Lições da Costa do Marfim
Mídia Sem Máscara
| 15 Abril 2011
Artigos - Globalismo
A imigração muçulmana maciça também está transformando demograficamente a Europa sob aspectos impressionantemente semelhantes ao influxo de imigrantes para a Costa do Marfim.
A crise na Costa do Marfim contem importantes lições para a Europa, Israel e os Estados Unidos. E nenhuma destas lições está sendo transmitida pela mídia ocidental.
Os aspectos mais importantes da crise na Costa do Marfim estão sendo ignorados ou deliberadamente disfarçados pela mídia ocidental. Pode-se ler reportagem após reportagem sem se descobrir o fato básico de que os "rebeldes" no norte da Costa do Marfim são muçulmanos. Na verdade, eles são muçulmanos que, de forma geral, entraram na Costa do Marfim como infiltrados, através de fronteiras mal-patrulhadas, vindo de países vizinhos. Não se pode encontrar uma melhor propaganda a favor do controle de fronteiras. Pelo menos quatro milhões de imigrantes ilegais, a maioria muçulmanos, entraram na Costa do Marfim nas últimas duas décadas, alterando o equilíbrio demográfico lá.
E todos estes infiltrados e penetras muçulmanos, cada vez mais apoiados por poderosos africanos, franceses e ocidentais, estão contestando o controle que os nativos da Costa do Marfim têm sobre seu próprio país. Os sofrimentos e a violência na Costa do Marfim podem ilustrar bem o que espera a Europa se ela continuar com seu suicídio demográfico e continuar a se inundar de imigrantes muçulmanos. O conflito também ilustra até que ponto as potências ocidentais estão disposas a subverterem seu comprometimento aos princípios wilsonianos. Desde Woodrow Wilson e o fim da Primeira Guerra Mundial, o Ocidente esteve nominalmente comprometido com a construção e defesa de estado-nações. Nós agora vemos que as potências ocidentais (e os regimes africanos) estão dispostos a abandonarem este conjunto de princípios sempre que se depararem com um modo barato de prestarem serviços aos muçulmanos. Finalmente, também mostra o que aguarda Israel se sua esquerda sediciosa fizer o que pretende e implementar um "Direito de Retorno" palestino que converta Israel em um estado "bi-nacional".
A Costa do Marfim de hoje, ou Côte d'Ivoire, é essencialmente um estado bi-nacional, embora cada "nação" seja de fato uma coleção de tribos. A "nação" do norte é muçulmana; a "nação" do sul consiste de cristãos e outros não-muçulmanos. Construído em um território que já foi lar de vários pequenos estados tribais antes da era da colonização, ele caiu sob parcial controle francês na década de 40 do século XIX e se tornou uma colônia formal da França em 1893. O francês ainda é a língua oficial falada lá, além de muitas línguas tribais. Os franceses continuaram por lá até 1960, quando a Costa do Marfim se tornou independente. Uma vez independente, o país foi um dos mais prósperos da África, graças a sua grande produção de cacau. O país está politicamente instável desde um golpe em 1999 e uma guerra civil que começou em 2002.
O contexto da guerra civil e da atual crise constitucional é a imigração maciça de muçulmanos dos países vizinhos à Costa do Marfim, sobretudo de Burkina Faso. Os infiltrados se estabeleceram na metade norte do país e também em bolsões no sul, inclusive em alguns bairros da maior cidade do país, Abidjan. Hoje, os muçulmanos, incluindo os ilegais, são quase 40% da população do país (apesar de os muçulmanos e outras fontes sustentarem que são consideravelmente mais), o restante sendo uma mistura de cristãos (sobretudo católicos romanos) e animistas.
As tensões entre a população imigrante e os marfinenses nativos vêm desde os anos 60. Sucessivos governos consideraram os imigrantes como "marfinenses circunstanciais" (termo deles), em contraste com os "marfinenses puros", que são os nativos. Os "aliens" ilegais constituem mais de um quarto da atual população do país. A dicotomia alien-nativo se sobrepõe em grande medida às divisões entre não-muçulmanos e muçulmanos e é o mais importante fator contextual na explicação da guerra em curso.
O atual impasse na Costa do Marfim é em grande medida uma confrontação muçulmano-cristã. Os "rebeldes" representam os muçulmanos do país, especialmente do norte, e em particular dos "aliens". Eles são liderados por Hassan Ouattara, cujos pais foram evidentemente imigrantes ilegais vindos para a Costa do Mafim desde Burkina Faso. Portanto, ele ilustra pessoalmente e epitomiza o caráter "alien" das forças "rebeldes". Economista que trabalhou um tempo para o FMI, ele chama sua milícia rebelde de "A Nova Força." As forças do "governo" representam os marfinenses tradicionais não-muçulmanos e indígenas. Seu líder é o atual Presidente (ou, se você preferir, "presidente") Laurent Gbagbo, professor universitário no passado, que é o chefe oficial de estado desde o ano 2000. Ele afirma ser um socialista e anti-imperalista. O governo afirma que os estados muçulmanos vizinhos têm intervindo na guerra do lado dos muçulmanos.
