Servidores públicos filopetistas: com inflação e sem aumento
Mídia Sem Máscara
| 02 Setembro 2011
Artigos - Governo do PT
Como diz um amigo meu, “chapéu de otário é marreta”! Agora, com o estado falido por Lula, e uma crise internacional das brabas a todo pano vindo para o nosso país, estamos com inflação e sem aumento!
Prezados leitores,
Para quem ainda não sabe, sou servidor público, e ocupo o cargo de Analista Tributário da Receita Federal. Antes de discorrer sobre o assunto pretendido, quero aproveitar justamente esta primeira linha do texto para chamar a atenção à nada sutil forma de apresentar a minha profissão. Qualquer trabalhador privado diria: "trabalho como...", "exerço a profissão de....", "sou isto...".
O servidor público mistura termos extremamente confusos e carregados de intenções ideológicas. Por que "servidor"? Para parecer ao público que o sujeito é um humilde servo da nação - embora goze de estabilidade, aposentadoria integral e de melhores salários, entre outras regalias. Agora vejam que o cidadão comum é admitido ou contratado, mas o servidor "toma posse" e "ocupa" um cargo público, assim como alguém que finca uma bandeira em um território e proclama: "isto aqui é meu!". Reflitam sobre isto...
Voltando agora ao assunto, os jornais andam anunciando a recente decisão da presidente Dilma Rousseff de vetar aumentos salariais para o servidores públicos em 2012, o que anda gerando uma certa celeuma, também bastante expolorada pela mídia. Isto merece alguns comentários da minha parte.
Primeiramente, vou logo dizendo: eu não sou louco, no sentido mais próprio do termo. Em outras palavras, eu não rasgo dinheiro! Claro está para mim - sob o estrito ponto de vista dos meus interesses pessoais - a frustração pelo que assim considero uma má notícia, especialmente porque vivo exclusivamente dos meus vencimentos e vejo-os escorrerem entre os meus dedos a cada vez que visito os supermercados. Já vislumbro assim a necessidade de planejar cuidadosamente o orçamento doméstico para o ano que vem, e sendo necessário, cortar pequenas comodidades.
Ocorre que um vício bastante arraigado se encontra incrustrado na alma dos funcionários públicos em geral. Tradicionalmente, esta classe de trabalhadores compõe o núcleo de afinidade político-ideológica com o PT. Trata-se da nata do curral eleitoral da sigla da estrela vermelha, a última reserva, o recanto mais seguro.
Para que o leitor tenha uma ideia do nível de lealdade desta gente para com Lula e o PT, basta que eu resgate aqui os comentários de época quando do seu primeiro mandato, em que se repetiam pelos corredores entre os cafezinhos que ninguém haveria de pressionar o novo presidente com relação a aumentos salariais, porque ele precisava de algum tempo "para arrumar a casa". Foi assim que Lula passou os seus primeiros quatro anos navegando em "mar de brigadeiro", com toda a máquina pública já amansada desde as mais altas direções dos próprios sindicatos.
E como foi boa a sua vida presidencial nos seus oito anos, tendo recebido como "herança maldita" um governo relativamente equilibrado com as contas públicas, capaz de ter suportado até hoje a mais descarada orgia financeira! Vamos relembrar de vista grossa: a admissão de dezenas de milhares de cargos em comissão para os "com-carteirinha"; aberura de concursos públicos a rodo; a criação de mais de trinta Ministérios e outras tantas secretarias especiais (ou "asponesciais?"); a maravilha dos cartões corporativos dos quais que nunca deu satisfações a ninguém; a delícia de degustar um Romanée-Conti servido na cama forrada com lençóis de algodão egípcio depois de sair da hidromassagem em seu lindo avião, mais conhecido por "Air Force 51"...
...Do que eu estava falando mesmo? Ah, sim, ponhamos os pés no chão novamente: Com efeito, antes e depois das eleições venho dizendo aos meus colegas: muitos de vocês votaram no Lula e na Dilma pensando só em aumento! Pois é, não deu outra. E muitos deles confessaram abertamente terem feito isto.
Até aí tudo bem. Só que estes "espertos" mal perceberam o seguinte: durante os oito anos da gestão de FHC, este concedeu um único aumento salarial, ou talvez dois, travestido de reorganização das carreiras de estado, e vejam bem, dentro de um quadro inflacionário bem mais contido do que o atual. Diga-se, de quebra, que apesar de este presidente ser tão esquerdista quanto Lula e a maioria dos trabalhadores do setor público, viveu sendo defenestrado diariamente pela máquina de difamação petista! Mas, e quanto ao Lula e a Dilma? Ora, passarão até o fim de 2012 com dez anos no poder e terão concedido, até lá, apenas um único aumento salarial! Mas como gosta de apanhar mulher de malandro, não é?
Como diz um amigo meu, “chapéu de otário é marreta”! Agora, com o estado falido por Lula, e uma crise internacional das brabas a todo pano vindo para o nosso país, os servidores públicos se quedam com inflação e sem aumento!
O mais interesante de tudo isto é a falta de convicção do PT na hora do "pega-pra-capar". Quem não se lembra de Lula, ao ser indagado pela mídia sobre a sua prodigalidade como administrador público, que enquanto outros entendiam que o certo era o governo cortar gastos, o que ele entendia é que a solução para o espetéculo do crescimento estava em promover mais gastos e contratar ainda mais funcionários públicos?
Oras, sem surpresa, esta é a essência do pensamento keynesianista. Então por que neste exato momento a Sra Dilma não faz exatamente o mesmo? Contudo, dê-se-lha parcialmente os créditos: ainda que para inglês ver esteja fazendo pose de austera, por outro lado vem implementando políticas de corte de juros e de facilitação do crédito como medidas de estímulo ao consumo, em um óbvio ato de procurar curar o diabético com doses extras de insulina. O caso, isto é, perdoem o erro de digitação, o caos é sério: como diz o amigo Nivaldo Cordeiro, "quem viver, verá"..
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