Ministro sugere que famílias questionem Lei da Anistia matéria do jornal Zero Hora de Porto Alegre
Ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi pediu ontem que vítimas da repressão do regime militar, familiares e entidades de classe se organizem para propor ações judiciais em massa questionando a abrangência da Lei de Anistia.
Em uma solenidade no Rio, ele propôs que a sociedade intensifique a pressão para que documentos e informações sobre o paradeiro de desaparecidos sejam revelados e informou que o governo prepara uma campanha publicitária com familiares.
– Casos como os de Rubens Paiva e Stuart Angel não podem ser abandonados. Essa informação (o paradeiro deles) tem de aparecer – discursou Vannuchi na abertura da 8º Anistia Cultural, que julgou pedidos de indenização de 21 estudantes banidos de universidades durante a ditadura.
Vannuchi informou que os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Franklin Martins (Comunicação) devem lançar até maio o sistema de acesso a dados de 14 arquivos estaduais, chamado Projeto Memórias Reveladas, com um edital que convoca donos de acervos particulares a transferir documentos para arquivos públicos. Segundo o ministro, Martins prepara uma comercial de TV em que aparecerão mães ainda vivas de desaparecidos políticos segurando fotos dos filhos e dizendo que não querem morrer sem saber o paradeiro deles.
Para Vannuchi, só a "saturação" provocada por um grande volume de processos mostrará ao Supremo Tribunal Federal (STF) que há uma demanda da sociedade por uma nova interpretação, sem o perdão a torturadores, da Lei de Anistia, que completa 30 anos em agosto.
Até agora, o entendimento que prevalece é o de que os militares envolvidos em violações não podem ser processados por terem sido anistiados pela lei de 1979 como os militantes de esquerda que pegaram em armas, embora não tenham sido submetidos a qualquer processo investigatório que os identifique.
– Na Argentina, Uruguai e Chile os familiares criaram centenas de ações. No Brasil, temos três, quatro, meia dúzia – argumentou.
Para ele, talvez as vítimas da ditadura e seus familiares tenham subestimado a Justiça. Em entrevista na saída do evento, Vannuchi disse que sua secretaria e o Ministério da Justiça continuarão o debate interno no governo até uma posição do STF.
Publicado no jornal "ZERO HORA".
Sábado, 28 de fevereiro de 2009.
Integrantes do MST executam quatro homens em Pernambuco. Até quando esse bando de delinquentes terá licença para afrontar a lei?
Começou com um bate-boca entre um grupo de sem-terra e cinco homens contratados para evitar que a fazenda Jabuticaba, no agreste pernambucano, reintegrada por ordem judicial, fosse novamente invadida por membros do MST.
Dos seguranças, apenas João Arnaldo da Silva, de 40 anos, era profissional. Rafael Erasmo da Silva, de 20, e Wagner Luís da Silva, de 25, trabalhavam como mototaxistas em São Joaquim do Monte, a 137 quilômetros do Recife. José Wedson da Silva, de 20, e Donizete Souza, de 24, eram agricultores. Para fazerem bico como guardas, eles recebiam de 20 a 30 reais por dia trabalhado. Naquele sábado, era João quem estava à frente da discussão com os sem-terra, numa fazenda vizinha à Jabuticaba.
No meio da briga, um dos invasores acertou-lhe um tiro na perna. João caiu e, imediatamente, recebeu uma bala na cabeça. Rafael, ao seu lado, foi o segundo a ser morto – também com um tiro na cabeça, que trespassou o capacete de motociclista que ele usava. Ao ver os colegas tombarem mortos, Wagner, Wedson e Donizete correram. Donizete conseguiu escapar. Wagner e Wedson, alcançados pelos sem-terra 1 quilômetro adiante, foram igualmente mortos como cães. Wagner levou um tiro na perna e dois na cabeça, um deles na nuca. Wedson recebeu um tiro na perna e dois no rosto – morreu de braços abertos, como quem pede clemência.
Com base nas marcas dos tiros e no depoimento de duas testemunhas oculares, o delegado Luciano Francisco Soares diz que os assassinatos não foram cometidos em legítima defesa, como afirma o MST. "As vítimas foram executadas", resume ele. A polícia prendeu em flagrante e indiciou por homicídio qualificado Aluciano Ferreira dos Santos, líder do MST na região, e Paulo Alves, participante do grupo. Eles são acusados de perseguir e matar Wagner e Wedson. Os dois sem-terra apontados como assassinos de João e Rafael estão foragidos. Depois do crime, o MST teve o desplante de pedir "proteção" policial para seus integrantes. Como se isso não bastasse, o coordenador nacional do movimento, Jaime Amorim, numa declaração que deixa evidente a régua moral pela qual seu grupo se pauta, afirmou: "O que matamos não foram pessoas comuns. Eles foram contratados para matar, eram pistoleiros violentos". É mais uma declaração delinquente de um dos chefões do bando que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, aterroriza o campo brasileiro desde 1990. Naquele ano, durante uma manifestação no centro de Porto Alegre, uma turba de sem-terra cercou um carro de polícia e, a golpes de foice, degolou o cabo Valdeci de Abreu Lopes, de 27 anos. Desde então, ao menos outros quarenta integrantes do MST foram acusados de homicídio (dois deles já foram condenados em primeira instância).
O recrudescimento das ações dos sem-terra obedece a calendário e motivo bem definidos. Às vésperas de um ano eleitoral, MST e congêneres querem continuar a receber vultosos repasses governamentais – o que implica a permanência do PT no governo federal. "Eles desejam preservar suas fontes de financiamento e também garantir a impunidade da qual vêm sendo beneficiários até agora", diz o filósofo Denis Rosenfield. Não por coincidência, foi o Pontal de Paranapanema, em São Paulo, o lugar escolhido para o "Carnaval Vermelho" dos sem-terra ligados a José Rainha, protegido das cabeças mais coroadas do petismo. Durante o feriado, vinte fazendas foram invadidas no território do tucano e presidenciável José Serra.
Por meio do embrutecimento de seus métodos ou do puro e simples banditismo, os sem-terra tentam influenciar os rumos das eleições em seu favor. É preciso lembrar que, quando assumiu o poder, a cúpula do PT gostava de dizer a empresários, fazendeiros, integrantes da oposição e jornalistas que, como o partido era o único capaz de colocar um freio nos sem-terra, ele representava uma garantia de paz no campo. Ou seja, ao intensificar suas ações, o MST volta a transmitir a mensagem de que os petistas não podem ser desalojados do governo federal, sob pena de os sem-terra se tornarem ainda mais virulentos. É uma chantagem política tácita. Numa semana em que os bandidos de Pernambuco posaram de vítimas, os assassinados viraram culpados e autoridades federais mais uma vez se mostraram complacentes com os criminosos, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, veio a público para pôr as coisas nos seus devidos lugares. Para isso, não teve de recorrer a nada além do óbvio. O ministro lembrou que: 1) quem invade terra alheia está afrontando a lei; 2) quem afronta a lei não pode receber dinheiro do governo; e 3) no estado de direito, a lei vale para todos. Simples assim. Complicado assim, em se tratando do Brasil.
