Caso Battisti pode gerar conflito entre Lula e o STF, na véspera do julgamento que vai salvar Antonio Palocci
Terça-feira, Janeiro 20, 2009
Alerta Total
Por Jorge Serrão
O Supremo Tribunal federal tem tudo para rever a decisão do desgoverno petista que concedeu asilo político a Cesare Battisti – um terrorista e criminoso comum italiano (acusado de quatro homicídios que objetivamente cometeu) que se veste a pele de escritor para iludir radicalóides ideológicos desinformados ou mal intencionados. Três ministros do STF, com fama de formadores de opinião, já comentam abertamente, nos bastidores, que vão votar pela manutenção da prisão de Battisti e por sua autorização de deportação para a Itália, assim que o caso for apreciado na corte suprema, em fevereiro.
Se o STF restabelecer a verdade dos fatos e impuser Justiça objetiva ao terrorista italiano do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), o chefão Lula da Silva ficará na maior saia justa. Por lógica, deveria respeitar a eventual decisão do STF e rever o asilo concedido pelo ministro da Justiça Tarso Genro. Acontece que Lula, alegando novamente seu “poder soberano de estadista”, pode, sim, ratificar o estatuto do refugiado a Battisti. Assim, de graça, o chefão cria um desgaste político com o STF. Na véspera do julgamento de salvação de Antônio Palocci – tão desejado pelo desgoverno -, tal briga pode não ser boa para Lula.
Os ministros do STF devem se sensibilizar pelas informações do procurador da República de Milão, Armando Spataro. Atual coordenador do Departamento contra o Terrorismo, o promotor italiano não consegue entender como um assassino puro como Battisti pode ter recebido o refúgio no Brasil. Spataro contesta a versão romântica de que Battisti seja um extremista de esquerda perseguido por seus ideais políticos.
O procurador italiano assegura que Battisti é um criminoso comum que praticava roubos com o fim de lucro pessoal. Armando Spataro historia, baseado em fatos reais e versões objetivas, que Battisti se politizou na própria prisão, logo se filiando a uma organização terrorista que praticou lesões corporais e homicídios. Battisti foi preso em 1979, portando revólveres, fuzis e documentos falsos. Mas fugiu da prisão em 1981, graças a sua parceria com o crime organizado e o terror.
O procurador Armando Spataro assegura que Cesare Battisti não foi condenado à prisão perpétua gratuitamente. Ele cometeu pelo menos quatro homicídios. Em dois casos foi ele mesmo o próprio atirador-algoz das vítimas: o Marechal Santoro, morto em Udine, em 6 de junho de 1978, e o policial Campagna, em Milão, em 19 de abril de 1979. Battisti também deu cobertura aos assassinos do açougueiro L Sabbatin, morto em Mestre, em 16 de fevereiro de 1979. E colaborou na organização do assassinato do joalheiro P. Torregiani, em Milão, também em 16 de fevereiro de 1979.
Foi o marginal com essa folha corrida (um currículo de terror e banditismo) que Lula e seu ministro da Justiça decidiram deixar no Brasil, e que pode ganhar liberdade, caso o STF vote, novamente, alinhado com o governo e não com os fatos históricos e criminais objetivos expostos pelas autoridades italianas. Mas tudo indica que o STF deve barrar a decisão presidencial de asilar um criminoso. Resta saber se Lula terá o bom senso de reconhecer que errou.
Alerta Total de Jorge Serrão
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