Cubazuela: uma realidade?
Mídia Sem Máscara
Heitor De Paola | 05 Fevereiro 2010
Notícias Faltantes - Foro de São Paulo
Valdés teria vindo para, usando sua experiência, consolidar os primeiros anos da repressão comunista de verdade na Venezuela.
Há seis anos, em A Colheita Final: URSAL em marcha, especulando sobre o futuro da Iberoamérica, e frente à dependência cada vez maior de Cuba em relação à Venezuela, imaginei que a união entre os dois países num só era bem possível.
Na ocasião eu já havia cunhado o termo URSAL (União das Repúblicas Socialistas da América Latina) como a colheita final do Eixo do Mal Latino-Americano: a união dos países do continente já em mãos comunistas, ou em vias de, numa confederação que visava ameaçar os EUA pelo flanco sul. A URSAL seria a coroação dos objetivos do Foro de São Paulo: recriar na Iberoamérica o que se perdera na Europa Oriental, a URSS e os países satélites do Pacto de Varsóvia. Citei o blog Notalatina: "em 2004, o sociólogo comunista germano-mexicano Heinz Dieterich, guru de Chávez e Fidel, explicou que a idéia de criar a "Pátria Grande" sonhada por Bolívar, só seria viável se fosse criado um "bloco" com todos os países de corte comunista da América Latina (Cuba, Venezuela, Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e Equador), com pensamentos e ações coordenadas desde um líder, para o qual foi designado Chávez. Para tanto, criou o projeto do "Bloco de Poder Regional", onde se unificariam as Forças Armadas de todos esses países para fazer frente ao inimigo externo, evidentemente, os Estados Unidos". A federação saiu, mas com o nome de UNASUL, escondendo sua verdadeira origem e seus objetivos.
O que eu escrevi na ocasião não perdeu a validade:
Cada vez mais se percebe a união de interesses entre Chávez e Castro. Não falo de Venezuela e Cuba porque seria um atentado contra os dois povos, dos quais o primeiro perde a cada dia mais um pouco de sua liberdade e o segundo não a tem há muitos anos, já até esqueceram o que significa a palavra liberdade! A formação de uma Federação ou Confederação entre os dois países é algo a ser considerado em curto prazo, já tendo sido tal intento, mencionado por ambos os líderes.
Em 2006 Cuba estava às voltas com uma sucessão difícil, com Fidel seriamente doente, e parecia que Raúl não teria capacidade de dominar o quadro facilmente por sua falta de carisma. Chávez aparecia cada vez mais na paisagem de Havana com mais e maiores outdoors do que os irmãos Castro ou outros líderes cubanos. Imaginei que Chávez seria o líder do novo país. Mas desde então a situação se inverteu: Raúl consolidou seu poder, a repressão em Cuba aumentou assustadoramente - menos para blogueras cariñosas com proteção D(g)Ivina! - e a situação na Venezuela vem se deteriorando rapidamente pondo em risco a manutenção de Chávez em Miraflores. Notícias daquele país dão conta do aumento do número de "assessores" cubanos para as mais diversas áreas administrativas. Fala-se até que a renúncia do Ministro da Defesa se deveu a uma ordem de Chávez para entregar o comando da Força Armada Venezuelana a Generais cubanos. Os militares venezuelanos ainda não perderam o brio e a honra e a maioria se recusa seja a atirar em civis, seja a dar esta ordem odiosa. Os cubanos já estão há muito desprezando estes escrúpulos "burgueses".
Noticiou ontem o Notalatina que Chávez cedeu mais uma vez às ordens vindas desde Havana, (segundo ele, "pedido" diretamente feito por Fidel Castro), e apresentou ontem ante as câmeras de televisão a Ramiro Valdés, com estas palavras: "Está conosco à frente dessa comissão um dos heróis da revolução cubana, o comandante Ramiro Valdés" que, segundo Chávez, veio para ajudar a resolver o problema elétrico na Venezuela.
Só que Valdés é conhecido como um dos repressores mais sanguinários dos 51 anos do regime comunista e participou de incontáveis fuzilamentos múltiplos na primeira década da revolução. (Ler mais detalhes no Notalatina). Valdés teria vindo para, usando sua experiência, consolidar os primeiros anos da repressão comunista de verdade na Venezuela.
Será que nossos netos aprenderão que a Capital da Venezuela é Havana?
Ao menos enquanto existirem venezuelanos intrépidos e corajosos isto certamente não ocorrerá. Mas Cuba também tinha e sucumbiram num banho de sangue, pero con ternura!
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