Em defesa da liberdade ibero-americana
Mídia Sem Máscara
Lucas Monroy | 17 Novembro 2009
Internacional - América Latina
Alejandro Peña Esclusa, presidente da UnoAmérica, dá detalhes sobre a forma como a organização desenvolve suas atividades e cresce em tamanho e influência, em entrevista à revista espanhola Sector Ejecutivo.
UnoAmérica se dispõe a todos os setores da Espanha e da Europa em geral para entrar em contato, explicar suas realidades e fornecer informação sensível para a segurança e defesa da Europa por cidadãos que pertencem a cada uma das nações da Ibero-América. Esta organização com seu presidente à frente, está defendendo ativamente a liberdade em um país tão querido como Honduras e que Alejandro Peña Esclusa sintetiza da seguinte maneira: "Chávez está intervindo indevidamente e de uma maneira inaceitável nos assuntos internos de Honduras, e é o principal elemento de perturbação para a paz e a estabilidade desse país. Zelaya não poderia atuar da maneira como está fazendo sem o apoio logístico, financeiro e político de Hugo Chávez. E, além disso, acreditamos que Chávez está fazendo o possível para derrocar o Governo legítimo de Roberto Micheletti".
Sector Ejecutivo - Em que situação se encontra UnoAmérica e em quais países está presente?
Alejandro Peña Esclusa - UnoAmérica, apesar de ter-se fundado há poucos meses, em dezembro de 2008, cresceu enormemente, recebendo nos últimos tempos umas 14 solicitações de incorporação de toda a América Latina de Organizações Não-Governamentais (ONGs). Recentemente, por nossa atuação em Honduras, uma plataforma de várias dezenas de ONGs de Honduras se filiaram à UnoAmérica. Uma de nossas organizações fundacionais é a Federación Verdad Colombia que agrupa 22 ONGs desse país; também há representação de ONGs da Venezuela, do Equador, da Bolívia, do Uruguai, da Argentina e de Honduras, assim como pessoas que têm liberdade para aderir no Brasil e no resto dos países latino-americanos que vivem no exterior. Temos um representante e um delegado em Barcelona, alguns em Miami e três ONGs venezuelanas no exílio que têm seu domicílio nos Estados Unidos e que recentemente se filiaram. UnoAmérica cresceu muito rapidamente nos últimos meses e está se convertendo em uma opção de luta e de progresso.
SE - Pode-se dizer que cada UnoAmérica é composta por distintos cidadãos que se filiam, é assim?
Esclusa - A forma como estamos organizados é através de ONGs que se filiam à plataforma, porém temos uma atitude aberta. Por exemplo, na Argentina temos três pequenos partidos políticos regionais que formam parte da plataforma e que se filiaram de maneira formal. Temos alguns princípios e valores que compartilhamos e todo aquele que queira se juntar a eles é bem-vindo.
SE - Quais são as principais atividades às quais se dedicam?
Esclusa - UnoAmérica funciona tanto nos países democráticos como Colômbia, quanto naqueles outros que sofrem ditaduras que chamamos de "terceira geração", como a Venezuela. Estivemos realizando experimentos muito interessantes em que todas as organizações se focalizam em um determinado país quando se apresenta uma crise. Por exemplo, quando o governo boliviano planejou e perpetrou o massacre no estado de Pando, na América do Sul, várias de nossas organizações deslocaram até lá várias delegações para fazer uma investigação no local com testemunhas presenciais, e realizamos um informe que apresentamos ante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), onde acusamos Evo Morales e vários de seus correligionários por delitos de lesa-humanidade. Do mesmo modo, quando ocorreu o massacre na zona amazônica do Peru, UnoAmérica foi a organização que revelou os nexos da organização indigenista que esteve vinculada ao massacre com Evo Morales e Hugo Chávez, e pudemos abrir os olhos do povo peruano de que se tratava de uma manobra de desestabilização internacional.
Por exemplo, no caso dos computadores de Raúl Reyes, na Colômbia, temos feito todo o possível para divulgar alguns desses correios eletrônicos e assinalar quem em outros países estão vinculados às FARC. Recentemente, com a situação que se viveu em Honduras, fomos a primeira organização no mundo a reconhecer o novo Governo presidido por Roberto Micheletti, e temos feito um trabalho de divulgação em todas as partes do mundo para mostrar que os pontos de vista da OEA estavam totalmente manipulados, parcializados, enviesados, pois o que ocorreu ali foi a defesa legítima da Nação frente a um modelo que se queria impor idêntico ao da Venezuela, da Bolívia, do Equador e da Nicarágua. E dessa maneira, somos como uma equipe de tarefas (o que chamaríamos em inglês de "task force") que se desloca de uma lugar para outro quando se apresenta uma crise, e atuamos de maneira conjunta em um dado momento para defender a democracia e a liberdade em uma região, em um país, quando a democracia e a liberdade estão ameaçadas.
SE - Até que ponto vocês consideram importante estar nos meios de comunicação?
Esclusa - Esse é um dos aspectos-chave de nossa atividade, porque, em boa medida, os que destroem a democracia e a liberdade estão vinculados ao narco-tráfico e ao terrorismo na América Latina e se amparam na escuridão. Na medida em que se lhes combate publicamente, torna-se-lhes mais difícil o trabalho. Também acreditamos que nosso trabalho não deva se limitar à América, mas na Europa devem se conhecer estes detalhes, estes nossos vínculos porque afeta decisivamente sua estabilidade.
SE - Pode-se dizer que uma das partes da coluna vertebral ideológica de UnoAmérica é a defesa a qualquer custo dos regimes democráticos na Ibero-América, e que as acusações que se lançam por identificá-los com a ultra-direita são infundadas?
Esclusa - As críticas que se fazem à UnoAmérica são tão exageradas que demonstram que realmente não têm motivos para atacar. Eu acredito que as desqualificações estão baseadas em calúnias. Mas, bem, UnoAmérica está fincada em dois pés e que procura salvar a nossa região do avanço do fundamentalismo indigenista, do narcotráfico, desta nova ditadura que se chama Socialismo do Século XXI. O primeiro pé é o de proteger o continente Ibero-Americano e o segundo pé, o de construir uma comunidade econômica latino-americana, como a européia, já que temos os mesmos costumes, a mesma cultura, a mesma religião, e assim aproveitar os recursos do continente mais rico do planeta para, através da integração, atrair um império em desenvolvimento econômico, industrial e cultural, porém o principal obstáculo nesse momento é o Foro de São Paulo, quer dizer, Chávez e seus aliados.
* Entrevista publicada na revista espanhola Sector Ejecutivo de novembro de 2009.
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