Uma guerra civil começou no país em 2002. Os "rebeldes", cuja base de apoio é o norte muçulmano, desafiaram o "governo", cuja base de poder era o sul não-muçulmano. Atrocidades foram cometidas em ambos os lados. Cada lado acusa o outro de usar mercenários. Forças militares francesas no país participaram de parte da luta, cada vez mais ao lado dos "rebeldes."
As eleições que deveriam ter ocorrido em 2005 foram adiadas repetidamente até 2010, em parte por iniciativa da ONU. Um arranjo de compartilhamento de poder entre os dois principais lados do conflito passou a vigorar em 2007, mas não se manteve por muito tempo. Nenhuma das forças no país parecia querer que se realizassem novas eleições, já que as forças eleitorais se equivaliam entre as duas metades do agora estado "bi-nacional". Quando elas foram finalmente realizadas em 2010, Gbagbo perdeu por pequena margem. Mas ele se recusou a aceitar aquele resultado como conclusivo e legítimo. Além de alegações de fraude geral, Gbagbo insistiu que a vitória do partido de Ouattaro foi inteiramente devida aos votos de milhões de imigrantes ilegais participando da eleição!
Outros países africanos, liderados pela Nigéria, que é de maioria muçulmana, têm apoiado os "rebeldes". Vários países africanos têm pedido intervenção armada do lado daqueles "rebeldes". Depois de um período de trégua, a violência sofreu uma escalada há algumas semanas. As Novas Forças, agora rebatizadas como Forças Republicanas de Costa do Marfim (FRCM) têm derrotado em campo o exército de Gbagbo, tomou a capital do país e agora controla pares de Abidjan. Gbagbo está sitiado em seu quartel e deve cair em breve. Centenas de milhares de pessoas fugiram das zonas de batalha, buscando refúgio nos países vizinhos, especialmente a Libéria.
O conflito é complexo demais para um cadastramento de forças em categorias de "mocinhos" e "bandidos". Há base sólida para ceticismo sobre o verdadeiro compromisso com um governo democrático da parte de qualquer uma dos lados.
Entretando, o conflito na Costa do Marfim mostra o que acontece quando um uma imigração ilegal maciça leva ao eclipse demográfico de uma população nativa. As mesmas potências ocidentais tão prontas em tomar dos sérvios o coração territorial da nação para criar um segundo estado-nação albanês em Kosovo não têm se mostrado dispostas a defender qualquer estado-nação para os marfinenses nativos e na verdade têm apoiado os aliens. Evidentemente, os países ocidentais ainda aderem a princípios wilsonianos sobre estados étnicos e auto-determinação apenas quando é do agrado dos muçulmanos.
Mas a lição ainda mais óbvia de tudo isto é a instabilidade de estados "bi-nacionais" e a impossibilidade de se impedir que eles se transformem em campos da morte. Isto deveria ter ficado muito claro com as experiências de Ruanda .
Mas esta é precisamente a "solução" chique para o conflito no Oriente Médio sendo promovida pelo lobby de ataques a Israel. Os radicais e boicotadores exigem que Israel concorde em ser demolido e cercado em um "estado bi-nacional" maior que seria dominado por árabes e muçulmanos. Uma experiência de "bi-nacionalismo" destas terminaria no melhor cenário em uma guerra civil lembrando a da Costa do Marfim e no pior cenário em um genocídio ao estilo de Ruanda. No final das contas, um novo genocídio contra os judeus é exatamente o que o lobby Anti-Israel pretende. Também é a agenda oculta do movimento de agressão econômica do "BDS" (boicote, desinvestimento, sanções) contra Israel e seu aliado próximo, a Juventude Hitlerista da "Semana do Apartheid de Israel".
A imigração muçulmana maciça também está transformando demograficamente a Europa sob aspectos impressionantemente semelhantes ao influxo de imigrantes para a Costa do Marfim. A França, a Bélgica e outras partes da Europa Ocidental podem em breve se descobrirem os marfinenses europeus, o "Outro" o estrangeiros sem direitos dentro de seu próprios países natais.
Steven Plaut, Front Page Magazine via View from the Right, 11 de abril de 2011
Original: Lessons from the Ivory Coast
Tradução: DEXTRA
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