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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

“Cuando Salí de Cuba”

Por Luís Mauro Ferreira Gomes

Nunca podré morirme, mi corazón no lo tengo aqui,
Allí me está esperando, me está aguardando que vuelva allí.
Cuando salí de Cuba, dejé mi vida, dejé mi amor,
Cuando salí de Cuba, dejé enterrado mi corazón.

Primeira estrofe de Cuando salí de Cuba, magistral obra do compositor e cantor argentino Luis Maria Agui­lera, conhecido como Luís Aguilé. Esta emocionante canção logo se tornou um hino nacional de fato para todos os exilados cubanos..

Hoje, os fãs da ditadura comemoram mais um aniversário da revolução cubana. Foram cinqüenta anos de escravidão, torturas e execuções sumárias impostas ao bravo povo caribenho por líderes comunistas sanguinários e covardes.

Era a isso que os guerrilheiros terroristas, agora abrigados no governo federal, queriam obrigar-nos, somente não o tendo conseguido por terem sido impedidos pela Contra-Revolução de 31 de Março.

É irônico que eles, que queriam instalar uma ditadura de esquerda no País – e ainda querem, pois, para tanto, trabalham incansavelmente – aproveitem-se da anistia “ampla geral e irrestrita”, tão generosa quanto imprudente, que lhes concederam os vencedores, para hostilizá-los, ofendê-los, agredi-los, caluniá-los, enfim, para procurar remir seus próprios crimes, mediante a punição dos defensores da Pátria que os combateram e derrotaram.

Sistematicamente, chamam de golpistas aqueles que pretendem defender o Estado de Direito, quando são eles mesmos que não têm qualquer compromisso com a democracia. Para confirmá-lo, basta observar os discursos sectários, maniqueístas e furibundos do atrabiliário ministro da justiça Tarso Genro, aquele que quer acabar com “conceito arcaico de direito adquirido”. Também são emblemáticos os pronunciamentos desagregadores, demagógicos e vulgares do presidente da República.

A Redentora Revolução Democrática de 1964 durou 20 anos, nos quais trouxe grande desenvolvimento ao Brasil, proporcionando-nos elevado grau de estabilidade e segurança.

Os governos que se seguiram já estão aí há longos vinte e quatro anos, vinte e quatro anos em que destruíram boa parte das conquistas do período revolucionário. Trouxeram de volta a corrupção, agora paroxística; a insegurança física e jurídica; e a subversão política e axiológica. Institucionalizaram, também, problemas marginais, há muito superados: reinventaram o racismo e fomentaram o dissenso entre os diversos segmentos da sociedade, em flagrante desrespeito à Constituição que eles mesmos impuseram.

E têm, ainda, a desfaçatez – a desfaçatez não, a cara-de-pau mesmo – de culpar os governos militares pelos frutos da incompetência e da má-fé com que administraram durante todo esse tempo.

Aproveitamos esta oportunidade histórica, quando se cumprem os cinqüenta anos da revolução cubana, para sugerir que se extingam as reservas indígenas e se criem, na Ilha, em pequenas áreas descontínuas, as “terras comunistas latino-americanas”, onde os admiradores de Fidel possam viver isolados da civilização e preservados em seu estado primitivo.

Tal empreendimento traria muitas vantagens para a toda a humanidade. Permitiria que, no futuro, os “antropólogos” pudessem estudar os costumes dos governantes comunistas e como viviam os povos por eles submetidos. Serviria, também, para que, quando estivessem cansados das nossas desigualdades sociais, os pseudo-intelectuais e os políticos simpatizantes pudessem ir para lá, em gozo de férias, poupando-nos, assim, pelos menos por alguns dias, do lixo das suas produções artísticas e políticas.

Obviamente, a nossa sugestão é simples figura de retórica. Os nossos irmãos cubanos não merecem uma desgraça dessa, como não mereciam o meio século de terror que viveram e ainda vivem, com a cumplicidade do governo brasileiro.

Urge livrar Cuba dos últimos vestígios dessa praga que a acometeu e da qual escapamos, graças à ação abnegada e heróica de uns poucos brasileiros corajosos, que, não obstante tenham tido, então, o apoio de toda a nossa sociedade, são, agora, discriminados pelos bandidos que combateram.

Curiosamente, não vimos qualquer defensor de direitos humanos ou caricatura de ministro da justiça, ou, ainda, de juiz espanhol falar em prender e julgar Fidel Castro e seu irmão co-autor pelos crimes que cometeram em seu país.

Também ninguém quis encarcerar o Raúl Castro, quando aqui esteve recentemente, para processá-lo pelo assassinato de brasileiros executados, em Cuba pela revolução, ou aqui por inspiração e com a orientação da subversão comunista cubana.

Por fim, há uma utilidade para as hipotéticas “terras comunistas” que nos seria particularmente grata:

Elas serviriam muito bem para asilar os nossos governantes, quando nós, os brasileiros verdadeiros, cansados dos abusos que vimos sofrendo em nome dessa farsa de democracia, resolvermos mandá-los cortar cana no “paradisus terrestris” que tanto decantam.

O autor é Coronel-Aviador reformado.

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