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terça-feira, 5 de abril de 2011

O PT e os bancos no mensalão

Mídia Sem Máscara

Nivaldo Cordeiro | 05 Abril 2011
Artigos - Governo do PT

Nivaldo Cordeiro:"Agora chegou a hora da onça beber água. Os aliados banqueiros do PT estão provando o amargo remédio que virou veneno. Não se apóia impunemente um partido revolucionário." Em vídeo, o articulista comenta os aspectos farsescos do inquérito da PF sobre o mensalão.

Os jornais de hoje (2) trazem manchetes sobre a conclusão do relatório da Polícia Federal confirmando a existência do mensalão. Após seis anos de investigação foi apontado que o Fundo Visanet pagou a conta do mensalão denunciado por Roberto Jefferson. Não li o relatório, mas se vê claramente que os jornais estão encobrindo o fato jornalístico mais essencial: de quem era a Visanet? Uma associação entre Bradesco, Itaú e o Banco do Brasil, este minoritário.

Quem conhece grandes corporações sabe que "gastos não autorizados" desse tamanho, notas fiscais emitidas sem contrapartida de serviços, jamais passariam pela auditoria interna e externa se os controladores da empresa assim não o desejassem. Em conclusão: não foi o Banco do Brasil que pagou a propina do mensalão, foram os maiores bancos brasileiros. Essa informação, que salta aos olhos, é simplesmente ignorada pela mídia. Espero que o relatório da Polícia Federal não tenha cometido o mesmo esquecimento. O Banco do Brasil foi para o banco dos réus injustamente, como acontece com as histórias dos proverbiais laranjas dos inquéritos policiais.

A aliança do PT com os banqueiros foi de primeira hora, antes mesmo de o Lula assumir. O documento de batismo dessa aliança é a famosa "Carta ao Povo Brasileiro". O fato é que no reinado de Lula nunca os bancos ganharam tanto dinheiro e nunca foram tão influentes. Mas o PT sabia onde queria chegar. Não podia espantar a presa antes de ter certeza de que não perderia o tiro. Desde que chegou ao poder os tentáculos econômico do Governo Federal estão sendo alavancados e expandidos, sobretudo mediante estatização, regulação e o uso de recursos do BNDES para fortalecer aliados e fazer caixa.

A receita completa para a implantação da economia fascista, em que tudo depende de expressa e prévia autorização do Estado. É o reino dos oligopólios apoiado pela burocracia do partido. É o que tem sido feito desde 2002.

Nesta semana também foi noticiado que Roger Agnelli foi demitido da presidência da Vale do Rio Doce, por mando do PT, contrariando os interesses do Bradesco. Agora chegou a hora da onça beber água. Os aliados banqueiros do PT estão provando o amargo remédio que virou veneno. Não se apóia impunemente um partido revolucionário. O PT agora se sente forte o bastante para peitar o maior pagador do mensalão, pois o Bradesco era o acionista majoritário da Visanet à época.

Será assim de agora em diante. Esse foi o primeiro fato que demonstra publicamente que os grandes banqueiros agora perderam força diante do poder avassalador do partido dominante. É uma sinalização bastante ruim e perigosa. Mostra que as garras da esfera política já cresceram o suficiente para pôr até o maior dos bancos privados de joelhos. Quem pode o mais certamente poderá o menos. Entramos na era do terror econômico de Estado.

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