Laura Diniz, de São Joaquim do Monte, Pernambuco – Veja
O desgoverno do Foro de São Paulo resolveu acelerar seu processo de propaganda ideológica para desmoralizar e “demonizar” as Forças Armadas. Elaborada nos moldes do marketing de guerra bolchevique-nazista, a estratégia geral consiste em produzir efeitos psicossociais, em curto e médio prazo, para diminuir e colocar em dúvida o respeito que a opinião pública tem pelo Exército, Marinha e Aeronáutica.
A principal meta é reverter os resultados de uma pesquisa de opinião divulgada semana passada, feita com 1.200 entrevistados pela Fundação Getúlio Vargas, constatou que as Forças Armadas ocupam o primeiro lugar no índice de confiança, na comparação com outras 17 instituições.
A campanha de destruição de imagem tem três objetivos fundamentais. O primeiro é jogar a opinião pública contra as “legiões” para que seus integrantes se sintam intimidados a reagir contra o processo revolucionário inegavelmente em marcha. O segundo é vender à sociedade a imagem de que as Forças Armadas precisam sofrer reformulações radicais em suas bases, conforme algumas propostas de mudança contidas na Estratégia de Defesa Nacional lançada recentemente. O terceiro é associar os militares diretamente ao autoritarismo, pintando-os como entraves constantes para a “democracia”.
Quatro ministros do governo Lula lideram diretamente a campanha de desmoralização contra as Forças Armadas: Tarso Genro (Justiça), Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), Dilma Rouseff (Casa Civil e potencial presidenciável) e Franklin Martins (Comunicação). O governo agora prepara um comercial de televisão em que aparecerão mães de desaparecidos políticos, nos tempos dos governos militares (1964-1985), segurando fotos dos filhos e chorando que não querem morrer sem saber o paradeiro deles.
O comercial tem duas intenções. A primeira reforçar a tese de que o Supremo Tribunal Federal tem de rever a abrangência da Lei de Anistia (Lei nº 6.683/79). A segunda é preparar o lançamento, até maio, de um sistema de acesso a dados de 14 arquivos estaduais, chamado Projeto Memórias Reveladas. O governo publicará um edital para convocar donos de acervos particulares a transferirem documentos sobre o período pós-64 para arquivos públicos.
Ontem, inclusive, o ministro Paulo Vanucchi voltou a pedir que a “sociedade civil” intensifique a pressão para que documentos e informações sobre o paradeiro de desaparecidos políticos sejam revelados. Vanucchi apelou ontem que “vítimas da repressão do regime militar”, seus familiares e entidades de classe, devem entupir o STF com ações judiciais em massa contra a Lei de Anistia e pedindo punição para “os torturadores”. Propagandisticamente, o termo genérico “torturadores” inclui todos os militares...
Curiosamente, o chefão Lula tenta manter uma posição pública “em cima do muro”, fingindo ser diferente dos anti-militares que compõem seu desgoverno. Anteontem, Lula deu uma entrevista ao jornalista Jorge Oliveira – que dirige um documentário sobre o operário Manoel Fiel Filho, um dos mártires pós-64. Lula deixou claro que a Lei de Anistia foi aprovada pelo Congresso e deve ser respeitada. Lula ressaltou que a lei anistiou a todos, e que o governo não tem como interferir. No entanto, Lula pondera que cabe à Justiça se manifestar sobre o assunto.
A campanha contra as Forças Armadas, no entanto, tem objetivos geopolíticos e estratégicos muito mais graves. O Alerta Total publicará, na edição de domingo, com exclusividade, um documento oficial revelando o que existe por trás da Estratégia Nacional de Defesa (e não Estratégia de Defesa Nacional) lançada pelos ministros Nelson Jobim (Defesa) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos).
Os militares terão a oportunidade de conhecer seus verdadeiros inimigos. Aqueles que os atacam agora são meros agentes conscientes da propaganda contra o Brasil.
Gilmar Mendes é favorável a uma investigação do Ministério Público sobre repasses
Dois dias depois de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, ter chamado de ilegal o repasse de recursos federais a movimentos que promovem invasões de terra, ministros saíram em defesa do financiamento de associações ligadas à reforma agrária, dizendo que Mendes não apontou nenhum fato concreto.
Ao comentar a série de ações dos sem-terra durante o Carnaval, o presidente da Corte disse que repassar dinheiro público para quem promove invasões de terra é uma “ilicitude”, sendo a responsabilidade, segundo ele, “de quem subsidia”, no caso o governo federal. Levantamento divulgado ontem pelo jornal O Globo aponta que desde 2002, o governo repassou R$ 49,4 milhões para movimentos que invadem terras, o que é proibido pela legislação.
Em Florianópolis (SC), para a inauguração da nova linha de transmissão de energia elétrica, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, declarou que ao repassar os recursos para os sem-terra, o governo está cumprindo a legislação.
– Nós não operamos com nenhuma ilegalidade. E não há nenhuma manifestação formal do Judiciário – afirmou a ministra, que disse respeitar a opinião do presidente do STF.
Na capital gaúcha, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, afirmou que não existe “ilicitude abstrata” e que a pasta não repassa dinheiro ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
– É preciso saber se a ilicitude é referente a qual contrato, a qual convênio, a qual repasse, para que a gente possa corrigir – declarou.
Entidades ligadas ao MST receberam R$ 41,5 milhões
Como o MST não existe juridicamente, não pode ser beneficiado com recursos do governo. Por isso, criou entidades paralelas, como a Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca) e a Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária (Concrab), para receber verbas oficiais. Ao lado do Instituto Tecnológico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária (Iterra), outra entidade ligada ao movimento, Anca e Concrab receberam do governo petista R$ 41,5 milhões. Segundo Cassel, não existe prova de que essas entidades sejam de fato braços do MST. Ele disse que “está valendo”, sim, a medida provisória, editada em 2001, que veta o repasse de recursos a entidades que promovam invasões de terra.
Ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi também saiu em defesa dos movimentos de sem-terras:
– O MST pode ter erros, pode ter discordâncias com o governo que represento. Mas, nem por isso, posso ter uma posição estreita e deixar de reconhecer que este é um movimento social.
Já o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse, em nota, que a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas devem analisar se os repasses são ou não ilegais. “Nós recebemos com normalidade a manifestação do presidente do Supremo e não temos nenhum comentário de conteúdo a fazer sobre elas”, disse.
Em entrevista à rádio Bandeirantes, Mendes defendeu ontem que o Ministério Público deveria investigar os repasses de recursos públicos para associações e entidades que participam de invasões de terras. O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Ubiratan Aguiar, determinou a técnicos do órgão que elaborem um plano de trabalho para investigar as denúncias feitas por Mendes.
Reunidos ontem em Salvador, dirigentes de 47 entidades ligadas à reforma agrária, entre elas o MST, fizeram um manifesto de repúdio a Mendes.
Não concordo com essa visão burocrática de "contador", com relação ao conceito de ditadura. Vivi esse tempos. Trevas. O sentimento de privação de liberdade, o medo de se expressar, a censura, são crimes hediondos. Como contabilizar as seqüelas da DITADURA na vida dos brasileiros que a viveram? Os cadáveres não são apenas de corpos humanos, Reinaldo.
