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terça-feira, 7 de abril de 2009

BRASIL SEC XX - DA PERIFERIA A POTÊNCIA EMERGENTE – 2

07/04

A verdade sufocada

Por Ternuma Regional Brasília - Agnaldo Del Nero Augusto – General de Divisão Reformado
Concluímos o artigo anterior , indagando por que tivemos que lutar para manter a democracia e a liberdade.

O século XX viu surgirem dois regimes: o comunismo e o nazi-fascismo que, apregoando ter a fórmula para se chegar a uma sociedade perfeita, nascidos, pois, como esperança, transformaram-se na infelicidade do século. Tirânicos e expansionistas tornaram-se poderosos desafios à Democracia e às liberdades individuais, na verdade, os mais bárbaros totalitarismos surgidos na história até então. Seus idealizadores introduziram a idéia que o pior regime deveria desaparecer em proveito do melhor, estando implícito que este último seria o deles. Isso lhes conferia o direito - e até o dever histórico, de aniquilar todos os outros e de proceder a uniformização política do Mundo. Sob o pretexto de promoverem a justiça social, veicularam e praticaram, cada um a seu modo, o ódio racial e o ódio de classes.

Ambos fizeram amplo uso da propaganda. A utilização de operações psicológicas sempre existiu ao longo da história, mas de forma episódica e assistemática. O Cap 7 do livro dos Juízes revela o emprego de estratagema psicológico por Gedeão, em 1245 a.c, para causar o pânico no inimigo. Somente no século passado, por iniciativa desses totalitarismos, métodos científicos foram desenvolvidos visando ao estudo e aplicação da guerra psicológica. Beneficiaram-se dos avanços da psicologia, o que proporcionou à arma psicológica uma posição de destaque nos seus arsenais. Dela fizeram uso intenso e sistemático, na guerra e na paz.

Em 1917, após tomar o poder por meio de um “putsch”, os bolchevistas, valendo-se da propaganda, criaram a imagem do “Eldorado Comunista”, descrito como o “reino de Deus na terra e o caminho mais curto para o desenvolvimento e a justiça social” Essa imagem foi orquestrada mundo a fora e mesmo não exprimindo a realidade, despertou, no mínimo, a curiosidade e o interesse sobre esse ‘maravilhoso’ regime. Quem de sã consciência não deseja desenvolvimento e justiça social? Ademais, Max vaticinara que o comunismo substituiria o capitalismo como este substituíra o feudalismo. Por simples que possa parecer, esse embricamento de épocas históricas sucessivas é, segundo o historiador François Furet, “o suporte essencial da crença no comunismo”. A difusão da inevitabilidade histórica de sua vitória foi um dos fatores de sua impulsão, que, segundo Furet, “servia de religião aos que não tem religião”. Foi mais um motivo de sua atração e expansão pois fazia crer na inevitável vitória do Comunismo. Esta idéia foi igualmente orquestrada. O bicho homem gosta de ficar no lado vencedor. Isto é constatável inclusive nas crianças, quando vão fazer a opção do time de futebol para o qual vão torcer. É só prestar atenção. Quando chega a hora de fazer essa escolha, vão escolher um time que está em fase vencedora. Esse desejo de estar do lado vencedor é mais forte do que a ‘chantagem’ de país e avós que os levam aos estádios e os presenteiam com camisas do time de seus corações. Se assim não fosse, em uma família todo mundo torceria para o mesmo time e não é o que normalmente acontece. É um problema psicológico e razão das demonstrações de força utilizadas nas fases finais da Guerra Revolucionária, cuja finalidade é mostrar que têm um grande apoio, são mais fortes e, por isso serão vencedores. Parece uma bobagem, mas atrai as pessoas, tanto mais quanto mais desinformadas e mais ignorantes forem.

