Empreiteiras que perdem obras por briga judicial e superfaturamento já abrem guerra verbal contra o Exército
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Alerta Total
Por Jorge Serrão
O Exército brasileiro - que já é vítima da guerra assimétrica promovida por seus inimigos ideológicos desde a década de 60 - agora pode ser alvo de ataques mais pesados, vindos de adversários com mais poder econômico-político. O presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias, João Alberto Ribeiro, já está reclamando, na mídia, que “o Exército é hoje a maior empreiteira do País”. Tudo porque a Força Terrestre incomoda as empreiteiras, empregando todos os 11 mil homens de sua Diretoria de Obras e Construção em cerca de 80 projetos.
A Diretoria de obras e cooperação do Exército atua em canteiros distribuídos em rodovias, portos e aeroportos, com orçamento superior a R$ 2 bilhões. Como emprega os próprios oficiais e soldados, já remunerados pelo soldo, o custo da mão de obra deixa de ser um componente do preço final da empreitada. Por isso, as obras entregues ao Exército são realizadas efetivamente, a um custo até 20% menor para os cofres públicos. Se não fosse a ação do Exército, que só lucra institucionalmente (e não financeiramente) com os serviços que presta, várias obras do PAC sequer teriam saído do papel, devido a irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Reportagem da revista Isto É Dinheiro mostra que poucas construtoras no País têm hoje uma carteira de projetos como a executada – sem licitação – pelos batalhões do Exército. No PAC, há 2.989 quilômetros de rodovias federais sob reparos, em construção ou restauração, com gastos previstos em R$ 2 bilhões. Destes, 745 quilômetros – ou R$ 1,8 bilhão – estão a cargo da corporação. Isso equivale a 16% do orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes neste ano.
Inveja das empreiteiras
A Infraero entregou aos militares as obras de restauração de uma das pistas de pouso e do pátio de aeronaves do Aeroporto Internacional de Guarulhos, avaliadas em R$ 43 milhões, depois de dois anos de paralisação por determinação do TCU.
Suspensos por desvio de recursos, os projetos dos aeroportos de Vitória e Goiânia também podem ser concluídos pelo Exército.
O EB reformou três trechos da BR-101, principal rodovia costeira do País, obra de R$ 1 bilhão que as empreiteiras perderam por causa de sucessivas disputas judiciais.
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