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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Lesa-humanidade: UnoAmérica denuncia Evo Morales

Mídia Sem Máscara

"Primeiro, a agressão foi planejada; segundo, a incursão foi noturna; terceiro, os agressores eram forasteiros; quarto, usou-se táticas militares; quinto, o objetivo era assassinar, lesionar, seqüestrar, torturar e encarcerar um setor da população por sua forma de pensar (opositores ao governo); sexto, violou-se o direito ao julgamento justo e ao devido processo; sétimo, negou-se o direito à informação (Habeas Data); e oitavo, em alguns casos, os corpos de segurança do Estado usaram armas de guerra para agredir cidadãos civis desarmados, e em outros, houve omissão cúmplice por parte dos funcionários militares e policiais".

Washington, 23 de junho - Representantes de várias Organizações Não-Governamentais (ONGs) latino-americanas acorreram esta manhã à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), localizada nesta capital, para acusar o governo boliviano por delitos de lesa-humanidade. Tais ONGs estão filiadas à União de Organizações Democráticas da América, UnoAmérica.

No passado mês de março, ativistas de direitos humanos provenientes da Argentina, Colômbia, Venezuela e Uruguai, realizaram um informe exaustivo sobre os atos de violência suscitados em setembro de 2008 no estado de Pando, e concluíram que os massacres perpetrados em El Porvenir e em Cobija foram planejados e executados por funcionários do governo boliviano; entre eles, o Vice-Presidente da República, Álvaro García Linera, e o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana com pleno conhecimento do presidente Evo Morales.

UnoAmérica publicou ontem em sua página eletrônica um resumo da acusação, onde afirma que: "Primeiro, a agressão foi planejada; segundo, a incursão foi noturna; terceiro, os agressores eram forasteiros; quarto, usou-se táticas militares; quinto, o objetivo era assassinar, lesionar, seqüestrar, torturar e encarcerar um setor da população por sua forma de pensar (opositores ao governo); sexto, violou-se o direito ao julgamento justo e ao devido processo; sétimo, negou-se o direito à informação (Habeas Data); e oitavo, em alguns casos, os corpos de segurança do Estado usaram armas de guerra para agredir cidadãos civis desarmados, e em outros, houve omissão cúmplice por parte dos funcionários militares e policiais".

Nessa ocasião, o governo boliviano culpou a oposição pela violência, particularmente o governador de Pando, Leopoldo Fernández, que ainda permanece encarcerado injustamente até a presente data.

UnoAmérica assegura que "planejar enfrentamentos violentos e posteriormente culpar a oposição - para assim criminalizá-la e persegui-la - converteu-se em um modus operandi do governo de Evo Morales. Fatos similares aos de Pando ocorreram anteriormente em Cochabamba e em Sucre", diz o Informe.

A acusação foi entregue na sede da CIDH pelo deputado Wálter Arrázola Mendivil (Bolívia), pelo advogado e defensor de direitos humanos Jaime Arturo Restrepo (Colômbia), o ativista de direitos humanos Iván Restrepo (Colômbia) e o presidente de UnoAmérica, Alejandro Peña Esclusa, em representação das ONGs que elaboraram o Informe.

O documento foi redigido pelo Dr. Jaime Arturo Restrepo e está subscrito por: Asociación de Familiares Víctimas del Terrorismo (Perú), Asociación de Víctimas Civiles de la Guerrilla Colombiana, Centro de Estudios por los Derechos Humanos de Uruguay, Federación Verdad Colombia, Fundación Orión (Venezuela), Movimiento por la Verdadera Historia (Argentina), a ONG 1810 (Argentina), Asociación Civil Fuerza Solidaria (Venezuela), o diputado Wálter Arrazola Mendivil (Bolivia), a Drª. Graça Salgueiro (Brasil), a Drª. María Fernanda Cabal (Colombia), o Dr. Marcelo Cypriano Motta (Brasil) e o Sr. Josué Meneses (Perú).



* Presidente de UnoAmérica

Tradução: Graça Salgueiro

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