Assine nosso Feed e fique por dentro das atualizações

terça-feira, 24 de março de 2009

UM ARDOR REFRESCANTE

Papéis avulsos


Melanie Phillips

Desde que Al Gore, ganhador do prêmio Nobel, produziu o seu filme Uma Inverdade Incompreensível Verdade Inconveniente, que previa o iminente fim do mundo pela fritura e afogamento causados pelo aquecimento global produzido pelo homem, as coisas não andaram exatamente de acordo com o plano.

A previsão era de que os níveis de dióxido de carbono (CO2) continuariam a subir até o teto (ou seria até a estratosfera?), e que em consequência, o clima continuaria a se aquecer, as calotas de gelo continuariam a derreter (com o Pólo Norte tornando-se área sem gelo por volta de 2008), os ursos polares estariam extintos, as geleiras teriam desaparecido e os oceanos continuariam a subir (cerca de seis metros num futuro próximo, dizia Gore) e havia um impenetrável consenso científico de que a vida na Terra gradualmente sucumbiria às catastróficas consequências da cobiça das grandes companhias petrolíferas e do mal cósmico e diabólico do capitalismo ocidental.

Surgiu e cresceu uma indústria inteiramente nova, a da troca de “créditos de carbono” para reduzir aquelas emissões fatais, indústria essa que ameaça aleijar as economias do Ocidente. Medidas de proteção contra o aquecimento global trouxeram a Califórnia à beira da bancarrota. Na Grã-Bretanha, onde a mudança climática agora é um ministério, políticas relativas a mudanças climáticas já são responsáveis por 14% do valor médio das contas de eletricidade domésticas e de 21% do valor médio das contas de eletricidade comerciais/industriais, com a expectativa de que o valor médio das contas de eletricidade comerciais/industriais tenham um aumento de 55% até o ano 2020 agora a meta é reduzir as emissões de carbono em incapacitantes 80%.

Mas de acordo com dados obtidos por satélites, a Terra esfriou – sendo que 2008 foi o mais frio em dez anos os níveis globais de gelo nos mares agora estão iguais aos de 29 anos atrás a elevação do nível dos mares desacelerou-se em 20% das 13 populações de ursos polares no norte do Canadá, 11 estão estáveis ou crescendo em número na Groenlândia, que segundo Gore estaria em face de um Armageddon do gelo, os descolamentos de geleiras voltaram aos níveis do ano 2000 e em dezembro último, 650 proeminentes climatologistas [*] discordantes da teoria do aquecimento global causado pelo homem tiveram seus depoimentos registrados num Relatório da Minoria do Senado dos Estados Unidos, com mais cientistas proeminentes juntando-se às suas fileiras a cada semana. Cientistas russos, p.ex., rejeitaram a própria idéia de que o dióxido de carbono fosse responsável pelo aquecimento global, tendo descoberto que, ao longo da história, os níveis de CO2 no ar subiram 500 a 600 anos depois que o clima tinha se aquecido. Portanto, concentrações mais altas de gases do chamado efeito estufa foram o resultado, e não a causa, do aquecimento global.

Duas semanas atrás, James Hansen, o guru “verde” que dirige o Instituto Goddard para Estudos Espaciais (GISS), da NASA, e que fez mais do que qualquer outra pessoa no planeta para criar o frenesi do aquecimento global com suas terríveis e lúgubres advertências – clamando para que os altos executivos das companhias de combustíveis fósseis fossem julgados pelos “grandes crimes contra humanidade e a natureza”, uma vez que ativamente disseminaram dúvidas quanto ao aquecimento global, da mesma maneira que as companhias fabricantes de cigarros obscureceram os elos entre o fumo e o câncer. Hansen também alertou o então recém-eleito presidente Obama para a necessidade de que este tomasse medida decisiva em sua primeira administração, considerando que as crescentes emissões de carbono ameaçavam desencadear enchentes globais, perda de espécies por todo o planeta e grandes alterações do estado atmosférico.

