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terça-feira, 30 de junho de 2009

Não houve "golpe de Estado" em Honduras

Mídia Sem Máscara

Ora, Zelaya infringiu o Artigo 4 da Constituição, o qual o incrimina automaticamente por "delito de traição à Pátria", e perdeu a qualidade de cidadão ao infringir o Artigo 42, inciso 5, conforme destacado acima. Por estas infrações o Tribunal Eleitoral, a Procuradoria Geral, o Congresso e a Corte Suprema de Justiça declararam o referendo ilegal. Apesar disso, Zelaya, como um louco alucinado e cego, passou por cima de todas as instâncias superiores desobedecendo as ordens de não realizar o referendo, destituiu no dia 24 pp. Romeo Vásquez Velásquez do cargo de chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, por recusar-se a colaborar com um ato ilegal e inconstitucional (que a Corte Suprema e o Congresso o restituíram a seu cargo), rasgou a Constituição e decidiu levar adiante o plano de Chávez e Fidel.

Tegucigalpa, capital de Honduras, amanheceu ontem em polvorosa, quando militares do Exército invadiram às 5 h. da manhã o palácio presidencial, tiraram de lá o presidente Manuel Zelaya e o despacharam para a Costa Rica. Este gesto heróico e histórico visava a evitar que se realizasse um referendo, convocado ilegalmente por Zelaya para a criação de uma Assembléia Constituinte, cuja meta era anular a Constituição de 1982 e em seu lugar criar uma nova que permitisse a reeleição presidencial indefinidamente.

Zelaya foi eleito em 2006, através de eleições limpas e democráticas, pelo Partido Liberal (de direita), e realizava um governo normal até ser picado pelo ferrão de Chávez; com isso deu uma guinada de 360% em sua postura político-ideológica causando estranheza até em seus correligionários. Chávez o convenceu a participar da ALBA (Alternativa Bolivariana para as Américas) e a partir de então, através de favores, começou o monitoramento. Zelaya tornou-se "bolivariano", foi a Cuba lamber as botas de Fidel que não lhe poupou elogios, e passou a alimentar a idéia totalitária de perpetuar-se no poder como já está concretizado na Venezuela e na Bolívia.

A Constituição hondurenha não permite reeleição e é muito clara em seu posicionamento a quem descumpra tal determinação, conforme atestam os artigos abaixo:

"ARTIGO 4 - A forma de governo é republicana, democrática e representativa. É exercida por três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, complementares e independentes e sem relações de subordinação.

A alternância no exercício da Presidência da República é obrigatória. A infração desta norma constitui delito de traição à Pátria.

ARTIGO 42 - A qualidade de cidadão se perde:

1. Por prestar serviços em tempo de guerra a inimigos de Honduras ou de seus aliados;

2. Por prestar ajuda contra o Estado de Honduras, a um estrangeiro ou a um governo estrangeiro em qualquer reclamação diplomática ou ante um tribunal internacional;

3. Por desempenhar no país, sem licença do Congresso Nacional, emprego de nação estrangeira, do ramo militar ou de caráter político;

4. Por restringir a liberdade de sufrágio, adulterar documentos eleitorais ou empregar meios fraudulentos para burlar a vontade popular;

5. Por incitar, promover ou apoiar o continuísmo ou a reeleição do Presidente da República, e,

6. Por residir os hondurenhos naturalizados, por mais de dois anos consecutivos no estrangeiro, sem prévia autorização do Poder Executivo.

Nos casos a que se referem os incisos 1 e 2, a declaração da perda da cidadania será feita pelo Congresso Nacional, mediante expediente circunstanciado que se faça para o efeito. Para os casos dos incisos 3 e 6, tal declaração será feita pelo Poder Executivo mediante acordo governativo; e para os casos dos incisos 4 e 5, também por acordo governativo, anterior à sentença condenatória ordenada pelos tribunais competentes".

Ora, Zelaya infringiu o Artigo 4 da Constituição, o qual o incrimina automaticamente por "delito de traição à Pátria", e perdeu a qualidade de cidadão ao infringir o Artigo 42, inciso 5, conforme destacado acima. Por estas infrações o Tribunal Eleitoral, a Procuradoria Geral, o Congresso e a Corte Suprema de Justiça declararam o referendo ilegal. Apesar disso, Zelaya, como um louco alucinado e cego, passou por cima de todas as instâncias superiores desobedecendo as ordens de não realizar o referendo, destituiu no dia 24 pp. Romeo Vásquez Velásquez do cargo de chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, por recusar-se a colaborar com um ato ilegal e inconstitucional (que a Corte Suprema e o Congresso o restituíram a seu cargo), rasgou a Constituição e decidiu levar adiante o plano de Chávez e Fidel.

Apesar de todas essas evidências, quando os militares depuseram Manuel Zelaya do cargo que - a partir de então - ocupava ilegalmente, em defesa da Constituição, do Estado de Direito, do império da Lei e da garantia da Ordem, Chávez encabeçou um movimento junto com seus capachos Ortega e Correa, chamando o ato legítimo de "golpe de Estado". Imediatamente, como rastilho de pólvora, todos os outros camaradas pertencentes à ALBA e ao Foro de São Paulo saíram em defesa da "restituição imediata de Zelaya ao seu legítimo posto de presidente".

As declarações dadas por Lula, Correa, Ortega, Fidel e Chávez beiram a insanidade, sobretudo porque nenhum deles tem moral para acusar de "golpistas" àqueles que apenas fizeram valer o direito constitucional, além de serem eles mesmos golpistas em seus países. Chávez deu dois golpes de Estado, deixando mais de 30 mortos e centenas de feridos antes de chegar legalmente ao poder; Ortega idem, com seu terrorismo sandinista e Fidel, o que dizer deste abominável excremento humano que até hoje mantém um país inteiro seqüestrado desde há 50 malditos anos?

Hillary Clinton declarou que "Isto deve ser condenado por todos. Chamamos todas as partes em Honduras a respeitar a ordem constitucional e o império da lei", mas esta comunista ordinária sabia o que pretendia o deposto Zelaya para fazer afirmação mais estúpida e desconectada da realidade? Lula, por sua vez, disse que "Não podemos aceitar mais, na América Latina, que alguém queira resolver seu problema de poder pela via do golpe", mas o que tem feito há dez anos seu amigo golpista e mentor de todos os delinqüentes, Hugo Chávez, sempre com seu irrestrito apoio? Quando o golpe - de fato - é dado pelas esquerdas, tudo é correto e aceitável; entretanto, quando aqueles que respeitam as Leis e a Ordem se insurgem contra os querem destruí-las, estes psicopatas são os primeiros a causar tumulto e a incitar o povo à rebelião.

Hoje, reunidos na Nicarágua já com o presidente deposto (que chegou num avião enviado expressamente pelo governo da Venezuela - a revelia do povo venezuelano), Chávez, Ortega e Correa chamaram os defensores de Zelaya "à rebelião contra os golpistas". Segundo Correa, "Os soldados, jovens e os oficiais não comprometidos com a oligarquia não têm porque obedecer ordens ilegais, e por isso devem se rebelar contra essa cúpula corrupta". Chávez foi mais longe: "Eu tenho certeza de que aos golpistas de Honduras e a esse presidente espúrio e usurpador e os que o apóiam, lhes esperam a mesma sorte que a oligarquia venezuelana". Isto não é crime previsto em lei? Não existe aí uma ameaça velada?

Ademais, o presidente Micheletti assegurou que 12 assessores nicaragüenses e venezuelanos chegaram a Honduras para colaborar com Zelaya e foram recebidos por pessoal da Casa Presidencial, e que o material eleitoral que seria utilizado ontem no referendo chegou ao país em aviões venezuelanos, segundo informações da Força Aérea Hondurenha. Isto não é ingerência nos assuntos internos de outro país ou Chávez já considera Honduras mais um "quintal" seu?

Por seu lado, a União Européia qualificou de "inaceitável" o derrocamento do governo hondurenho, enquanto Barak Obama declarou que o ocorrido neste fim de semana é "um golpe de Estado ilegal e que Manuel Zelaya continua sendo o presidente legítimo do país centro-americano". José Miguel Insulza, secretário geral da OEA, disse que "esse organismo está disposto a um diálogo com Honduras unicamente se Zelaya for restituído como presidente", reiterando que no continente "os militares golpistas não têm cabimento". Por outro lado, o presidente da Assembléia Geral da ONU, o "ex" terrorista sandinista Miguel D'Escoto convidou Zelaya à Assembléia tão logo seja possível. E a rebelião de fato já começou, com os defensores de Zelaya descumprindo acintosamente o toque de recolher, depredando os arredores do Palácio, queimando pneus e afrontando a Polícia que está reagindo apenas com a dispersão através de bombas de gás lacrimogêneo.

O bispo auxiliar de Tegucigalpa, Dom Darwin Andino, com uma visão bastante lúcida da realidade declarou que "o país não pode se entregar ao chavismo", não escondendo sua preocupação ao perceber que "em Honduras está se dando o mesmo que se deu na Venezuela, na Bolívia e no Equador ao somar-se às iniciativas políticas de Chávez. Daqui eu vejo tudo na mão do presidente venezuelano Hugo Chávez, e o país não pode se entregar ao chavismo nem a ninguém, pois queremos continuar sendo livres e independentes".

