”Estadão” minimiza os fatos
Mídia Sem Máscara
| 01 Abril 2009
Media Watch - O Estado de São Paulo
O caso da Camargo Correa é um ousado lance para influir pesadamente nas eleições presidenciais que se aproximam, objetivando o continuísmo petista.
Em editorial de ontem, o "Estadão" comenta a correta decisão da desembargadora Cecília Mello, do Tribunal Regional Federal (TRF), da 3ª Região, que passou um pito jurídico bem fundamentado no juiz Fausto de Sanctis.
Quero apontar aqui que o tradicional jornal paulista reduz maquinadamente a gravidade dos fatos a inverossímeis repetições dos equívocos técnicos-jurídicos da Operação Santiagraha (leia-se Daniel Dantas) na chamada Operação Castelo de Areia (leia-se Camargo Correa). A desembargadora, no desempenho das suas funções, fez o que deveria ser feito, se ater às questões técnico-jurídicas. O editorialista do jornal não, pois a um periódico cabe formar opinião e ver os fatos em sua totalidade, além do específico jurídico. Esconder fatos é uma ação insidiosa contra seus leitores.
Diz o velho ditado que jaboti não sobe em árvore; se lá está é porque alguém o colocou. O juiz Fausto de Sanctis, os delegados que lhe solicitaram as escutas telefônicas totalitárias e os promotores sedentos de vingança socialista contra os empresários não cometem meros erros. Eles exercem seu poder discricionário de forma deliberada, sabendo de seus impactos políticos e de opinião pública. São os operadores do poder revolucionário, agentes que são da revolução
Quem lê o editorial sem enxergar essa realidade maior pensará estar diante de uma mera querela jurídica subalterna. De um lado, um jovem juiz despreparado e idealista e, do outro, uma serena desembargadora capaz de lhe dar lições de Direito. Mas não é essa a realidade. O que temos é que agentes do Estado, juízes, policiais e promotores estão empenhados em atuar abertamente no campo partidário, vestindo a camisa dos revolucionários e usando de forma espúria os poderes dos quais estão investidos. Ao esconder isso da opinião pública o “Estadão” toma partido e passa ele próprio ser peça no jogo sucessório, do lado do PT e sua gangue. Uma ação desonesta que precisa ser denunciada.
Estamos ainda uma vez diante da técnica gramsciana de tratamento da notícia. Como uma notícia dessas não pode ser ignorada, ela é editada a fim de se transformar no seu oposto. Algo como o duplipensar do George Orwell. Tempos de grandes perigos e de grandes mentiras, vivemos.
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