Publicar Recusar (Anônimo) 08:59 *
Reinaldo, é asquerosa essa sua visão. Ditadura não é questão de contabilidade. E a censura? A ausência de liberdade de expressão? Que números você apresenta para esse fatos? Qual é a brandura de um governo que mata, tortura, censura, prende, ataca a arte e cultura, impede a eleição livre e democrática de um país?
Publicar Recusar (Anônimo) 09:09 Alguém já me viu aqui a defender ditadura? Ah, eu também acho macabro fazer contabilidade de mortos. Mas me pergunto por que os nossos esquerdistas são tão ferozes quando se trata de criticar a ditadura militar brasileira e são tietes de Fidel Castro. Nesse caso, número vira argumento, sim, senhor. Número é argumento desde Padre Vieira. Aliás, já era bem antes. O padre lembra no Sermão do bom Ladrão o diálogo entre Alexandre Magno e um pirata mequetrefe. O vagabundo disse ao soberano algo como: “Basta, senhor, que eu, porque roubo num navio sou pirata, e vós, porque roubais numa armada, sois Alexandre?” E aí entra Vieira: "O roubar pouco faz os piratas; o roubar muito, os Alexandres” (procurem o texto exato; cito de memória). Pois bem, parafraseiom Vieira e o pirata: o matar 424 faz os ditadores brasileiros; o matar 100 mil faz os irmãos Castro”.
Por que os esquerdistas brasileiros odeiam tanto os nossos generais e idolatram os homicidas cubanos? Eu não faço contabilidade de mortos, não! Mas também não pego ditador no colo. Nem de direita nem de esquerda. Quando Pinochet morreu, vejam no arquivo, encomendei sua alma ao diabo. Farei o mesmo quando Fidel voltar oficialmente para o inferno que o pariu. Eu e outros ditos "direitistas" chgutamos o traseiro de um general responsável por três mil mortes. OCORRE QUE MARIA VICTORIA E FÁBIO KONDER COMPARATO, A EXEMPLO DA ESMAGADORA MAIORIA DOS ESQUERDISTAS, NÃO CHUTARÃO JAMAIS O TRASEIRO DO COMANDANTE QUE MATOU 100 MIL.
A questão não é de número, mas de prática.O fato de serem 100 mil em Cuba não torna a nossa ditadura melhor.Vc mais uma vez usa dá má fé para comparar e apresentar como diferente práticas iguais. A tortura ocorrida no Brasil em nada difere na essência a realizada em prisões militares americanas em cuba ou Europa.
Isto significa que americanos não tem o direito moral de criticar o desrespeito aos direitos humanos no Brasil por que o fazem da mesma forma sobre a hipocrisia de que em nosso território não.Admirável que países europeus permitam em seu território em bases americanas tal prática.
Publicar Recusar Quem usa de má-fé é você. Quem disse que o fato de a ditadura cubana ser o que é torna melhor, em si, a ditadura brasileira? Aprenda a ler o que está escrito. Se os generais brasileiros tivessem matado, proporcionalmente, o que Fidel matou em Cuba, em vez de 424, os mortos brasileiros teriam sido um milhão e trezentos mil. Vai por extenso para ver se o Tico encontra o Teco. E você não estaria aí engrolando tolices sobre a irrelevância dos números.
Ah, os liberais e os democratas brasileiros. Só aceitam críticas à ditadura que aqui se instalou se acompanhadas de denúncia aos regimes em Cuba, na Mongólia ou no Nepal. Pior: só conseguem ver como crítico legítimo aos militares quem apoiou o Golpe de 64. Mas essa polêmica tem seu lado bom. Mostra que essa gente acredita numa espécie de ditadurômetro, capaz de mostra quão brando é um regime político. No fundo, eles acham que o que existe entre uma democracia e uma ditadura é uma diferença de grau -- e não de natureza.
Publicar Recusar (Anônimo) 14:47 Não, senhor! Isso quem faz é a esquerda: só admite os crimes do socialismo depois de fazer o elenco dos crimes do capitalismo. Ademais, que história é essa de esquerdista falando em defesa da democracia? Exiba-me um só texto dos grandes teóricos da esquerda socialista que defenda a democracia. NÃO EXISTE. É questão de fato, não de gosto. Marx e Lênin, o Capetão e o capetinha vermelhos, tinham solene desprezo pela democracia. Vá se instruir na biblioteca, rapaz!Mas, antes, chute o traseiro de Fidel, como chuto o de Pinochet.
Reinaldo,
Ainda que a ditadura brasileira tivesse matado uma única pessoa. O emprego da palavra "ditabranda" foi desrespeitoso.
Publicar Recusar (Anônimo) 16:37
Não foi. O trocadilho, que nem é original, pode ser infeliz, como quase todos, já disse. Mas ele se refere a uma realidade histórica: na comparação com outras ditaduras da América Latina e Caribe, a brasileira foi, sim, RELATIVAMENTE BRANDA, o que não quer dizer “BOA”. Vamos ao método Lula de aprendizado, a comparação vulgar: uma pneumonia é coisa branda perto de um enfisema... E ambos são uma porcaria. Mas a questão relevante é esta: eu não defendo pneumonia, mas eles defendem enfisema. QUASE DESENHEI, HEIN!?!?!?
Reinaldo me perdoe. Comparações sobre números a parte. A ditadura brasileira também foi terrível. Quem viveu a época sabe muito bem disso. O certo, na minha opinião é que todos defendam, a qualquer custo, a democracia.
Publicar Recusar (vicente) 16:04
E quem disse o contrário, Vicente? Eu sei. Porque fui perseguido por ela, como está documentado (e só tinha 16 anos), e também a combati. No mais, ver respostas anteriores.
Reforma ou revolução é uma alternativa que voltou à cena pública, quando, para alguns, a questão parecia ter sido definitivamente enterrada com a queda do muro de Berlim.
Por Denis Rosenfield - 26/2/2009 - 19h44
A crise atual do capitalismo, sobretudo em sua face financeira, tem recolocado uma série de questões com respeito ao modo de enfrentá-la, desde uma perspectiva de esquerda e, ainda dentro dela, ao modo de superar o capitalismo, sob a ótica de implementação do socialismo. Reforma ou revolução é uma alternativa que voltou à cena pública, quando, para alguns, parecia definitivamente enterrada com a queda do muro de Berlim. Vejamos três correntes principais.
Comecemos com o PSDB, embora aqui já nos defrontemos com um problema de definição, visto que, no contexto político brasileiro, é um partido considerado por outros, de esquerd, como sendo de direita. No entanto, em sua formação, o PSDB se colocou como um partido de esquerda, de cunho reformista, retomando a grande tradição europeia dos trabalhistas ingleses e dos social-democratas alemães. Isto significa dizer que o PSDB reconhece a democracia representativa como um valor universal, o direito de propriedade (embora com limitações) e a economia de mercado. O projeto revolucionário de transformação da sociedade, nos moldes marxistas, foi abandonado.