Diante da afronta internacional que vem sofrendo o presidente empossado, Roberto Micheletti declarou que "não se rompeu a ordem institucional; temos feito o que manda a lei", no que é respaldado pela Corte Suprema de Honduras que declarou em um comunicado: "As Forças Armadas, como defensoras do império da Constituição, atuaram em defesa do Estado de Direito, obrigando a cumprir as disposições legais aos que publicamente manifestaram e atuaram contra as disposições da Carta Magna".

E eu já estava encerrando este artigo quando chega a confirmação, através de uma carta que o presidente do PRD (Partido da Revolução Democrática - de extrema esquerda) do México enviou à embaixadora hondurenha naquele país, de que por trás desse exagerado apoio à ilegalidade estão a OEA, o Grupo do Rio, a ONU, a União Européia, a Internacional Socialista e o Foro de São Paulo, organizações que reúnem a escória política do mundo.

Honduras é um país pequeno, pobre e fraco, apesar de ter militares e políticos dignos que provaram com esta atitude que nem todos se deixam intimidar por delinqüentes arrogantes como Chávez e sua gang internacional. Entretanto, a pressão exercida desde fora está sendo muito grande e intensiva, pois uma coisa que as esquerdas têm décadas de prática - e por isto exercem muito bem - é em mobilização de massas; eles sabem como esmagar o inimigo, comprando consciências, difamando, distorcendo fatos, plantando desinformação. Oxalá o novo presidente e suas gloriosas Forças Armadas possam resistir com bravura a tantos ataques de uma só vez e de todos os lados, pois o que Chávez e esses grupos coordenados pelo Foro de São Paulo pretendem é repetir o que ocorreu na Venezuela em 11 de abril de 2002, em que Chávez acabou voltando ao poder. Se isto acontecer e Zelaya voltar, o massacre vai ser grande, a repressão aos opositores vai ser violenta e os hondurenhos podem dar adeus à democracia. Os venezuelanos que me desmintam se puderem...

Ameaça ostensiva

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Neste e em outros artigos, Herbert pinta os EUA como nação recordista de crimes violentos, causados - é claro! - pelos milhões de armas legais nas mãos de seus cidadãos. Mas o curioso não é que ele apele a esse estereótipo bocó: o anti-americanismo interno prima por evitar comparações internacionais que o desmentiriam no ato (por exemplo, a criminalidade na Inglaterra multiplicando-se por quatro desde a proibição das armas de fogo).

O colunista Bob Herbert - aquele mesmo segundo o qual John McCain não parou de fazer insinuações racistas durante a campanha eleitoral de 2008, embora o restante da espécie humana não as ouvisse - publicou no New York Times do último dia 20 um artigo bastante esclarecedor. Esclarecedor mesmo: basta lê-lo para compreender por que aquele jornal vai diminuindo de tiragem a cada ano e já está à beira da falência, tendo sido obrigado a arrendar metade do seu edifício-sede para arcar com seus custos de produção.

O artigo, é óbvio, não fala de nada disso. Apenas exemplifica, ao tratar de assunto completamente diverso, o tipo de demagogia alucinada que a publicação do sr. Sulzberger passou a aceitar como jornalismo desde há mais de uma década, pagando esse capricho de esquerdista rico com uma desmoralização aparentemente irreversível. Desmoralização que só os jornalistas brasileiros não notaram, pelo simples fato de que em geral nada lêem da mídia estrangeira exceto o próprio New York Times (e o Monde Diplomatique, que é mais mentiroso ainda). Mas não há nisso nada de inusitado: a degradação do NYT, afinal, não completou o prazo regulamentar de trinta anos exigido para que os fatos do mundo sensibilizem o cérebro nacional.

Herbert assegura que os três crimes mais chocantes ocorridos no território americano nas últimas semanas - os assassinatos do médico abortista Tiller, de três policiais em Pittsburgh e de um guarda do Museu do Holocausto em Washington D.C. - foram causados pela propaganda direitista contra o governo Obama.

Ele alerta às autoridades que os "ataques foram motivados pelo ódio direitista: são apenas o começo e o pior está por vir" - donde se conclui facilmente que o governo precisa fazer alguma coisa para tapar a boca dos agitadores, especialmente, segundo Herbert, a National Rifle Association (NRA), cujo presidente, Wayne La Pierre, exorta continuamente os membros da entidade a lutar contra qualquer tentativa governamental de privá-los de suas armas de fogo.

Vamos agora aos fatos:

1. Segundo a polícia, o assassino do dr. Tiller não é militante de nenhuma organização anti-abortista, cristã ou conservadora: é um doente mental, já cometeu outros crimes e não disse uma só palavra que sugerisse motivações morais ou ideológicas. É até possível - mera suposição, que Herbert toma como certeza absoluta - que ele tenha reagido, de maneira insana, à notícia de que o médico era responsável pelas mortes de milhares de crianças, muitas delas saudáveis e completamente formadas, já no nono mês de gestação; mas essa notícia não é propaganda direitista de maneira alguma: é um fato reconhecido por toda a mídia e alardeado, com orgulho, pelo próprio Tiller, sob o nome de socorro humanitário a pobres mulheres privadas do conhecimento das camisinhas ou dos benefícios incalculáveis da esterilização preventiva. Caso as organizações anti-aborto estivessem mesmo induzindo alguém à prática da violência, os primeiros a atender a esse apelo deveriam ser seus próprios militantes. Estranha propaganda, essa, que nenhum efeito exerce sobre seu público-alvo mas vai influenciar, à distância, um maluco que jamais mostrou qualquer interesse pela causa anti-abortista! O mesmo fenômeno observa-se, aliás, na NRA: seus milhões de membros armados até os dentes insistem em não cometer crime algum, deixando irresponsavelmente essa tarefa para pessoas de miolo mole que jamais freqüentaram a organização.

2. O autor dos disparos no Museu do Holocausto foi retratado pela mídia como um fanático anti-semita, coisa que ele é mesmo. Mas ele é também um evolucionista roxo e anticristão odiento - um dado cuidadosamente omitido não só por Herbert mas também pela seção noticiosa do New York Times, e que por si já basta para mostrar que o criminoso nada tem a ver com a direita americana; direita que, para a desgraça total das especulações herbertianas, é tão notoriamente pró-judaica que os esquerdistas em massa a acusam de ser um bando de vendidos à "internacional sionista". Herbert repete o engodo de Michael Moore, que, para lançar sobre os conservadores a culpa moral pelo massacre de Columbine, omitiu de propósito a informação de que os autores do crime o cometeram num acesso de ódio ao cristianismo. O mesmo truque sujo foi usado no caso da Virginia Tech, quando a grande mídia unânime escondeu do público que o assassino, um imigrante coreano, fora doutrinado por uma professora esquerdista, militante black radical, na base do slogan "Morte aos brancos, morte aos judeus". Quando a inspiração ideológica é direta, comprovada, explícita e vem da esquerda, é preciso escondê-la a todo custo, inventando, em contrapartida, as mais artificiosas associações de idéias para criminalizar cristãos e conservadores. Herbert não é, nisso, nem um pouco original: segue a regra estabelecida.

3. Quanto ao assassino dos três policiais, o site de fiscalização midiática Slate, confrontando as várias notícias, concluiu que não há como classificar o sujeito de extremista, seja de direita, seja de esquerda, já que ele é uma cabeça confusa demais para compreender o sentido político do que faz. Embora ele tenha declarado temer o desarmamento forçado da população, não consta que ele jamais tivesse lido a respeito em revistas ou folhetos da NRA. A única fonte que ele citou sobre o assunto foi o site neonazista Stormfront, publicação tão representativa da direita americana que chega a rotular Obama de conspirador sionista, enquanto os sionistas de verdade e os conservadores em peso preferem julgá-lo, como disse recentemente Morton Klein (líder da Zionist Organization of America), "o presidente americano mais anti-Israel de todos os tempos", empenhado, segundo o rabino Pomerantz, em "criar um clima de ódio contra os judeus".

Forçando a especulação de intenções sutis até o último limite da inversão completa, Herbert procura persuadir os leitores de que a pregação conservadora é uma ameaça potencial à segurança pública dos EUA (aviso que chega a ser psicótico numa época em que americanos são mortos todas as semanas sob os aplausos da esquerda mundial), mas não consegue esconder que seu apelo ostensivo à ação governamental contra esses alegados subversivos é uma ameaça real e presente ao direito de livre expressão. Tendo em vista os esforços da esquerda democrata para restaurar a Fairness Doctrine e tirar dos conservadores metade do tempo que eles têm no rádio, torna-se uma simples questão de realismo parafrasear o próprio Herbert e concluir que essa ameaça "é apenas o começo e o pior está por vir".

Neste e em outros artigos, Herbert pinta os EUA como nação recordista de crimes violentos, causados - é claro! - pelos milhões de armas legais nas mãos de seus cidadãos. Mas o curioso não é que ele apele a esse estereótipo bocó: o anti-americanismo interno prima por evitar comparações internacionais que o desmentiriam no ato (por exemplo, a criminalidade na Inglaterra multiplicando-se por quatro desde a proibição das armas de fogo). O curioso é que, lido num país como o nosso, que tem dez vezes mais crimes violentos do que os EUA, com metade da sua população e um número ínfimo de armas legais, o besteirol de Herbert não suscite automaticamente, pela simples confrontação dos números, o riso de escárnio que merece, e sim o respeito e a consideração devidos ao jornalismo sério.

