Chega de Governo do Crime no Brasil
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
"Comparo o meu Brasil a uma criança perdulária; que não tem um vintém, mas tem a mãe que é milionária".
(Do imortal poeta Noel Rosa, nos versos de uma canção pouco conhecida, cujo refrão é: "Viver alegre hoje é preciso/ Conserva sempre o teu sorriso/ Mesmo que a vida esteja feia/ E que vivas na pinimba/ Passando a pirão de areia")
Alerta Total
Por Jorge Serrão
O Brasil é uma rica colônia de exploração moderna controlada e mantida artificialmente na miséria por um Poder Real externo, cujos interesses e sistemas manipulam uma ociosa oligarquia política interna que pratica o crime organizado nos três poderes do Estado contra os cidadãos. O Governo do Crime Organizado se legitima quando ocorre a perversa associação, para fins delitivos, entre a classe política, os membros dos três poderes da República, e os criminosos de toda espécie. O Governo do Crime precisa ser superado com urgência. A missão é possível.
Faxinas de fachada não bastam! A ação sistemática do crime rompeu com nossas instituições republicanas, que precisam ser restabelecidas, junto com o sistema democrático pela Segurança do Direito. Para que exista democracia, de verdade, são necessários mecanismos objetivos de controle social sobre os poderes públicos. Temos de restabelecer o principal patrimônio da sociedade, que é a manutenção da ordem pública. Só ela é capaz de garantir a segurança e a vida. Por isso, é um fundamento essencial da organização social.
Um Estado descontrolado - e não controlável socialmente - é facilmente governado pelas organizações criminosas. As quadrilhas influenciam as expressões do poder político, econômico, jurídico, cultural e psicosocial. Nem o poder militar fica imune. A corrupção, institucional e institucionalizada, é uma conseqüência da ação do crime – e não uma causa em si mesma, conforme o sistema dominante a faz parecer. A principal agente do crime é a classe política. Os delinqüentes políticos usurpam o poder estatal. Violentam as instituições. Agem, claramente, em causa própria, locupletando-se. Mas, no oculto submundo, trabalham obedecendo aos ditames de seus controladores maiores, aqui de dentro ou de fora do País.
Origem do problema
Os traços autoritários, a ausência de democracia e a ação do crime organizado são resultados históricos de um Estado que tem vício de origem. Nosso Estado não se originou da vontade da sociedade. A nossa sociedade é que foi “concebida” por um Estado. O Brasil é fruto um Estado que foi “inventado” por outro Estado (o império ibérico que nos concebeu e que se sucedeu a outros sistemas políticos-econômicos globalitários que hoje nos controlam). Por falta de educação e informação, nossa sociedade é omissa e até conivente com o crime organizado.
A questão desse crime politicamente organizado não é moral. Muito menos é politicamente moralista. Até porque o falso moralismo é a contravenção da moral. O problema não é de honestidade ou de ética do político. Tais virtudes, se existem ou não, dizem respeito aos seres humanos, presumivelmente cidadãos e, potencialmente, políticos. O perigo é quando bandidos resumem a política a uma mera fonte de poder egoísta, de prestígio pessoal ou de locupletação, apenas para satisfazer os complexos de inferioridade de egos vaidosos, conflituosos e problemáticos dos criminosos que nela atuam.
A ação criminosa dos políticos, com a qual a maioria da sociedade brasileira é conivente, se legitima no esquema eleitoreiro. O voto obrigatório é a negação da própria democracia. Aliás, ao contrário do que se apregoa, a eleição não é um sinônimo de democracia. Resume-se a um mero mecanismo de escolha. Em nosso sistema de escolha compulsória para representação, os cidadãos delegam a prática de sua soberania. O problema essencial é que a delegação não tem controle. A eleição funciona apenas como um “concurso público”. O candidato aprovado não tem obrigação, objetivamente, de prestar contas ao eleitorado que o escolheu como representante.
No Brasil, a Polícia e o Judiciário, muitas vezes, enxugam gelo. Fingem que combatem e punem meia-dúzia de “delinqüentes” escolhidos para “bodes expiatórios”. É o tal “rigor seletivo” contra os inimigos de ocasião. Por aqui, não ocorre um sistemático combate ao crime. Os verdadeiros inimigos da democracia, agentes de diferentes organizações criminosas, permanecem impunes. Livres e soltos, tomam de assalto a vida pública. Os cidadãos viram reféns de seus crimes. Castigo? Só para o povo. Os bandidos reinam como querem. Formam a “elite” do crime.
“O crime organizado está hoje nos Palácios – já não está mais nem nos porões dos palácios como antes – e o que está aí nas ruas é o crime desorganizado comandando a sociedade organizada”. Com esta constatação objetiva, o criminalista Cezar Roberto Bitencourt, em uma recente edição da revista Veja, fez uma autópsia do cadáver politicamente insepulto da Nação Brasil. A sociedade percebe, facilmente, os bandidos mais visíveis, que assaltam, matam, traficam ou exploram (drogas, armas, mulheres) e realizam as mais violentas badernas ou ações de terror. O que poucos enxergam é que tais “marginais” são meros instrumentos de “bandidos maiores”, com poder político e, sobretudo, econômico.
