PRONUNCIAMENTO DO TEN. BRIG. AR IVAN FROTA NA ACADEMIA BRASILEIRA DE FILOSOFIA
Papéis avulsos – Heitor de Paola
PRONUNCIAMENTO DO Ten. Brig. Ar IVAN FROTA
NA ACADEMIA BRASILEIRA DE FILOSOFIA
(27/04/2009)
Exmo. Sr. Professor Doutor João Ricardo Moderno, Presidente da Academia Brasileira de Filosofia, Senhores membros do seu Corpo Acadêmico, Exmos. Srs. Oficiais Generais da Marinha, Exército e Aeronáutica, demais autoridades já nominadas, Senhoras e Senhores.
Ao conhecer a minha indicação para receber o distinto título de Acadêmico “Honoris Causa” desta prestigiosa entidade, senti-me presa de um sentimento duplo de honra e de responsabilidade. O primeiro, pelo orgulho de poder sorver o conhecimento e partilhar do gratificante convívio de seu selecionado círculo e o segundo, pelos compromissos culturais, morais e éticos dele decorrentes.
A busca do SABER e da VERDADE, talvez uma coisa única, na síntese dialética de suas contradições, conformou milenarmente o arcabouço básico do estudo da Filosofia como arte, fazendo surgir na criatura humana, desde Tales de Mileto aos tempos hodiernos, uma irresistível compulsão para conquistar o conhecimento da própria vida neste planeta e fora dele.
Seja com Sócrates, para quem a verdade era um bem moral da criatura humana, ou com Platão e Aristóteles que garantiram, com suas memórias, um maior conhecimento dessa fantástica personalidade, a criatura humana tem perseverado no estudo das pessoas, das coisas e das razões de suas existências.
Outros homens de cultura, em várias épocas da história da humanidade, procuraram sempre encontrar um caminho seguro para o conhecimento definitivo, aceitando, porém, sua agrilhoante característica de mutabilidade no decorrer do tempo.
Como exemplo menos distante, na Idade Média, as convicções teocentristas radicais de Santo Agostinho, foram aliviadas pela concepção da escolástica de outro religioso - Santo Tomás de Aquino.
Agora, na intimidade deste ambiente, cujas paredes históricas transpiram acendrado amor à Pátria, também, personalidades como as citadas, igualmente e com a mesma sede de saber, continuam, com não menor competência, o apaixonante trabalho de estudar, defender e de divulgar, livremente, o que entendem por verdade e por saber.
Confesso que no exigente caminho de minha profissão de aviador militar e com a extrema dedicação com que o percorri, não tive oportunidade de mergulhar mais profundamente nos meandros acadêmicos de alto nível da arte filosófica.
Assim, ao ser indicado para falar em nome de todos os agraciados nesta sessão solene, só posso atribuí-lo ao peso de meus anos de vida.
Entretanto, nessa minha já demorada existência, procurei pautar meu comportamento na busca da excelência do conhecimento profissional e da prática incondicional do que entendo por VERDADE, esta última como religião e critério crítico de conduta, tendo como meta pragmática poder servir á Pátria, mesmo com a doação da própria vida.
Assim, não só aceito orgulhoso o galardão com que me distinguem, como também o agradeço, em meu nome e dos demais agraciados que, gentilmente, me concederam a oportunidade de representa-los nesta imponente solenidade, junto ao Presidente e ao Corpo Acadêmico desta excelsa Casa.
Nesta oportunidade, desejo destacar e, registre-se, o faço agora somente em meu nome, o importante trabalho que vem desempenhando esta organização, publicamente, sob o respaldo de sua força moral, para alertar e denunciar à sociedade nacional os descalabros de ilegalidade que têm sido praticados no País, ante o olhar permissivo e omisso de autoridades governamentais.
Em determinada época de nossa história, um candidato à Presidência da República, o saudoso e respeitável Marechal do Ar Eduardo Gomes, perdeu uma eleição, quase certa, porque teve a coragem moral de referir-se à existência de eleitores mais ou menos qualificados.
Hoje, vivemos no Brasil um momento em que essa circunstância cresce exponencialmente de valor. Nela, o dinheiro público é ilegalmente usado para comprar a simpatia (e o voto) de milhões de desempregados e subalimentados (alguns analfabetos e semi-analfabetos), de financiar a existência e o crescimento de uma estrutura paramilitar revolucionária, além de sustentar milhares de Organizações Não-Governamentais que agridem ostensivamente a soberania e a integridade territorial de nossa Pátria.
Adicionada a isso, é praticada pelo Governo uma tolerância velada, apesar de negada, com organizações terroristas e com movimentos internacionais de viés totalitário.
Urge, pois que as cidadãs e os cidadãos sérios, deste País, se livrem de sua letargia e inação para exigirem urgentes medidas institucionais efetivas no sentido da cobrança, no mínimo judicial, da responsabilidade governamental.
Amparo constitucional para a denúncia e instauração de processo de Crime de Responsabilidade contra o Governante Central, já existe à exaustão.
A não serem adotadas essas providências, instala-se no País a ausência do Estado de Direito e a conseqüente falência das instituições nacionais.
Ficará, assim, a Sociedade à deriva, a não ser que assuma atitudes próprias para preservar sua sobrevivência e salvaguardar os elevados interesses da Pátria, entregues ao descalabro.
Nesse caso, estou certo, esta Casa cerrará fileira na dianteira dos voluntários, como destacado bastião de luta, contra as ameaças da destruição das instituições principais que sustentam a legitimidade da existência do Estado Nacional Brasileiro.
Neste final, cabe a lembrança de Sócrates, o histórico pensador que, na sua determinação de crença no Saber e na Verdade, preferiu imolar-se com um cálice de cicuta a ceder em suas convicções idearias de liberdade e de uma democracia praticada por homens e mulheres responsáveis.
Muito obrigado!
Ten. Brig. Ar (Ref) Ivan Frota
http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=893
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