Diário do Comércio, 29 de junho de 2009.

Acobertamento de ditaduras

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As acusações vão mais fundo. Tais organizações afirmam ainda que o Brasil tenta com sua política inviabilizar a eficácia do fórum da ONU, bloqueando investigações internacionais e evitando condenações de regimes como o norte coreano, que mantém execuções sumárias e campos de concentração.

Já se tornou recorrente a observação - partida de diplomatas, de especialistas em relações internacionais, de analistas políticos, etc. - de que a diplomacia brasileira, no governo Lula, se tornou refém de interesses ideológicos e deixou de ter como fim primordial a defesa dos interesses nacionais. O que, inclusive, tem acarretado ao Brasil vergonhosas derrotas no campo internacional.

Os fatos estão aí e não é o momento de relembrá-los. Cabe apenas rememorar que já ao iniciar-se o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os responsáveis de sua política externa apontaram que, ideologicamente, se encontraria nela a "chave" interpretativa do governo petista. A realidade, infelizmente, comprovou a precisão de tal anúncio.

No âmbito interno, devido a condicionantes políticas e diferentes tipos de resistência da sociedade, Lula teve a imperiosa necessidade de adaptar e abrandar a agenda que sempre foi a do PT. O caso mais característico se deu na política econômica.

Tem sido precisamente em diversos aspectos da política externa, marcados pelo mais impúdico radicalismo, que tem transparecido o verdadeiro caráter ideológico do governo.

Lula recebido na ONU com protestos

Um dos traços mais vergonhosos da diplomacia lulo-petista é a contínua conivência ou cumplicidade com governos ditatoriais. Posição sempre justificada por subterfúgios como "multilateralismo", "diálogo", "convívio com as diferenças" e outras pérolas do que tenho qualificado neste blog de cinismo político-ideológico.

Lula esteve há dias em Genebra para discursar, pela primeira vez, no Conselho de Direitos Humanos da ONU e aí tentar explicar a inexplicável política de acobertamento de ditadores.

O presidente foi recebido com duros protestos de ativistas dos Direitos Humanos. ONGs do mundo inteiro - como as insuspeitas Anistia Internacional e Human Rights Watch - acusam a atual diplomacia brasileira de abandonar as vítimas de violações de Direitos Humanos e de apoiar regimes ditatoriais.

As acusações vão mais fundo. Tais organizações afirmam ainda que o Brasil tenta com sua política inviabilizar a eficácia do fórum da ONU, bloqueando investigações internacionais e evitando condenações de regimes como o norte coreano, que mantém execuções sumárias e campos de concentração. (Leia também Brasil poupa ditadura norte-coreana.)

"O Brasil está politizando o fórum e negligenciando as vítimas de violações de direitos humanos", disse o diretor jurídico da Conectas, Oscar Vilhena (cfr. O Estado de S. Paulo, 15.jun.2009)

Pelo menos 35 ONGs endereçaram cartas ao conselho da ONU e ao governo brasileiro, pedindo uma mudança de rumos em tal política, e a própria ONU criticou o comportamento da diplomacia brasileira.

Ladaínha de justificativas

A diplomacia brasileira tenta justificar-se, afirmando que é sempre necessário dar uma chance aos regimes ditatoriais.

Chance? Há décadas que a Coréia do Norte e Cuba violam brutalmente os chamados Direitos Humanos. No que consistiria a "chance"? Em poderem prosseguir suas violações?

Mas o Itamaraty, pela boca do Chanceler Celso Amorim, acrescenta que quer impedir que o Conselho se torne uma espécie de tribunal para condenar nações mais frágeis.

As ditaduras se tornaram, pois, na visão da diplomacia "companheira", "nações frágeis" que têm de ser protegidas. Deu para entender? O Brasil não protege as vítimas das ditaduras, mas protege as ditaduras, "nações frágeis".

Mas a ladainha de justificativas não termina por aqui. O Ministro Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República afirmou à imprensa que o Brasil defende a negociação, o diálogo e a "necessidade de conviver com as diferenças de posições".

Ou seja, acobertar tiranias traduz-se no manual político-ideológico do lulo petismo por "conviver com as diferenças de posições".

Por fim, o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, declarou a O Estado de S. Paulo (15.jun.2009): "Há restrições ao fato de o Brasil não ter assumido uma posição de ficar distribuindo certificados de bom comportamento ou de mau comportamento pelo mundo afora".

É claro que este cândido princípio de isenção só tem validade quando se trata de defender grupos terroristas ou ditadores ideologicamente sintonizados com os princípios do lulo-petismo, ou, pelo menos, politicamente alinhados com seus escusos interesses.

Quando se trata de combater o governo de Álvaro Uribe pelos golpes assestados às FARC, ou o governo de Israel quando se defende dos ataques desferidos pelos grupos terroristas do Hamas ou do Hezbollah, toda esta postura de "abstenção", de "diálogo", de "convívio com as diferenças", desparece num piscar de olhos, e é o próprio Sr. Marco Aurélio Garcia quem se incumbe de distribuir seus certificados internacionais de mau comportamento.

De acordo com a Folha de S. Paulo (16.jun.2009), em seu discurso no conselho da ONU, Lula tentou defender a criticada atuação do Brasil: "Este conselho deve buscar no diálogo, e não na imposição, o caminho para fazer avançar a causa dos direitos humanos".

Após o discurso do Presidente, os grupos civis voltaram a criticar o governo e a afirmar que consideram a visão brasileira moralmente duvidosa. "O apoio do Brasil a países que violam os direitos humanos tem prejudicado a eficácia do conselho", afirmou a diretora da ONG Human Rights Watch em Genebra.

Começa a desfazer-se o equívoco

Durante muito tempo se repetiram internacionalmente certos chavões (mais parecem mantras!) a respeito do governo Lula e de sua orientação político-ideológica. Tais chavões insistiam, contra a evidência dos fatos, em que o presidente mantinha uma linha de moderação e que seu radicalismo ideológico tinha desaparecido.

Talvez os mais recentes acontecimentos, como o padrão de comportamento no Conselho de Direitos Humanos da ONU, a aproximação ao regime da Coréia do Norte, o convite dirigido ao Presidente do Irã, Ahmadinejad, para visitar o Brasil, o refúgio ao terrorista Battisti, vão ajudando a desfazer um equívoco fundamental, alimentado por certa displicência otimista, ou mesmo por má-fé.

"A política externa de Lula cheira mal"

Surgem pelo mundo vozes que começam a alertar para a vergonhosa e perigosa política externa do governo Lula.

É o caso do importante analista de assuntos latino-americanos, Andrés Oppenheimer, que publicou no Miami Herald (21.jun.2009) o artigo intitulado: O Brasil merece críticas por sua horrível política externa.

" O Brasil, o maior país da América Latina, recebeu nestes anos elogios bem merecidos por suas políticas econômicas responsáveis. Mas está sob fogo, de modo crescente, por seu vergonhoso apoio a ditaduras ao redor do mundo.

É difícil existir um ditador - ou um governo repressor - de que o Brasil não goste, afirmam os grupos de defesa dos direitos humanos.

Na semana passada, quando o Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva se dirigiu ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, foi saudado com um coro de reclamações sobre sua política externa pela Anistia Internacional, pela Human Rights Watch e outros dos principais grupos de defesa dos direitos humanos.

"O apoio do Brasil a governos autoritários está minando o desempenho do Conselho de Direitos Humanos," declarou a 15 de junho Julie de Rivero, diretora de advocacia do Human Rights Watch.

O presidente Lula está levando sua política de não se envolver em contendas com outros países muito longe, dizem os críticos.

No ano passado, depois que o Presidente venezuelano Hugo Chávez fechou a maior estação de televisão independente de seu país, a RCTV, Lula declarou à revista alemã der Spiegel que "Chávez é sem dúvida o melhor presidente da Venezuela nos últimos 100 anos."

De modo semelhante, após se encontrar com o semi-aposentado ditador Fidel Castro durante uma visita a Cuba em janeiro de 2008, Lula afirmou esperar que Castro logo retornasse para assumir seu "papel histórico," e louvou sua "incrível lucidez".

Mais recentemente, os votos do Brasil no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas têm se alinhado mais freqüentemente com países totalitários do que com as democracias de centro-esquerda da América Latina, como Argentina, Uruguai e o Chile. Alguns exemplos recentes:

- Em maio, o Brasil se absteve em uma votação de resolução patrocinada por Cuba que visava fazer com que o Conselho parasse de monitorar as violações de direitos humanos no Sri Lanka, onde o mais alto comissário de direitos humanos das Nações Unidas, denunciou a generalização de crimes de guerra. Em comparação, Argentina, Chile, México e a Comunidade Européia votaram pela manutenção do inquérito.

- Em março, o Brasil se absteve em uma votação similar sobre as Nações Unidas continuarem ou não a monitorar os direitos humanos na Coréia do Norte, onde os supervisores da ONU estavam examinando relatórios sobre execuções e campos de concentração. Em comparação, países europeus, Argentina, Chile e Uruguai votaram a favor do prosseguimento da missão.

