Espionagem estatal mata sua privacidade
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Alerta Total
Por Jorge Serrão
Cada vez mais surgem comprovações de que nossa privacidade (soberania individual) é implacavelmente desrespeitada pelos esquemas globalitários da Nova Ordem Mundial. Agora, uma reportagem do insuspeito The Wall Street Journal Américas revela que a tecnologia já permite que governos promovam uma espionagem em massa dos cidadãos, grampeando a Internet e a telefonia (móvel ou fixa).
A arapongagem é viabilizada pela tecnologia comercial de vigilância. Este negócio, que já movimenta US$ 5 bilhões por ano – prospera desde o ataque terrorista de 11 de setembro. Curiosamente, o atentado representa um marco histórico contra a soberania nacional dos Estados Unidos da América. Foi o mais grave crime contra a nação em que os direitos individuais sempre foram valorizados constitucionalmente.
Uma conferência sobre vigilância secreta, realizada mês passado nos arredores de Washington, revelou todo o aparado disponível para que governos tenham condições de vasculhar computadores pessoais e de empresas, além de interceptar conversas em telefones fixos ou celulares. O “Big Brother” – outrora uma ficção científica – já é um perigoso sistema de violação, em massa, das comunicações e telecomunicações.
Dominado por transnacionais ligadas à indústria bélica, o “mercado de segurança” oferece três tipos básicos de avançadas ferramentas. A primeira, de Hacking, permite que invasores se comuniquem com os usuários de computador. Eles fingem ser uma atualização legal de programas, cujo objetivo real é instalar um imperceptível “vírus” de intrusão. O sistema invasor pode monitorar e-mails, programas baixados, o mapa de navegação e até senhas privativas dos usuários. Com tais dados, pode-se traçar o perfil do monitorado.
A segunda ferramenta, de Interceptação & Localização, faz sucesso entre as polícias e agências de espionagem. Serve para localizar pessoas usuárias de celular. O sistema consegue, com precisão, triangular o sinal entre o aparelho e três torres de celular. Assim, se calcula a distância entre elas e o usuário. As empresas de telefonia – e seus pouco conhecidos “departamentos de inteligência” – vendem tais serviços para clientes muito “vips”.
A terceira ferramenta, muito poderosa e estratégica, é a Análise de dados e voz. Computadores de alta performance processam as informações em arquivos de voz. Os softwares utilizados conseguem decifrar que assuntos os espionados estão falando, a partir da identificação de palavras-chaves. Os sistemas também comparam os padrões de voz para revelar a identidade de quem se comunica. Em alvos já determinados, os sistemas conseguem interceptar e analisar praticamente em tempo real tudo que se fala.
O discurso policial é sempre usado para justificar tamanha invasão de privacidade. Os produtores de equipamentos de interceptação de dados e voz alegam que seus sistemas têm como objetivo identificar criminosos. Também argumentam que só disponibilizam tais produtos e serviços para governos e “agências de policiamento” (leia-se espionagem).Os fabricantes se eximem do uso que se faz das ferramentas tecnológicas vendidas por milhões de dólares.
O medo, a violência crescente e o terror servem de justificativa para a adoção dos sistemas de espionagem – por governos e agências de inteligência (estatais e privadas). A instalação de chips em automóveis e documentos de identificação, rastreáveis por antenas espalhadas nas cidades ou via satélite, facilita o serviço de arapongagem. O mesmo ocorre com a instalação de câmeras de vigilância em espaços públicos e privados. Tudo monitorável à distância. Quem monitora? Qualquer um que tenha interesse em invadir sua privacidade, pelos mais diferentes motivos.
Assim se esvai nosso direito elementar à privacidade. Vamos permitir que isso prossiga? Será que temos como reagir contra tamanha intrusão na vida privada?
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
Postado por Alerta Total de Jorge Serrão às 07:58
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