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terça-feira, 21 de abril de 2009

Árabes, israelenses e os Prejudicados

Mídia Sem Máscara

A vida moderna pede que se tome decisões sobre muitos assuntos onde há falta de conhecimento; e as opiniões de um público mal provido de informações pode então dirigir as democracias maduras movidas à base de pesquisas de opinião.

"Quem, um século atrás, teria imaginado judeus se tornando os melhores soldados e árabes os melhores agentes de relações públicas?" Eu indaguei em 2005.

Um exemplo de primeira da extraordinária habilidade de relações públicas dos árabes está na sua destreza em transformar o mapa do conflito árabe-israelense. Nas décadas iniciais, os mapas do conflito árabe-israelense mostravam Israel em um vasto Oriente Médio, uma presença tão pequena, que praticamente precisava-se de uma lupa para localizá-la. Porém, nos dias de hoje, o conflito é tipicamente retratado por um Israel enorme avultando sobre a Cisjordânia fraturada e sobre as áreas de Gaza.

Esta alteração de tamanho implica em uma mudança no status da vítima da injustiça política; enquanto o status do Israel fraco era claramente visto, agora os palestinos usurparam aquela posição, com todos seus benefícios concomitantes.

Um estudo recente de Joseph A. Vandello, Nadav P. Goldschmied e David A. R. Richards, "A Atração do Prejudicado" em o "Boletim da Personalidade e da Psicologia Social", assume como seu ponto de partida a suposição que "Quando as pessoas observam competições, elas são frequentemente atraídas aos personagens vistos em desvantagem ou improváveis de vencerem. … Se as pessoas são atraídas a simpatizarem com personagens vistos como prejudicados, as atitudes sobre as partes neste conflito poderiam ser estrategicamente moldadas enfatizando o status do prejudicado de um grupo sobre o outro".

O trio então testou esta hipótese observando, em parte, o conflito árabe-israelense. Para descobrir a possível vantagem de ser visto como prejudicado, os escritores fizeram uma experiência na qual eles operacionalizaram o status do prejudicado reforçando sutilmente as disparidades do tamanho físico através de mapas que alteravam a perspectiva a fim de tornar Israel saliente como grande, cercando os territórios palestinos ocupados menores, ou inversamente, fazendo Israel parecer pequeno mostrando-o cercado pelos países árabes do grande Oriente Médio.

Tendo montado a experiência com dois mapas, os autores "previram que esta mudança na perspectiva visual criaria percepções do status do prejudicado que por sua vez preveria o apoio para o lado prejudicado".

Eles previram corretamente. O tamanho pequeno torna-se fundamental para ser visto como o prejudicado:

Foi perguntado aos participantes qual lado eles consideravam o prejudicado no conflito. Quando Israel foi retratado como grande no mapa, 70% viam os Palestinos como os prejudicados. Em contrapartida, quando Israel foi retratado como pequeno no mapa, 62,1% viam Israel como o prejudicado,

Ser visto como prejudicado realmente confere vantagens para ganhar a simpatia política:

Também foi perguntado aos participantes para qual grupo eles se sentiam mais inclinados a dar apoio. Quando Israel foi retratado como grande no mapa, 53,3% apoiavam mais os palestinos. Em contrapartida, quando Israel foi retratado como pequeno no mapa, 76,7% davam mais apoio a Israel.

Trata-se de uma diferença de 23 por cento, que é enorme. Tamanho pequeno, eles descobriram, também tem um "impacto significativo" na intensidade do apoio:

Foi pedido aos participantes que pesassem na balança quanta simpatia eles sentiam para cada lado no conflito de um 1 (nenhum) a 5 (muito). Quando Israel foi retratado como grande no mapa, os participantes expressaram simpatia ligeiramente maior aos palestinos (3,77 x 3,73), mas quando Israel foi retratado como pequeno no mapa, os participantes expressaram mais simpatia aos israelenses (4,00 x 3,30).

Comentários:

(1) Há algo de peculiar sobre torcer em uma situação de vida-ou-morte para o prejudicado, como se não houvesse mais nada em jogo do que um campeonato esportivo, mas que assim seja. A vida moderna pede que se tome decisões sobre muitos assuntos onde há falta de conhecimento; e as opiniões de um público mal provido de informações pode então dirigir as democracias maduras movidas à base de pesquisas de opinião.

(2) Torcer pelos prejudicados se encaixa em um contexto maior. Por exemplo, eu documentei em 2006 (em "Uma lógica esquisita na guerra do Líbano") que "ter baixas e parecer vitimado ajuda" na batalha da opinião pública.

(3) Esperando parecer o prejudicado ou ter as vítimas mais pesadas inverte o imperativo histórico "por meio do qual cada lado quer intimidar o inimigo parecendo feroz, inexorável e vitorioso".

(4) Esta inversão é um dos muitos modos nos quais a guerra fundamentalmente mudou durante os últimos 60 anos, transformando-a em uma variante quase irreconhecível da sua identidade histórica.

(5) O delinear de uma guerra - amoldar a maneira como é vista - alcançou tal importância que, como eu coloquei em 2006, "o centro de gravidade de Clausewitz se mudou do campo de batalha aos artigos opinativos e frases pretensiosas, mas sem sentido. Como a guerra é vista tem tanta importância quanto como ela é na realidade travada".

(6) Organizações fracas porém inovadoras como o Hisbolá e o Hamas se adaptaram melhor a esta nova realidade do que os poderosos governos Ocidentais, atados nas tradições.

(7) Esses governos precisam acordar para a importância fundamental das relações públicas na guerra.


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Publicado no FrontPageMagazine.com
Original em inglês: Arabs, Israelis, and Underdogs

Tradução: Joseph Skilnik

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