- Também em março, o Brasil se absteve em uma votação proposta pela União Européia para barrar uma proposta africana destinada a debilitar a obtenção de provas pelas Nações Unidas de abusos cometidos na República do Congo. Em comparação, Argentina, Chile, Uruguai e até a esquerdista linha-dura Nicarágua votaram a favor de continuar as sindicâncias.

- Em fevereiro, durante a revisão da situação de direitos humanos em Cuba, promovida pelo conselho, o Brasil afirmou "dar as boas-vindas"' à "posição construtiva" de Cuba no sistema dos direitos humanos das Nações Unidas e não mencionou os prisioneiros políticos do país, ou a ausência de liberdade de imprensa e de outros direitos fundamentais.

"O Brasil considera os direitos humanos como um obstáculo para as suas metas estratégicas", disse-me em uma entrevista telefônica José Miguel Vivanco, Diretor para as Américas do Human Rights Watch,. "O Brasil acredita que seu apoio ao Terceiro Mundo, e às políticas anti-colonialistas deve ter precedência em relação às considerações sobre direitos humanos."

Vivanco acrescentou que, na América Latina, "o México é um país modelo quando se considera sua política externa em matéria de direitos humanos, seguido pelo Chile, Argentina e o Uruguai. O Brasil está no outro lado do espectro."

Ao ser questionado sobre as crescentes críticas à política externa do Brasil, Marco Aurélio Garcia, conselheiro presidencial de Lula afirmou ao diário O Estado de S. Paulo em 14 de junho: "O Brasil não tem que estar dando certificados de boa conduta ou má conduta pelo mundo". E acrescentou: "Nós pensamos que é muito mais importante empreender ações positivas que podem mover um país a melhorar sua situação interna do que ações de uma natureza restritiva".

Minha opinião: O Brasil - e seu presidente - merece bastante crédito por se ter tornado um modelo de estabilidade econômica, redução de pobreza e de liberdades políticas numa região onde muitos outros países estão retrocedendo em todas essas três frentes.

Mas a sua política externa cheira mal. O Brasil devia ser fiel a seus compromissos assumidos em tratados internacionais para defender universalmente os direitos humanos e os princípios democráticos, e parar de aplaudir ditadores. Se Lula continuar a fazer vista grossa para abusos de direitos humanos ao redor do mundo, estará abrindo um precedente para que futuros governos suprimam direitos humanos em seu próprio país.

P.S.: No final da semana passada, talvez como resultado das críticas dos grupos de direitos humanos, no Conselho das Nações Unidas, o Brasil deu um raro voto, no caso do Sudão, junto com países pró direitos humanos. Esperemos que seja o início de uma mudança do Brasil em sua horrível política externa."

http://radardamídia.blogspot.com

Sarney e Lula

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Ambos os políticos têm índole conciliatória, o que favorece esses rapapés públicos. A demonstração recíproca de cinismo chega a ter recorte literário, tal a radicalidade. Mas não se engane, meu caro leitor: a luta que se trava é entre dois colossos. Mas o velho Sarney está em desvantagem, porque não dispõe dos meios de espionagem e de ação de mídia que tem o PT. Entrou nessa luta perdido. Seus aliados são de ocasião, enquanto a tropa do PT tem sólida formação ideológica e comando centralizado.

Os jornais de hoje (26) relatam que José Ribamar Sarney está atribuindo ao seu apoio ao presidente Lula o que chamou de "campanha midiática" contra a sua pessoa. Mais ou menos assim: os fatos relatados de nepotismo, devidamente comprovados, que remontam à nomeação de sua filha Roseana quando o próprio Sarney tornou-se presidente da República, nada têm de imorais. O malfeito não estaria na raiz do escândalo. As práticas nepotistas deveriam ser consideradas normais e conformes às tradições políticas. O barulho se deveria exclusivamente porque o presidente do Senado está na base de apoio do governo.

Convém lembrar que, desde a eclosão da crise, Lula tem dado declarações protocolares de apoio a Sarney sem, no entanto, entrar no mérito das denúncias. Ao mesmo tempo, o PT age dentro do Congresso contra o ex-presidente. Qual a lógica dessa dança política?

Em primeiro lugar, Sarney sempre foi aliado de Lula, mas sempre foi mal aceito pelas hostes petistas. Sarney ligou seu nome ao Regime Militar e isso é inesquecível para as esquerdas. Por outro lado, foi Sarney quem abriu a avenida para a conquista do poder pelas esquerdas, coroada com a chegada de Lula Lá. Sem a morte de Tancredo Neves a trajetória de ambos, Sarney e Lula, seria bem outra. Sarney foi a semente e Lula é o fruto maduro dessa simbiose reciprocamente proveitosa. Para ambos, vale a paráfrase a Caminha: "Em se pagando, tudo dá". Ou, relembrando o velho Severino Cavalcanti: "É dando que se recebe".

Um segundo ponto que precisa ser sublinhado é o instinto de sobrevivência político amoral do ex-presidente. Sarney, desde a origem, sempre fez qualquer acordo e qualquer aliança para se manter no poder, sem perguntar nem como nem de onde viria o apoio. Essa é a sua característica mais saliente.

Mas Sarney, embora seja afável ao ponto da subserviência a Lula, tem agenda própria, por vezes conflitante com a do presidente em exercício. Sua história é a de um político tinhoso e vencedor. Só em 2009 dois fatos maiúsculos aconteceram, em favor de Sarney e em prejuízo do PT: a eleição da Mesa do Senado, quando Sarney peitou os interesses da agremiação governista, fazendo-se presidente da Casa, e a cassação de Jackson Lago, muito ligado ao PT, que deu lugar à própria filha de Sarney, Roseana, no governo do Maranhão.

Vi esses fatos acontecerem e fiquei a imaginar qual seria o contra-ataque vermelho. Está aí. Essa sucessão de denúncias, vindas a público em doses homeopáticas diárias, tem autor. E o único grupo com organização e fontes capazes de gerar esse estremecimento é o PT, partido que se infiltrou por todos os recantos do Estado brasileiro, agindo de forma revolucionária, com acesso a tudo. Essa campanha contra Sarney tem autor: é o PT.

A troca de gentilezas públicas entre Lula e Sarney não passa de ritual que esconde a realidade. Sarney infligiu duras derrotas ao PT, com sérias implicações para a sucessão presidencial, motivando a vingança ora em curso. Por outro lado, Sarney sabe disso, mas faz o discurso oposto, como se o inimigo não fosse o próprio Lula. Ambos os políticos têm índole conciliatória, o que favorece esses rapapés públicos. A demonstração recíproca de cinismo chega a ter recorte literário, tal a radicalidade. Mas não se engane, meu caro leitor: a luta que se trava é entre dois colossos. Mas o velho Sarney está em desvantagem, porque não dispõe dos meios de espionagem e de ação de mídia que tem o PT. Entrou nessa luta perdido. Seus aliados são de ocasião, enquanto a tropa do PT tem sólida formação ideológica e comando centralizado.

Enquanto não temos o desfecho estamos vendo o desfilar da sordidez das nossas práticas políticas, pois decidiram abrir os baús do velho sótão maranhense. É o lado bom e profilático do processo, embora eu não creia que as práticas venham a mudar. Ao contrário. A esquerdização escancarada das ações políticas leva a essa degenerescência crescente. Pense, meu caro leitor: o que representa a meia dúzia de parentes do Sarney nomeados, por mais repugnante que seja o fato, perto dos milhares e milhares de cabos eleitorais que a corriola petista tem empregado no Poder Público? Dos concursos inúteis abertos apenas para acomodar a corriola? Sarney saiu mais barato e mais limpo que o PT. Infelizmente, a opinião pública ignora esses fatos elementares. Lembrando que um erro não paga outro: Lula e Sarney são farinha do mesmo saco. Merecem-se.

A Liberdade de Expressão como um Direito de Propriedade

Mídia Sem Máscara

O grande problema da liberdade tratada de forma específica, e no caso do assunto aqui em tela, ou seja, a liberdade de expressão - é que, por ser categorizada de forma errônea, surgem cada vez mais casos onde exceções e restrições se façam necessárias, oferecendo com isto o pretexto para os seus inimigos defenderem seu controle ou até mesmo a sua extinção.

(inspirado no livro Ethics of Liberty, de Murray N. Rothbard)

Quando falamos sobre liberdade, é usual nos referirmos a alguma liberdade específica: liberdade de opinião e de expressão, liberdade de ir e vir, liberdade intelectual e artística, liberdades do mar, e assim por diante.

Talvez porque a conquista da liberdade tenha se dado de forma tão sofrida, obtida com tanto sacrifício, depois de tanto sangue derramado, e depois de pelo menos três milênios desde que tal conceito tenha começado a ganhar significado, é que hoje usufruamos de, digamos assim, tantas destas.

Nada mal, e nem seria justo criticar quem no passado tenha lutado com tanto sacrifício por qualquer uma. Entretanto, talvez seja a hora de darmos um passo adiante, para compreendermos melhor a doutrina da liberdade, no que tange à sua amplitude e aplicação.

