Suécia deve cessar seus negócios com a ANNCOL
Mídia Sem Máscara
Eduardo Mackenzie | 28 Abril 2011
Notícias Faltantes - Foro de São Paulo
ANNCOL difunde rumores, calúnias e insultos contra o Governo, os militares e a classe dirigente colombiana, instila calúnias e injúrias e desinforma sobre a Colômbia. ANNCOL é, pois, um instrumento de manipulação midiática.
Os comunistas venezuelanos queriam impedir a deportação à Colômbia de Joaquín Pérez Becerra, cognome "Alberto Martínez", cabeça da comissão internacional das FARC. Jerónimo Carrera, chefe do PCV (Partido Comunista da Venezuela), gesticulou ante os meios de comunicação de Caracas e despachou um batalhão de advogados para que obtivessem a libertação de Pérez, que havia sido detido em 23 de abril último no aeroporto de Maiquetía, onde havia chegado proveniente da Alemanha. Porém, fracassou.
Decidido a não permitir que o presidente Juan Manuel Santos rompa a promessa de lhe entregar o narco-traficante Walid Makled, capturado por Bogotá e conhecedor dos arcanos non sanctus do poder "bolivariano", Hugo Chávez viu-se obrigado a aceitar, contra seus cálculos e compromissos, o incômodo pedido do mandatário colombiano. Tal é o privilégio de Chávez: poder operar contra suas próprias tropas quando as circunstâncias o exigem.
Após dois dias de vacilações, o déspota venezuelano ordenou o envio a Bogotá do importante quadro das FARC que havia tido a má idéia de abandonar seu esconderijo na Suécia para assistir a um encontro clandestino com as FARC.
A inteligência colombiana, que observa cada movimento desse perigoso indivíduo, havia advertido Santos sobre a possibilidade que se haveria de fazer essa captura. Quando o guerrilheiro voava sobre o Atlântico, Santos tomou o telefone e soltou o pedido a Chávez. A este não restou mais remédio do que se inclinar. Tal parece que os segredos que Makled guarda valem isso e muito mais.
Joaquín Pérez agora dorme no pavilhão de segurança máxima da Penitenciária Modelo de Bogotá, porém os adeptos da cultura da desculpa em matéria de terrorismo trabalham para ajudá-lo. Apesar de haver informado que esse indivíduo era procurado pela Interpol por estar acusado por Bogotá de "concerto para delinqüir, financiamento do terrorismo e administração de recursos relacionados com atividades terroristas", o matutino El Espectador começou a rotulá-lo como "jornalista" e a midiatizar suas alegações.
Pérez se apresenta como uma ovelha mansa, contra a qual as autoridades colombianas se comportam "ilegalmente". Diz que ANNCOL, a agência que ele dirige, é um "meio de comunicação alternativo" que encarna, como disse o PVC, o "pensamento crítico". A ONG "Nuevo Arco Iris", por sua parte, diz que ANNCOL veicula "informação" e que a captura de Pérez é só um "golpe midiático" para as FARC.
Essa detenção é muito mais do que isso. ANNCOL não é uma página web banal. Seus criadores, fanáticos leninistas, fizeram desse portal um sofisticado instrumento de organização, em nível nacional e internacional. ANNCOL difunde rumores, calúnias e insultos contra o Governo, os militares e a classe dirigente colombiana, instila calúnias e injúrias e desinforma sobre a Colômbia. ANNCOL é, pois, um instrumento de manipulação midiática. Porém, é algo mais. Sob a aparência de artigos "de imprensa", ANNCOL difunde a linha política de um movimento criminoso, distribui ordens e palavras de ordem, e difunde todo tipo de orientações.
Quem pode esquecer que ANNCOL, por exemplo, em 22 de agosto de 2009 lançou ameaças de morte contra o coronel Alfonso Plazas Vega, festejou sua brutal e ilegal transferência para La Picota e até ordenou que fosse condenado, como seria, afetivamente, dez meses mais tarde? ANNCOL aplaudiu o assassinato do governador do Caquetá, Luis Francisco Cuéllar, em dezembro de 2009, assim como a covarde matança de 14 policiais cometida pelas FARC em Doncelo, Caquetá, em 1 de setembro de 2010, onde os uniformizados, ferido a bala e explosivos, foram encharcados com gasolina e incinerados. O que ANNCOL faz é jornalismo?
Ninguém ignora que em 17 de novembro de 2010, ANNCOL anunciou que a Colômbia teria "um fim de ano intenso", pois as FARC iam "golpear as Forças Militares com contundência". Pouco depois, ocorreram os atentados de Vegalara, Huila, onde quatro civis morreram e oito policiais foram feridos. E o de Roncesvalles, Tolima, onde houve dois mortos e 12 feridos, entre eles 9 policiais. Sem dúvida, o atentado que as FARC estavam preparando contra a base aérea de Apiay, Meta, afortunadamente descoberto pelas autoridades, fazia parte desse "fim de ano intenso".
Membro das FARC há 30 anos, Pérez Becerra também estava encarregado, segundo o Ministério Público, de recolher ajuda financeira internacional para as FARC, comprar armamento para esta e manter contato com outros movimentos terroristas, como ETA.
Esses elementos serão ventilados publicamente durante o julgamento que se abrirá em Bogotá e as relações Chávez-FARC poderiam azedar. De fato, ANNCOL lançou, talvez pela primeira vez após essa deportação, "duros e inusuais ataques" ao governo de Chávez, como disse um diário de Bogotá. Em todo caso, ficará muito difícil ao Estado sueco continuar autorizando a presença de ANNCOL em seu território. A embaixada sueca em Bogotá foi posta em seu lugar pelo juiz anti-terrorista que conhece o caso, ao declarar que a dupla nacionalidade [de Pérez] "não dá a ninguém patente de corso para violar a lei" e que "não existem argumentos para que os estrangeiros tentem contornar a lei" no país.
O que a Chanceler Hoguín está esperando para exigir à Suécia cessar seus contatos com ANNCOL e fechar definitivamente esses escritórios?
Tradução: Graça Salgueiro
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