?
Os controladores do sistema global e suas ideologias agem, diretamente, sobre a essência dos seres humanos. O homem existe e funciona de acordo com três centros básicos: o centro Motor (ou das ações), o centro Emocional e o Centro Intelectual.
O equilíbrio ou o desequilíbrio entre a manifestação destes três centros, em cada ser humano, define como ele vive e sobrevive no mundo e nas suas relações com outros seres e o meio ambiente. O ideal - e difícil de se obter - é o equilíbrio dinâmico entre os três centros. Eis a fragilidade essencial de cada um de nós.
Ainda na sua essência, o homem age, sente e pensa em conformidade ou em contrariedade a três princípios básicos: o Amor, a Fé e a Esperança. Pois os controladores do sistema agem, precisamente, sobre o homem, interferindo no desequilíbrio destes três princípios, deturpando-os ou corrompendo-os.
As deturpações do amor, da fé e da esperança dão origem aos Sete Pecados Capitais: A corrupção do amor provoca a Luxúria, a Ira ou a Preguiça. A corrupção da Fé produz a Gula e a Avareza. E a corrupção da Esperança gera o Orgulho e a Inveja.
Na Era das Compulsões ou Obsessões, vivemos cheios de dúvidas. Verdade ou mentira? Depende. Os dois conceitos são relativos. Principalmente, no Brasil. Quando o assunto é política ou economia, nossa opinião pública e a “opinião publicada” (a mídia) vivem bombardeadas ou proclamando “meias verdades”.
Até sem percebermos claramente, produzimos e reproduzimos “idéias fora do lugar” (que não conseguem explicar, objetivamente, nossa realidade). Além disso, concebemos e espalhamos “verdades subjetivas” (frutos de precipitadas análises pessoais e não respaldadas na realidade objetiva dos fatos).
Tal comportamento deveria ser batizado de “Síndrome do Achismo”. Todo mundo “acha”, no seu mais profundo e até sincero subjetivismo. E poucos conseguem compreender, objetivamente, a realidade. O mundo parece uma “zona” incompreensível. Não desenvolvemos a capacidade de analisar a vida como ela é. Por isso, temos dificuldade em entender o que acontece, de verdade, a nossa volta.
O mundo que retratamos (ou que somos levados a acreditar que “existe”) não é o real. Mas um mundo “imaginário”, quase virtual, pois é concebido na cabeça de alguém ou de um grupo, para ser assimilado pelo resto da sociedade consumidora das “informações”.
Iludimos, nos iludimos e somos iludidos, em um círculo vicioso, esquisofrênico (em constante “quebra” com a realidade objetiva). Incapacitados para pensar a vida como ela realmente é (e não como a gente, alguém ou um grupo acham que ela é), somos presas fáceis de um conjunto de idéias concebidas para nos comandar, sem que percebamos sua atuação, sempre sutil, sobre o nosso inconsciente.
Assim, nos tornamos escravos de um mundo cada vez mais virtual, no qual a pretensa realidade é fabricada, colocada à venda nos meios de comunicação e comprada por nós, sem reação. Tudo de forma ideológica. Ou ideocrática.
Despejo tanta teoria sobre meus milionários leitores para protestar contra duas grandes revistas. A Veja e a Época clonaram uma a capa da outra, exibindo o rosto da atriz Susana Vieira e requentando a trágica história do romance dela com o ex-PM Marcelo Silva, de 38 anos, que morreu de overdose de cocaína e viagra (ao que tudo indica), na quinta-feira passada. A crise da marolinha, muito mais importante, novamente, não mereceu uma manchete digna de capa.
Enquanto as publicações falaram de “drogas, traição e morte”, ou de “vício, paixão e traição”, outros assuntos mais importantes escapam da pauta. Viva a Era das Compulsões ou Obsessões? Que droga, né?
Alerta Total de Jorge Serrão
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