Segundo os austríacos, não há que se falar em liberdades "para alguma coisa". Para eles, a liberdade é um direito pleno do ser humano, de tal modo que, houvéramos nascido em um mundo idealmente livre, tal palavra nem sequer teria existência em nossos dicionários. A liberdade é o nosso estado natural, não fazendo sentido, pois, como desejamos tratar adiante neste artigo, da chamada "liberdade de expressão".

Sobre o que vamos discorrer agora é de suprema importância quando percebemos que, lado a lado com cada liberdade específica, surgem logo as exceções e restrições, e às vezes, até mesmo injustificáveis privilégios. Eis aí o problema: quando as liberdades são tratadas em separado, de forma específica, surgem desde logo as tentações para cerceá-las, justamente por que assim fica mais fácil. A liberdade específica não é encarada como um estado natural do indivíduo, mas como uma concessão do estado, mais propriamente, algo que possa ser regulamentado "em prol do interesse público".

Se nos detivermos no problema da liberdade de expressão, veremos onde chegamos ao tratarmos de forma tão equivocada a questão da liberdade. Nossa Constituição, por exemplo, é "danadinha" neste aspecto. Somente em relação à liberdade de expressão, há, por exemplo, o direito de reunião, que autoriza as pessoas a se aglomerarem em qualquer via pública, não sendo para tanto, mais que necessário, avisar com antecedência o poder público. Só por causa disto, usualmente os cidadãos das grandes cidades ficam prejudicados, ou mais propriamente, têm o direito de ir e vir seqüestrado por gente que entende que suas reivindicações políticas ou salariais são mais importantes que os direitos jurídicos já consolidados de milhares de outros. Vejam que incongruência: reivindicar direitos é mais importante que respeitar os já consolidados!

Também a liberdade de expressão fica cerceada quando o estado começa a inventar coisas como diploma de jornalismo, conselho de jornalismo, e que tais. Ora, esta profissão se vale da expressão como ferramenta de trabalho, mas não há absolutamente nada - em termos de fundamento - que deva proibir qualquer pessoa de transmitir notícias e opiniões, e são prova disso tanto os blogs, que exponenciaram aos céus tal possibilidade, quanto o currículo de alguns dos maiores jornalistas de nosso país, que jamais obtiveram diploma ou foram sindicalizados.

O grande problema da liberdade tratada de forma específica, e no caso do assunto aqui em tela, ou seja, a liberdade de expressão - é que, por ser categorizada de forma errônea, surgem cada vez mais casos onde exceções e restrições se façam necessárias, oferecendo com isto o pretexto para os seus inimigos defenderem seu controle ou até mesmo a sua extinção. Imaginemos, por exemplo, se no meio da execução da ópera Aída, alguém decidisse, de dentro da platéia, começar a cantar o tico-tico no fubá. A rigor, tal pessoa estaria exercendo a sua liberdade de expressão também. Contudo, alguma coisa, meio que intuitiva, nos avisa que, embora cantar o "tico-tico lá, o tico-tico cá.." não seja exatamente uma coisa feia, errada se torna no meio de um teatro. Imaginemos, ainda, um caso mais usual, quando observamos a má conduta de algumas pessoas, sobretudo estudantes, em eventos tais como congressos e seminários, a tal ponto que muitas vezes logram êxito em inviabilizar-lhes a realização.

Entre os liberais austríacos, todos estes entraves são resolvidos a partir de uma perspectiva bem diferente. Sem nem sequer pensar em restringir a liberdade de ninguém, o que entendemos por "liberdade de expressão", por eles é tratada segundo o direito de propriedade! De uma só tacada, todos os problemas assim desaparecem. Isto porque, o que se vai dizer, quem vai dizê-lo e o modo como será dito são determinados pelo dono do evento! Simples assim!

Então vejamos: se eu compro um ingresso de cinema, na mesma hora eu faço a minha adesão a um contrato. Este contrato estabelece algumas normas: não usar o celular, não tirar fotografias, não importunar a sessão. Quem quer que pense em cantar lá o tico-tico, estará não intuitivamente, mas objetivamente quebrando o contrato, e autorizando o dono a usar da força, se necessário, para colocar esta pessoa para fora. Em eventos do tipo reunião, dá-se o mesmo: em um congresso de médicos, não há quem tenha o direito de protestar contra o desmatamento da Amazônia, ou mesmo sobre questões que em aparência digam respeito, como por exemplo, a questão do uso de células-tronco, se os donos do evento não tiverem previsto a abordagem de tal assunto. Quem quer que deseje protestar contra o desmatamento da Amazônia ou o uso das células-tronco, que monte seu próprio evento!

No caso dos bens públicos, o problema se torna um pouco mais difícil de resolver, mas isto justamente é porque temos esta entidade chamada estado. Mas ainda assim, é um problema apenas aparente. Bem entendida a questão da liberdade de expressão, isto é, como decorrente do direito de propriedade, torna-se claro que determinadas atividades hoje exercidas pelo estado nem sequer deveriam existir, tais como tv's públicas, patrocínios a filmes e peças de teatro, etc. Todas estas manifestações intelectuais e artísticas deveriam estar a cargo exclusivo das mãos privadas.

Já quanto aos bens públicos, propriamente, o seu uso deveria estar restrito à finalidade precípua para o qual foram criados. No caso de grandes avenidas, torna-se evidente que é uma injustiça que alguns cidadãos, para reivindicarem direitos, seqüestrem os já existentes dos demais, sendo que eles podem usar espaços tais como as praças públicas, inclusive os coretos que nelas abundam, sem uso. De outra forma, se outro evento já existe em algum destes lugares, ainda assim o direito de propriedade, usado de forma análoga, pode ser usado, para definir como o possuidor de direito aquele que ocupou o determinado espaço antes (apropriação original).


Obs.: Desde que traduzi o livro "A Theory of Capitalism and Socialism", decidi que não escrevo mais estado com a inicial maiúscula. Obrigado pela compreensão.


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Uma autocrítica pós-Socialismo Real

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Após o desmoronamento do socialismo real muitas foram as autocríticas de militantes que perderam o rumo. Reconheça-se, no entanto, que alguns persistem. Uns sugerem um retorno a Marx. Outros afirmam que a culpa foi de Stalin, que distorceu Marx e Lênin.

"Definitivamente, os modelos de militância que marcaram os setores mais radicais da esquerda por cerca de 70 anos se esgotaram. Figuras como "o bolchevique, o agitador anarquista, o guerrilheiro urbano, o soldado-partido", não mais existirão, pois as regras que regulavam o funcionamento dos coletivos que constituíam essas figuras jurássicas foram derrubadas. Uma dessas regras, a fundamental, foi aquela que a Rainha Vermelha, do livro "Alice no País das Maravilhas", bradava: 'Primeiro a sentença; depois o veredicto". (Carlos Ilich Santos Azambuja)

Após o desmoronamento do socialismo real muitas foram as autocríticas de militantes que perderam o rumo. Reconheça-se, no entanto, que alguns persistem. Uns sugerem um retorno a Marx. Outros afirmam que a culpa foi de Stalin, que distorceu Marx e Lênin.

Entre estes últimos, há também aqueles que, embora sem deixar de acreditar na utopia, fizeram uma autocrítica, como o kamarada que escreveu o texto abaixo, culpando não a doutrina científica, mas aqueles que não souberam colocá-la em prática:

"A derrota da Frente Sandinista, em 1990, nas eleições presidenciais na Nicarágua demonstra que, sem paz e pão, não se pode esperar que o povo reconheça na esquerda a sua vanguarda.

De fato, é a esquerda que, histórica e teoricamente, se tem autodenominado vanguarda, termo pomposo que dá a quem o pronuncia a ilusão de comando. Não fossem tão pretensiosos, talvez preferissem se considerar retaguarda.

Ora, como poderia o povo rejeitar, pelo voto livre e secreto, a sua vanguarda, e escolher a candidata do imperialismo, se a teoria determina que os trabalhadores no poder não podem cometer suicídio de classe? Pode-se resolver o enigma admitindo-se que a teoria está certa, o povo é que anda errado...

O antigo militante, companheiro de lutas e mutirões, virou dirigente e, logo, ocupante de um cargo de destaque na estrutura de poder. Enquanto os jovens partiam para a frente de combate e as mulheres perdiam o alento diante da acelerada desvalorização do córdoba e do crescente aumento dos preços, alguns dirigentes viviam em condições privilegiadas, distantes do trabalho de base e da população.

Se a Nicarágua sandinista fracassou por culpa do imperialismo, o mesmo não se pode dizer a respeito do socialismo europeu. Não houve agressão militar e nem o espectro da fome rondou os lares. Foi a própria população que, saturada da burocracia e fascinada pelo consumismo neoliberal, deu um basta naquele modelo político imposto em decorrência da partilha da Europa, ocorrida no fim da Segunda Guerra. Onde imperava a ditadura do partido, o povo exigiu democracia; onde se impunha severo controle ideológico, sob aparato policial, o povo pediu liberdade.

A desintegração da União Soviética, por sua vez, deixou a nu o socialismo cubano. Em 30 anos, a Revolução não logrou criar uma infra-estrutura mínima de auto-sustentação. A dependência entranhou-se nas próprias estruturas do Estado. E, a exemplo do que ocorreu na Nicarágua, as fronteiras entre o Estado e o partido perderam nitidez.

