A NOSSA SUPERIORIDADE MORAL
Sexta-feira, Fevereiro 27, 2009
Reinaldo Azevedo
Leiam dois comentários de leitores. Respondo:
Não concordo com essa visão burocrática de "contador", com relação ao conceito de ditadura. Vivi esse tempos. Trevas. O sentimento de privação de liberdade, o medo de se expressar, a censura, são crimes hediondos. Como contabilizar as seqüelas da DITADURA na vida dos brasileiros que a viveram? Os cadáveres não são apenas de corpos humanos, Reinaldo.
Publicar Recusar (Anônimo) 08:59
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Reinaldo, é asquerosa essa sua visão. Ditadura não é questão de contabilidade. E a censura? A ausência de liberdade de expressão? Que números você apresenta para esse fatos? Qual é a brandura de um governo que mata, tortura, censura, prende, ataca a arte e cultura, impede a eleição livre e democrática de um país?
Publicar Recusar (Anônimo) 09:09
Alguém já me viu aqui a defender ditadura? Ah, eu também acho macabro fazer contabilidade de mortos. Mas me pergunto por que os nossos esquerdistas são tão ferozes quando se trata de criticar a ditadura militar brasileira e são tietes de Fidel Castro. Nesse caso, número vira argumento, sim, senhor. Número é argumento desde Padre Vieira. Aliás, já era bem antes. O padre lembra no Sermão do bom Ladrão o diálogo entre Alexandre Magno e um pirata mequetrefe. O vagabundo disse ao soberano algo como: “Basta, senhor, que eu, porque roubo num navio sou pirata, e vós, porque roubais numa armada, sois Alexandre?” E aí entra Vieira: "O roubar pouco faz os piratas; o roubar muito, os Alexandres” (procurem o texto exato; cito de memória). Pois bem, parafraseiom Vieira e o pirata: o matar 424 faz os ditadores brasileiros; o matar 100 mil faz os irmãos Castro”.
Por que os esquerdistas brasileiros odeiam tanto os nossos generais e idolatram os homicidas cubanos? Eu não faço contabilidade de mortos, não! Mas também não pego ditador no colo. Nem de direita nem de esquerda. Quando Pinochet morreu, vejam no arquivo, encomendei sua alma ao diabo. Farei o mesmo quando Fidel voltar oficialmente para o inferno que o pariu. Eu e outros ditos "direitistas" chgutamos o traseiro de um general responsável por três mil mortes. OCORRE QUE MARIA VICTORIA E FÁBIO KONDER COMPARATO, A EXEMPLO DA ESMAGADORA MAIORIA DOS ESQUERDISTAS, NÃO CHUTARÃO JAMAIS O TRASEIRO DO COMANDANTE QUE MATOU 100 MIL.
E AÍ ESTÁ A PROVA DE NOSSA SUPERIORIDADE MORAL.
Por Reinaldo Azevedo | 18:36 |
http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2009/02/nossa-superioridade-moral.html
Sexta-feira, Fevereiro 27, 2009
MAIS LEITORES. MAIS AZUL
Reinaldo Azevedo
A questão não é de número, mas de prática.O fato de serem 100 mil em Cuba não torna a nossa ditadura melhor.Vc mais uma vez usa dá má fé para comparar e apresentar como diferente práticas iguais. A tortura ocorrida no Brasil em nada difere na essência a realizada em prisões militares americanas em cuba ou Europa.
Isto significa que americanos não tem o direito moral de criticar o desrespeito aos direitos humanos no Brasil por que o fazem da mesma forma sobre a hipocrisia de que em nosso território não.Admirável que países europeus permitam em seu território em bases americanas tal prática.
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Quem usa de má-fé é você. Quem disse que o fato de a ditadura cubana ser o que é torna melhor, em si, a ditadura brasileira? Aprenda a ler o que está escrito. Se os generais brasileiros tivessem matado, proporcionalmente, o que Fidel matou em Cuba, em vez de 424, os mortos brasileiros teriam sido um milhão e trezentos mil. Vai por extenso para ver se o Tico encontra o Teco. E você não estaria aí engrolando tolices sobre a irrelevância dos números.
Ah, os liberais e os democratas brasileiros. Só aceitam críticas à ditadura que aqui se instalou se acompanhadas de denúncia aos regimes em Cuba, na Mongólia ou no Nepal. Pior: só conseguem ver como crítico legítimo aos militares quem apoiou o Golpe de 64. Mas essa polêmica tem seu lado bom. Mostra que essa gente acredita numa espécie de ditadurômetro, capaz de mostra quão brando é um regime político. No fundo, eles acham que o que existe entre uma democracia e uma ditadura é uma diferença de grau -- e não de natureza.
Publicar Recusar (Anônimo) 14:47
Não, senhor! Isso quem faz é a esquerda: só admite os crimes do socialismo depois de fazer o elenco dos crimes do capitalismo. Ademais, que história é essa de esquerdista falando em defesa da democracia? Exiba-me um só texto dos grandes teóricos da esquerda socialista que defenda a democracia. NÃO EXISTE. É questão de fato, não de gosto. Marx e Lênin, o Capetão e o capetinha vermelhos, tinham solene desprezo pela democracia. Vá se instruir na biblioteca, rapaz! Mas, antes, chute o traseiro de Fidel, como chuto o de Pinochet.
Reinaldo,
Ainda que a ditadura brasileira tivesse matado uma única pessoa. O emprego da palavra "ditabranda" foi desrespeitoso.
Publicar Recusar (Anônimo) 16:37
Não foi. O trocadilho, que nem é original, pode ser infeliz, como quase todos, já disse. Mas ele se refere a uma realidade histórica: na comparação com outras ditaduras da América Latina e Caribe, a brasileira foi, sim, RELATIVAMENTE BRANDA, o que não quer dizer “BOA”. Vamos ao método Lula de aprendizado, a comparação vulgar: uma pneumonia é coisa branda perto de um enfisema... E ambos são uma porcaria. Mas a questão relevante é esta: eu não defendo pneumonia, mas eles defendem enfisema. QUASE DESENHEI, HEIN!?!?!?
Reinaldo me perdoe. Comparações sobre números a parte. A ditadura brasileira também foi terrível. Quem viveu a época sabe muito bem disso. O certo, na minha opinião é que todos defendam, a qualquer custo, a democracia.
Publicar Recusar (vicente) 16:04
E quem disse o contrário, Vicente? Eu sei. Porque fui perseguido por ela, como está documentado (e só tinha 16 anos), e também a combati. No mais, ver respostas anteriores.
Por Reinaldo Azevedo | 19:06 |
http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2009/02/mais-leitores-mais-azul.html
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