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sábado, 18 de abril de 2009

Crianças Infernais

Mídia Sem Máscara

Sabendo que a maioria dos leitores seleciona poucos artigos para ler por completo e lê apenas a chamada dos demais para ter uma idéia do que ocorre no mundo, os editores podem brincar de induzir ao erro nas chamadas e, se colocados contra a parede, alegar que o corpo do artigo explicava o que realmente aconteceu e que o mal-entendido era culpa... do leitor, a própria vítima da pegadinha.

É comum fazermos brincadeiras com palavras. Quando éramos crianças, costumávamos ser especialistas nisso. "Que time é teu?", "Tem culpa eu?" perguntávamos ansiosos para rir de nossos colegas ainda não iniciados no sentido hermético de tais sigilos chulos da cultura infantil, e que eram finalmente humilhados com a declaração vitoriosa "Te peguei!". Bastava enunciar uma frase vagamente ambígua no sentido ou na pronúncia para que nossa ingênua vítima, confiando em nossa inexistente boa intenção, respondesse ao sentido mais sensato e assim "engulisse" o sentido ocultado que levava ao objetivo final da brincadeira: colocar o coleguinha no rídiculo.

Pois o site Brookesnews nos trouxe recentemente uma mostra dessa que é a suma da estratégia dos revolucionários (os auto-proclamados "progressistas") na mídia para "mudar o mundo" nos dias de hoje. Imersos nos conceitos ilusórios de que a realidade é uma questão de perspectiva(*) não é nada raro que jornalistas e outros agentes de mídia apresentem um "ângulo" conveniente ao que eles mesmos acham que deveria ser a opinião do leitor. Por exemplo, tempos atrás alguns jornais africanos omitiram o fato de que uns guerrilheiros por lá estavam canibalizando pigmeus para não contribuir com o rótulo de primitivo que racistas dão aos negros. Ou seja, para impedir que alguns idiotas brancos não xingassem negros livres em países desenvolvidos, resolveram ser cúmplices de seres humanos bárbaros que utilizavam um outro grupo humano mais fraco como suprimento.

Porém à omissão ideológica criminosa devemos acrescentar a técnica infantil mencionada inicialmente. Recorrentemente a esquerdosa CNN utiliza-se desse recurso para "pegar" seu público para uma das causas dos interesses globalistas que é a destruição de Israel. Ela publicou uma matéria com o seguinte título "Quase 30 feridos durante marcha de extremistas israelenses em cidade árabe". Malvados esses israelenses, não? Sabendo que a maioria dos leitores seleciona poucos artigos para ler por completo e lê apenas a chamada dos demais para ter uma idéia do que ocorre no mundo (**), os editores podem brincar de induzir ao erro nas chamadas e, se colocados contra a parede, alegar que o corpo do artigo explicava o que realmente aconteceu e que o mal-entendido era culpa... do leitor, a própria vítima da pegadinha. Pois o que realmente aconteceu foi que os quase 30 feridos eram os tais "israelenses extremistas" que "marchavam" em um bairro
muçulmano de Israel mesmo(***).

É mais ou menos como se usassem uma chamada assim "Quase 30 feridos durante festa de brasileiros arruaceiros em bairro japonês" para explicar não que nisseis arruaceiros teriam ferido inocentes japoneses em Tóquio durante uma bebedeira, mas que durante um churrasco na Liberdade em São Paulo, quase 30 brasileiros tivessem sido atacados por imigrantes japoneses em plena roda de samba. A chamada inverte completamente o sentido da coisa. E se você entender exatamente o que ela te passa e reprovar a ação de brasileiros, o jornal diz que o seu ódio preconceituoso é culpa sua, pois se tivesse lido o artigo todo entenderia que era o contrário.

Pois o que aconteceu foi exatamente que um grupo de policiais (eis porque marchavam) foi atacado a pedradas por muçulmanos que moravam em Israel. Se, lendo a chamada, você entendeu algo diferente, a CNN só tem uma coisa para responder: "Te peguei!"

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Fonte: http://brookesnews.com/091304israelcnn_print.html

(*) A questão do "viés inevitável" é utilizada sempre como argumento irrefutável para justificar a distorção voluntária. Não é preciso muito esforço, porém, para compreender a diferença entre alguém que fala desde uma perspectiva particular e aquele que, desejando impor sua própria perspectiva, induz o leitor a supor que a perspectiva é o todo da coisa.

(**) Apenas ler jornais para entender o mundo já é um absurdo. Contentar-se com as chamadas então é de uma superficialidade incomparável. É o superlativo da entendimento frívolo e achista.

(***) Esquerdoso pirado: "Bairro muçulmano em Israel? Mas os israelenses não eram opressores odiosos? Só falta você me dizer que existe representatividade democrática dos muçulmanos no parlamento israelense....isso seria... impossível.. não seria?"

Rightwatcher: "Er... Veja a lista de partidos políticos de Israel: http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_political_parties_in_Israel, e também a lista de muçulmanos membros do Knesset, o legislativo israelense: http://en.wikipedia.org/wiki/Arab_members_of_the_Knesset e um artigo maior sobre os árabes cidadãos de Israel: http://en.wikipedia.org/wiki/Arab_citizens_of_Israel "

Esquerdoso desesperado: "Argh! Nããããããããão!!! Israel é uma força anti-democrática, imperialista, maldita, capitalista, que lê o MSM e ouve o Olavo e ainda por cima..."

Rightwatcher: "... e ainda por cima dá representativade e reconhece como cidadãos um grupo étnico que na região os vêem como inimigos."

Esquerdoso agoniado: "PARE! PARE! Você está destruindo o meu mundo!"

Rightwatcher: "Quantos israelenses fazem parte da Autoridade Palestina ou são tratados como cidadãos por lá, com direitos protegidos?"

Esquerdoso com dedos nos ouvidos: "Lálálálá, não estou ouvindo, não estou ouvindo, o meu mundo continua igual e vocês são maus, lálálálá!"

Rightwatcher: "Típico."

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