Não é nada fácil resistir quando se defronta com um apartheid turístico, pelo qual os estrangeiros têm acesso aos mais sofisticados bens de consumo e aos melhores espaços de lazer da ilha, enquanto a população carece de sabão e enfrenta filas intermináveis para comprar um simples sorvete.

Só haverá socialismo se houver socialistas revolucionários. E estes só terão êxito se fortalecerem a organização popular".

A matéria acima não é um relatório da CIA e também não é um texto escrito por exilados cubanos em Miami. Foi escrita por Frei Betto. Está nas páginas 409 a 413 do seu livro "O Paraíso Perdido", editora Geração Editorial, 1993.

sábado, 27 de junho de 2009

A Sangue Frio: O que Truman Capote não queria que você soubesse

Mídia Sem Máscara

Casos homossexuais, drogas, depressão, alcoolismo, uma obra voltada para crianças, o acobertamento do fator homossexual durante o terrível assassinato de uma família evangélica. O que há de errado nesse quadro?

Crimes de "homofobia" estão, estimulados por ativistas gays, rapidamente se tornando uma propaganda incessante e onipresente na mídia esquerdista. Tal propaganda está conduzindo a maioria das pessoas a ver os praticantes do homossexualismo como eternas vítimas inocentes e o restante da sociedade como opressores potenciais. Crimes cometidos por homossexuais? Isso é novidade! Não, não é novidade. Cinqüenta anos atrás, ocorreu um crime hediondo em Holcomb, Kansas, EUA. Em 16 de novembro de 1959 o jornal The New York Times publicou a seguinte notícia sobre o crime:

Holcomb, Kan., 15 de novembro [1959] (UPI) - Um rico fazendeiro, sua esposa e seus dois filhos adolescentes foram encontrados mortos a tiros hoje em seu lar. Eles foram assassinados por tiros de espingarda a queima-roupa depois de serem amarrados e amordaçados... Não havia sinais de luta, e nada foi roubado. As linhas telefônicas haviam sido cortadas. [1]

O metodista Herbert Clutter e sua família foram brutalmente amarrados, amordaçados e assassinados dentro de casa. Esse crime deu origem a um livro em 1966 e um filme que se tornaram famosos: A Sangue Frio.

Li o livro pela primeira vez há 30 anos e fiquei impressionado e intrigado de ver como uma família metodista trabalhadora, caridosa e modesta terminou tragicamente assassinada por dois ex-presidiários. O autor, Truman Capote (1924-1984), conduz os leitores aos detalhes bizarros do crime, porém sua obra deixa no ar importantes perguntas sem respostas.

Li o livro várias vezes e durante anos me questionei: "O que foi que aconteceu? Como uma família tão boa é trucidada de forma tão cruel? Há algo estranho nesse relato". Apesar de tudo, confiei no autor e cri na sua versão dos fatos. Só muitos anos depois é que vim a investigar pessoalmente Capote e seu livro.

De acordo com Capote, o objetivo dos dois criminosos era apenas assaltar, e a família, bastante pacífica, estaria disposta a entregar tudo. Por que os dois homens não se contentaram apenas em roubar? Por que assassinaram a sangue frio um homem, sua esposa e seu casal de filhos adolescentes que já estavam amarrados e totalmente indefesos? O que explica um crime tão irracional?

A fria omissão

O jornalismo investigativo usado em A Sangue Frio foi considerado uma obra pioneira e monumental. Mas hoje sabe-se que Truman Capote não foi completamente honesto. Seu jornalismo cometeu omissões monumentais.

J. J. Maloney, um repórter investigador e criador do site www.crimemagazine.com, forneceu evidência convincente de que os assassinos Smith e Hickock haviam iniciado um relacionamento homossexual na prisão, e que na casa da família metodista Smith "explodiu" quando encontrou Hickcock tencionando estuprar a jovem Nancy Clutter. Nesse ponto, Smith desafiou Hickock a matar a família. Esse fato, de acordo com Maloney, foi ocultado porque Capote tinha segundas intenções. Para ele, Capote registrou o crime de forma desonesta. [2]

Os dois criminosos eram amantes homossexuais e o assassinato da família evangélica inocente ocorreu porque um dos criminosos quis estuprar Nancy Clutter, a adolescente evangélica de 16 anos que estava amarrada. O parceiro homossexual, enciumado por ter sido trocado por uma linda mocinha loira, briga com seu amante. Esse foi um fato importante que o jornalismo investigativo de Capote omitiu completamente.

Essa briga envolvendo ciúme homossexual custou um alto preço: Herbert Clutter, sua esposa e filhos amordaçados foram mortos a tiros e facadas.

Por que motivo o renomado jornalista Capote acobertou a motivação homossexual do assassinato?

Invenções a sangue frio

Apesar de que A Sangue Frio é anunciado como um relato factual de "Crime Real", muitos críticos colocam em dúvida a veracidade do livro, argumentando que Capote mudou os fatos para servirem à sua estória, adicionou cenas que nunca ocorreram, recriou diálogo e omitiu a homossexualidade dos criminosos.

O escritor Phillip K. Tompkins, que viajou para o Kansas e entrevistou pessoas ligadas ao crime, escreveu na revista Esquire em 1966 que havia discrepâncias significativas nas cenas relatadas por Capote. Uma testemunha chegou a negar a veracidade de uma importante cena sobre a qual Capote escreveu. [3]

Será que as invenções e omissões no livro de Capote são o resultado de incompetência jornalística ou havia realmente segundas intenções para acobertar a verdade?

Um homossexual perturbado escrevendo sobre homossexuais perturbados...

Como os próprios criminosos sobre os quais escreveu, Capote também tinha seus parceiros homossexuais... Seus dois principais namorados, ligados a ele em relacionamentos não-exclusivos, eram Newton Arvin (de 1946 a 1949) e Jack Dunphy (de 1949 até a morte de Capote). Ele era abertamente homossexual numa época em que era socialmente tolerável entre os artistas, ainda que raramente mencionado.

Ele declarava ter muitos casos com homens que julgava-se eram heterossexuais, inclusive, assim afirmava ele, o ator Errol Flynn. Ele viajava em círculos ecléticos, passando tempo com escritores, críticos de arte, magnatas, filantropos, celebridades de Hollywood e do teatro e homens da alta sociedade, tanto nos EUA quanto em outros países.

A homossexualidade de Capote não era novidade. Seu livro de "ficção" de 1948 Other Voices, Other Rooms apresenta o personagem Joel, um rapaz que, num encontro com um decadente travesti adulto, descobre e aprende a aceitar sua própria homossexualidade. Mais tarde, o próprio Capote confessou que Joel era uma tentativa inconsciente e totalmente intuitiva de ser autobiográfico: Ele havia escrito sobre o que estava ocorrendo sexualmente em sua própria vida.

Other Voices, Other Rooms foi escrito antes de A Sangue Frio, e habilmente mostra a capacidade de Capote de manobrar a homossexualidade e os personagens envolvidos nela.

Capote levou uma existência perturbada, desde o começo de sua vida. Quando ele tinha quatro anos, seus pais, que sempre brigavam, se divorciaram. Sua mãe, que era alcoólatra e se envolveu com vários homens, não tinha tempo para ele. Ela acabou cometendo suicídio.

Na década de 1970, Capote vivia sendo internado em clínicas de reabilitação, por drogas, depressão e alcoolismo, e notícias de seus vários colapsos nervosos frequentemente chegavam até o público. Em 1978, o apresentador de programa de entrevistas Stanley Siegal fez uma entrevista ao vivo com Capote, que, num estado total de embriaguez, confessou que poderia se matar.

Depois de sua discreta biografia homossexual Other Voices, Other Rooms (1948), ele lançou, em 1955, uma obra só para crianças: Children on Their Birthdays (Crianças em Seus Aniversários)

Acobertamento a sangue frio: Por que A Sangue Frio omitiu a homossexualidade?

Casos homossexuais, drogas, depressão, alcoolismo, uma obra voltada para crianças, o acobertamento do fator homossexual durante o terrível assassinato de uma família evangélica. O que há de errado nesse quadro?

É de admirar que em A Sangue Frio Capote tivesse todo o cuidado de não mencionar termos como homossexual, homossexualidade ou sodomia? Apesar disso, a carreira de Capote chegou ao ponto máximo com esse livro, tornando-o famoso e rico.

A diferença entre A Sangue Frio e outros livros dele é que nos outros Capote usou seu estilo que, de acordo com o site homossexual www.GLBTQ.com, tinha códigos para interpretações homossexuais que dava para se ver claramente.

Entretanto, ele não deixou em A Sangue Frio códigos ou suspeitas de homossexualidade nos criminosos. Isto é, a homossexualidade, que era tão comum em seus outros livros, estava estranhamente ausente em seu relato sobre uma inocente família metodista assassinada por dois homens homossexuais.

Capote acabou passando seis anos trabalhando em A Sangue Frio. Uma grande parte da estória envolve o relacionamento dinâmico dos dois criminosos que culminou nesse crime irracional. Ele manteve longas entrevistas pessoais com Smith e Hickock. De forma especial, Smith fascinava Capote, sendo representado no livro como o mais sensível dos dois assassinos. Até hoje, persistem ainda boatos de um relacionamento romântico e até mesmo sexual entre Smith e Capote.

