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quinta-feira, 7 de maio de 2009

A Ditabranda - Crônica do Quinho

Mídia Sem Máscara

Doutor, considere. Mesmo que tenha havido excessos nesses casos, você não lista muitos assim. No caso de Herzog vimos o presidente Geisel demitir o ministro do Exército. Em nenhum lugar houve isso. Muita diferença, doutor.

Doutor, a Folha de São Paulo está certa. A ditadura brasileira foi branda. Quase ninguém morreu, poucos exilados e os casos de tortura foram isolados. A esquerda faz barulho porque faz, é sua bandeira de luta. Inventam muita mentira. Mas foi ditabranda, sim, falou Quinho, com ênfase.

Mas Quinho, ditadura é ditadura, repliquei, é sempre dureza. Nunca dá mole. Acaba com a liberdade.

Ah, doutor, é que o senhor não viu a ditadura da Rússia, sob os comunistas, ou da de Hitler, na Alemanha. E a China de Mao? E Cuba de Fidel? Aquilo é que é ditadura feroz, está até hoje aí. Mesmo aqui, na Argentina, no Uruguai, no Chile... O pau cantou, morreu muita gente. Os milicos aqui deram mole. Os comunas tomaram conta dos jornais, das televisões, de todos os meios de comunicação e eles nada fizeram. Tomaram até as escolas e os materiais didáticos. Desde aquela época ensinam mentiras aos jovens e ninguém faz nada. Nossos militares só pegaram os malucos combatentes, como o Marighela, o Lamarca, esse Gabeira, o Genoino... Uns gatos pingados. Morreu quem foi para o enfrentamento. Quem pega em arma ou é bandidão ou traidor da Pátria, morre.

– O Manuel Fiel? E Santo Dias? E aquele jornalista que mataram enforcado?

Doutor, considere. Mesmo que tenha havido excessos nesses casos, você não lista muitos assim. No caso de Herzog vimos o presidente Geisel demitir o ministro do Exército. Em nenhum lugar houve isso. Muita diferença, doutor. O poder de Estado não endossava a violência gratuita, apenas a necessária para fazer o enfrentamento da subversão. E os milicos tinham a obrigação de dar combate, estava na Constituição. Não lembra o que Lamarca fez no Vale do Ribeira? Matou o tenente a coronhadas, uma barbaridade. E as bombas? E os seqüestros? O coitado do embaixador americano ficou com seqüelas que o deixaram à morte. E os assaltos? Não podia deixar, doutor.

– Então a ditadura foi branda, Quinho?

Foi, doutor, brandíssima, falou levantando o braço, em gesto de ênfase. Apenas a propaganda inimiga é que diz o contrário. Quer saber? Nem houve heroísmo por parte dos subversivos. Meia dúzia de garotos aloprados, mal conduzidos, mal treinados. Alguns, como esse Genoino, até meio covardões, entregavam tudo quando caiam prisioneiros. Um bando de arruaceiro que depois viraram mensaleiros. Todos oportunistas, como esse Zé “Sai Já Daí” Dirceu. Heróis falsos, sem nenhum caráter. Bando de Macunaímas, uns sem vergonhas.

Fez uma pausa mais longa e voltou:

Além de branda, a ditadura era popular. O General Médici, por exemplo, era um homem que tinha a estima de toda a gente. Não houve governante mais querido, nem Lula, como os milhões de bolsas-esmola que tem distribuído. Pergunte a todos da nossa idade, verá que naquele tempo tudo era melhor.

Mas, Quinho, no meio artístico a ditadura era detestada, não lembra?

– Claro, os artistas aderiram ao comunismo e alguns até ganharam dinheiro com a causa. Segundo dizem, até o Chico Buarque recebia salário do estrangeiro, em dólar. Então juntavam o útil ao agradável. Ficavam ricos e pregavam a causa.

– Teve isso, Quinho?

– Olha, doutor, essas coisas são secretas, nunca se sabe direito, mas que dizem, dizem. O Chico tinha o mensalinho dele. E o comunismo sempre foi internacional, sempre veio de fora para dentro com o famoso ouro de Moscou. Eu não duvido. Quando eu presto atenção nas letras que o Chico Buarque compôs eu me espanto com a brutalidade do que ele pregava, a violência revolucionária pura. Lembra da música Baioque, acho que de 1974? Doutor, aquilo é grito de horror.

Não lembro, Quinho. Que música é essa?

Em voz melodiosa Quinho cantarolou os versos da música:

“Quando eu canto, que se cuide quem não for meu irmão
O meu canto, punhalada, não conhece o perdão
Quando eu rio
Quando eu rio, rio seco como é seco o sertão
Meu sorriso é uma fenda escavada no chão
Quando eu choro

Quando eu choro é uma enchente surpreendendo o verão
É o inverno, de repente, inundando o sertão
Quando eu amo
Quando eu amo, eu devoro todo meu coração
Eu odeio, eu adoro, numa mesma oração, quando eu canto
Mamy, não quero seguir definhando sol a sol
Me leva daqui, eu quero partir requebrando rock'n roll
Nem quero saber como se dança o baião
Eu quero ligar, eu quero um lugar
Ao sol de Ipanema, cinema e televisão”

Nossa, nem lembrava mais. Essa letra é feroz, Quinho.

– É que você não prestou atenção na música Cálice.

– Essa eu lembro bem, é de arrepiar.

– Das músicas do Vandré nem se fala, algumas viraram hinos revolucionários, falou Quinho. Doutor, esses revolucionários queriam implantar uma feroz ditadura comunista aqui. Fariam pior que Stalin. Graças a Deus nossos militares venceram. Eles é que são nossos heróis. Eliminaram a possibilidade de termos aqui a ditadura do proletariado, que mataria milhões.

Fiquei em silêncio. Quinho tinha razão. A dita dura era branda, mesmo.

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