Nos dois mandatos do Presidente Fernando Henrique Cardoso, frente à situação específica do Brasil, o governo emitiu sinais contraditórios, ora pendendo para posições mais liberais, ora pendendo para tradicionais posições de esquerda. Em sua aliança com o então PFL, adotou uma política liberal na privatização de estatais, na autonomia operacional do Banco Central – sobretudo a partir da gestão Armínio Fraga–, na Lei de Responsabilidade Fiscal, na eliminação e no enxugamento de bancos estaduais, na profissionalização da gestão pública e, mesmo, no atendimento dos mais necessitados através do bolsa-escola. Em sua linha mais à esquerda, contemporizou com o MST enquanto pode (só não foi além por falta de cooperação deste); tratava com desprezo os "ruralistas" e procurava manter pontes com a perspectiva marxista, que foi, em setores da oposição militar, de caráter muito generalizado. Aumentou, na linha social-democrata tradicional, a carga tributária em níveis muito elevados, apostando numa maior intervenção do Estado.
O PT, no governo, sobretudo sob a égide de Lula, terminou por adotar uma linha mais pragmática, tendo, em vários aspectos, se aproximado, de fato, de um perfil social-democrata e, mesmo, liberal, embora não ouse dizer o seu nome. O governo manteve, em linhas gerais, a política macroeconômica do governo anterior, embora tenha usado e abusado, demagogicamente, da "herança maldita". Um tucano foi chamado a dirigir o Banco Central, tendo este conservado a mesma autonomia operacional que vinha seguindo. Nenhuma privatização de empresas estatais foi revertida. Porém, o lado pragmático do governo não foi incorporado teoricamente pelo partido, que manteve o mesmo linguajar revolucionário, como se a revolução tivesse sido apenas postergada, dadas as condições peculiares da sociedade brasileira. A esquizofrenia se instalou no PT.
Progressivamente, um setor do partido foi realçando o seu lado "pragmático", apostando, mesmo, numa colaboração com as oposições. Contudo, outro setor manteve não apenas o antigo discurso, como partiu para um aparelhamento partidário do Estado, com o apoio do próprio presidente Lula. Começou todo um processo de "relativização da propriedade privada", particularmente intenso nas ações dos movimentos sociais, no seu financiamento e na sua impunidade. Questões quilombolas e indígenas ganharam uma dimensão nunca vista, com profundas repercussões fundiárias e de soberania nacional. A política externa do governo Lula terminou seguindo os parâmetros partidários. Por sua vez, o espaço de livre escolha dos cidadãos foi também limitado, tendo como questões emblemáticas as condições progressivamente restritivas de fumar e beber.
Neste contexto, intervém a crise atual. Do ponto de vista ideológico, penso que se pode dizer que ela ocorreu no pior momento. O PT não tinha ainda efetuado uma revisão de suas concepções e ideias, andando à deriva. A crise veio reforçar não a sua ala reformista, mas a sua ala revolucionária, como se a opção socialista tivesse voltado ao horizonte próximo. Em reunião do Diretório Nacional, no dia 10 de fevereiro, o partido publicou uma resolução em que afirma que após o muro de Berlim, um outro muro, o do capitalismo, caiu. Ou seja, o capitalismo estaria em franco processo de desintegração, suas idéias tendo perdido completamente validade. Alguns chegam a afirmar que a queda desse outro muro é ainda mais importante do que a anterior. A crise do capitalismo seria estrutural, e não uma de suas crises cíclicas, que, depois de sua reorganização, o colocam em um patamar mais elevado.
Por sua vez, o MST, em manifestação de uma de suas dirigentes, em artigo publicado na revista Sem Terra, proclama abertamente que essa organização deveria radicalizar as suas posições, vindo a atuar, inclusive, em zona urbana. À luta contra os produtores rurais e o agronegócio, seria acresc entada a luta contra a "especulação" urbana e as grandes empresas transnacionais. A avaliação do "movimento" é que a crise atual do capitalismo suscitaria um ascenso das lutas de massas no Brasil, ascenso esse já presente na Venezuela, na Bolívia, no Equador e no Paraguai. Teria chegado o momento de o Brasil seguir o mesmo caminho. Para tal, seria preciso aumentar as invasões de terras, as manifestações urbanas, atuando mais diretamente junto à opinião pública.
Nesse sentido, o governo Lula deveria ser forçado a radicalizar, vindo a acompanhar os seus congêneres bolivarianos, que adotam as posições do socialismo do século 20, tendo Cuba como modelo. Para eles, este é o "novo mundo possível", tanto proclamado no Fórum Social Mundial. Inclusive, a oposição do MST ao governo Lula é parte de um jogo de cena, visando a que este adote outra posição, a revolucionária. Ou, pelo menos, que não enxugue as suas fontes de financiamento e não impeça suas ações, frontalmente contrárias à lei.
Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na UFRS
Os fatos abaixo rememorados, ao lado de muitos outros de teor semelhante, estão fortemente correlacionados, embora a maioria dos cidadãos não perceba esse fato. Integram as várias faces do radicalismo que pretende não só ressuscitar o comunismo internacional, mas – o que é ainda pior – reimplantá-lo no mundo, a começar pela América Latina, onde conta com figuras tão escalafobéticas quanto perigosas ocupando postos de comando em diversos países, como Chávez, Correa, Morales, Lugo, o casal Kirchner, Ortega, os irmãos metralha Castro e, no Brasil, o petismo. A alimentar o movimento, na tentativa de enfeixar as várias faces do atraso ideológico para promover a revolução do atraso, miríades de ONGS internacionais com sedes nos Estados Unidos e na Europa, organismos como a ONU, que se desfiguraram completamente e supostos “intelectuais”, franceses em sua maioria, como de hábito. Ah, os “intelectuais” franceses! Raymond Aron os conhecia muito bem... Sartre foi quem fez a cabeça de Pol Pot...
I. Na Política
1. O Movimento dos Sem-Terra (MST), como confessou descaradamente o seu líder Jaime Amorim, assassinou a tiros quatro pessoas em Pernambuco: João Arnaldo da Silva, José Wedson da Silva, Rafael Erasmo da Silva e Wagner Luiz da Silva, todos eles seguranças da Fazenda Consulta, em São Joaquim do Monte, que já tinha sido ocupada, mas conseguira obter na Justiça, há 15 dias, reintegração de posse e despejo dos invasores. Os sem-terra retornaram no sábado de Carnaval e reocuparam a propriedade. O tal Amorim justificou os assassinatos praticados por seu grupo com o seguinte argumento (por si só, caso a Justiça venha a ser cumprida, suficiente para levá-lo à prisão): "os que matamos não foram pessoas comuns." Sim, não eram de fato pessoas comuns, eram pagos para defender patrimônio privado e, portanto, segundo os “bandoleiros sociais” do MST, poderiam ser mortos... E Brasília calou-se.
2. Em São Paulo, os sem-terra, depois de a anunciarem antecipadamente, deflagraram a operação "Carnaval Vermelho", invadindo 20 propriedades em 16 municípios do Oeste paulista. O líder dissidente dos facínoras, José Rainha Junior – envolvido em dezenas de processos judiciais, inclusive por crime de morte -, “coordenou” pessoalmente a invasão de 16 áreas no Pontal do Paranapanema, em "protesto" contra o governo de São Paulo, alegando não ter este competência para tratar de assuntos relacionados à reforma agrária que, segundo ele, só pode ser conduzida pelo governo federal, isto é, por seus comparsas que lhes repassam verbas tiradas de nossos impostos para promover a balbúrdia “pré-revolucionária”. Rainha exigiu a extinção do Itesp, o órgão estadual incumbido da reforma agrária. Como se estivesse realmente preocupado com uma reforma agrária e não com a imposição de uma ditadura comunista... E Brasília silenciou.