Homossexuais e novelas: o resultado previsível

Capote é considerado o criador da novela de não-ficção e pioneiro no Novo Jornalismo, por causa de A Sangue Frio. A diferença entre ele e seu colega homossexual brasileiro Aguinaldo Silva, escritor de novelas de ficção, é o modo como os dois lidam com a questão homossexual em suas obras.

Enquanto em suas novelas de ficção Silva apresenta os evangélicos em cenários de violência contra homossexuais, em sua novela Capote removeu a autoria homossexual de um horrendo caso de violência e agressão contra uma família evangélica - um caso que não é ficção. Só em suas novelas de ficção Capote deixava seus personagens fora do armário.

Li A Sangue Frio sem jamais suspeitar de uma motivação homossexual para o crime. Como é que eu poderia saber que a homossexualidade do autor estava guiando e decidindo o relato de um crime contra uma família evangélica? Para mim, A Sangue Frio era tudo e qualquer coisa, menos um crime homossexual.

A mesma sagacidade de Capote que habilmente introduzia a homossexualidade em suas novelas e livros habilmente a acobertou em A Sangue Frio. Ele a manobrava conforme as conveniências, pois seu jornalismo estava a serviço de sua paixão.

A paixão homossexual, que manobra habilmente a agenda gay nos meios de comunicação, custa um preço social muito elevado: Os inocentes acabam se tornando vítimas, e mentiras são usadas para acobertar os crimes homossexuais.

Jornalismo esquerdista: o que é ficção e realidade no debate homossexual

É tanta mentira que é difícil separar a ficção da realidade.

Há tantas mentiras que a sociedade está ficando cega para a verdade acerca da homossexualidade por trás de muitos crimes violentos e está crendo na ficção de que famílias evangélicas inocentes, pastores e padres são responsáveis por crimes contra homossexuais.

O jornalismo de hoje, manipulado pela influência homofascista, não só acoberta a autoria homossexual dos crimes, mas também trabalha para impor sobre os cristãos a autoria de crimes contra os homossexuais - crimes que, não raras vezes, envolvem condutas de risco, escolhas morais imprudentes e reações emocionais imaturas como ciúmes entre parceiros gays.

Pastores, padres e outros líderes cristãos respondem às falsas acusações encolhendo-se de medo num canto e repetindo incessantemente, de orelhas baixas: "Não somos assassinos de homossexuais! Amamos os homossexuais!" Em vez de proclamarem com coragem os alertas de Deus sobre as conseqüências das condutas de pecado, muitos líderes cristãos agora têm medo de dizer qualquer coisa que possa "ofender" a patrulha homossexual que fiscaliza e pune opiniões pessoais.

Os militantes homossexuais parecem exigir dos cristãos um pedido de perdão pelo "crime" de discordar do estilo de vida que eles escolheram, mas eles prestam contas pelo que aconteceu em A Sangue Frio e outros episódios de crimes violentos perpetrados por homossexuais? Claro que não. Eles escondem a verdade - inclusive o fato, registrado no meu livro O Movimento Homossexual, de que os maiores assassinos seriais dos EUA eram homossexuais - e jogam montanhas de acusações de "homofobia" sobre os cristãos.

Gays sagazes estão sempre prontos para manipular quase qualquer coisa nos meios de comunicação. Homossexuais foram assassinados? Rotule isso de crimes "homofóbicos", e exija leis especiais, direitos especiais, etc. Uma família cristã foi assassinada por gays? Encubra o fator homossexual e deixe algum escritor gay esperto ganhar muito dinheiro e fama com isso!

Hitler era homossexual? Acuse os cristãos anti-sodomia de serem fascistas! De acordo com o historiador alemão Lothar Machtan, Hitler e muitos líderes nazistas eram gays. Mas isso não é problema. Por causa do "exemplo" de Hitler, que assassinou alguns de seus camaradas gays para encobrir a homossexualidade em si mesmo e no Partido Nazista, modernos gays sagazmente exigem proteção especial e mais e mais direitos, e se algum cristão protesta, eles o chamam de nazista intolerante.

Nem mesmo George Orwell, em sua famosa obra 1984, conseguiu antever tanta inversão paranóica!

A realidade dos crimes "homofóbicos" no Brasil

No Brasil, se você passa por uma zona de prostituição ou drogas às 2h da madrugada, você corre o risco de perder a vida. Se você não é homossexual, a violência contra você é registrada como crime normal, mas se você é homossexual, a violência contra você provavelmente será rotulada de crime "homofóbico". Por pura coincidência, os travestis do Brasil adoram passar por zonas de prostituição e drogas às 2h da madrugada! É de admirar que a maioria dos assassinatos de homossexuais brasileiros registrados como crimes "homofóbicos" seja de travestis?

Herbert Clutter não tinha tal conduta de risco e ele e sua família não estavam visitando uma zona de prostituição ou drogas às 2h da madrugada. Contudo, um casal gay foi até ele. Hoje, se o casal de alto risco tivesse sido vítima de Clutter, o rótulo "homofóbico" seria imposto em Clutter, e o crime seria usado para avançar agressivamente a agenda gay.

Mas, mesmo quando a família Clutter inteira é a vítima, gays sagazes dão um jeito de tirar vantagem. Capote fez muito dinheiro com o assassinato dos Clutters, e fico me perguntando quantos outros assassinatos de inocentes, onde os autores são gays, estão produzindo dinheiro e fama para indivíduos gananciosos.

É claro que nem todo assassino é gay e nem todo gay é assassino. Mas é impossível negar o fato de que a homossexualidade é uma conduta de risco e um dos fatores por trás de muitos crimes horrendos. A família Clutter é apenas uma pequena amostra.

Mesmo depois de inegáveis crimes homossexuais, os cristãos são forçados a ficar na posição defensiva?

Empurrando os cristãos para a incômoda, cansativa e desagradável posição defensiva debaixo do peso de inúmeras acusações cruéis e fictícias de "homofobia", os estrategistas homossexuais deixam a sociedade tão ocupada e sobrecarregada de propaganda jornalística enganosa que ninguém tem tempo para dar atenção às conseqüências criminais do comportamento homossexual. Essa estratégia lhes dá oportunidades de sobra para promover a agenda gay na sociedade.

Os modernos jornalistas homossexuais sabem usar sua cobertura criminal para favorecer a agenda gay. Crimes de "homofobia" fictícios se tornaram o trampolim para a conquista de muitos privilégios sociais, fama e dinheiro. Capote, em sua época, não tinha tal oportunidade e inspiração. Mas mesmo sem uma estratégia anti-"homofobia" disponível, ele fez o que era possível para usar a criminalidade homossexual contra uma inocente família cristã para obter fama e dinheiro para si.

Se tivesse sido escrito em nossa época, talvez o livro A Sangue Frio pudesse mostrar os dois homossexuais criminosos saindo do armário e poderia sugerir que a causa do assassinato foi alguma reação "homofóbica" da família evangélica que já estava amarrada e amordaçada.

Seja como for, Truman Capote conseguiu fazer muito dinheiro e fama com a tragédia de uma família evangélica. Ele merece um Oscar gay por seus incalculáveis serviços prestados para a proteção jornalística do homossexualismo.

Onde está a verdade?

A Sangue Frio representa a manipulação de todos os jornalistas homossexuais? Não. Há uma minoria de escritores e jornalistas homossexuais que são honestos e equilibrados no que escrevem e não concordam com a manipulação e mentiras. De forma semelhante, muito embora haja também escritores e jornalistas heterossexuais que são manipuladores e enganadores em seu uso dos meios de comunicação, eles não representam todos os seus colegas heterossexuais. Há um pequeno de escritores e jornalistas que odeia mentiras.

No entanto, a triste verdade é que hoje em dia os heterossexuais cristãos estão sendo mais e mais apresentados de uma forma distorcida e desonesta numa tentativa clara de responsabilizá-los por muitos crimes contra quem pratica o homossexualismo. E muitos crimes perpetrados por homossexuais são contados de uma forma tão torcida que escondem esse fato do público.

Homossexualidade, verdade e honestidade

No Brasil o deputado federal Clodovil Hernandes (1937-2009), um homossexual assumido, nunca deu apoio algum aos direitos homossexuais. Aliás, ele era inimigo público de Marta Suplicy, a parlamentar feminista, socialista, pró-aborto e educada nos EUA que apresentou na Câmara dos Deputados o primeiro projeto de lei de parceria do mesmo sexo em 1985.

Recentemente, em entrevista publicada na revista Veja, feita poucos dias antes de sua morte, o repórter perguntou: "Por que o senhor não apresentou nenhum projeto defendendo o direito dos homossexuais?"

Clodovil, que não era cristão, respondeu: "Deus me livre. Quais direitos? Direito de promover passeata gay? Não tenho orgulho de transar com homem".

Como Capote, Clodovil era homossexual, mas diferente de Capote, ele nunca acobertou a verdade sobre sua homossexualidade.

A verdade não é um jogo e não é prisioneira de ninguém. Aqueles que escolhem manipulá-la ou escondê-la acabam se tornando cúmplices e prisioneiros de mentiras. Conveniente ou não, a verdade importante nunca deve ser acobertada, mas ser sempre acessível ao público. Muito embora seja evitada por muitos nos meios de comunicação, aqueles que se esforçam para servir e honrar a verdade, quer sejam jornalistas ou não, quer sejam escritores ou não, fazem um grande serviço para a humanidade e são dignos de honra.

