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terça-feira, 2 de junho de 2009

Fome, capitalismo e a necessidade de precisão na análise

Mídia Sem Máscara

A fome ocorre na Coréia do Norte (um dos últimos dos antigos "paraísos" comunistas) onde o pecado é representado pelo desvio de recursos de um crápula egomaníaco que perpetua uma dinastia de opressão sobre seu próprio povo, mantendo um exército com investimentos desproporcionais ao que o país gera de recursos.

A fome das pessoas é um problema real, que incomoda os famintos e leva alguns alimentados a procurar aliviá-la. No Brasil criamos um programa governamental pífio e mal-sucedido para, supostamente, erradicá-la da sociedade. No afã de fazer alguma coisa, ou, por vezes, com motivos menos nobres e demagógicos, rotula-se a fome como sendo uma catástrofe gerada por este "mundo capitalista" - como escreveu um amigo meu. Essa análise é falha, pois o mundo é tudo, MENOS capitalista. A fome ocorre genericamente neste mundo onde impera o pecado, exatamente por causa do pecado. A fome existe nas Ruandas, Somálias, Sudãos e Etiópias da vida (de ideologia amorfa) - onde a exploração genocida, com a visão tribal de uma etnia sobre a outra exterioriza o pecado latente no coração de cada pessoa da forma mais letal - acompanhado de opressões, mutilações, extermínios, estupros, separações familiares e outras tantas barbaridades.

A fome ocorre na Coréia do Norte (um dos últimos dos antigos "paraísos" comunistas) onde o pecado é representado pelo desvio de recursos de um crápula egomaníaco que perpetua uma dinastia de opressão sobre seu próprio povo, mantendo um exército com investimentos desproporcionais ao que o país gera de recursos.

A fome ocorre nos países muçulmanos, escravizados a uma religião mutiladora dos pensamentos e da consciência; contra a qual o mundo treme e poucos têm a coragem de dizer que ela é incentivadora de violência e da exploração de um sobre o outro (especialmente aproveitando-se da fragilidade das mulheres). Fome e carência muçulmana promovida pela oligarquia de poucos regendo sobre muitos, desviando os recursos e riquezas de países que são ricos, mas que servem aos interesses de uma casta cruel. Fome e carência, como a que existe na Argélia, que foi palco de massacres em vilarejos inteiros, com muçulmanos radicais mantendo pessoas simples sob terror.

A fome ocorre quando a individualidade gloriosa com a qual Deus nos fez é subvertida pela compreensão pecaminosa de alguns sistemas e governantes e as pessoas são tratadas como "massa"; tendo a sua liberdade individual tolhida e a iniciativa pessoal e o desejo de progresso esmagado e subjugado à vontade de uns poucos privilegiados. Quando elas são levadas como bois magros a trabalhar em planos coletivos e centralizados mirabolantes, distantes de toda e qualquer realidade, fadados ao insucesso. Quando esses privilegiados constroem para si, em cima de despotismo e corrupção, impérios militares absorvedores de recursos que poderiam estar sendo revertidos em benefício dessas nações. Como os exemplos abundantes que pudemos ver na história de paraísos socialistas, hoje carcomidos e falidos pela própria ineficácia da ideologia e do sistema, que tanto empolgaram os seus apoiadores brasileiros, no passado, e que, tristemente, vemos que ainda empolgam e obscurecem a visão de muitos, em nossos dias.

A fome ocorre nos impérios descaracterizados de ideologia, onde a lei maior é o terror e onde o patriotismo dos cidadãos é cooptado para servir ao interesse dos ditadores, via de regra, a uma família, como era no Iraque. Naqueles onde a religião serve de pretexto para alianças; onde cidades inteiras foram riscadas do mapa quando os seus habitantes cometeram a imprudência de respirar na hora e no lugar errado.

A fome ocorre também, como o pecado é genérico, em países chamados "capitalistas", mas não, precisamente, em função do sistema de promoção da iniciativa e liberdades individuais, mas porque os pontos de controle são relaxados; porque se esquecem que a natureza humana é pecaminosa em todos os sentidos e achará maneiras, também, de expressar essa "individualidade" de forma errada e exploratória; sobretudo, ocorre, por falta de um sistema judicial que aplique punições rápidas, abrangentes, indiscriminadas e justas - mediante a evidência de violência e crimes cometidos - fazendo com que malfeitores vivam uma vida "mansa e tranqüila", sem medo da conseqüência dos seus atos, enquanto que os inocentes vivem sobressaltados e aflitos - exatamente o contrário do ideário Bíblico (Rm 13.1-7 e 2 Tm 2.2).

Assim tem nos ensinado a história ...

Fico triste, portanto, quando vejo cristãos que deveriam ser esclarecidos na doutrina da Palavra, se posicionarem contra questões tão elementares, como o direito à propriedade, enraizado na própria lei moral que recebemos de Deus, como se isso fosse parte da solução. Dói-me ver a utilização, no nosso meio, de chavões ultrapassados e que não resistiram o crivo da história e das evidências mais gritantes, como "capitalismo excludente", como se isso fosse uma tese provada e não um tema de discussão, para defenderem o comunismo e o socialismo. É perturbador ver a introjeção dessa visão nas diretrizes bíblicas e em seus registros históricos. Se estudarmos com seriedade as Escrituras, rejeitaremos essa visão simplista contemporânea que postula o abraçar de uma ideologia socialista moribunda, às custas do incentivo às liberdades individuais, como remédio para os males sociais. Veremos com maior clareza, igualmente, que a exaltação do homem não produz a justiça de Deus. Identificaremos a necessidade de estarmos defendendo princípios de justiça sem sucumbir a uma cartilha política anacrônica, a clichês superados ou a um alinhamento com porta-vozes do aborto e da amoralidade.

Publicado originalmente no blog "O Tempora O Mores" - http://tempora-mores.blogspot.com

*Solano Portela é teólogo, escritor e conferencista. - http://www.solanoportela.net

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