3. Tarso Genro, ministro da Justiça, concedeu o status de “refugiado político” a Cesare Battisti, italiano condenado à prisão perpétua em seu país por vários assassinatos. Mas, como matou pessoas em nome do comunismo, segundo nosso ministro, seus crimes foram “políticos”... Neste caso – que abriu sérias divergências diplomáticas entre Brasil e Itália – Brasília não ficou quieta. Pelo contrário, para defender o “movimento”, pronunciou-se.
4. O mesmo Genro, em 2006, repatriou dois pugilistas cubanos que pediram asilo diplomático ao Brasil. Soube-se nos últimos dias que, após terem sido punidos pela “democracia popular” cubana, um deles vai viver na Alemanha e o outro nos Estados Unidos. Outro vexame internacional para o Brasil. Obviamente, nesse caso, Brasília também não se calou, pois se tratava de defender Fidel e Raúl, em comportamento claramente contraditório ao adotado no caso Battisti. Para essa gente, ao que parece, só pode ser declarado refugiado político quem for comunista por convicção.
5. Os petistas vêm insistentemente defendendo a inclusão da Venezuela no Mercosul, contrariando abertamente a denominada “cláusula democrática” de nosso mercado comum. Para eles, com efeito, o bufão Chávez e seu regime bolivariano são exemplos de democracia efetivamente representativa. Nesse caso, Brasília cala-se diante das fraudes eleitorais da Aracanga de Miraflores, mas berra na hora de defender o companheiro... O mesmo pode-se escrever a respeito do episódio em que o aprendiz de bufão que preside a Bolívia mandou ocupar militarmente as instalações da sacrossanta Petrossauro.
II. Na Economia
6. O governo petista já criou, desde 2003, dez novas empresas estatais, sem contar algumas subsidiárias da Petrossauro e do Banco do Brasil, que também proliferaram.
7. O BNDES vem sendo usado politicamente como não se via há muitos anos, inclusive para emprestar dinheiro à Petrossauro, para projetos de interesse eleitoral do governo e para nossos “hermanos” socialistas da América do Sul.
8. Autoridades econômicas brasileiras têm declarado – com exceção do presidente do Banco Central – abertamente que a crise financeira atual no mundo é manifestação clara da falência do neoliberalismo, sistema que nem sequer sabem o que significa, mas que, como se opõe ao seu socialismo-comunismo, abominam.
III. No plano moral e cultural
9. Lula, ladeado por Sérgio Cabral e Eduardo Paes, distribuiu preservativos diretamente a populares, no último domingo de Carnaval, no Sambódromo carioca. Milhões de preservativos foram também entregues aos participantes do Fórum Social Mundial, recentemente realizado em Belém. E um abominável comercial de TV – certamente pago com o nosso dinheiro -, nos dias que antecederam o Carnaval, mostrava diversas mulheres com mais cinquenta anos defendendo o uso de preservativos nas relações que, segundo previam, iriam manter com algum homem que viessem a conhecer durante os dias da folia. Enquanto isto, o atendimento nos hospitais públicos atinge o estado de calamidade, nas esferas federal, estadual e municipal, não apenas no Rio de Janeiro, mas em todo o país. Mas desconstruir os fundamentos morais faz parte da missão dos “militantes sociais”, porque a sociedade do faz-de-conta com que sonham assim o exige.
10. O governo do PT tem lutado bravamente, nas entrelinhas e nas linhas, para descriminalizar o aborto, assim como lutou para a aprovação das pesquisas com células-tronco. Novamente, Brasília não permanece calada quando se trata de derrubar tradições morais milenares pelas quais nossa civilização sempre se norteou.
11. A mídia não perde uma oportunidade sequer para criticar o Papa Bento XVI, seja alterando, omitindo ou acrescentando algo de seu interesse ao que o Pontífice diz, para fazer com que pareça um reacionário de mão cheia, seja criticando a posição da Igreja com relação a assuntos morais. O Papa, sempre que fala, o faz dirigindo-se aos católicos, mas, como seus discursos têm repercussão mundial, ele precisa ser atacado e neutralizado, para que o relativismo moral em que se baseia o comunismo possa livrar-se dos “dogmas ultrapassados”. Por outro lado, essa mesma mídia dá enormes espaços aos religiosos da chamada “Teologia da Libertação”, todos eles comunistas que se infiltraram na Igreja com o intuito de miná-la por dentro.
Acho que essas onze faces do radicalismo, todas entrelaçadas, são suficientes para mostrar que estamos vivendo uma luta, imperceptível para a quase totalidade dos cidadãos, dos valores políticos da democracia representativa contra os da ditadura revolucionária travestida de democracia plebiscitária; d os princípios geradores de riqueza da economia de mercado contra os da “engenharia social” do intervencionismo; e dos valores morais que tornaram possível a organização dos homens em sociedades contra aquilo que chamam de “nova moralidade”, ou seja, a ausência de qualquer restrição de natureza moral.
A Justiça, através de sua instância maior, precisa manifestar-se. Afinal, quando a lei deixar sistematicamente de ser respeitada, quando se agredir continuamente as leis da economia e quando se desprezar oficialmente os valores morais, quando se chegar a este ponto, a “revolução” dos radicais já estará feita. Sem que quase ninguém o perceba.
Os três americanos que foram mantidos reféns pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) durante cinco anos e dividiram o cativeiro com a ex-candidata à presidência colombiana Íngrid Betancourt escreveram suas memórias sobre a experiência. E não pouparam críticas à companheira famosa.
O livro sobre os 1.967 dias de sequestro dos homens que prestavam serviços para militares dos EUA na Colômbia é uma narrativa emocionante sobre sobrevivência, na qual descrevem a dor e a perseverança, o tempo passado na selva, as longas marchas, os riscos de um ataque do exército colombiano e o resgate. A revelação mais provocante de Out of Captivity (Fora do Cativeiro), porém, trata de Íngrid, sequestrada em 2002.
Íngrid é descrita como arrogante e egocêntrica. Segundo os ex-colegas de cativeiro, ela costumava roubar comida de outros reféns e esconder livros. Ela teria ainda colocado a vida do trio em risco quando disse aos guerrilheiros que os americanos eram agentes da CIA.
– Eu a vi tentar tomar o controle do campo com uma arrogância que estava fora de controle. Alguns dos guerrilheiros nos tratavam melhor do que ela – afirmou Keith Stansell, um dos autores do livro, libertado em julho de 2008 com seus colegas Thomas Howes e Marc Gonsalves, além de Íngrid e outros 11 colombianos.
Íngrid não se manifestou. Alegou que está escrevendo seu próprio livro e não dará declarações até concluí-lo.
