COMPANHEIRO CESARE BATTISTI
Percival Puggina
19/01/2009
A concessão de asilo político ao terrorista italiano Cesare Battisti era absolutamente previsível. Tão previsível que o próprio terrorista, em 2004, precisando escapar da França, ao perder a proteção que obtivera do socialista François Mitterrand, foi para o Googlemaps, deu uma girada no globo terrestre, e entre mais de duas centenas de destinos possíveis escolheu qual? Pois é. Veio para o Brasil de Lula. Contrariando a orientação do Procurador Geral da República e do Comitê Nacional para os Refugiados, a pátria amada abriu os braços para um sujeito condenado por quatro crimes cometidos como membro de uma organização terrorista denominada PAC (Proletari Armati per il Comunismo), que atuou na Lombardia e no Vêneto no final dos anos 70.
É possível que o leitor esteja pensando no caráter explícito das relações que o coração do poder político brasileiro mantém com as mais radicais organizações de esquerda do planeta. É um raciocínio que faz sentido. E só para alargar as possibilidades de compreensão do fato, valem algumas explicitações que alinharei em sequência.
1º) Lula foi o primeiro presidente do Foro de São Paulo, entidade criada em 1990, nos moldes do Comintern soviético, para “recuperar na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu”. Essa entidade congrega partidos comunistas e de várias tendências de esquerda, bem como grupos terroristas do tipo FARC e MIR chileno. 2º) Aqui
Mas foi por isso que Lula fez o que fez? Foi por isso que ele optou por um criminoso condenado, em prejuízo das boas relações com o governo de uma nação amiga e democrática como a Itália? Claro que não. A lógica que presidiu a decisão foi bem outra e está no âmbito do Ministério da Justiça, onde se decidem as questões relativas às indenizações pagas aos “perseguidos políticos”.
Os Proletari Armati per il Comunismo agiam com a mesma estratégia dos grupos esquerdistas que aqui no Brasil, simultaneamente e com idênticos ideais, também partiram para a luta armada, com assaltos a bancos, supermercados, empresas e onde houvesse dinheiro em quantidade que justificasse os riscos das “expropriações”. Se o governo Lula considerasse Battisti como terrorista e bandido, teria, por coerência, que considerar da mesma forma muitos de seus ministros e companheiros.
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