O Farol da Democracia e a UNOAMÉRICA
05/05/2009
Farol da Democracia Representativa
Logo após o evento que promovemos por ocasião da vinda do Sr. Alejandro Peña Esclusa ao Brasil, “A Unoamérica e o Eixo do Mal Latino Americano”, no Rio de Janeiro, relatamos e reiteramos hoje a excelente impressão causada pela figura e postura do ilustre visitante: culto e eloqüente, ao mesmo tempo que ouvinte reservado e atento.
Trouxe uma proposta muito interessante e coerente com a tese que defende relativa ao perigo que representa o Foro de São Paulo para a democracia na América Latina: A UNOAMÉRICA.
Atentos à nossa missão e lembrando alguns pontos das convicções que sustentamos, procuramos estabelecer as vias de atuação do Farol em relação ao projeto apresentado:
O Foro de São Paulo é uma criação de Fidel Castro, de seu Partido Comunista Cubano e uma conivência e cumplicidade de Luiz Inácio Lula da Silva (Havana, 1989). O objetivo deste organismo deveria ser a recriação da IIIª Internacional nas Américas. Na verdade, a finalidade do empreendimento era proporcionar uma abertura ao isolamento político e econômico de Cuba e um suporte internacional à sua sobrevivência. Em contrapartida, daria projeção ao PT e ao projeto internacionalista de Lula.
O Primeiro encontro do Foro (“Encontro de Partidos e Organizações de Esquerda da América Latina e Caribe”) se deu
Aceitaram organizações de esquerda de todos os matizes, inclusive terroristas, como as FARC, MIR e outras que flagelam a América Latina com seqüestros, roubos, assaltos, assassinatos, genocídios, muito ao estilo do que foi utilizado pelos terroristas brasileiros nos anos de
Apesar dos fortes indícios da cumplicidade dos bandidos que dominam o narcotráfico nas favelas e cidades brasileiras com as FARC, com quem desenvolveriam o comércio de drogas e armas, e de evidências publicadas em revistas sobre financiamento a campanhas governamentais na Argentina (a “maleta” com oitocentos mil dólares) e no Brasil (“Padre” Molina e os cinco milhões de dólares para o senhor presidente da República), o FSP parece não ter se estruturado para adquirir o poder ou a capacidade de promover a Revolução Proletária no Continente, mas tão somente reforçar o prestígio interno dos caudilhos populistas. É importante notar que nenhum destes líderes “socialistas” pertence a um partido comunista marxista-leninista. Todos têm um discurso progressista confuso, na melhor interpretação, não mais do que identificado com um socialismo heterodoxo ou com um “socialismo criollo”. O Chávez introduz o seu “socialismo bolivariano”, invenção particular e caudilhesca, deturpando o conteúdo histórico de Simon Bolívar; Morales, fiel às origens, se acomoda com o seu “socialismo cocaleiro”. Lula defende sua permanência no poder com o “socialismo da bolsa esmola”, populista. Cada um à sua moda, aproveitando-se da ilusão do sonho socialista, vai se arranjando para se perenizar no poder.
O FSP se torna um ambiente como um “clube de solidariedade entre comparsas”, que se ajudam para que a eventual queda de um não atrapalhe a vida do outro.
A UnoAmérica, como organismo de oposição político-ideológica e cultural ao FSP, no que pese estar dando seus primeiros passos, tem em sua direção políticos e intelectuais experientes que definirão um objetivo concreto, em respeito ao idealismo de sua proposta. Poderia, dentre suas várias vocações potenciais, ser uma instância interamericana de solidariedade, de intercâmbio de idéias e informações, de apoio e de troca de experiências das organizações e movimentos promotores da Liberal-Democracia e da superação do patrimonialismo e do socialismo, endêmicos hoje na América Latina.
Ainda que as ameaças internas dos diferentes países sejam de natureza semelhante (misto de caudilhismo, populismo e socialismo criollo), as condições internas e culturais de cada um são muito diferentes.
Nossa convicção é que a reação democrática em cada país, pelas suas singularidades individuais, é uma responsabilidade cívica de setores nacionais.
A reversão, portanto, do problema de cada país deverá ser específica e nacional.
O Farol da Democracia Representativa subscreve, por este Editorial, a disposição de recíproca solidariedade com a UNOAMÉRICA.
Pela missão própria do Farol da Democracia Representativa, os nossos objetivos são cívicos, culturais e de edificação democrática. Sempre pregamos que reversão da crise brasileira passa por um movimento cívico e político da sociedade e, portanto, deve ter nos partidos políticos e seus líderes os protagonistas principais da reação. A crítica ao status quo, evidentemente revolucionário, é intelectual e pedagógica, deixando o ativismo político para os partidos, legítimos organismos intermediários entre os cidadãos e a “sociedade política”.
Jorge Roberto Pereira
Presidente do FDR
http://www.faroldademocracia.org/editorial_unico.asp?id_editorial=279
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