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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Por que tremulou a bandeira das FARC na Praça de Bolívar?

Mídia Sem Máscara

Nota de Graça Salgueiro:

Chamo a atenção dos leitores para o fato de que, por trás de todos os “movimentos estudantis” que estão ocorrendo no mundo, há a mão suja dos comunistas e terroristas que se infiltram para disseminar sua ideologia, espalhar o ódio - sobretudo da carcomida “luta de classes” -, e depois responsabilizar as autoridades e Forças de Segurança de serem truculentas, violentas e opressoras. Vejam o exemplo do que ocorreu na reitoria da USP, no Chile, em países europeus, etc. Em todos eles o “trapo vermelho” do ódio tremulava impávido, como se fosse o pensamento comum dos estudantes e não de infiltrados, usurpadores criminosos de uma condição que não têm: a de estudantes.


Na concentração de estudantes na Praça de Bolívar de Bogotá, do passado 10 de novembro, ocorreu um fato que a imprensa colombiana recusou-se a comentar: nesse lugar tão carregado de simbolismo para todos os colombianos, e ao lado da estátua do Libertador Simón Bolívar, alguém construiu uma enorme armação em forma de cone, de uns cinqüenta metros de altura, em torno do qual se concentraram distraidamente os jovens ao final do desfile. Rapidamente, o trambolho foi recoberto com cartazes e bandeiras, enquanto outro grupo tomava o controle da base. Minutos mais tarde, quatro ativistas, utilizando uma escada de cordas, chegaram à cúpula da construção e plantaram lá em cima uma enorme bandeira vermelha com a foice e o martelo.

Esse símbolo do comunismo, do atroz Gulag soviético e das FARC, tremulou sobre todos os manifestantes sem que muitos deles se dessem conta. A bandeira nacional tremulou nessa mesma armação por um tempo, mas alguns metros abaixo do abominável trapo vermelho, símbolo do massacre de massas e de um sistema ditatorial desumanizado.

Quem quis insultar os jovens manifestantes com esse ato grotesco? Que papel nessa infame comédia, anunciadora de novos atos liberticidas, teve a prefeitura de Bogotá?

Dá trabalho pensar que essa armação horrível, onde tremulou o símbolo da opressão mais abjeta de povos e nações inteiras, tenha sido construída sem permissão da prefeitura de Bogotá.

A imprensa bogotana não comentou esse fato nem publicou uma só foto a respeito. Todos se esforçam para se esquivar desse detalhe incômodo. Entretanto, um diário virtual bogotano, Primicia, dirigido por Víctor Hugo Lucero, difundiu no dia seguinte duas impressionantes fotografias onde se vê o horrível trapo vermelho e, abaixo deste, a bandeira da Colômbia.

Em outras palavras: o emblema do comunismo dominou a bandeira nacional e dominou a concentração estudantil toda. O curioso é que o diário Primicia, embora publique essas fotos, não diz uma só palavra sobre esse detalhe.

Por que essa auto-censura geral? Por que esse silêncio ante essa ignomínia?

É evidente que a colocação dessa bandeira não foi um ato espontâneo. Na base da armação havia um piquete que impedia a subida de quem não estivesse autorizado. Com esse gesto, alguns quiseram dizer que o movimento estudantil pela reforma universitária, apesar do candor de seus dirigentes visíveis, tem alguns objetivos que vão além do que a imprensa diz, e que tem alguns orientadores que não dão a cara.

A construção do trambolho teve que ter contado com a autorização da prefeitura. Ou esta, cuja sede encontra-se a alguns passos da misteriosa construção, deu o sinal de que toleraria esse abuso.

Desde quando essa armação estava na praça? Quem a levantou? Em que material a fizeram? Quem pagou essa construção? Quem a desmontará e quando?

Essa construção, embora efêmera, é a olhos vistos ilegal. A principal praça da Colômbia construída para render homenagem ao Libertador e para oferecer aos cidadãos um ágora, um lugar de reunião e conversação política pacífica, não pode ser manchada com um edifício ilegal destinado a instalar sobre ele a bandeira da violência e do totalitarismo.

