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domingo, 8 de março de 2009

Quem faz a Mudança?

Domingo, 8 de Março de 2009

Alerta Total

A instituição primeira de uma Nação é sua Força Armada. Afinal, ela é garantidora do território. A destinação institucional das Forças Armadas é a defesa incondicional da Pátria. Sem exércitos adestrados, adequadamente equipados e realmente valorizados, ficam inviabilizadas a soberania, a liberdade e a democracia (que é a segurança do Direito natural). O Brasil vive atualmente este drama.

O Exército Brasileiro vai passar por uma profunda e importante mudança. Não será por graça e obra da “END” (Estratégia Nacional de Defesa) – duramente criticada por Generais Quatro Estrelas que tiveram coragem para isto. O EB acaba de ter suas tropas escaladas para ajudar na reforma do Palácio do Planalto. Soldados ocuparão o prédio para ajudar na mudança, remover divisórias e colocar tapumes. O General Lula – grande líder da Dita-branda - já foi transferido para o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), seu novo QG provisório na Ilha da Fantasia cercada de políticos.

Tudo para não atrasar o cronograma da obra de R$ 88 milhões – que já teve até licitação anulada por “restrição de competitividade”. Antes de passar pelas mudanças que seriam impostas pela END, o Exército terá de colaborar na mudança do Planalto. A tropa invade o Palácio onde reina o majestoso Lula (o chefão-em-comando). E sem ele lá dentro. Uma irônica alegoria pós-64. Só faltava o tenente R2 Tarso Genro comandando a tropa. Juntinho do Paulo Vannuchi (que tem um jeitinho de sargentão frustrado, no comando do batalhão de choque revanchista).

Enquanto os militares são escalados para a importante missão de “mudança” (tarefa mais adequada para o exército de funcionários da famosa transportadora Gato Preto), a instituição militar sofre sistemáticos ataques ideológicos e estruturais. As Forças Armadas, mal amadas apenas por uma minoria, viraram o alvo principal de uma guerra assimétrica. Embora ocupem o primeiro lugar em índice de confiança (na comparação com 17 instituições), os militares sempre terminam como “sacos de pancada” na mídia amestrada pela ideologia e pelas verbas dos inimigos da soberania do Brasil.

Vale repetir o que foi escrito neste Alerta Total sábado passado, no artigo: A Desmoralização das Forças Armadas: A campanha de destruição de imagem tem três objetivos fundamentais. O primeiro é jogar a opinião pública contra as “legiões” para que seus integrantes se sintam intimidados a reagir contra o processo revolucionário inegavelmente em marcha. O segundo é vender à sociedade a imagem de que as Forças Armadas precisam sofrer reformulações radicais em suas bases, conforme algumas propostas de mudanças contidas na Estratégia de Defesa Nacional lançada recentemente. O terceiro é associar os militares diretamente ao autoritarismo, pintando-os como entraves constantes para a “democracia”.

Foram patéticas algumas reações oficiais ao que foi revelado primeiro aqui e depois na imprensa tradicional sobre a Estratégia Nacional de Defesa. Pelo que denunciaram três Generais de Exército, a tal END é mesmo o FIM (da picada). O fato mais grave é que os principais representantes das legiões não foram ouvidos na elaboração da proposta de Mangabeira Unger e Nelson Jobim.

Defesa não é assunto privativo de militares. Não pode ser. É tema para ser bem refletido pelos segmentos esclarecidos da sociedade. Acontece que os militares, que são os profissionais do assunto, não podem ficar alijados da discussão - do jeito que foram - pelo desgoverno petista do Foro de São Paulo. Mangabeira e Jobim só ouviram quem quiseram. Só escutaram aqueles que lhes foram convenientes. Quem se opôs à ideia deles teve de enfiar o coturno no saco.

No entanto, uma parte da cúpula militar parece seduzida pelas promessas das sereias sobre “um alento” ou “grandes investimentos” para as Forças Armadas. O Comandante do Exército, Enzo Martins Peri, referendou a posição oficial do Ministério da Defesa, em um texto (sem assinatura embaixo) no site do Exército. Contrariando o que denunciaram três Generais do Alto Comando (Luiz Cesário da Silveira Filho, Paulo Cesar de Castro e Maynard Marques de Santa Rosa), em um dos trechos da nota oficial do EB está escrito:

“A END está totalmente embasada nos diplomas legais que regem a existência e o funcionamento do Exército. A par de preservar a missão específica, os objetivos e os pressupostos de planejamento, mantém e reforça os valores cultuados pela Instituição. Complementarmente, revela-se como oportunidade ímpar de se obter a alocação adequada de recursos financeiros para o prosseguimento de projetos até então paralisados e de outros que se revelarem necessários à modernização da Força”.

Outra comprovação de que o canto das sereias do MD realmente encanta e seduz foi a manifestação do Comandante da Marinha. O Almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto não só defendeu a END. Também contrariando os três Generais de Exército, o Almirante garantiu que a END não foi imposta por Mangabeira e Jobim. “Absolutamente, não. Isso foi feito num grupo de trabalho. Tudo foi muito discutido no âmbito das Forças Armadas”.

Jobim detestou as críticas dos Generais que ainda não viraram “melancias”. Por isso, dará seu troco operacional e burocraticamente. Sua arma será o minguado orçamento militar. Pretende dividir a (pouca) grana em duas partes. Os gastos com subsistência teriam seus recursos assegurados automaticamente. Militares acharam linda a promessa, mas querem vê-la realizada na prática. Já os demais gastos só serão analisados e aprovados pelo Ministério da Defesa conforme as diretrizes da END.

Os Comandos das Forças perdem mesmo poder, no “END das contas” – como diria um bom malandro com sotaque norte-americano. Ou seja, com a END, tudo muda para ficar a mesma coisa. E como a coisa anda ruim para as Forças Armadas, acreditar nas promessas políticas das sereias significa deixar o coturno na janela para ser levado por Papai Noel, junto com a dignidade que ainda resta dos militares.

Tomara que aquilo que resta não seja levado em um caminhão de mudanças da História.

Alerta Total de Jorge Serrão

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