Em março de 1919, Lenin funda a III Internacional que ficou conhecida como Internacional Comunista – IC, ou Komintern. Sua finalidade era unificar e coordenar o processo revolucionário mundial, iniciando o trabalho de implantação de Partidos Comunistas mundo a fora, orientá-los e apoiá-los na tomada do poder. Lenin disse: “a Rússia assumirá imediatamente a pesada tarefa de levar a revolução a todo o globo, conduzindo a humanidade para o comunismo”.

A IC impôs 21 condições aos PC para o ingresso na organização. Destacamos algumas dessas condições: renunciar ao pacifismo social; realizar atividades legais e ilegais; concorrer para a derrubada revolucionária das estruturas vigentes; subordinar os interesses nacionais aos da revolução mundial; adotar sigla e nome estabelecidos pela IC. A análise dessas condições permitem concluir que, ao fim e ao cabo, os PC deveriam subordinar-se ao PCUS, vale dizer à própria URSS, com a qual se confundia.

Em 1922 foi fundado no Brasil o Partido Comunista que, atendendo à imposição da IC, foi denominado Partido Comunista – Seção Brasileira da IC (PC- SBIC). No relato dessa reunião histórica, omitiram a presença de representante da IC e de um membro do PC uruguaio. A omissão, o ocultamento de um fato, é uma forma que a mentira pode tomar. Começavam, pois, desde o início, a mentir, a tentar camuflar a submissão à IC, vale dizer ao PCUS, à própria União Soviética.

Nessa reunião, discutiram e aprovaram as 21 condições para o ingresso na organização, cantaram o hino da Internacional e criaram o Comitê de Socorro aos flagelados Russos, para auxiliar os milhões de agricultores que morriam de fome, em razão das exageradas requisições de parte de suas colheitas, impostas pelo novo regime, para angariar recursos destinados à industrialização do país. Antes que tivessem tempo de proceder a coletivização, que era o propósito dos bolchevistas, com a fixação de cotas aleatórias da produção, o que sobrava mal dava para a sobrevivência dos agricultores, que, por sua vez, diminuíram a semeadura, porque sabiam que o que não consumissem de imediato lhes seria requisitado.

Da intranqüilidade à insatisfação os camponeses passaram às rebeliões para garantir a própria sobrevivência. No início de 1921, as revoltas camponesas incendiaram várias regiões. A situação tornara-se explosiva, a fome ameaçava essas regiões ricas, mas impiedosamente pilhadas. Os camponeses famintos atacavam os galpões onde eram estocados os grãos requisitados e as tropas atiravam sobre a multidão faminta e raivosa.

Todas as reservas, inclusive as sementes para futura semeadura foram tomadas. Os camponeses não tinham o que comer. A mortandade começara e só aumentava a cada dia. Diante da sangria do campo, onde milhões de pessoas passavam fome, setores da Sociedade Moscovita de Agricultura constituíram o Comitê Social de Luta Contra a Fome.

A fome estava vencendo a revolta no campo. Lênin via nela um aspecto favorável. Ela serviria de pretexto para lançar uma grande operação política contra a Igreja. Na orientação a seus companheiros Lênin escreveu: “A fome podia e devia servir para dar um golpe mortal na cabeça do inimigo. Com todas essas pessoas famintas que se alimentam de carne humana, com todas as estradas cheias de centenas de milhares de cadáveres, é agora, e somente agora, o momento em que podemos ( e por conseguinte, devemos) confiscar os bens da Igreja. É precisamente agora e somente agora que a imensa maioria das massas camponesas pode nos apoiar” [...] ( Livro Negro do Comunismo Pg 151).

Naturalmente, dominando a técnica psicológica de indução, iriam fazer os camponeses crerem que esse confisco serviria para minorar o sofrimento porque estavam passando. O confisco aos bens da igreja foi feito e muitos padres, freiras e religiosos que reagiram à pilhagem foram presos ou mortos também.

O slogan da revolução bolchevista era Pão, Paz e Terra. Na continuação veremos como essas promessas acabaram para os camponeses soviéticos.

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