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sexta-feira, 3 de abril de 2009

BRASIL SEC XX - DA PERIFERIA A POTÊNCIA EMERGENTE – 1

03/04

A verdade sufocada

Ternuma Regional Brasília
Agnaldo Del Nero Augusto - General de Divisão Reformado

Versão sintética de um período importante da história do país, destinada aos jovens, impregnados pela Mitologia Histórica, criada pelos comunistas, em substituição à Memória Nacional por eles deturpada. No início e meados do século XX, nosso País teve que enfrentar muitas dificuldades para manter a democracia e para vencer as barreiras que se opunham ao seu desenvolvimento, a fim de tirá-lo da posição marginal que vinha ocupando na história e torná-lo – ao contrário do que parecia ser o destino dos países periféricos – um país viável. Se refletirmos sobre essa proposição, constataremos que se trata de uma tarefa gigantesca.

Poucos são os que, pela própria idade, conheceram ou imaginam quão atrasado era nosso país nessa época. Por exemplo, uma ligação telefônica entre Pirassununga, no interior paulista e São Paulo, capital do Estado mais avançado, demorava de 4 a 6 horas, quando se completava. Por quê?

A maioria das cidades tinha sua própria companhia telefônica que geria uma central para atender parte dos seus habitantes. Normalmente, não se ligava lateralmente. Em direção à capital havia uma coordenação e as ligações se faziam de cidade a cidade até alcançar a capital. Os postes de sustentação dessas linhas eram usualmente varas de eucalipto, mas havia até cidade em que eram de bambu-açu. Em um e outro caso, uma ventania mais forte derrubava parte desses suportes e a ligação era interrompida por alguns dias e até semanas, dependendo da presteza e capacidade das prefeituras

Problema semelhante ocorria em uma viagem nesse mesmo trecho, de cerca de 200 km, de ônibus ou automóvel. Levava-se de 5 a 6 horas, quando se chegava. Por quê ? As estradas, no centro do Estado de São Paulo, ainda nos anos 50/60, eram de terra. Não é preciso explicar mais nada, mas é possível imaginar o que ocorria no restante do país.

Nossa infra-estrutura era precaríssima. Uma marcha carnavalesca complementava essa visão deplorável. Referia-se à capital do país. Seu título: Rio de Janeiro cidade que seduz e seu estribilho: de dia falta água, de noite falta luz, retratava uma realidade insofismável.

Na área social a deficiência ficava, no mínimo, no mesmo plano.

Vejamos uma área da maior importância, a educacional. Em 1963, o Brasil aplicava somente 2,1% do PIB em educação. A escolarização obrigatória alcançava apenas as crianças de 7 a 10 anos de idade, ou seja, um período de 4 anos, que só era igual a de três países africanos.

Tínhamos 132 universitários para cada bloco de 100 mil habitantes, enquanto a Argentina já tinha mais de 700 e o Chile e o Uruguai mais de 600.

Das 135 mil escolas primárias, 70% eram de uma sala só, com um só professor lecionando para todas as séries. De cada mil crianças que iniciavam o curso primário, menos da metade chegava à 2a série. O contingente de analfabetos era assustador. No senso escolar de 1970, o primeiro do gênero realizado no país, apurou-se que 32% da população, correspondente a cerca de 30 milhões de brasileiros, eram analfabetos.

Da oferta de ensino secundário, 74% provinham das escolas particulares, negando-se, pois, ao pobre o acesso ao ginásio. Não havia cotas, nem diferença de cor: preto, índio, ou branco, sem dinheiro não tinha como estudar, a carência era total. Não havia nem mesmo essas diferenças de cor e raça, que atualmente esforça-se a acirrar. Nas poucas escolas públicas tinha-se que enfrentar o exame de admissão ao ginásio, um primeiro funil.

O homem do campo, ainda a maioria da população, não tinha nenhum apoio do governo. Não tinha apoio de saúde, educação e previdência. Não tinha aposentadoria, pensão, então, nem pensar. O idoso vivia da caridade da igreja ou de parentes, ou ia para as ruas pedir esmola para sobreviver. Algo parecido acontecia com os empregados domésticos e outras categorias profissionais que não contavam com previdência.

A mudança dessa situação era uma aspiração permanente. Podemos percebê-la nitidamente no Tenentismo. Este foi um movimento que surgiu nos anos vinte entre a jovem oficialidade militar. Considerava a corrupção o vício fundamental do regime. Agitava a vida nacional com a pregação do voto secreto, para moralização das eleições fraudulentas que permitiam a manutenção das oligarquias e seus privilégios. Para diminuir o poder dessas, pretendia uma maior centralização do poder no governo federal. Propugnava pela regeneração nacional e pela modernização. Defendia mudanças radicais na Administração e no nível de consciência nacional.

O desejo de desenvolvimento explica-se, por serem os recursos proporcionados pelo crescimento econômico, que custeiam e permitem aprimorar os maiores benefícios sociais – os programas habitacionais e os serviços públicos de saúde, as aposentadorias e pensões; o auxílio contra o desemprego, o ensino básico gratuito e as bolsas educacionais, a reciclagem profissional, o planejamento urbano etc. Nada disso se mantém a contento e muito menos se melhora sem os recursos carreados pela vitalidade econômica, inclusive a manutenção das vagas de trabalho já existentes e a criação de emprego ao enorme contingente de jovens que ingressa anualmente no mercado de trabalho.Enfim, é o desenvolvimento, que permite aos países bem sucedidos assegurar o que se convencionou chamar os direitos fundamentais: ao trabalho, à educação, à saúde, à previdência.

Por que tivemos que lutar para manter a democracia e a liberdade é o que procuraremos responder no próximo artigo

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