A “SOCIALIZAÇÃO DO IDIOTA”
Movimento Endireitar
Escrito por Percival Puggina
Qui, 14 de Maio de 2009 09:10
Estou chegando da missa de sétimo dia da mãe de uma querida amiga. Na prece dos fiéis, fomos convidados a rezar pelos “movimentos sociais”. Aquela oração, perante cujo enunciado, obviamente, fiquei calado, me fez lembrar foto publicada na edição de Zero Hora de poucos dias atrás, mais precisamente, em 7 deste mês: um grupo de estudantes, de pé, sobre as mesas de uma sala de reunião, exibia-se em atitude que tanto podia corresponder a um protesto quanto a um concurso de requebros. “Que diabo seria aquilo?” – eu me havia indagado ao observar a imagem. A matéria esclarecia. Os jovens expressavam sua inconformidade com o esboço do Plano de Carreira do Magistério Público Estadual. Entenda leitor: era mais ou menos como se os auxiliares de enfermagem estivessem descontentes com alguma questão corporativa do hospital e os pacientes saíssem dos leitos para sapatear na mesa do diretor.
Nelson Rodrigues,
Os tais movimentos sociais, orçamentos participativos, audiências públicas e assemelhados são expressão dessa mesma coisa quarenta mais tarde, por obra e graça dos projetos ideológicos e da ambição petista pelo poder. O PT, desde cedo, compreendeu as imensas possibilidades abertas pela socialização dos idiotas. Um idiota sozinho é um sujeito ridículo. Um parvo. Um imbecil solitário. Já um ônibus cheio de idiotas, ou uma passeata deles se transforma em expressão da sociedade. Eleva-se à categoria de povo e – imensa vantagem! – se torna inimputável. – “Como assim, inimputável?” perguntará o leitor. Sim, o idiota socializado se ergue à condição de índio ou de criança, podendo meter-se em qualquer encrenca e cometer a maior tropelia sem que precise responder pelo que fizer. Há sempre uma legião de jornalistas para concordar e raros membros do Ministério Público e do Poder Judiciário para discordar.
Vivemos o exílio da individualidade. Os únicos indivíduos existentes no Brasil, hoje, para todos os efeitos, são Lula, Daniel Dantas, Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes. A presença de Lula nessa lista é algo que o PT, como partido dos tais coletivos, tira de letra: trata-se de imposição da realidade socializar a idiotice e promover o culto da individualidade do líder. Stalin e Mao Zedong já o demonstraram há muito tempo.
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