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sábado, 11 de julho de 2009

Folha de S. Paulo: má fé em defesa de Sarney

Mídia Sem Máscara

Os leitores da Folha de S. Paulo foram simplesmente enganados. Não estamos diante de uma simples e acidental barriga jornalística. O fato é que a CPI da Petrobrás está afundando ainda mais na lama o velho coronel Ribamar do Maranhão.

Meu caro leitor, eu até tento gostar da Folha de S. Paulo, sobretudo pela dura e insalubre tarefa que tenho me dado de ler o Estadão, mas não dá. É um jornal esquerdoso e mentiroso de um tanto que embrulha o estômago de qualquer um que o tome em mãos para ler. Eu nunca imaginei, todavia, que a Folha viesse a se prestar a mais nauseante falsificação dos fatos para defender a figura do senador José Ribamar Sarney. De início, e usando a intuição de Alberto Dines, achei que a ativa omissão da Folha no noticiário do escândalo em torno do presidente do Senado se devia ao companheirismo, pois afinal o "imortal" Sarney é colunista da casa. Acho que nos enganamos, o Alberto Dines e eu. A edição de hoje (9) me leva a achar que há algo de podre no reino da relação Sarney/Folha de S. Paulo. A velha história de que jaboti não sobre em árvore. Ou o dito de que falhar uma ou duas vezes é erro, mas a terceira vez tem a mão certeira do inimigo. A Folha tem "errado" sistematicamente em favor de José Ribamar Sarney. Algo de muito podre se esconde por detrás desse viés estatístico inexplicável. Vejamos a edição de hoje: sem dar nenhum destaque na primeira página, o Caderno Brasil tem uma chamada notavelmente mentirosa: "CPI da Petrobras divide aliados e alivia Sarney". Podemos ler no lide da matéria: "A CPI da Petrobras dividiu ontem os partidos governistas, gerou embates e ameaças no plenário do Senado e, pelo segundo dia consecutivo, tirou do foco o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). A decisão final sobre a instalação ou não da comissão ficou para hoje". (A Folha usa a grafia do nome da estatal sem acento).

Os leitores da Folha de S. Paulo foram simplesmente enganados. Não estamos diante de uma simples e acidental barriga jornalística. O fato é que a CPI da Petrobrás está afundando ainda mais na lama o velho coronel Ribamar do Maranhão. Vejamos a principal manchete do Estadão de hoje: "Fundação Sarney desvia recursos da Petrobrás", dando conta que a famigerada fundação sarneysta desviou para firmas fantasmas e empresas da família Sarney dinheiro da estatal do petróleo "para patrocínio de projeto cultural que nunca saiu do papel". A realidade é precisamente o oposto do que os editores da Folha de São Paulo quiseram fazer crer, de forma mentirosa, aos seus leitores.

Bem sabemos que o Estadão pratica o viés oposto, de fazer a sistemática difamação dos inimigos do PT. Sarney entrou na linha de fogo a mando dos graúdos petistas. Involuntariamente o jornal está prestando um serviço público, mas nunca podemos perder de vista que se trata de um jornalismo de aluguel. Nesse caso, a verdade, a simples verdade, serve aos seus propósitos difamatórios. Mas isso é mera coincidência, nunca devemos nos enganar com os acertos estadônicos.

A edição de hoje de ambos os jornais é o resumo da nossa grande imprensa, engajada na guerra de informação e desinformação, contra e a favor dos poderes constituídos, objetivando a sucessão de 2010. Claro, nesse processo a verdade quase sempre é sacrificada, em prejuízo de você mesmo, caro leitor. Em prejuízo do Brasil.

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