A quem interessa o crime organizado?
O papel criminoso da nossa “oligarquia marginal” é subjugar a sociedade brasileira, para continuar explorando-a, histórica, cultural e economicamente. Esta é a missão delegada aos nossos “marginais políticos” pelo sistema de poder mundial que controla, realmente, o Brasil. Tal sistema existe, objetivamente. Não é fruto de “teorias da conspiração”. O sistema é a própria conspiração em prática. Explora nossa rica nação, e nos mantém artificialmente na miséria. Tudo porque nós deixamos. É claro!
A oligarquia política brasileira (tenha o verniz ideológico de direita, centro, democrata-cristão, social-democrata ou de esquerda) cumpre a missão do poder controlador externo e ocupa o governo no Brasil representando os interesses globais e anti-nacionais. Por isso, “nossos” governantes mantêm o Brasil criminosamente na miséria e sempre pronto a ter seus recursos explorados. O papel de entreguista (ou de anti-nacional) é uma característica histórica dos nossos dirigentes políticos. Suas ideologias (oferecidas ao cidadão-eleitor-contribuinte como mercadoria político-eleitoral) são meros instrumentos de dominação daqueles que nos governam e controlam, de fato, mesmo sem direito.
Os Governadores Reais do Brasil têm pelo menos dois objetivos bem definidos, para justificar seu controle. O primeiro é a exploração econômica da nação e dos recursos naturais do seu território. O segundo é a contenção das potencialidades sócio-econômicas, políticas e militares da Nação, na medida exata de seus interesses transnacionais. Os controladores manipulam agentes conscientes e inconscientes na esfera político, econômica e social.
Neste esquema, o Estado funciona como uma máquina para a extração ilegal de renda da sociedade. A “classe ociosa” se locupleta. Os mecanismos jurídicos e institucionais – como a Lei de Licitações, por exemplo – cumprem este papel criminoso. Vejam o caso do impune “mensalão” (tecnicamente definido como a propina periódica paga a políticos ou aliados de um governo, resultante de participações de empresas que prestam serviços, consultorias ou vendem produtos para o poder Estatal).
No resumo da opereta, a regra é clara. O Presidente da República no Brasil desfruta de um aparente poder, que é o poder apenas formal do Estado brasileiro. A máquina do Estado, gerenciada pelo crime organizado, obedece a um Governo Real Mundial. Lembremos sempre, para não fazermos papel de idiotas. O presidente do Brasil aparece apenas, como um boneco do ventríloco, no nono escalão do poder. Não importa quem seja o presidente: Fulano, Beltrano, Al Capone ou a Faxineira. Dá no mesmo...
Frentes do Poder Globalitário
Os Governadores Reais do Brasil têm um modus operandi. Contam com uma imperceptível organização político-administrativa (OPA). O esquema controlador atua em quatro frentes aparentemente distintas, porém intimamente ligadas organizacionalmente. A ação não segue diretamente tal ordem – aqui descrita apenas para efeito didático e expositivo. Na prática, a ação dos controladores é concomitante sobre as Organizações Político-Administrativas.
A primeira frente de ação dos controladores consiste no investimento ideológico e econômico aos partidos políticos no poder. Tais partidos, subvencionados pelos controladores, são a força motriz do mecanismo de poder. Os políticos são os gerentes do processo.
A segunda frente de ação dos controladores é a institucional. Seus componentes funcionam como forças de sustentação da ação dos controladores. Trata-se do governo formal, composto pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Nesse caso, ocorre um sutil controle sobre o aparelho repressivo (policial e fiscal) do Estado.
Na terceira frente atuam os agentes de influência, formados pela mídia, o mundo acadêmico, as ONGs, os Sindicatos, as seitas religiosas e os Movimentos Populares. Eles colocam em prática os instrumentos de dominação: as ideologias; as diferenças regionais (sejam econômicas, sociais, religiosas e raciais); e ajudam a propagar o medo e a insegurança, por uma apologia da violência e do terror.
A quarta frente também é chamada de “quarto elemento”. Esta quarta frente de ação do poder controlador é essencial na chamada “guerra assimétrica”. Aqui atuam as Forças Subterrâneas ou atividades criminosas executadas pelas máfias de toda ordem, pelas milícias (grupos de policiais que fazem segurança informal), ou pela narco-guerrilha urbana e rural.