Comecei a mediar comentários, e já me deparo com imbecilidades. “Ah, então você acha que 424 mortes são pouca coisa?” Petralha não sabe ler. Escrevi abaixo que uma única morte ilegal já seria excessiva. Mas o fato é que 424 não podem ser comparadas às 100 mil em Cuba – com a diferença de que a ilha tem quase um vigésimo da população brasileira. Em termos comparativos, os carniceiros da Argentina e do Chile perdem feio do açougueiro Fidel Castro. Mas me digam: já me viram a chamar ditador de direita de “meu querido amigo”, como Lula, o petista-mestre e chefe espiritual de Maria Victoria Benevides e de Fabio Konder Comparato, faz com o Coma Andante? Pois é. A diferença entre dona Maria Victoria e Comparato e aqueles que eles consideram seus adversários é que estes não mimam ditadores. Segue, abaixo, um texto de 19 de fevereiro do ano passado. Ele faz referência aos 17 mil fuzilamentos de Cuba – completam a lista de 100 mil mortos mais de 80 mil pessoas que morreram afogadas tentando fugir do queridinho de Maria Victoria e do PT. Em azul:
Tenho um pouco de vergonha da minha profissão. Com as exceções de sempre e de praxe, afirmo de modo categórico: está tomada por pusilânimes, por idiotas, por cretinos incapazes de escolher entre o bem e o mal, entre a democracia e a ditadura, entre a vida e a morte. Li, quero crer, tudo o que a imprensa relevante publicou, no Brasil e no mundo, a respeito da renúncia de Fidel Castro, que deixou formalmente a presidência de Cuba, depois de uma ditadura de 49 anos. Não fiz uma contabilidade, mas creio que 90% dos textos apelam a uma covardia formidável: seu legado seria ambíguo; Fidel nem é o herói de que falam as esquerdas nem o facínora apontado pela direita. Até parece que ele é apenas um objeto ideológico sujeito a interpretações. Não por acaso, esquece-se de abordar, então, o seu legado segundo o ponto de vista da democracia.
A mais estúpida de todas as leituras é aquela que poderia ser assim sintetizada: “Fidel liderou uma ditadura, mas melhorou os índices sociais”. Isso que parece ingênuo, de uma objetividade crua e descarnada de qualquer ideologia, é, de fato, uma impostura formidável; aí está a fonte justificadora do mais assassino de todos os regimes políticos jamais inventados pela humanidade. A ditadura comunista viria, assim, embalada pelo mito da reparação social: "Não se tem liberdade, mas, ao menos, há saúde e educação para todos". Pergunto: uma ditadura de direita, então, se justificaria segundo esses mesmos termos?
Mas atenção! Não se trata apenas de criticar esse postulado indecente que aceita trocar liberdade por conquistas sociais. O milagre social da revolução cubana foi criado em cima de mentiras objetivas. Em 1952, Cuba tinha o terceiro PIB per capita da América Latina. Em 1982, estava em 15º lugar, à frente apenas de Nicarágua, El Salvador, Bolívia e Haiti. A fonte? La Lune et le Caudillo, de Jeannine Verdes-Leroux. O livro, de 1989, tem o sugestivo subtítulo de “O sonho dos intelectuais e o regime cubano”. Estuda como se implantou e consolidou o regime comunista no país entre 1957 (a revolução é de 1959) e 1971. Não foi só essa mentira. Ao chegar ao poder, Fidel afirmou que 50% da população da ilha era analfabeta. Mentira! Em 1958, a taxa era de 22%, contra 44% da população mundial.
Um ano depois da revolução, já não havia mais no governo nenhum dos liberais e democratas que também haviam combatido a ditadura de Fulgêncio Batista. Tinham renunciado ao poder, estavam exilados ou mortos. Logo nos primeiros dias da revolução, antes mesmo que se explicitasse a opção pelo comunismo, Fidel e sua turma executaram nada menos de 600 pessoas. Em 1960, pelo menos 50 mil pessoas oriundas da classe média, que haviam apoiado a revolução, já haviam deixado Cuba. Três anos depois, 250 mil. A Confederação dos Trabalhadores Cubanos, peça-chave na deposição do regime anterior, foi tomada pelos comunistas. Em 1962, imaginem, a CTC cobra de Fidel a “supressão do direito de greve”!!! O principal líder operário anti-Batista, que ajudou a fazer a revolução, David Salvador, foi encarcerado naquele ano.
Só nos anos 60, o regime de Fidel fuzilou entre 7 mil e 10 mil pessoas. Caracterizá-lo como um assassino não é uma questão de gosto, mas de fato; não se trata de tomar essa característica como parte de seu legado supostamente ambíguo. Não há nada de ambíguo em fuzilar 10 mil. É coisa de facínora. Como é incontroverso que ele e seu amiguinho, o Porco Fedorento Che Guevara, criaram campos de concentração na ilha, os da UMAP (Unidade Militar de Apoio à Produção), formados por prisioneiros políticos, que chegaram a 30 mil!!! Ali estavam religiosos, prostitutas, homossexuais, opositores do regime, criminosos comuns... Os movimentos gays, que costumam ser simpáticos à esquerda, deveriam saber que a Universidade Havana passou por uma depuração anti-homossexual. Isso mesmo. Em sessões públicas, os gays eram obrigados a reconhecer seus “vícios” e a renunciar a eles. As alternativas eram demissão e cana (em sentido literal e metafórico).
Segundo O Livro Negro do Comunismo, desde 1959, estima-se em 100 mil o número de pessoas que passaram pela cadeia ou pelos “campos” de reeducação no país. Os fuzilamentos são estimados entre 15 mil e 17 mil pessoas.
Quando Fidel fez 80 anos, escrevi neste blog o seguinte:
Em 1961, estima-se que Cuba tivesse 6,5 milhões de habitantes. Nada menos de 50 mil já tinham fugido da ditadura para o exílio. Ou seja: 0,77% da população. Isso não impediu, é claro, que José Dirceu fosse buscar abrigo na ilha quando veio o golpe militar. Ali ganhou uma nova cara e consta que treinou guerrilha — há quem diga que nunca deu um tiro. Em 1964, o Brasil tinha 80 milhões. Se os militares tivessem feito aqui o que o ditador cubano fez lá, nada menos de 616 mil brasileiros teriam ido embora. Cuba tem hoje 11 milhões de habitantes. Desde 1959, foram executadas na ilha 17 mil pessoas — não se sabe quantas morreram nas masmorras. Só os reconhecidamente executados são 0,154% da população. Postos os números em termos brasileiros, dada uma população atual de 180 milhões, os mortos seriam 277.200. Só nos primeiros cinco meses da revolução, foram sumariamente executadas 600 pessoas (0,0092% da população). É pouco? No Brasil de 1964, isso significaria 7.360 mortes logo de cara. Os 21 anos de ditadura militar brasileira mataram, em números superestimados, 424 pessoas, incluindo os guerrilheiros do Araguaia. Desse total, por razões comprovadamente políticas, foram 293 pessoas. Os números sobre o Brasil estão no livro Dos Filhos Deste Solo, do petista e ex-ministro de Lula Nilmário Miranda. Em Cuba, de 1959 para cá, passaram por prisões políticas 100 mil pessoas (0,9% da população atual). Em Banânia, isso representaria 1.620.000 pessoas. Essa é a democracia que um grupo de petistas estava — ou está — se preparando para saudar no próximo dia 13 de agosto, quando Fidel faz (ou faria) 80 anos, 47 dos quais à frente de uma das ditaduras mais fechadas e sanguinárias no planeta. Mais detalhes no texto A América Latina e a Experiência Comunista, de Pascal Fontaine, que integra O Livro Negro do Comunismo – Crimes, Terror e Repressão (Editora Bertrand Brasil), recebido com um silêncio covarde e cúmplice por aqui. E também em Loué Soient nos Seigneurs, de Régis Debray (Editora Gallimard), que conheceu de perto, em Che Guevara, parceiro de Fidel, “o ódio eficaz que faz do homem uma eficaz, violenta, seletiva e fria máquina de matar”. Nota: ainda hoje, as prisões cubanas são um exemplo acabado da degradação humana. A totalidade dos presos de Fidel preferiria, sem sombra de dúvidas, dividir celas com os terroristas de Guantánamo. Mas o mundo, claro, acha Bush um bandido e pára quando discursa o ditador de opereta."