Mas agora o Comitê do Senado Americano para Meio-Ambiente e Obras Públicas informa que o ex-supervisor de James Hansen, Dr. John S. Theon, (atualmente aposentado), cientista atmosférico sênior da NASA, ex-chefe do Programa de Pesquisa de Processos do Clima da NASA, e que foi o responsável por toda a pesquisa sobre estados atmosféricos e clima na agência americana, de 1982 a 1994, disse que considera a teoria do aquecimento global causado pela ação humana uma besteira anticientífica:

Eu agradeço a oportunidade de adicionar meu nome aos daqueles que discordam de que o aquecimento global é causado pelo homem”, escreveu Theon ao Gabinete da Minoria (Senado) para Meio-Ambiente e Obras Públicas em 15 de janeiro de 2009. “Eu era, efetivamente, o supervisor de Hansen, uma vez que eu tinha que justificar o seu financiamento, alocar seus recursos e avaliar seus resultados. Eu não tinha a autoridade para fornecer a ele a sua avaliação anual de desempenho... Hansen nunca foi forçado a guardar silêncio ainda que ele tenha violado a posição oficial da NASA sobre previsão de mudanças climáticas (i.e., nós não sabemos o suficiente para prever mudanças climáticas nem o efeito do homem sobre elas). Logo, Hansen embaraçou a NASA ao vir a público, em 1988, com suas afirmações acerca do aquecimento global em seu depoimento ao Congresso...

Theon declarou que “modelos [matemáticos] do clima são inúteis”. “A minha própria crença concernente a mudanças climáticas antropogênicas é de que os modelos não simulam realisticamente os sistemas climáticos, pois há muitos processos de escala sub-grade muito importantes que os modelos replicam mal, ou os omitem completamente”, explicou Theon. “Além disso, alguns cientistas manipularam os dados observados para justificar os resultados de seus modelos. Assim procedendo, eles nem explicam o quê modificaram nas observações, nem explicam como o fizeram. Eles têm resistido a tornar seus trabalhos transparentes de modo a que pudessem ser replicados de forma independente por outros cientistas. Isto é claramente contrário a como a ciência deveria ser feita. Deste modo, não há nenhuma justificativa racional para o usos de modelos de previsão climática na determinação de políticas públicas”, acrescentou.

Exatamente como alguns de nós vimos dizendo desde 1988. Desde então, o Grande Terror do Aquecimento Global – com os céticos sendo comparados aos negadores do Holocausto – intimidou muitos cientistas, calando-os ou fazendo outros perderem seus empregos. Com a crise financeira global provavelmente trazendo consigo a fantasia verde de aleijar o mundo capitalista até uma parada estrepitosa, é possível que a maior trapaça científica da história simplesmente desapareça, sem que os charlatães que a perpetraram sejam chamados a prestar contas. Mas seus nomes estão registrados e ninguém mais deverá levar a sério o que quer que digam novamente.


[*] NT: Em contraste, durante anos e até hoje, grande parte das “autoridades científicas” que se manifestam contra o aquecimento global supostamente causado pela ação humana, não tem nenhuma formação ou conhecimento em climatologia. São apenas, às vezes, famosos biólogos, zoólogos, geólogos, físicos, matemáticos, etc. Num mundo razoável, ninguém esperaria que a opinião de um renomado ornitólogo acerca da erupção de um vulcão fosse tomada com opinião de um especialista.


Publicado originalmente no The Spectator em 29/01/2009 Publicado em português no MidiaaMais, com tradução de&nbspHenrique Paul Dmyterko

http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=762

Seja o primeiro a comentar

Followers




O Mídia em Alerta não se responsabiliza por opiniões, informações, dados e conceitos emitidos em artigos e textos, assim como também não se responsabiliza pelos comentários dos seus freqüentadores. O conteúdo de cada artigo e texto, é de única e exclusiva responsabilidade civil e penal do autor.

Mídia Em Alerta © 2008. Design by Mídia em Alerta.

TOPO