É como se alguém tivesse querido construir de maneira solapada um anti-símbolo e lançar uma advertência. Enquanto os estudantes se concentravam lá para elevar ante o governo suas petições, razoáveis ou não, sobre uma reforma universitária, necessária ou não, que a cidadania e as autoridades podem compartilhar ou não, alguém plantou essa bandeira vermelha para dizer ao país que planejam outros desígnios, bem abomináveis por certo, sobre as cabeças dos movimentos “de massa” atuais e sobre esses jovens entusiastas e altruístas. Para dizer que a violência e a mentira trata de se impor sobre todos eles para levá-los a aventuras sinistras.

A imprensa bogotana fez o elogio da chamada “Tomada de Bogotá”. Menosprezou, entretanto, o ponto dos distúrbios e apedrejamentos desse dia contra a força pública, a detenção de 23 energúmenos, entre eles 8 menores, evitou o tema da tensão criada por grupos ameaçadores nas ruas da Candelaria e ignorou que alguém estourou um explosivo na Praça de Bolívar. Em outras palavras: a imprensa informou disciplinadamente como exige a prefeita Clara López: digam que tudo foi paz e cordialidade, que aqui só houve beijos, abraços e cravos para a Polícia e para os transeuntes. A revista Semana aceitou essa ordem e tratou de extasiar seus leitores falando-lhes da “credibilidade do movimento” e de umas pessoas más que procuram “estigmatizar o protesto”, pois este, assegura Semana, não foi “infiltrado por grupos ilegais”.

Porém não disse uma só palavra sobre a bandeira das FARC que tremulou sobre as cabeças desses jovens e sobre seus encantadores “cavalinhos de madeira, máscaras, comparsas e disfarces”. Não disse uma palavra sobre a revelação feita na véspera pela Polícia, no sentido de que Iván Márquez “deu a ordem de promover distúrbios na mobilização da quinta-feira” e que o Secretariado das FARC trata de infiltrar as universidades, distribuir propaganda subversiva e “radicalizar o protesto social, de maneira particular em Bogotá” contra a Lei 30 (El Espectador, 10 de novembro de 2011).

E se essa manifestação não for mais do que um imenso Cavalo de Tróia? O do trapo vermelho bolchevique é um sinal importante, porém há mais. Por que no discurso oficial dos chefes do protesto “estudantil” aparece como elemento central a idéia de que o Congresso colombiano, eleito pelo povo, não tem legitimidade?

Quem pode crer que o ponto que, segundo os interessados, fez os jovens saírem de suas classes, é a possibilidade de criar no país universidades com fins lucrativos, coisa que existe na Colômbia desde há décadas e que é a chave da excelência universitária nos países democráticos mais avançados? A causa desse “despertar” do movimento estudantil está em outra parte.

Se a mobilização estudantil é “pura” e “desinteressada”, o que fazia na tribuna Jaime Caicedo, secretário-geral do Partido Comunista, e por que a ex-senadora destituída Piedad Córdoba, gerente de seqüestros das FARC e ponta de lança do chavismo mais extremo, tratou de subir e tomar a palavra, apesar da ridicularização que os estudantes fizeram? Por que a imprensa escamoteia esses fatos?

Em 1989, os estudantes chineses ocuparam a Praça de Tian’anmen de Pequim durante várias semanas. Exigiam reformas na ditadura comunista. Eles erigiram lá uma estátua: a “deusa da liberdade”. Tudo isso terminou na matança do 4 de junho. Nos tanques e caminhões que o PC chinês enviou contra os estudantes, tremulava a bandeira vermelha com a foice e o martelo. Como os estudantes colombianos podem aceitar em suas manifestações esse símbolo do horror e do crime?

A armação com um trapo vermelho com a foice e o martelo na cúspide é a nova estátua da anti-liberdade que a prefeitura do Polo promete aos bogotanos? Abram os olhos, bogotanos, pois detrás do símbolo vêm os atos. Depois da pantomima dos “beijões” aparecerão os ferros e outras coisas piores.

Tradução: Graça Salgueiro

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