Então... Viram só? Por que os nossos ditadores, que não passam de soldadinhos de chumbo perto da máquina de matar que foi Fidel Castro, também não têm reconhecida a sua herança ambígua, não é mesmo? Já imaginaram. “Há quem diga que o general Emílio Médici foi um ditador, mas, para alguns, foi um verdadeiro herói...” Não! Isso os nossos jornalistas isentos jamais dirão.
Lembram-se daquela reação canalha à matéria de VEJA que evidenciava, com fatos, que o porco fedorento Che Guevara era um assassino? Pois é. Até hoje, há vagabundo que ainda a cita como exemplo de “falta de equilíbrio e de isenção”.
Cobram de nós a isenção diante de um dos maiores assassinos da história.
No dia 17 de fevereiro, a Folha de S. Paulo fez um editorial em que chamava o regime militar brasileiro (1964-1985) de “ditabranda”. O trocadilho óbvio era com “ditadura”. Os trocadilhos, quase sempre, servem à galhofa. Raramente se está diante de um achado que realmente valha o vexame de substituir a expressão séria do pensamento por um jogo de palavras. Assim, se existe algo de errado com o emprego de tal palavra no texto da Folha, ele se restringe, entendo, a essa questão de gosto. Que o regime militar brasileiro foi mesmo “brando” se comparado a congêneres latino-americanos, disso não resta a menor dúvida. Os números o comprovam à farta. Eu mesmo já os listei aqui tantas vezes. E voltarei a eles mais adiante. Então por que tanta gritaria, liderada pelos petistas Fábio Konder Comparato e Maria Victoria Benevides, como se a Folha tivesse feito a defesa da ditadura, o que é mentira? Responderei aqui a esta questão. Antes, sinto-me obrigado a corrigir duas inverdades que estão presentes no editorial, escritas sob medida, parece-me, para adular as esquerdas. Ninguém está proibido de adular esquerdistas, é claro (eu acho que sempre é um risco, mas cada um na sua). Mas que sejam afagados com verdades.
O editorial em que se emprega a palavra “ditabranda” censura o modelo de Chávez na Venezuela e aponta a escalada do coronel rumo à ditadura. No esforço de dar uma no cravo e outra na ferradura – uma das marcas que costumo criticar nos editoriais do jornal – escreve-se:
Mas, se as chamadas "ditabrandas" -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente.
Está errado. Acusa-se Fujimori de ser uma espécie de precursor do modelo chavista, o que é besteira. A acusação livra as costas das esquerdas, já que ele era tido como um político de “direita” – e a “direita” seria, então, a responsável por essa onda neoditatorial no continente. E por que é besteira? Porque o então presidente do Peru pautou toda a sua ação pela luta contra o terrorismo do Sendero Luminoso – o que fez dentro e fora da lei -, optando por um estado policialesco, que tinha o apoio de parcelas da classe média. Fujimori governou com leis de exceção – sem nem mesmo a preocupação de mimetizar o jogo democrático – e não investiu no arranca-rabo de classes, a exemplo do que fazem Chávez, Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia) e, em breve, Fernando Lugo (Paraguai). A ditadura de Fujimori não era distinta das ditaduras militares latino-americanas, com a diferença de que havia um civil na chefia do estado.
O modelo chavista, seguido por outros parceiros da América Latina, é de outra natureza. Se as ditaduras militares, digamos, clássicas propunham trocar democracia por segurança, essas de agora propõem trocar democracia por benefícios sociais – remetendo ao velho mantra do socialismo. Na impossibilidade de se chegar ao poder pela via armada, recorreu-se a outra matriz teórica da própria esquerda: empregar os instrumentos da democracia para solapá-la. Esse movimento tem até um espaço de debates e articulação das diferenças: o Foro de São Paulo, que o próprio Lula não cansa de exaltar, mas que a imprensa, Folha inclusive, parece considerar uma fantasia “desse pessoal da direita”...
Observo que, no próprio jornal, alguns articulistas já exaltaram o apego de Chávez à democracia. Uma das fãs do coronel é Eliane Cantanhede. Há dias, ela elogiou o comportamento do governo Obama, que parabenizou o bandoleiro pela conquista “democrática”. No lugar de Hillary Hillary Clinton, escreveu a jornalista, Condoleezza Rice teria dito que só eleição não basta para caracterizar democracia. Pergunto: basta? Pelo visto, para a escrevinhadora, sim. Aliás, a palavra “ditabranda” deve ter excitado alguns dos instintos mais primitivos da redação...
O segundo erro do editorial, também na linha de fazer concessões à esquerda, está aqui: “A inabilidade inicial da oposição, que em 2002 patrocinou um golpe de Estado fracassado contra Chávez e depois boicotou eleições, abriu caminho para a marcha autoritária (...)”. Quer dizer, então, que, não fosse aquele movimento oposicionista, Chávez teria feito outra escolha? É uma bobagem que se comprova pelos fatos. Quando o coronel começou a recorrer a eleições para solapar a democracia, não tinha havido golpe nenhum. Pergunto: o modelo chavista comporta a convivência com adversários e alternância de poder? ELE PRÓPRIO JÁ DISSE QUE NÃO. ELE PRÓPRIO AFIRMOU QUE A DERROTA DO GOVERNO NO REFERENDO SIGNIFICARIA UM CONFRONTO COM A REVOLUÇÃO BOLIVARIANA E QUE ISSO ERA INACEITÁVEL.
Assim, a oposição não “abriu caminho para a marcha autoritária” coisa nenhuma! Os veículos de comunicação operariam já uma pequena revolução se perdessem o receio de opinar com clareza, fugindo ao estilo nem-nem. Será que é preciso bater na oposição venezuelana para que fique claro o perfil ditatorial de Chávez? Mas entendo. Certo articulismo, na Folha e quase em toda parte, ainda não consegue criticar o governo Lula sem largar o braço também nos tucanos. Longe de provar “independência”, isso prova o contrário: QUEM PRECISA PROVAR PARA ESQUERDISTAS QUE É INDEPENDENTE JÁ SE TORNOU DEPENDENTE... DOS ESQUERDISTAS. Sigo adiante.
A reação A reação de alguns medalhões da esquerda à palavra “ditabranda” é risível. À frente, como quase sempre, Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato, este um fã declarado de plebiscitos e referendos – instrumentos que a esquerda elegeu para descaracterizar a democracia.