O Papel do Terror
O quarto elemento é o promotor das ações terroristas. Em resumo, Terrorismo é medo, para produzir três tipos de vítimas. A Vítima Tática (o morto, o ferido ou o seqüestrado), a Vítima Estratégica (aquela que sobrevive ao atentado, e está sob risco) e a Vítima Política (que são o Estado e a Democracia, aqui entendida como a Segurança do Direito). O objetivo estratégico do “terrorismo marginal”, que tem facetas ideológicas, é gerar medo e tensão, no primeiro momento, para justificar, em etapas posteriores, ações autoritárias ou as medidas de força de uma nova ordem estatal (Capitalista de Estado) que se planeja implantar no Brasil e na América Latina. O conflito na região está cada vez mais próximo.
O terror é essencial para os controladores. A nova ordem mundial por eles pretendida alimenta-se de guerras e sofrimentos, de caos financeiro sazonal e crises políticas constantes. Tudo para manter a expansão de seu movimento esmagador de controle. Os engenheiros sociais da nova ordem empregam as crises e o terror seus subordinados hegemonicamente em um desequilíbrio perpétuo. Em resumo, o Poder Real utiliza os novos e amplos poderes de coação e terror que a ditadura militar-industrial-global requer para acabar com a resistência e governar a parte do mundo que resiste às suas intenções.
Os controladores combatem os inimigos do Poder Real - que são aqueles que defendem nossa intimidade pessoal, nossa individualidade e nossos direitos individuais. Estes são os pressupostos da liberdade. Os controladores patrocinam o terror psicosocial, que mantém a maioria da população em um estado contínuo de ansiedade interior. O sistema mantém as pessoas demasiadamente ocupadas, lutando pela própria sobrevivência. A sociedade é submetida a uma violenta situação de insegurança, angústia e terror.
O terror e o medo, geradores de omissão, colaboram para o “Estado Cleptocrático sem Direito”. Em sua origem grega, a palavra Cleptocracia, significa, literalmente, "Estado governado por ladrões". O crime organizado utiliza a corrupção, a violência e as sutilezas ideológicas como instrumentos de dominação da sociedade. Na Cleptocracia, só existe Democracia de fachada – sujeita a faxinas de mentirinha.
O papel da Engenharia Social
O sistema do crime organizado utiliza a Engenharia Social contra nós. A todo momento, consciente ou inconscientemente, somos bombardeados pelo processo político-ideológico de construção psicossocial de regras padronizadas de conduta humana. A tradição é reinventada. Novas formas de comportamento são impostas. Quem não segue o “politicamente correto”, definido pelo esquema do crime organizado, fica constrangido.
Os ideólogos tentam regular nossa linguagem e nosso modo de agir, de duas formas. Ou através da adoção prática de termos e expressões politicamente corretos. Ou pela exposição da anti-estética, pelo medo ou terror. Assim, a Comunicação - o instrumento básico de construção do Poder Real – é usada para deformar mentes, construir, destruir e reconstruir conceitos que interessam ao sistema dominante.
A Engenharia Social usa a Comunicação, suas mídias e seus profissionais (agentes conscientes e inconscientes) para difundirem ideologias, “valores” e conceitos subjetivos, imprecisos ou sem base na verdade concreta e objetiva. Tudo para moldar a sociedade dentro do pensamento globalitário da Nova Ordem Mundial – sob comando da Oligarquia Financeira Transnacional.
Em uma sociedade com Educação precária, ou que não ensina o sujeito a pensar, o terreno fica escancarado para a midiotização em massa. Isto é, o uso da mídia para formar idiotas coletivos. Eis a socialização da Imbecilidade. O certo vira errado, e o errado vira certo. A confusão conceitual torna inviável a democracia.
Solução
Precisamos trabalhar pela verdadeira Democracia, sabendo que nem tudo o que se enfrenta pode ser modificado. Mas sabendo que nada pode ser modificado até que seja enfrentado. Este é o espírito do lema “Brasil Acima de Tudo”, forjado pelos pára-quedistas brasileiros, que acreditam e lutam pela vitória e pelo sucesso, em cada salto.
Temos de identificar e anular os verdadeiros adversários de nosso pleno desenvolvimento e progresso como nação livre, soberana e autodeterminada. Para isso, temos de romper com os esquemas do crime organizado.
Ter amor, fé e esperança no renascimento brasileiro é fundamental. O foco é na solução – não no problema.
O desafio só depende de cada um de nós, cidadãos de bem. Em quem tem amor ao Brasil e ocupa espaços no poder não tem direito de se omitir e ficar conivente com a máquina do crime.
Lembre-se: Quem não reage rasteja... E como bem cantava Noel Rosa, a araruta também tem seu dia de mingau...
Por isso, faxina de fachada não vale. Ou limpamos de verdade, ou vamos para o saco de lixo da História.
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
© Jorge Serrão 2006-2011. Edição do Blog Alerta Total de 11 de Agosto de 2011. A transcrição ou copia deste texto é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas.
Postado por Alerta Total de Jorge Serrão às 10:16
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