A verdade é importante. Clodovil, que no passado era um famoso apresentador de programas de TV, era honesto e sincero sobre suas próprias falhas e sobre a realidade de seu estilo de vida. Ele morreu recentemente como um dos brasileiros mais admirados e como o homossexual brasileiro mais respeitado.

Honestidade e verdade, quer num homossexual ou heterossexual, quer num jornalista ou não, atraem admiração e respeito.

Notas:

[1] http://74.125.95.132/search?q=cache:6JkAVERI6joJ:www.nytimes.com/books/97/12/28/home/capote-headline.html+%22wealthy+wheat+farmer%22&cd=1&hl=en&ct=clnk&gl=us

[2] http://www.crimemagazine.com/CrimeBooks/incold.htm

[3] http://www.authorsden.com/visit/viewArticle.asp?id=4155

O que ninguém fala sobre as "eleições" no Irã

Mídia Sem Máscara

O Mousavi moderado só pode ser uma "desconstrução" do verdadeiro e uma recomposição de uma imagem para inglês ver. Pois este senhor que hoje passa pela encarnação do bem no Irã já foi Primeiro-Ministro (PM) e conta no seu currículo com o título nada liberal de "Carniceiro de Beirute".

Todos os analistas - e os inevitáveis chutadores - parecem ter aceitado a tese da oposição de que as eleições foram fraudadas. Francamente, não sei como podem afirmar isto só porque um candidato derrotado mobilizou movimentos populares para exigir re-contagem dos votos. O populacho saiu gritando pelas ruas e todos engoliram. Engoliram mais ainda: que existem eleições no Irã quando tudo não passa de uma farsa a ser decidida pelo Líder Supremo Ali Khamenei. Não se pode atribuir ao que se passa na velha Pérsia, conceitos de política normal, muito menos de democracia, de onde deriva o nome de Presidente, pois no Irã este título representa apenas um peão do Conselho Islâmico da Revolução controlado com mão de ferro pelo líder religioso perpétuo, que faz e desfaz Presidentes e tem a última palavra para autorizar ou não as candidaturas a todos os cargos da "República" (outro eufemismo) Islâmica. A "Constituição" imposta pelo Aiatolá Khomeini providenciou que assim fosse para todo o sempre. Os "Presidentes" são escolhidos pela visão que a teocracia tem das necessidades imediatas do país. Quando precisavam de um "moderado" e "reformista" entronizaram Mohammad Kathami. Depois precisaram de um "radical" e lá veio Ahmadinejad. Antes das "eleições" parecia ter havido um estremecimento entre o último e Ahmadinejad, o que teria inclusive, motivado o adiamento (http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=882) da visita ao Brasil em maio. Khamenei criticou duramente Ahmadinejad por ter transferido de jurisdição o órgão encarregado da peregrinação à Meca e da comunidade dos haji (que já peregrinaram), removendo um aliado seu. Ahmadinejad sofreu uma séria ameaça à sua re-eleição. Mas algo ocorreu que faz com que ele seja apoiado sem reservas agora. Este algo deve estar nos bastidores, no que realmente está em jogo na política iraniana. E esta é uma matéria explosiva e mal cheirosa. Mas antes é preciso saber:

Quem é Mir-Hossein Mousavi?

O grande esperneador derrotado é descrito como uma oposição moderada e "liberal" a Ahmadinejad. Poucos se dão ao trabalho de pesquisar quem ele é e qual seu passado. O Mousavi moderado só pode ser uma "desconstrução" do verdadeiro e uma recomposição de uma imagem para inglês ver. Pois este senhor que hoje passa pela encarnação do bem no Irã já foi Primeiro-Ministro (PM) e conta no seu currículo com o título nada liberal de "Carniceiro de Beirute".

Depois de um período confuso que durou da Revolução Islâmica de 1979 até 1981, em que o único poder era o Aiatolá (depois Imã) Ruhollah Mousavi [1] Khomeini, vários PM's foram nomeados e renunciaram ou foram tirados de cena, Mousavi - da esquerda religiosa - foi imposto pelo próprio Imã ao recém-eleito Presidente Ali Khamenei - que preferia o direitista Ali Akbar Velayati. Mousavi exerceu o cargo até a extinção do mesmo em 1989. Logo após a posse, declarou numa entrevista sobre a crise dos reféns na Embaixada Americana em Teerã: "Foi o início do segundo estágio de nossa revolução. Foi somente então que descobrimos nossa verdadeira identidade islâmica. Depois disto sentimos que podíamos olhar os políticos Ocidentais nos olhos e analisar como eles vinham nos avaliando há muitos anos". Se para ele a forma de "descobrir a identidade islâmica" é o terrorismo, o seqüestro e os assassinatos, estou de pleno acordo: é disto que se trata a identidade islâmica, de acordo com o que os muçulmanos vêem demonstrando há décadas. E não me venham com as balelas de um Islã "moderado": a jihad está no Corão e nos hadditim como obrigação dos fiéis de liquidarem com todos os infiéis e tomaram o mundo para eles.

Não por outra razão Mousavi foi um dos estimuladores da criação do Hezbollah, tendo nomeado Embaixador no Líbano seu "santo padroeiro" Ali Akbar Mohtashemi-pur. Ambos estiveram envolvidos no escândalo Irã-Contras onde foi trocado o suprimento de armas para o Irã pela libertação dos americanos prisioneiros do Hezbollah em Beirute. Mohtashami, por ordem de Mousavi, comandou a campanha terrorista contra alvos americanos no Líbano, incluindo os ataques sangrentos contra a Embaixada Americana e o quartel dos Fuzileiros. O Almirante reformado James "Ace" Lyons, na época Vice-Comandante de Operações Navais da US Navy, declarou nesta segunda-feira que a Embaixada Iraniana estava grampeada e gravaram instruções recebidas por Mohtashemi do Ministério do Exterior para realizar alguma "ação espetacular" contra alvos americanos, além de permanentemente fustigar suas tropas. Lyons, tido como o "pai da unidade antiterrorista da Marinha, SEAL [2]" também indica Mousavi como responsável pela bomba que destruiu um caminhão na base americana em Nápoles, em 1988.

O que está em jogo nas "eleições"?

A plataforma de Mousavi é uma mistura de políticas contraditórias, angariando o apoio dos assim chamados reformistas de Khatami junto com os ultraconservadores do regime. Até hoje esta aliança só foi conseguida por Akbar Hashemi Rafsanjani, cognominado "Tubarão", tanto por sua habilidade de se mover entre estas tendências quanto por sua truculência. Os interesses e a influência dele estão por trás da política de Mousavi. O núcleo desta política está em importantes interesses que se opõem à política econômica - nada contra a atitude bélica! - de Ahmadinejad que ameaça seu controle sobre setores-chave como comércio exterior, educação privada e agricultura. O clã de Rafsanjani possui enormes impérios financeiros, incluindo empresas de comércio exterior, vastas extensões de terras e a maior rede de universidades privadas do Irã, conhecida como AZAD, com 300 campi em todo o país. Vem daí a facilidade de mobilização da massa estudantil - em torno de 3 milhões - que dá às manifestações a aparência de maioria popular. Apesar disto, não conseguiram influenciar as grandes massas de pobres rurais, que têm em Ahmadinejad um líder adorado.

Rafsanjani estava entre os mais fiéis assessores nomeados pelo Imã para o primeiro Conselho Revolucionário, enquanto Khamenei só foi incluído quando houve uma expansão do número de Conselheiros. O establishment clerical em torno de Rafsanjani, que inclui os principais Aiatolás da Cidade Sagrada de Qom, é o que há de mais reacionário em matéria de controle religioso da política e defendem que o Líder Supremo não deve ser apenas uma autoridade religiosa - mujtahid - mas também um líder político a ser emulado - marja. Como Khamenei não preenche estas condições, e Rafsanjani o fazia, eles contestam a própria educação religiosa do primeiro.

Conclusões

1. O cancelamento da visita à América Latina não se deu por nenhuma divergência de Ahmadinejad com Khamenei; antes, ele deve ter sido chamado de volta para, juntos, enfrentarem a conspiração clerical comandada por Rafsanjani.

2. Possivelmente - não me atrevo a compartilhar a arrogância dos que dizem o contrário - não houve fraude alguma. A população rural em peso mais os conservadores ma non troppo das cidades votaram em massa em Ahmadinejad.

3. A desejada virada de mesa, tão cara à mídia e aos líderes políticos ocidentais, seria em direção de um maior fechamento religioso, mais repressão interna e nenhum refresco na política externa, nem recuo nas ameaças nucleares ou contra Israel.

Notas:

[1]
Não sei o que significa esta coincidência de nomes, nada conheço das regras iranianas neste assunto; fica a coincidência. [voltar]

[2] United States Navy Sea, Air and Land, mais conhecidos como US NAVY SEALS, Força de Operações Especiais da Marinha dos Estados Unidos, especializados na guerra não convencional, ação direta, antiterrorismo e reconhecimento, criada em 1962, por ordem do presidente Kennedy.

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