O termo “ditabranda”, um trocadilho meio boboca, nem é novo. Sei lá se tem autoria, mas já era bastante empregado por setores da própria esquerda na década de 80. O governo Figueiredo, em especial, era chamado de “ditabranda” – aliás, estava mais pra uma esculhambação autoritária. O padrão de comparação era qual? Qualquer outra ditadura latino-americana. Os militares argentinos mataram 30 mil pessoas. Se o Brasil tivesse seguido aquele padrão, os mortos aqui teriam sido 150 mil! Fidel Castro, o maior assassino em massa do continente, responde por 100 mil vítimas. Na ditadura brasileira, morreram 424! Se fizermos as contas por 100 mil habitantes, Fidel é 2.700 vezes mais assassino do que o regime brasileiro. E, no entanto, qual é o tratamento que as esquerdas brasileiras dispensam ao Coma Andante? No dia 26 de novembro de 2006, tratei deste assunto no blog (uma das vezes, entre muitas). Leiam (em azul):
Certos raciocínios são mesmo inaceitáveis. Perguntam-me, em vocabulário impublicável, de onde tirei os números sobre os mortos da ditadura no Brasil. Pois não. Do livro Dos Filhos Deste Solo, escrito pelo ex-ministro Nilmário Miranda, petista, e pelo jornalista Carlos Tibúrcio. Aliás, é uma co-edição da Boitempo Editorial (aquela do caso Emir Sader) e da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT. Logo, senhores esquerdistas, a fonte é a melhor possível para vocês. Reitero o que já havia escrito: não deveria ter morrido uma só pessoa sob a guarda do Estado. Mas é uma estupidez e uma fraude querer comparar o que se deu no Brasil com o que aconteceu na Argentina ou na Cuba de Fidel Castro — por que não?Para ser preciso, o livro lista, com enorme boa vontade nos critérios, 424 casos de pessoas que teriam morrido ou que ainda são dadas como desaparecidas em razão do regime militar — ainda que numa razão nem sempre direta. Estão contados aí pessoas vítimas de acidentes, suicídios, gente que morreu no exterior e até os justiçamentos: esquerdistas assassinados por esquerdistas porque supostos traidores. Sim, meus caros: a esquerda nunca viu mal nenhum em aplicar a pena de morte. Sem tribunal ou direito de defesa.Desses 424 — logo, bem menos do que os 500 que eu mesmo mencionei porque estava com preguiça de ir à fonte —, assassinados mesmo, comprovadamente, foram 293 pessoas. Mas atenção: isso inclui as que morreram na guerrilha do Araguaia: gente que estava armada, para matar ou morrer. Dá para saber até a distribuição dos mortos segundo as tendências:
ALN-Molipo – 72 mortes (inclui quatro justiçamentos)
PC do B – 68 (58 no Araguaia)
PCB – 38
VPR – 37
VAR-Palmares – 17
PCBR – 16
MR-8 – 15
MNR – 10
AP – 10
POLOP – 7
Port - 3
É muito? Digo com a maior tranqüilidade que a morte de qualquer homem me diminui, segundo frase famosa que já é um chavão. Mas 424 casos não são 30 mil — ou 150 mil, se fôssemos ficar nos padrões argentinos. Isso indica o óbvio: a tortura e a morte de presos políticos no Brasil eram exceções, embora execráveis, e não a regra. Regra ela foi no Chile, na Argentina, em Cuba (ainda é), na China (ainda é), no Caboja, na Coréia do Norte, na União Soviética, nas ditaduras comunistas africanas, européias… Só a ALN-Molipo deu cabo de quatro de seus militantes. Em nome do novo humanismo…
A lei de reparação que está em curso no Brasil é das mais generosas, tanto é que alcança até alguns vagabundos que fizeram dela uma profissão, um meio de vida, arrancando dos pobres e dos desdentados indenizações milionárias e pensões nababescas. Até aí, vai uma sem-vergonhice que não ameaça criar tensões desnecessárias.
Querer, no entanto, rever a Lei da Anistia como se o drama dos mortos e desaparecidos fosse um trauma na sociedade brasileira como ainda é na argentina ou na chilena é um completo despropósito. Pode, quando muito, responder ao espírito de vingança de alguns e gerar intranqüilidade para o resto da sociedade, a esmagadora maioria.
De resto, tão triste — ou até mais — do que a tortura com pedigree, aquela exercida contra militantes de esquerda no passado, é a que existe ainda hoje nos presídios brasileiros. Imaginem se cada preso comum acionar o Estado por conta de maus-tratos ilegais sofridos cotidianamente nas cadeias. Ocorre que essa gente não conta com a disposição militante para fazer proselitismo. Não existe uma comissão especial para cuidar do assunto. A esquerda, como sempre, só dá pelota para o “seu povo”, não para “o” povo. Volto Atenção: entre militares e civis mortos em decorrência da ação dos grupos de esquerda armados no Brasil, morreram quase 200 pessoas. Isto mesmo: meia-dúzia de radicais mataram quase a metade do que matou o "terrível" estado ditatorial brasileiro. Não! Isso não redime os que agiram nas sombras. Mas dá conta de como eram suaves aqueles esquerdopatas, não é?
E por que Benevides e Comparato gritam? Porque são profissionais da causa e precisam alimentar aquela indústria de produzir reparações e ideologia regressiva. Eles precisam de um passado mítico, com uma terrível “direita” assassina, pronta a massacrar aqueles pobres anjos democratas, para que as ações presentes do PT (e até a deles próprios) se justifique. Afinal, o petismo, que ainda não conseguiu ser assim um chavismo, não chega ao ponto de nos propor que troquemos democracia por justiça social... A turma está quase lá. Em nome de sua suposta justiça social, eles só esperam que a sociedade tolere as suas lambanças. O PT tem a ambição de cobrar por aquilo a que temos direito de graça: democracia e estado de direito. Se alguém resiste a pagar, então o partido acena com “controles” – e uma de suas ambições sempre foi controlar o que chama de “mídia”. Era esse o intento do Conselho Federal de Jornalismo e da Lula News, aquela estrovenga que Franklin Martins inventou e que ninguém vê.
Talvez a palavra “ditabranda”, em outro veículo, não tivesse gerado tanto escarcéu. Ocorre que os Comparatos e as Marias Victorias consideram a Folha um jornal sob a esfera de influência de seus soldados. Então eles logo gritam para corrigir o “desvio”. Se não podem controlar a “mídia”, por enquanto, por meio de instrumentos de estado, tentam fazê-lo por intermédio do alarido, da intimidação intelectual.
Ai, ai... Vamos ver quem vai puxar o abaixo-assinado. Não é possível! Já deve haver, a esta altura, uma abaixo-assinado... Esses descoupados históricos adoram assinar um manifesto. Do ponto de vista moral, eles o fazem com o polegar - se é que vocês me entendem.
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Revista O Cruzeiro publicou em 1964 o que TODA A MÍDIA ATUAL, AS UNIVERSIDADES e a "INTELEQUITUALIDADE" BRASILEIRA tenta esconder: a situação do Brasil pré-1964
FATOS: Revista O Cruzeiro e o MOVIMENTO CÍVICO-PATRIÓTICO DE 1964
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